quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aquisições de Julho

E não é que continuo com esta rubrica em atraso? As aquisições mensais vão sendo tantas e tão variadas que uma pessoa até se esquece a quantas anda... :) Mas, ainda assim, por entre compras, trocas, ofertas editoriais e passatempos ganhos, estes foram os livrinhos que chegaram à estante no mês de Julho (peço desculpa por algum engano/repetição).

      

      

      

      

   

Algum livro/opinião que vos interesse em particular?
Ou que tenham lido e simplesmente adorado?
Contem-me!

Frankenstein - O Filho Pródigo, Dean Koontz



Título Original: Frankenstein – Prodigal Son
Autoria: Dean Koontz
Editora: Contraponto
Nº. Páginas: 301
Tradução: Susana Serrão


Sinopse:

Cerca de 200 anos depois de ter criado o seu monstro, Victor Frankenstein (agora conhecido como Victor Helios), instalou-se em Nova Orleães. A sua investigação e as suas experiências estão cada vez mais sofisticadas, já não tem de roubar cadáveres em cemitérios para construir as suas criaturas, e desenvolveu uma tecnologia que lhe permite escapar ao envelhecimento. O seu plano consiste em propagar por Nova Orleães espécimes da sua Nova Raça de criaturas perfeitas, destinadas a exterminar e a substituir os «imperfeitos» seres humanos.
A única criatura capaz de travar este plano diabólico é o misterioso Deucalião – o primeiro «monstro» criado por Frankenstein. Aparentemente imortal e indestrutível, Deucalião parece possuir também uma alma e uma consciência quase humanas. Mas será isso suficiente para impedir os planos do seu monstruoso criador?


Opinião:

Não sendo grande apreciadora da literatura de terror – pelo simples facto de estar constantemente a deitar um olhar sob o ombro – foi com receio e alguma expectativa que iniciei a leitura deste fabuloso Frankenstein – O Filho Pródigo, contudo, foi aturdida e simplesmente aterrorizada com que a terminei. O pânico e o medo são dois dos elementos de maior destaque presentes ao longo da obra e embora, aquando da leitura, esse terror possa parecer um pouco camuflado ou sem grande potencialidade a verdade é que, de toda a vez que o livro é colocado de lado, o assombro e o perigo instalam-se, nomeadamente ao reflectir nas variadas situações escabrosas belissimamente descritas por Dean Koontz, e será esse frenesim e instabilidade interna que incitará o leitor a descobrir cada segredo, cada desumanidade e cada acção/consequência existentes em Frankenstein.

Há quem diga que a perfeição não existe. De facto, nos dias de hoje e no mundo em que vivemos, a perfeição é, na verdade, algo que não persiste, algo imutável e claramente pessoal. No entanto, para Victor Frankenstein – ou, mais recentemente, Victor Helios – a perfeição é algo não só alcançável como possível, principalmente por que, para todos os efeitos, foi das suas mãos, do seu conhecimento e do seu profundo e intenso estudo (e experiências) que Victor conseguiu atingir um patamar até então impensável. Ao fim de muitos, muitos anos de investigação e provas refutadas, Victor conquistou – finalmente – uma posição de destaque que não só lhe permite avançar a largos passos na sua mais recente demanda – e na propagação da Nova Raça – como, de igual modo, ter oportunidade de experienciar todo um diferente e espectacularmente horripilante novo nível de “vida”.

Foi também do entendimento de Victor “Frankenstein” Helios que saiu Deucalião. Um «monstro» intelectualmente desenvolvido que, ao longo do tempo, foi expandindo uma consciência quase humana que lhe permite sentir, discernir o certo do errado e saborear o amargo gosto da vingança para com um pai que julgava morto há décadas. Será na perspectiva de Deucalião que o leitor irá tomar conhecimento de algumas das atrocidades passadas pelo mesmo, ao livre arbítrio das decisões levadas a cabo por um Victor despreocupado e ambicioso.

Para além de Deucalião, o leitor trava ainda conhecimento com Randal Seis – um jovem parcialmente autista e que nasceu com dezoito anos, que procura a felicidade no sorriso de uma criança igualmente sofredora da doença –, Erika Quatro – posterior a Erika Três e inferior a Erika Cinco (que também já se encontra em fase de armazenamento) e actual esposa de Victor Helios que, sem totalmente se aperceber, começa a desenvolver uma certa humanidade e sensibilidade imprópria da sua espécie – e um assassino desconhecido e ausente que faz da sua descoberta incompreendida e totalmente impulsiva a morte de outros elementos da Nova Raça. Fora uma cabeça e uma mão que, mesmo sem qualquer outra parte do corpo em contacto, mantém uma ligação entre si, estes prodígios da ciência são os elementos principais que influenciam a trama com as suas acções inesperadas e que a conduzem por caminhos imprevisíveis e, por vezes, subitamente acidentais. A acompanhar temos um par invulgar mas super divertido de detectives, Carson e Michael, que, de certo modo, aliviam um pouco a tensão constante presente ao longo da narrativa e um assassino a sangue frio, o Cirurgião, que, para além de procurar a mulher ideal em partes físicas de outras mulheres, faz ainda tudo ao seu alcance para afastar o envelhecimento e, consequentemente, a morte.

Numa trama surpreendentemente imprevisível, recheada de surpresas e acidentes de percurso, Dean Koontz dá vida a uma série de personagens robustas, intrigantes e tenebrosas, nas quais recai o foco principal da narrativa. Os monstros da Nova Raça são de arrepiar e até mesmo os humanos, de um só coração, conseguem, por diversas vezes, deixar o leitor com pele de galinha. Fazendo ainda uso de uma linguagem rica, terrificamente voluptuosa e quase cinematográfica, Frankenstein apresenta-se como um excelente exemplar do terror no seu estado mais puro e extraordinário, deixando a questão no ar: será Nova Orleães capaz de sobreviver aos mais aterradores planos de Victor Frankenstein?

