segunda-feira, 29 de abril de 2013

Predestinados, Josephine Angelini [Opinião]





Título Original: Starcrossed
Autoria: Josephine Angelini
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 366
Tradução: Inês Castro


Sinopse:

Como se desafia o destino? Uma maldição que nem os deuses conseguem vencer.
Helena Hamilton tem dezasseis anos e passou a vida inteira a tentar esconder o facto de ser muito diferente, o que não é tarefa fácil numa ilha tão pequena e resguardada como Nantucket. E está a tornar-se ainda mais difícil. Pesadelos com a travessia desesperada de um deserto fazem com que acorde desidratada e com os lençóis estragados de sujidade e pó. Na escola, é assombrada com alucinações de três mulheres a chorarem lágrimas de sangue... e, quando se cruza pela primeira vez com Lucas Delos, não percebe que estão destinados a desempenhar os papéis principais numa tragédia que as Parcas insistem em repetir ao longo da história.
À medida que Helena vai desvendando os segredos da sua ascendência, compreende que alguns mitos são mais do que simples lendas. Mas mesmo os poderes de semideuses poderão não ser suficientes para desafiar as forças que compelem Lucas e Helena a juntar-se... e que, ao mesmo tempo, tentam separá-los.


Opinião:

Nantucket não é, somente, uma ilha perdida no mapa, onde nada de mágico acontece, e onde o conforto familiar do reconhecimento é o sentimento que impera. Não. Ao contrário do que muitos possam pensar, Nantucket é o berço aconchegante da idealização física, algo humana até, de uma das mais belas, mais impressionantes e mais ferozmente disputadas mulheres que a História conheceu. Helena de Tróia vive no espírito de uma jovem adolescente que sempre procurou camuflar-se na multidão, mas quando aquele que lhe foi destinado aparece no lugar mais remoto do mundo, nada poderá, alguma vez, ser o mesmo.

Predestinados conta uma história que em tudo difere da dita fantasia YA que, aos poucos, tem vindo a povoar as estantes dos muitos leitores do género. Este é um livro tão único, tão especial e viciante, que se torna extraordinariamente difícil falar sobre ele, pois as suas particularidades, os pequenos pormenores que o tornam tão distinto, são tantos e tais, que abordar um dado momento sem divagar sobre os tantos outros surpreendentes que surgem ao longo do livro é, quase, um crime.
Josephine Angelini foi uma muito agradável surpresa. O seu estilo narrativo é absolutamente brilhante, com uma escrita simplificada mas algo poética, efémera, e uma conjugação genial de acontecimentos chave que visam enriquecer uma história de si já magnífica. No seu texto, nada é deixado ao acaso e tudo é de uma importância extrema para o futuro da humanidade. Deuses, semideuses e meros humanos, este é um enredo de perdições, de sorrisos e lágrimas, de luta e aventura.

A normalidade nunca foi um sentimento, uma sensação crescente que Helen sentisse fazer parte da sua vida. Mais cedo ou mais tarde, algo de extraordinário, de peculiar sobreviria no seu caminho fazendo com que as suas habilidades fora do comum fossem a teia capaz de interligar todas as pequenas peças perdidas, quebradas na estrada. Talvez por isso, Helen nunca antes se tivesse permitido importar, rejuvenescer num círculo social mais evidente, mas em todo o caso, encontrou em Claire a amizade e o apoio que sabia com que sempre poder contar—até conhecer Lucas.
Os Delos são uma família, no mínimo, diferente, mas em nada menos cativante. E é por ter um agregado tão vasto e peculiar que as atenções de todos os habitantes da ilha recaem em si. Muitos são os segredos que escondem, as minúcias que ocultam, mas conseguirão sobreviver ao impacto visceral de conhecer Helen?