Frankenstein – A Cidade das Trevas foi já anunciado pela Contraponto e conta com lançamento agendado para o início do próximo mês de Setembro... conseguirá resistir? Eu cá sei que não!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Novidade Porto Editora - "As Quatro Últimas Coisas", Paul Hoffman

O primeiro volume da trilogia de Paul Hoffman, O Braço Esquerdo de Deus, publicado pela Porto Editora em 2010, foi um sucesso em Portugal, com cerca de 15 000 exemplares vendidos. A continuação da saga intitula-se As Quatro Últimas Coisas e chega às livrarias no dia 6 de Setembro.
Segundo o The Times, esta é ‹‹uma história sombria e bem arquitetada, com reviravoltas arrepiantes››, que tem vindo a conquistar milhares de apreciadores do género fantástico. 


Título: As Quatro Últimas Coisas
Autoria: Paul Hoffman
N.º Páginas: 360

Lançamento: 6 de Setembro
PVP.: 17,60€

Sinopse: 
Morte. Juízo. Paraíso e Inferno.
As Quatro Últimas Coisas que nos reserva o Destino.
Agora há uma Quinta.
O Seu Nome é Thomas Cale.

De regresso ao Santuário dos Redentores, Thomas Cale parece aceitar o papel que lhe é atribuído: o destino escolheu-o como o Braço Esquerdo de Deus, o Anjo da Morte. O poder absoluto está agora ao seu alcance; o terrível zelo e domínio militar dos Redentores é uma arma nas suas mãos e ele está pronto para cumprir o objectivo supremo da Única e Verdadeira Fé - a destruição da Humanidade.
Mas talvez o sombrio poder dos Redentores sobre Cale não seja suficiente - ele vai do amor ao ódio num abrir e fechar de olhos, da bondade à mais brutal violência num segundo. A aniquilação que os Redentores procuram pode estar nas mãos de Cale - mas a sua alma é muito mais estranha do que alguma vez poderão imaginar...

Sobre o autor:
Escritor e argumentista britânico, Paul Hoffman colaborou durante algum tempo com o organismo responsável pela classificação de filmes no Reino Unido. Escreveu o argumento de três filmes, em coautoria, e trabalhou, entre outros, com Francis Ford Coppola. 
O seu primeiro romance, The Wisdom of Crocodiles, deu origem a um filme protagonizado por Jude Law e Timothy Spall. Seguiu-se The Golden Age of Censorship, uma comédia negra publicada em 2007.
No catálogo da Porto Editora figura já O Braço Esquerdo de Deus, o primeiro volume da trilogia que agora continua com As Quatro Últimas Coisas.

Imprensa:
Hoffman criou um reino melancólico, ligeiramente medieval e sem elementos sobrenaturais. Este é um mundo fantástico com histórias e tradições muito próprias.
The Telegraph

Profundo e envolvente.
Daily Telegraph

Hoffman tem o dom da escrita.
Financial Times

A visão de Hoffman é cinematográfica e a uma escala épica.
The Scotsman

O Booktrailer:


Do mesmo autor:

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Pacto - O Crime de ter Nascido, Gemma Malley



Título Original: The Declaration
Autoria: Gemma Malley
Editora: Editorial Presença
Colecção: Noites Claras, N.º 1
Nº. Páginas: 287
Tradução: João Martins


Sinopse:

Planeta Terra, ano 2140. O desenvolvimento da ciência trouxe aos humanos a possibilidade de se tornarem imortais, e com ela um terrível dilema... Dada a escassez de recursos, a imortalidade só é garantida à custa da renúncia à descendência. O Pacto é o compromisso que sela tal decisão. Quebrá-la é ir contra as leis da Natureza, e as consequências são, no mínimo, aterradoras. Anna conhece-as demasiado bem. É uma Excedente, uma criança que não deveria ter nascido. Desde bebé que está em Grange Hall, a instituição que prepara todos os Excedentes para o terrível destino que os espera no mundo exterior. Mas um dia recebe a visita de Peter, um jovem Excedente, rebelde e misterioso, que vem revolucionar para sempre a sua visão de si própria e do mundo... Uma estreia absolutamente original.


Opinião:

Noites Claras, da Editorial Presença, é das colecções literárias que maior prazer me dá descobrir e acompanhar. Abordando temas importantes e muitas vezes conflituosos mas com um estilo mais juvenil, no final de contas, acaba sempre por apresentar enredos bem delineados e intrincadamente construídos que tanto servem de entretenimento para os mais jovens como para grande parte dos adultos que procuram um tipo de escrita e história mais reflexiva, complexa e profunda. Com O Pacto – O Crime de ter Nascido, o primeiro livro editado desta fantástica colecção, as expectativas são colocadas bem lá no alto e a revolta rapidamente se transforma num dado adquirido, numa emoção constante aquando de uma leitura violenta e, no mínimo, intrigante.

O enredo é, provavelmente, o ponto mais alto e forte de todo o livro. Tendo acção num Planeta Terra 129 anos mais avançado que o nosso actual, concentra-se na vida corrente de um grupo de rapazes e raparigas indesejados – os Excedentes – que, ao nascerem fora das leis do Pacto assinado pelos seus progenitores, os torna automaticamente ilegítimos de sobrevivência. Assim, estes jovens não têm outra escolha que não passarem os seus dias em casas correctivas para Excedentes, neste caso, Grange Hall, onde, à base de regras muito especificas e privações físicas, são ensinados a tornarem-se Úteis. Só que Úteis, nesta espectacular trama é, basicamente, sinónimo de escravos – escravos dos Legítimos, ou seja, de todos aqueles que, há muitos anos atrás, começaram a tomar Longevidade por forma a não perecerem e, desse modo, converterem-se em imortais.
Seguindo as passadas da Excedente Anna, o leitor é levado até às revoltantes profundezas de Grange Hall onde nem sequer um pingo de humanidade ou carinho é passível de ser encontrado. De cérebro lavado, as atitudes de Anna somente se alteram após a chegada de um novo Pendente (um Excedente mais velho), Peter, que, no seu íntimo, guarda o segredo de ter entrado em Grange Hall com o intuito de fugir de lá com ela, Anna.

A mentalidade que envolve toda a história é, no mínimo, repugnante. Fazendo uso de uma politica completamente fora de série onde ser-se pai e mãe pode levar à prisão e onde ser-se criança constitui crime, O Pacto apresenta uma possível versão futurista do molde de uma sociedade face a oportunidade de vida eterna. Porém, quem seria capaz de lutar contra o sistema e assim renunciar o infinito por forma a poder trazer uma nova luz ao mundo? E quem combateria a favor do conhecimento perpétuo por puro medo da morte, do fim? Mas, e mais importante ainda, o que seria de um Planeta Terra de si já em perigo quando os seus níveis de subsistência atingissem um patamar incontornável? Estas são algumas das questões importantes levantadas ao longo deste romance juvenil, que, uma vez mais, acho demasiado desenvolvido e pertinente para as mentes mais novas. Não tenho dúvidas de estar perante um livro jovem escrito para adultos...

As personagens são outro dos componentes altamente apreciados desta obra. Tanto Anna como muitos outros Excedentes residentes em Grange Hall apresentam uma submissão inesgotável e incontornável face a Directora e outros Legítimos, mentalizando-se de quão lixo e devoradores de recursos preciosos são. No entanto, nota-se uma rebeldia entre eles, uma tentativa de “ser-se o melhor, o mais Útil” que, por vezes, origina cenas perturbadoras de abusos físicos e psicológicos, e que levam o leitor a questionar-se sobre a verdadeira essência do ser humano comum.
Peter é uma lufada de ar fresco no meio do caos desnorteante que é Grange Hall. Rebelde, misterioso e amigo, ele é dos protagonistas masculinos que mais gostei de conhecer dentro do romance juvenil. Sempre carinhoso para com Anna e preocupada com a sobrevivência de ambos, Peter é o anjo da guarda e a luz ao fundo do túnel.

Gemma Malley é espectacular com as palavras. Fazendo uso de uma linguagem ora corrente ora extremamente científica, apela a ambos os lados emocional e intelectual do leitor, incitando-o a continuar a leitura. A sua criatividade tem de ser louvada e a forma como conseguiu conjugar todos os problemas sociais como a escassez de recursos naturais, a eterna batalha Ciência vs. Natureza e a luta pela imortalidade, apenas para nomear alguns, é, simplesmente, genial. Penso que há muito não encontrava, na ficção juvenil, uma obra tão atractiva e, ao mesmo tempo, tão real, verdadeira, possível de acontecer. Um romance potente, seguro e alarmante.
Segue-se A Resistência – Ninguém Pode Decidir por Ti (que já comecei a ler) e sobre o qual posso afirmar que, até agora, está a ser igualmente fascinante e apelativo. Uma aposta impressionante da Editorial Presença, numa colecção a que todo o jovem e adulto deveria de dar uma oportunidade.

Para mais informações sobre a obra, consulte aqui! 

Novidade Contraponto - "Conspiração 365 - Setembro", Gabrielle Lord

O relógio não pára. Cada segundo pode ser o último.
Callum já só tem 122 dias.

Título: Conspiração 365 - Setembro
Autoria: Gabrielle Lord
N.º Páginas: 200

Lançamento: 2 de Setembro
PVP.: 8,30€

Sinopse: Convencido de que Oriana esteve por trás do rapto da sua irmã, Cal junta-se a Boges para arquitectarem um plano a fim de conseguirem obter as informações de que tanto precisam. Para isso, introduzem um aparelho de escuta na casa de Oriana, disparando-o através da janela. 
Será que espiar esta mulher irá revelar a localização da Jóia e do Enigma ou, em contrapartida, colocar Cal na linha de fogo?
Com os seus inimigos a aumentarem à velocidade que diminuem os seus dias, Cal arrisca quase tudo para permanecer vivo e recuperar a sua antiga vida. 
Uma aventura de cortar a respiração!

Sobre a autora:
Gabrielle Lord é autora premiada e uma das romancistas de thriller australianas de maior sucesso. Começou a dedicar-se à escrita aos 30 anos. Contudo, os seus primeiros livros acabaram como composto para o cultivo de tomates no seu jardim. 
Os direitos do seu terceiro livro (Fortress) foram adquiridos internacionalmente e a obra foi adaptada a telefilme. Mais tarde, outro dos seus romances (Whipping Boy) foi adaptado à televisão. O dinheiro que recebeu com estas adaptações permitiram-lhe deixar o emprego e escrever a tempo inteiro. Passou a acompanhar cientistas, detectives e antropologistas forenses e a trabalhar numa empresa de segurança privada para se inspirar na sua escrita. Os seus interesses são simples: ‹‹Após uma juventude desperdiçada, não me sobraram muitas células cerebrais, por isso gosto de caminhar, meditar, cantar, dedicar-me à jardinagem, conversar com os amigos, estar com a minha família e os meus netos, dar de comer ao meu peixinho dourado.››

Imprensa:
‹‹Os condimentos para o sucesso da colecção estão lá: capítulos curtos, indicações precisas de datas, horas do dia e locais, poucas descrições, frases curtas. A narrativa é linear e está orientada para a progressão veloz da acção. A numeração invertida das páginas acrescenta frisson à passagem do tempo, que se assemelha a uma contagem decrescente pela sobrevivência e pelo desvendar do mistério.›› 
Andreia Brites, Os Meus Livros

‹‹Conspiração 365 assusta de início, mas, depois de umas quantas páginas e uma vez espicaçada a curiosidade, é difícil resistir. E mais ainda convencer que chegou a hora de fechar o livro e dormir. A adrenalina é mesmo uma coisa poderosa, viciante.››
Diário Digital

domingo, 28 de agosto de 2011

Aquele Verão na Toscana, Domenica de Rosa



Título Original: Summer School
Autoria: Domenica de Rosa
Editora: ASA
Nº. Páginas: 319
Tradução: Margarida Luzia