Não existem palavras suficientemente fortes e dignas para descrever o quão fenomenal e inesquecível é este leque de personagens criado por Angelini. A forma como se expressam, como deixam a sua marca no leitor, como comunicam entre si, como se emocionam, amam, odeiam, questionam, é, sem dúvida, memorável e se este não for o aspecto de grande brilhantismo neste romance, de certo que é um dos que mais impressiona. Hector e Claire, a par com Helen, a protagonista, foram os nomes que mais se destacaram, na minha opinião. O humor característico de Claire é inebriante e os fortes sentimentos que nutre por Helen tornam-na na amiga que todo o ser humano deseja ter do seu lado. Quanto a Hector, foi simplesmente uma personagem que me compadeceu e me fez apaixonar. Os seus dilemas e o desfecho traumático com que encerra a sua participação neste primeiro volume da trilogia é electrizante, e eu mal posso esperar por saber que destino cruel lhe foi concedido.

O cenário pode não ser o mais impressionante ou esperado para este tipo de enredo, mas, sem dúvida de que é o ideal tendo em conta a liberdade de movimentos e descobertas ofertada às figuras principais que se encontram num longo processo de auto-descoberta. Foi incrível, maravilhoso até, percepcionar cada crescimento, cada revolta e cada passo em favor do amor. Foram momentos absolutamente emocionantes, descritos nas mais belas das palavras.
Os vários temas que Angelini foca é outro dos vários elementos de grande interesse presente nesta singular trama. Aqui fala-se de amizades indestrutíveis, de primeiros amores que despontam, de confianças que se perdem e vinganças que geram laços inesperados, de lutas contra o desconhecidos e de destinos escritos no céu. Desde o sofrimento de uma perda inigualável à descoberta de um futuro tremido, as mensagens que se perpetuam pelos leitores estão lá, e não há como se lhes fugir.

Adorei este livro, as suas personagens, os seus momentos de nervosismo miudinho, e ainda hoje não consigo totalmente compreender o porquê de ter levado tanto tempo a pegar-lhe. Penso estar bastante claro, no decurso desta opinião, o quão especial e único é este romance, e os vários motivos, razões que me fizeram apaixonar por tudo o que a ele se refere.
Uma aposta 5***** por parte da Planeta Manuscrito, numa obra decididamente obrigatória para todo e qualquer admirador de fantasia juvenil, com o acréscimo de neste livro, em particular, o tema central ser a mitologia grega que tantos mistérios engloba. Fantástico!

sábado, 27 de abril de 2013

Origins: The Fire, Debra Driza [Review]





Author: Debra Driza
Publisher: Katherine Tegen Books (2013)
Pages: 15
Format: eBook

Description:
Heart-stopping and electric, MILA 2.0: Origins: The Fire contains a short prequel story and an excerpt to MILA 2.0, the first book in a riveting Bourne Identity–style trilogy by Debra Driza.
Mila can't remember anything before the fire that took her father's life. It's normal to have some memory loss after traumatic events, but Mila doesn't remember if she's ever learned to ride a bike, or if she's ever been in love. Nothing.
What she doesn't know is that she isn't supposed to remember—that she was built in a computer science lab and programmed to forget. Because if she remembers, she might discover her true identity.
The question is: If she relived the fire, what would she see?

Review:
I think I’m falling deeply in love with novellas—is that even normal? I find them to be extremely interesting, in the aspect that they show to readers bits of important moments or different perspectives that end up being vital for the main story. I haven’t yet started Mila 2.0, but after Origins: The Fire, I can’t wait to dig further, deeper into Mila’s story.

This is a very short tale of what happened before the action of Mila 2.0. There was a fire that took Mila’s father’s life and I can only imagine, after reading all the emotions and thoughts that ran through her mind during this iridescent and life threatening episode, how that event changed her as person. As far as I can see, she doesn’t remember much after the incident, somehow part of her memory gets lost, but that’s the more interesting side of this novella, ‘cause its ending is so powerful, so outstandingly weird and unexpected, that not only took my breath away as also left me hanging on the most tortuous ending possible.