Sinopse:

Todos os anos, Patricia O’Hara abre as portas do seu magnífico castello do século XIII e organiza um curso de escrita criativa na deslumbrante região da Toscana.
Mas este ano, algo paira no ar quando os sete aspirantes a escritores se juntam à beira da piscina para trocar mexericos, namoriscar e escrever o livro das suas vidas. Em pouco tempo, Mary, a solteira convicta, descobre os encantos de partilhar uma Vespa; o sedutor Jeremy rende-se a talentos que não apenas os seus e até a pragmática Patricia vai arranjar tempo para uma paixão acidental.
Graças a esta mistura explosiva de egos e criatividade, segredos obscuros e visitantes inesperados, uma coisa é certa: nunca se assistiu a um Verão como este.
Quando o curso chegar ao fim, as suas vidas terão mudado para sempre. E um deles chegará mesmo a escrever um livro...


Opinião:

Ler é, acima de tudo, um prazer. Uma forma de entretenimento, de lazer e de fuga face um dia-a-dia esgotante e praticamente rotineiro. E é por isso que se torna imprescindível encontrar autoras interessantes que estejam dispostas a desafiar a escrita e que apresentem boas historias e personagens confiantes no seu magnetismo e intelecto. Domenica de Rosa consegue tudo isso e bastante mais e Aquele Verão na Toscana foi, a nível pessoal, uma estreia radiante tendo em conta uma autora, para mim, até então desconhecida.

Pessoalmente, encontro em Itália uma inesgotável fonte de inspiração e talvez seja por isso que adoro devorar romances em que alguma das suas fabulosas cidades seja retratada como pano de fundo. Em Aquele Verão na Toscana, e em concordância com muitos outros romances do género, o cenário e as descrições são de tirar o fôlego. Toda a comida que circunda o enredo e as belas paisagens de cidades perdidas no meio de imensas montanhas e de grandes metrópoles turísticas são simplesmente fantásticas, possibilitando ao leitor retirar tanto um ensinamento profundo como uma experiência mais próxima e vivida com os locais e as personagens. As sensações transmitidas são incríveis e é impossível não se criar água na boca perante tão belas e deliciosas iguarias. Neste aspecto, Domenica de Rosa criou a personagem perfeita para enquadrar o papel de típico cozinheiro italiano, mostrando não só um atento cuidado com a tradição e culturas italianas como um desenrolar e consequente crescimento da personagem em si – Algo. Quanto ao panorama e,  principalmente, às exposições descritivas do deslumbrante castello toscano, de Rosa não poderia ter escolhido melhor protagonista – Patricia – por forma a trespassar um saber muito preciso e encantador de uma Itália quase rural e extremamente humana e naturalista.

Sendo tão distintas entre si e oriundas de backgrounds diferentes, todas as personagens que enchem este livro de vida destacam-se pelas suas pequenas particularidades, traumas passados e personalidades vorazes, conferindo assim uma certa vivacidade, muito apreciada, à trama. Individualmente podem parecer indivíduos estranhos com manias e interesses pessoais mas a verdade é que, em conjunto, são simplesmente perfeitos. A harmonia do convívio, o espírito crítico e apreciador de uma boa lição de escrita, a curiosidade pelas paisagens idílicas de uma Itália bella e as surpresas que tendem a surgir nos momentos menos aguardados perfazem de Aquele Verão na Toscana um romance obrigatório para todos aqueles que não conseguem resistir a um ambiente quente, romântico e (para muitos) paradisíaco em que a intriga e o romance se conjugam de forma exímia. A nível pessoal, adorei Matt, o filho rebelde de Patricia e o jovem Fabio que, sempre misterioso, acaba por suscitar grande interesse no leitor. Juntos, facilmente deixarão o leitor em pulgas por descobrir ambos os desfechos. Especificamente referente ao grupo que assombra o Verão no castello  de Patricia, gostei imenso de Anna e Mary. Ambas genuínas, são uma lufada de ar fresco e de humanidade amorosa e condescendente perante um bando de pessoas mesquinhas, pretensiosas e interesseiras. O que me leva ao aspecto mais importante deste grupo de personagens – é que ao ser mostrado o lado bom e o lado mau de cada um deles, o leitor fica livre de os adorar ou de os odiar... e, na sua essência, não há nada como conseguir criar uma empatia, ou revolta, com “aquelas” pessoas que nos fazem avançar na leitura de um determinado livro.

Dotado de uma trama bem construída e extremamente interessante e envolvente, Domenica de Rosa agarra o leitor e embala-o numa deslumbrante viagem pela sua auto-descoberta literária. Ainda que, inicialmente, seja transparecida a sensação de se estar perante um enredo lento e excessivamente pormenorizado, tal sensação rapidamente é afastada para o lado com o desenrolar expressivo e caloroso da narrativa em si. Posso afirmar ter ficado fascinada com a recta final deste Aquele Verão na Toscana, completa e perfeitamente embasbacada com o contínuo aparecer de surpresa atrás de surpresa, questão atrás de questão e palpitação atrás de palpitação... Foram, sem dúvida, esses desfechos finais e acontecimentos inesperados, os momentos mais altos de toda a obra e só por eles vale bem a pena a leitura da mesma.

Fiquei igualmente agradada com a possibilidade de uma trama mais rica e profunda do que a maioria encontrada em romances deste género. Ou seja, os temas abordados ao longo da narrativa não se cingem pela superfluidade mas sim pelo seu elevado grau de veracidade e passibilidade de acontecerem. Por exemplo, ao falar-se de maus tratos infantis, mentiras num casamento, vaidade exacerbada, ingenuidade e problemas financeiros, para apenas nomear alguns, e ao ir-se ao fundo das suas consequências, a forma como é expressa a continuidade da narrativa adquire uma consistência mais forte e dinâmica – muito próxima do real. O que, por si, incita o leitor a querer esmiuçar cada uma das personagens, cada uma das situações mais problemáticas e cada uma das graciosidades prestadas.

Aquele Verão na Toscana, na sua simplicidade, não só cativa o leitor como faz por se mostrar diferente, descrevendo um curso de escrita que servirá de mote futuro para algumas alterações nas vidas dos seus participantes – e não só! Serão esses momentos reflexivos e onde tudo parece tornar-se, por vezes, um pouco louco e descontrolado que farão o leitor devorar página atrás de página, sequioso por descobrir um pouco mais sobre aquilo que aguarda cada uma das personagens. Não sendo um livro perfeito – é inevitável encontrarem-se algumas falhas nem que seja no simples gosto de cada leitor – este é, sem sombra de dúvida, um pedacinho de Itália que agradará a muitas apreciadoras de um romance intenso, algo complexo e decididamente pitoresco. Mais uma excelente aposta da ASA.  

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Novidade Editorial Presença - "A Resistência - Ninguém Pode Decidir por Ti", Gemma Malley

‹‹Um dos livros mais bem escritos do ano.›› - Sunday Telegraph

Título: A Resistência - Ninguém Pode Decidir por Ti
Autoria: Gemma Malley
N.º Páginas: 320
Colecção: Noites Claras, N.º 11

Lançamento: Já disponível
PVP.: 15,90€

Sinopse: A Resistência é a obra que vem dar continuidade a O Pacto - o Crime de ter Nascido, que a Presença publicou também nesta colecção. Continuamos no ano de 2140. A imortalidade foi alcançada, mas à custa de renunciar à descendência, através de um compromisso, o Pacto. Peter e Anna são dois Excedentes, duas crianças que não deviam ter nascido. Peter recebe a missão de desvendar o que se passa no programa secreto de Longevidade e é então que descobre uma verdade aterradora que o fará questionar tudo aquilo em que sempre acreditou. 

Sobre a autora:
Gemma Malley estudou Filosofia na Universidade de Reading. Colaborou como jornalista com o Sunday Telegraph e a revista Company e editou diversas revistas de negócios. É casada e vive em Londres. Escritora de sucesso entre o público adulto, estrou-se na ficção juvenil com O Pacto, um romance futurista e visionário que suscitou a aclamação unânime dos leitores e da crítica nos diversos países em que foi publicado. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Novidade Porto Editora - "O Atlas Esmeralda", de John Stephens

A Porto Editora publica, a 2 de Setembro, O Atlas Esmeralda, de John Stephens, primeiro título da trilogia juvenil Crónicas da Origem, a grande sensação da Feira do Livro de Bolonha 2010.
A trilogia é protagonizada por três crianças - Kate, Michael e Emma -, deixadas pelos pais ao cuidado de estranhos, no dia de Natal. Durante dez anos, os três irmãos saltam de orfanato em orfanato, sabotando todas as tentativas de adopção, sempre à espera de que os pais voltem para os resgatar. Certo dia, são levados para o orfanato do Dr. Stanislaus Pym, um casarão velho e estranho, cheio de coisas mágicas e onde não existem mais crianças. Um cenário perfeito para um sem-número de aventuras e personagens tão assustadoras quanto entusiasmantes.
O Atlas Esmeralda está vendido - com negócios fechados em tempo recorde - para cerca de quarenta países. Descrito como um ‹‹clássico instantâneo›› e próximo de Harry Potter e d'As Crónicas de Nárnia, este livro manteve-se, por várias semanas, nos principais tops dos países em que já foi editado (Alemanha, Itália, EUA, Dinamarca...).

Título: O Atlas Esmeralda
Autoria: John Stephens
N.º Páginas: 488

Lançamento: 2 de Setembro
PVP.: 14,90€

Sinopse: Foram arrancados da cama quando a noite já ia alta, quando o mundo estava coberto de neve. 
Dez anos depois, Kate, Michael e Emma saltam de orfanato em orfanato e já não se lembram dos pais. Quando chegam à sinistra casa de Cambridge Falls, depressa percebem que algo de muito estranho se passa...
Ao descobrirem um antigo livro com uma encadernação fora do vulgar, dá-se início a uma mágica profecia, que os levará numa viagem por outros universos a tempos. 
Só eles poderão salvar o mundo... e o seu próprio futuro. 

Sobre o autor:
John Stephens mora em Los Angeles e trabalhou durante dez anos como argumentista para séries televisivas. Mas a sua verdadeira aspiração era ser escritor. O Atlas Esmeralda, a sua estreia literária, roubou-lhe algumas horas de sono durante quatro anos. Mas o seu empenho e dedicação foram recompensados por uma recepção mundial extraordinária, tendo sido vendido em poucos dias para cerca de quarenta países. 

Imprensa:
As novas Crónicas de Nárnia.
The New York Times

Esta fantasia enérgica e bem concebida é simultaneamente assustadora e engraçada e os irmãos são heróis muito bem construídos. 
Publishers Weekly

Uma narrativa soberba.
The Wall Street Journal 

Cativante e com bom ritmo, carregado de acção, boa disposição e segredos que pululam no enredo. 
Booklist

Stephens cria uma versão Americana de um mundo fantástico complexo semelhante ao de Harry Potter e às Crónicas de Nárnia. 
The Horn Book Magazine

Ambicioso, divertido, mágico e caprichoso, este livro assinala um começo promissor de uma nova trilogia, invocando um pouco a colecção Harry Potter.
Realms of Fantasy

Novidade Contraponto - "Frankenstein - A Cidade das Trevas", Dean Koontz

‹‹Dean Koontz tem o dom de fazer o bizarro e o terror parecerem tão quotidianos quanto o nascer do Sol. Um mestre do suspense.›› — People

Título: Frankenstein II - A cidade das Trevas
Autoria: Dean Koontz
N.º Páginas: 256