This 15-page narrative still makes me shiver whenever I think about it. The writing was a little confusing at first, but once I got into the moment I couldn’t stop turning the pages. Its pace is so fast and so emotional that’s literally impossible not to care, not to feel nervous and excited, not to sympathize, right away, with Mila’s character. Her persistence, her courage and love for her parents is so big and violent that she’s willing to risk her own life to save them, to have one last piece of time with them, and that only made me care for her more.
If you have doubts on whether you should or should not give a try at Debra’s trilogy, please read this short story and I can promise you that no more reservations will haunt you. Actually, you’ll want to start reading the actual book right away. You’ll see!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Pedacinho picks... Planeta Manuscrito


De vez em quando sinto a necessidade de ler um bom romance histórico. Mas assim daquele histórico puro, onde a sensualidade não é uma componente activa ou principal. Confesso que nunca me estreei na escrita desta autora de quem só tenho ouvido maravilhas, e com o seu mais recente romance traduzido a ser lançado por cá... acho que chegou finalmente o momento de alterar e expandir as minhas paixões literárias. 
Assim, esta é a escolha da Pedacinho, para o corrente mês de Abril, com carimbo Planeta Manuscrito. 

A Rainha Cativa
Barbara Kyle 

Sinopse: 
Inglaterra, 1554. No rescaldo da fracassada Revolta dos Wyatt, uma rainha Maria vingativa manda capturar e executar todos os conspiradores. Entre os detidos encontra-se a irmã, Isabel, de vinte e um anos. Isabel declara-se inocente, atitude que intensifica ainda mais a raiva de Maria. 
Isabel anseia por recuperar a liberdade - e conquistar a coroa da irmã. Em Honor e Richard Thornleigh e no filho de ambos, Adam, a jovem princesa encontra aliados leais. Revoltada com a intenção proclamada por Maria de queimar todos os hereges, Honor visita Isabel, presa na Torre, e as suas mulheres tornam-se amigas. E quando Adam desmascara um potencial assassino, a gratidão de Isabel transforma-se numa atracção forte e mútua. Mas embora Honor esteja disposta a pôr em risco a sua segurança pela futura rainha, a participação numa nova revolta contra a impiedosa Maria obriga-a a fazer uma escolha impossível... 

Sobre a autora:
Barbara Kyle foi actriz de sucesso e teve uma brilhante carreira na televisão. Como sempre gostou de escrever, e da História, nomeadamente da época dos Tudor, dedicou-se a uma investigação profunda e escreveu A Aia da Rainha, que teve as melhores críticas e várias semanas no top de vendas. 
Vive em Ontario com o marido, onde escreve e ensina escrita criativa. 

* Atenção, este é o terceiro livro de, até então, uma tetralogia. Os romances anteriores, por ordem, são A Aia da Rainha e A Filha do Rei *

sábado, 20 de abril de 2013

The Prince, Kiera Cass [Review]





Author: Kiera Cass
Publisher: Harper Teen (2013)
Pages: 59
Format: eBook


Description:
Before thirty-five girls were chosen to compete in the Selection...
Before Aspen broke America's heart...
There was another girl in Prince Maxon's life...

Review:
I can’t tell you how much I truly wanted to read this one and how eager, now even more, I am for The Elite! I read The Selection not a long ago and I not only loved the concept and America’s passionate and friendly personality, as I also felt mesmerized by the way Kiera tells her story. Her writing is so amazingly beautiful and easy and simple and natural that I just couldn’t way not a teeny tiny little bit longer to read more from her.

This novella was a surprise as I actually started to really like Maxon. He’s so much more real here, we can seriously sense his insecurities towards the selection and understand all the pressure he’s in, not just ‘cause of the contest and the need to find a wife, but mostly due to his fathers expectations and behaviour concerning him. In The Selection I think he came out a little too flat, but in The Prince he genuinely shows himself and all of his limitations in his own life—Daphne is a great example of precisely that. She was the perfect way out, the easiest union, but Maxon’s father would never allow it… even if she would be his son’s most wanted woman on the planet.

It was so awesomely great to see the other side of so many key moments when America’s perspective was the only one I knew. And it was even funnier to realize that some of the things that America and the other selection girls thought of a couple of Maxon’s reactions were, in fact, so wrong and so completely away from the truth—these were definitely my favourite moments of this novella!
In overall, The Prince is a very good addition to everyone who read and enjoyed The Selection and wants to better understand what motivated Maxon and what was going on on his life prior to the whole selection and wife thing. To someone like me who didn’t quite felt convinced by this character, this is the one thing that’s going to change that—and to those who found in Maxon a bright and sweet companion, this is the short story you won’t want to miss.