Lançamento: 2 de Setembro
PVP.: 16,50€

Sinopse: Em Frankenstein - O Filho Pródigo, Dean Koontz começou por contar uma versão do clássico da literatura gótica, na qual o demoníaco Victor Frankenstein continua a tentar criar uma raça de seres perfeitos, e apenas Deucalião, o seu primeiro ‹‹monstro››, parece ser capaz de lhe fazer frente. 
Em A Cidade das Trevas a saga do criador e da criatura continua. Os espécimes da Nova Raça, as mais recentes criaturas de Victor Helios (antes Frankenstein), são na verdade assassinos perfeitos, e começam a espalhar um reino de terror pela cidade de Nova Orleães. À medida que Deucalião, com a ajuda de dois detectives, tenta impedi-los, vai descobrindo que estas criaturas podem ser assustadoramente semelhantes a seres humanos - sobretudo na sua tendência para a crueldade...
Esta obra conta com mais de oito milhões de exemplares vendidos em todo o mundo e está publicado em mais de 20 idiomas. 

Sobre o autor:
Dean Koontz é um dos autores de maior sucesso dos nossos dias. Com uma vasta obra (que inclui contos, romances, livros infantis e memórias, e percorre géneros comoa fantasia, o terror e a ficção científica), publicada em mais de 40 idiomas e com mais de 450 000 000 de exemplares vendidos em todo o mundo. 

Imprensa:
‹‹Um autor de um admirável talento narrativo.››
The New York Times

‹‹Dean Koontz tem um poder descritivo e um sentido de ritmo com que poucos escritores conseguem rivalizar.››
Los Angeles Times

‹‹Os livros de Dean Koontz são irresistíveis e arrepiantes.››
The Washington Post Book World

‹‹Mestre do enredo, do diálogo e da descrição, Koontz é um escritor brilhante e sobretudo um belíssimo contador de histórias.›› 
California Literary Review

‹‹Um mestre do drama psicológico.››
USA Today

‹‹Nenhum outro autor de best-sellers tem um estilo tão elegante como Dean Koontz. As suas personagens são memoráveis e a sua capacidade única de juntar o humor e o suspense é absolutamente cativante.››
Publishers Weekly

‹‹Um verdadeiro fenómeno literário.››
Kirkus Reviews

‹‹Dean Koontz tem a mestria de criar mundos vividos e assustadoramente realistas.››
Booklist

‹‹A sua prosa é acutilante e cheia de ritmo.››
The New York Times Book Review

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Resultado do Passatempo - "O Guerreiro Highlander", Monica McCarty

Antes de mais, quero deixar um muito obrigado a todos os que participaram e que, com isso, ajudaram ao enorme sucesso de mais um fantástico passatempo!

Assim, o exemplar do livro O Guerreiro Highlander, escrito por Monica McCarty e gentilmente cedido pela Planeta Manuscrito, vai para:

166. Isabel Caldeira!

Muitos parabéns à feliz contemplada!

Mais uma vez, não deixem de tentar a vossa sorte e, por isso, continuem a participar nos passatempos que vamos colocando no blogue. 

Parabéns, boas leituras e boas férias (para quem for caso disso)

domingo, 21 de agosto de 2011

Um Milagre em Nova Iorque, Luanne Rice



Título Original: Silver Bells
Autoria: Luanne Rice
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 226
Tradução: Carla Morais Pires


Sinopse:

Christy Byrne é um viúvo que ganha a vida a cultivar pinheiros de Natal no Canadá e a vendê-los em Manhattan. Um dia, o impensável acontece. Christy discute com o filho, Danny, de dezasseis anos. A polícia é chamada e, enquanto Christy é algemado, Danny foge. A viúva Catherine Tierney vê a luta, toma Danny sob a sua protecção, e dá-lhe acesso à biblioteca privada onde trabalha. Passa um ano e Christy regressa a Nova Iorque com a filha de doze anos para vender as suas árvores. Ele e Catherine sentem-se atraídos um pelo outro, mas ela enfrenta um dilema: irá dizer a Christy que sabe onde Danny está a quebrar a confiança do rapaz, ou trair Christy, mantendo o paradeiro do seu filho um segredo? Unidos pela sua preocupação por Danny, Christy e Catherine vão ajudar-se a esquecer os seus passados conturbados e a avançar juntos em direcção ao futuro.


Opinião:

Descobrir a escrita de Luanne Rice é como abrir as portas do coração a uma história que sabemos, à partida, ter o dom de nos comover e emocionar. Posso não estar muito familiarizada com as criações da autora mas de uma coisa não tenho dúvida, Luanne Rice nasceu para escrever... e é para mim uma felicidade ter a oportunidade de folhear mais um dos seus romances.
Um Milagre em Nova Iorque é um autêntico mimo que apetece guardar eternamente na estante e bem junto do peito. Uma história de amor apaixonante e compassiva, que apela à empatia do leitor, fazendo-o relacionar-se de forma quase íntima com os problemas, infelicidades e alegrias que perfazem as vidas de tão espectaculares personagens.

O enredo é perfeito na sua simplicidade e abordagem sentimental. Pegando num drama familiar intenso e prestes a atingir proporções incontornáveis, Luanne Rice dá vida a personagens profundas, reais e extremamente emotivas, permitindo-lhes deitar para fora tudo aquilo que são e tudo o que de mais belo precisam – ou seja, um milagre.
O cenário é incrível e simplesmente maravilhoso. Acredito que a autora não poderia ter escolhido um melhor e mais adequado local por forma a retratar uma época natalícia não só recheada de memórias familiares e espírito solidário como também de um símbolo de riqueza seu inerente, aqui retratado na pele de um pai filantropo e de um filho subconscientemente cego. A Big Apple pode ser conhecida como a cidade onde todos os sonhos podem alcançar proporções reais, contudo, Nova Iorque tem, de igual modo, um lado mais humano e mágico que é muitas vezes esquecido – ou, talvez, unicamente lembrado quando o Natal bate à porta. Mostrando uma faceta diferente e até parcialmente mística da cidade que nunca dorme, a autora surpreende e agarra o leitor do primeiro momento de separação até à possível reunião continuamente esperada.

As personagens que dão vida a este livro são do mais encantadoras possível. Christy enternece o leitor ao revelar-se um pai preocupado em encontrar um filho fugido, Catherine apela à compreensão ao mostrar-se magoada e revoltada para com Deus uma vez que este lhe levou a pessoa que mais amou em toda a sua vida mas, é quando ganha um novo e à tanto desejado brilho, que ela verdadeiramente expõe toda a sua potencialidade enquanto protagonista feminina. Depois temos Bridget, uma jovem a entrar na adolescência que anseia por um vislumbre do seu irmão mais velho, Danny que, embora inicialmente incompreendido, é capaz de tudo pela segurança da família, Lizzie, uma melhor amiga incondicional e Lucy, uma criança cuja inocência transmite uma amplíssima alegria a todos os que a rodeiam.

Alguns dos temas relatados neste romance apelam não só à consciência do leitor como à sua sensibilidade. Em Um Milagre em Nova Iorque, estamos perante um conflito familiar vivamente enraizado e que serve de mote a toda uma série de coincidências, encontros e circunstâncias ora tanto aguardadas como, por vezes, seriamente desesperantes. A realidade assenta que nem uma luva numa perspectiva meramente ficcional e é inquietante a forma como esta se desenrola quando, em grande parte, parece ser incapaz de construir um final feliz que vá de encontro à celebração natalícia que o livro tão belissimamente descreve e enquadra. A solidão, o perigo e inconstância de se viver do “nada” e na rua, a tristeza que cobre um pai quando perde um filho para o total desconhecido, a angústia que revolta e petrifica uma mulher ao perder o homem que tanto amou e que continua a amar e a constante procura por um pedaço de felicidade e paz, por mais pequeno e curto que seja, perfazem de Um Milagre em Nova Iorque um romance envolvente, quente e muito, muito apreciado.

Não sei se é uma característica comum a todos os trabalhos da autora – uma vez que, até hoje, ainda só li um outro romance de Luanne Rice, Espero por ti este Inverno – mas notei uma certa aproximação com a natureza que, certamente, não passa despercebida. Quase que se podia sentir a enormidade do espaço aberto do céu ou o cheiro a pinheiros e a árvores de natal. Recordo-me de, no romance anterior que li da autora, esta componente ser praticamente uma parte integrante da narrativa e embora, em Um Milagre em Nova Iorque, tal não ser tão pronunciado, foi igualmente uma agradável surpresa deparar-me, novamente, com uma abordagem mais natural, pura e algo citadina das pequenas grandes coisas que nos envolvem e às quais, muitas vezes, não damos o seu devido valor.

Com uma escrita rica, atenta ao pormenor e extremamente centrada no desfolhamento das emoções e sensações sentidas pelas personagens e presentes nas viragens que lhes surgem no caminho, Um Milagre em Nova Iorque trata-se de um romance sobre segundas oportunidades, que identifica a importância de não nos fecharmos enquanto pessoas individuais e de sermos capazes não só de auxiliar o próximo como de ter coragem em pedir ajuda quando necessário. Acima de tudo, este livro mostra o quão essencial é dar-se valor e apoio ao que temos, à família e aos amigos e também que, mesmo quando tudo parece impossível e demasiado negro, há sempre uma luz ao fundo do túnel, um pouco de esperança pela qual vale a pena ser batalhada.
Uma escritora magnifica com mais um romance comovedor e deliciosamente aliciante, fresco para uma tarde quente de Verão. Uma forte aposta Quinta Essência, que certamente não deveria de deixar passar ao lado.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Passatempo - "Desejar"

Em colaboração com a 1001 Mundos, o Pedacinho Literário tem o prazer de oferecer dois exemplares do livro Desejar, da autora Carrie Jones. 

Para participar e se habilitar a ganhar um destes imperdíveis exemplares, basta responder à pergunta que se encontra no formulário abaixo e preencher todos os campos obrigatórios. 
Ponha a sua criatividade à prova!, seja ousado e revele o seu desejo mais íntimo, profundo, intenso e apetecível... mas sempre com atenção às regras do passatempo. 


Regras do Passatempo:
1) O Passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 25 de Agosto (quinta-feira).
2) Só é válida uma participação por pessoa e residência.
3) Participações com respostas erradas e/ou dados incompletos serão automaticamente anuladas.
4) O vencedor será sorteado pela administração do blogue, será posteriormente contactado por e-mail e o resultado será anunciado no blogue.
5) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
6) A administração do blogue não se responsabiliza pelo possível extravio no correio de exemplares enviados pela própria e/ou pela editora. 


Boa sorte a todos!

Novidade 1001 Mundos - "Desejar", Carrie Jones

Título: Desejar
Autoria: Carrie Jones
N.º Páginas: 296

Lançamento: Já disponível
PVP.: 16,90€

Sinopse: Zara White suspeita que há um indivíduo estranho a persegui-la. Ela é também obcecada com fobias. E é verdade que ela não tem estado bem desde a morte do padrasto. Mas exilar-se no frio Maine e ir viver com a avó? Parece algo extremo.
É suposto que a mudança a ajude a manter-se sã... mas Sara tem a certeza que a sua mãe, no imediato, é incapaz de lidar com ela. Não podia estar mais enganada. O perseguidor está longe de ser um produto da sua imaginação. Ele está a persegui-la, deixando atrás de si um estranho rasto de pó. Algo não está certo - e não é humano - nesta sonolenta cidade do Maine, e todos os sinais apontam para Zara.
Nesta assustadora e absorvente narrativa, Carrie Jones dá-nos romance, suspense e uma criatura que nunca pensámos vir a temer. 

Sobre a autora:
Carrie Jones é autora de Girl, Hero, Love (and other Uses for Duct Tape), e Tops on Having a Gay (Ex) Boyfriend, que foi nomeado para um prémio YALSA e ganhou o Maine Literary Award bem como o Independent Publishers Book Award. Carrie licenciou-se no Vermont College e vive em Ellsworth, Maine. 