A Quote to Remember #8


Mais citações / More quotes:

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Blog Tour: Anomaly by JC Emery [Review]



Today I bring you another blog tour/book blitz, this time hosting a tour for Anomaly Release Day Blitz. 
Hope you all enjoy it!

Title: Anomaly
Author: JC Emery
Published: Left Break Press

Description:

How far would you go to save your sister?
Life as a college senior is stressful enough. Between mid-terms, stupid boys, and a rare blood condition, Eliza Landry is just trying to figure out what normal is—whatever that means—when she discovers that vampires aren’t just a thing of legend.
In a matter of moments, her life changes forever when she and her older sister Kate suffer a vampire attack which leaves Eliza with two puncture wounds on her neck and an allergy to sunlight. But she’s still human, or at least she thinks she is. It doesn’t really matter—her main concern is that her sister is missing.
Sorrow turns to obsession, leading Eliza to piece together the puzzle of that terrifying night. Even stumbling upon a millennia-old vampire assassin named Luke Conrad who either wants to kill her or kiss her (she can't decide) cannot deter her.
When bodies start piling up and one of them is supposedly Kate, Eliza and Luke set out to discover who is behind the attacks. Soon, Eliza is drawn into the dark and dangerous world of the undead, with no guarantee she’ll make it out alive, and no doubt that she won’t like what she finds.

Review:
I can’t ask for a better thing, a better feeling, than the one that consumes my soul whenever a book turns out to be a massive surprise. I’m still not quite sure what was it that I was expecting from this story, but no doubt in my mind that this wasn’t it. Anomaly is such a refreshing read in the vampire themed story that I continue to be astonished by it. Everything about it is odd and different and invigorating, and I find that to be extremely important when vamps are the creatures being portrayed. I’ve read so many variations of this genre before, with girls being turned and then falling in love with their masters, that I’m always looking for the next big thing, the next great novelty, the next risky fresh, creative vibe. JC Emery definitely pulled this one off successfully.

Eliza is the essence of this book but, for me, Kate was the one that constantly made me wonder and question her sanity, and that kept me on edge due to her unexpected growth and transformation throughout the story. She used to have this sweet and caring side, this charisma that would easily lighten up an entire room, but then everything was destroyed and all that was left was this bitter, mean person of hers. Her sister, on the other hand and because it is her perspective the one given to readers, sends out this strong sense of familiarity and closeness that’s from utter importance. In the beginning, she’s this fragile young woman who has been affected by an illness all of her life, but once she’s attacked and Kate disappears, something in her changes and she ends up becoming this kick-ass heroin that no one expects her to be.

I really did enjoy the way Emery built her story, although there were a couple of things more towards the end that didn’t completely convince me. I believe it was positively clever of her to show that the thing that matters the most is finding Kate, so that the vampire aspect of the story comes out in second plan. I felt much more attached to the story and to Eliza’s fears and despairs because of this choice than I would have ever had if Emery had decided to put all the importance and attention in Eliza’s transformation into some kind of weird and unknown creature. Too bad Luke wasn’t much of a supporting character. I can’t say I didn’t like him ‘cause I did, and he sure had his moments but I don’t think he was giving the care he deserved and, due to that, he wasn’t able to really fulfil the steps of mysterious love interest.

There were times, so many, many times, when I wanted to give this book a complete 5 stars… but as soon as the ending was coming clearer and nearer things just stopped happening with the same intensity has they had been happening. The pace slowed down, the majority of the questions kept unanswered and the way the book ended was way too weird. I wanted to know more about The Legion and The Guard, I wanted to try and understand what was it that really happen to Kate and the reason that made her act the way she did, but nothing was given to me and because of that I felt a bit numb and totally confused. I hope, with all my strengths, that the next book in the series brings some answers ‘cause I really want them now! Can’t stand this curiosity for much longer...


About the author:
As a child, JC was fascinated by things that went bump in the night. As they say, some things never change. Now, as an adult, she divides her time between the sexy law men, mythical creatures, and kick-ass heroines that live inside her head and pursuing her bachelor’s degree in English. As it is for most writers, finding balance is a challenge.
JC is a San Francisco Bay Area native, but has also called both Texas and Louisiana home. She was born to a pair of crazy amazing parents whom she often draws inspiration from and who have supported her no matter how flighty her ambitions may be. She is blessed with a sister, eleven years her junior, who she also calls her friend. With the support and encouragement of her parents behind her, JC set out to figure out what she wanted to do when she grew up. Most days, the jury is still out; but the thing that stuck with her no matter what she pursued was her love of the written word.
JC writes adult, new adult, and young adult fiction. She dabbles in many different genres including science fiction, horror, chick lit, and murder mysteries; but she is most enthralled by supernatural stories-- and everything has at least a splash of romance.
Marital Bitch is JC’s first completed novel and the first book in the Men with Badges series.

Find JC Emery on: Website | Facebook | Twitter | Goodreads


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Pedacinho picks... ASA


Habemus Quinn!
Ah, deixem-me só festejar mais um bocadinho! Um movimento de dança aqui, um la ra la ali, e um sorriso que nunca mais acaba! Bastante óbvia a escolha ASA para o corrente mês de Abril, don't you think? E eu que estou mortinha por ler o romance do Colin *suspiro*e que é já o próximo! Mas, pronto, acalma-te Pedacinho, respira fundo, relaxa os ombros, e concentra-te no igualmente encantador Benedict. Ai, rapaz, vamo-nos divertir tanto! 
Amor & Enganos, a escolha da Pedacinho, para Abril, com carimbo ASA. 

Amor & Enganos
Julia Quinn

Sinopse:
Sophie Beckett tinha um plano ousado: fugir de casa para ir ao famoso baile de máscaras de Lady Bridgerton. Apesar de ser filha de um conde, ela viu todos os privilégios a que estava habituada serem-lhe negados pela madrasta, que a relegou para o papel de criada. Mas na noite da festa, a sorte está do seu lado. Sophie não só consegue infiltrar-se no baile como conhece o seu Príncipe Encantado. Depois de tanto infortúnio, ao rodopiar nos braços fortes do encantador Benedict Bridgerton, ela sente-se de novo como uma rainha. Infelizmente, todos os encantamentos têm um fim, e o seu tem hora marcada: a meia-noite. 
Desde essa noite mágica, também Benedict se rendeu à paixão. O jovem ficou até imune aos encantos das outras mulheres, excepção feita... talvez... aos de uma certa criada, que ele galantemente salva de uma situação desagradável. Benedict tinha jurado tudo fazer para encontrar e casar com a misteriosa donzela do baile, mas esta criada arrebatadora fá-lo vacilar. Ele está perante a decisão mais importante da sua vida. Tem de escolher entre a realidade e o sonho, entre o que os seus olhos veem e o que o seu coração sente. Ou talvez não...

Sobre a autora:
Mal terminou o seu curso universitário, Julia Quinn começou a escrever e nunca mais parou. Todos os seus romances integram de imediato a lista de bestsellers do New York Times, com especial destaque para a série Bridgerton, de que a ASA publica agora o terceiro volume. Vive com a família no Colorado. 

   
Opinião                         Opinião

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A Floresta Mecânica, Robison Wells [Opinião]





Título Original: Variant
Autoria: Robison Wells
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 328
Tradução: Catarina F. Almeida


Sinopse:

Benson Fisher pensou que uma bolsa para frequentar a Academia Maxfield seria o seu passaporte para uma vida com futuro. Estava enganado. Agora, vive num colégio cercado por uma vedação de arame farpado. Um colégio onde câmaras de vigilância monitorizam todos os seus movimentos. Onde não há adultos. Onde os alunos se dividiram em grupos para sobreviver. Onde a punição por violar as regras é a morte. Mas, quando descobre, por acidente, o verdadeiro segredo do colégio, Benson percebe que cumprir as regras poderá trazer-lhe um destino pior do que a morte, e que a fuga – a sua única esperança de sobrevivência – talvez seja uma missão impossível.