O Booktrailer:

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Uma Mulher de Sonho, Fern Michaels



Título Original: Pretty Woman
Autoria: Fern Michaels
Editora: Editorial Presença
Colecção: Champanhe e Morangos, N.º 44
Nº. Páginas: 300
Tradução: Ana Mendes Lopes


Sinopse:

Uma Mulher de Sonho é um livro inspirador que nos conta a história de Rosie Gardener, uma mulher que, já nos trinta e com excesso de peso, se deixa seduzir por Kent Bliss, um mulherengo muito atraente que apenas está interessado no dinheiro e no estilo de vida luxuoso que Rosie lhe pode proporcionar. Apesar dos avisos bem-intencionados de Vickie, a sua melhor amiga, Rosie acaba mesmo por casar com Kent, e o desastre confirma-se. Humilhada pelo desprezo a que o marido a vota ao longo de três dolorosos anos de casamento, Rosie reúne finalmente coragem para o mandar embora e decide recuperar a sua auto-estima através de um regime de dieta e de exercício físico. Só que, por um capricho do acaso, exactamente no dia em que toma esta difícil decisão ganha 302 milhões de dólares num bilhete de lotaria... Mas mais do que tudo, são os amigos e a inabalável vontade de vencer da própria Rosie que a levam a agarrar a vida com uma paixão que nunca imaginara possuir.


Opinião:

O romance é um estilo de escrita que aprecio pela abordagem simples e, por vezes, muito directa que faz de temas que, inconscientemente, tentamos complicar no nosso dia-a-dia. A dissecação do amor pode ser mostrada de inúmeras formas e é com este imenso e verdadeiramente profundo e enternecedor género literário que o leitor tem acesso a todas elas, desfrutando assim de horas infindáveis e agradáveis de leitura e de momentos tanto de reflexão como de entretenimento ou de refúgio face os problemas e as inconstâncias da vida.
Fern Michaels é uma excelente contadora de histórias românticas. Fazendo uso de uma escrita clara e suave, a autora sabe exactamente onde e quando colocar este ou aquele momento. E embora Uma Mulher de Sonho não esteja totalmente desprovido de clichés ou de circunstâncias previsíveis, todos esses instantes trazem algo de novo e de rejuvenescedor à essência final do enredo, que, numa última análise, alberga uma mensagem extremamente importante e que é necessária ser passada entre mulheres.

Rosie Gardener é uma personagem feminina comum passível de ser facilmente encontrada no nosso percurso diário. Está na casa dos trinta, tem um emprego estável e rentável, está apaixonada e, para seu infortúnio, não se consegue ver livre daqueles quilinhos a mais acumulados com o tempo. Porém, o seu amor somente é correspondido quando dinheiro ou bens materiais se encontram, e em proporções bem superiores, na mesma equação – o que é uma constante. E se, inicialmente, Rosie se deixa levar por inúmeras humilhações e por um descontentamento persistente, rapidamente ela ganha vontade própria e força suficiente para fazer frente ao mal feitor do seu marido (de há já três longos anos) e para começar a amar-se a si mesma. Será a sua determinação e empenho em contornar as adversidades do caminho e em procurar alcançar a verdadeira felicidade que guiarão o leitor numa história consciente, romântica e repleta de pequenas surpresas e encantos.
Kent Bliss é, de igual modo, uma personagem peculiarmente interessante e que, de uma forma algo incompreensível e até desprezível, consegue apelar à simpatia e desespero do leitor, deixando-o pertinazmente no limiar do espanto e da repulsa. As suas acções são abomináveis e o seu intelecto encontra-se centrado num único objectivo – conseguir deitar mão a parte do dinheiro da lotaria –, o que servirá também de mote para incontáveis momentos de suspense e sobressalto.

As personagens secundárias que seguem de perto os dois protagonistas deste romance são igualmente apelativas. Por exemplo, Jack Silver seduz qualquer coração feminino ao demonstrar apreço e segurança face não só o rigoroso treino de Rosie como também relativamente ao seu aspecto exterior e (principalmente) interior. Temos ainda Luna Mae que, como governanta, faz o leitor soltar uma ou outra gargalhada e Vickie que confere uma certa descontracção e casualidade a toda a trama.

O enredo é credível e fluído e, como referi anteriormente, ainda que ofereça uma certa previsibilidade em termos narrativos, não deixa de surpreender à sua maneira. Para os amantes de outros géneros que procuram uma ruptura ou algo diferente num outro tipo de literatura, esta não será, certamente, uma leitura extraordinária e viciante mas que, no entanto, permitirá ao leitor desfrutar de uns quantos momentos de relaxamento, desprovidos de preocupações. Contrariamente, para quem elege a literatura romântica como a sua favorita, não tenho dúvidas de que Uma Mulher de Sonho será um livro apropriado e que trará incalculáveis alegrias e sensações aprazíveis.

Uma Mulher de Sonho, mesmo não se tratando de um romance por aí além, não deixa de ser uma leitura que recomendo por representar uma obra inteligente, com uma abordagem diferente tanto no que diz respeito ao amor como sobre a confiança que devemos de ter em nós mesmos, perfeita para se ler numa tarde solarenga de Verão. O aspecto mais importante referido neste livro é mesmo a segurança, confiança e amor que temos obrigatoriamente que ter por nós próprios... penso que, de uma forma pouco literal, se centra no ditado popular «primeiro nós e depois os outros». Para quê sofrer quando podemos ser felizes?
Com uma capa bonita, um leque para afugentar o calor e uma história dotada de uma mensagem alerta e imprescindível nos dias de hoje, Fern Michaels é uma autora que espero ter oportunidade de continuar a seguir e Uma Mulher de Sonho perfaz-se como mais uma excelente aposta da nossa Editorial Presença

Para mais informações sobre a obra, consulte aqui! 
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