Opinião:

O talento para a escrita é algo que corre na família Wells, disso não me restam dúvidas! Ainda me recordo de ter absolutamente adorado Não Sou Um Serial Killer, de Dan Wells muito antes de me debruçar sobre esta Floresta Mecânica, e vir a descobrir que estes dois escritores maravilhosos são, na verdade, irmãos, não só foi surpreendente como também divinalmente refrescante, na medida em que, com estilos tão distintos e únicos, é uma surpresa deliciosa constatar que tanto um como o outro me fizeram apaixonar pelas suas histórias, mundos comuns e personagens singulares. Estão a ver aqueles livros que ocupam um lugar especial na estante porque simplesmente não os conseguimos parar de ler? A Floresta Mecânica faz parte desse leque restrito de títulos ao apresentar uma narrativa de leitura impulsiva e reviravoltas constantes.

Não sei dizer ao certo o que foi que tanto me atraiu para este livro em particular, mas assim que o comecei a folhear e a embrenhar-me na sua história, não mais me foi possível pensar noutra coisa que não nas imagináveis soluções para os problemas de Benson. No entanto, uma coisa é certa—há que gostar de Benson enquanto protagonista, pois embora o enredo seja misterioso e expectante desde o principio, se tal não acontecer, se o leitor não estiver interessado em descobrir o porquê de esta personagem tanto querer fugir, tanto querer a sua vida de volta, então a leitura de nada lhe valerá.
Penso que foi muito inteligente da parte de Wells escolher, como pano de fundo da acção, um cenário extraordinariamente restrito e limitado, em vez de seguir os passos de tantos outros escritores do género e aventurar-se na criação de um universo completamente novo e disfuncional. Assim, ao poder concentrar-se na idealização perfeita do ambiente opressivo e estranhamente bizarro que se vive na Academia Maxfield, Wells permitiu ao leitor embrenhar-se num local repleto de segredos e superficialidades, onde nem tudo é o que parece, e onde muito se encontra por explicar. O facto de existirem câmaras de vigilância em cada esquina e um conjunto de alunos que segue as directrizes de vozes anónimas e que tenta, igualmente, implementar a ordem no restante grupo estudantil que se vê desprovido de uma figura adulta e conselheira, vem somente acrescer ainda mais dúvidas a uma já de si bastante avultada quantia de perguntas.

Em Maxfield existem três grupos, três tipos de alunos que se associam entre si consoante os seus interesses—os que tomam conta de tudo e são responsáveis por corrigir o que está mal, os que tiram prazer em destabilizar o que já de muito frágil existe na escola, e os que não são nem uma coisa nem outra. Benson é um Variante e, nesta história, Variante significa ser não outra coisa que ele mesmo. Ele sabe que algo de profundamente errado se passa em Maxfield e ao qual nem os próprios alunos estão imunes, e rapidamente se apercebe de que não poderia ter tomado pior decisão de que a de ter aceite a bolsa para ingressar na Academia. Mas que segredos se escondem nas profundezas de Maxfield?
Gostei imenso de Benson. Para mim, é o perfeito tipo de personagem masculina que impulsiona à leitura. Ele é curioso mas tem plena consciência dos seus limites, é forte mas também deveras protector, e, acima de tudo, não tem medo de ir contra tudo e todos se, no seu pensamento, tal for a atitude mais correcta a seguir. Talvez seja por isso que é ele quem mais surpreendido fica com a descoberta final. Talvez seja por isso que aquele sentimento de incerteza, de desconfiança presente deste o início, tenha sido o indício, a voz interna que nunca o permitiu desistir.

O melhor trunfo deste livro é, sem dúvida, a escrita simples e o ambiente tenebroso e desconcertante que Wells criou. Não estava, de todo, à espera de um tal desfecho. Sempre soube que A Floresta Mecânica se tratava de uma obra distópica, mas nada me poderia ter alguma vez preparado para todas as perguntas, e todas as dúvidas, e todo o nervosismo que acompanharam a leitura. E o que mais me fascinou em toda a história foi o pormenor de sempre que pensava finalmente saber o que se estava a passar e acreditar que mais nada me poderia surpreender, bamb!, nova reviravolta! O desfecho foi de morte. Que final em aberto. Que tortura para uma leitora ávida como eu!
A Floresta Mecânica é uma leitura espectacular e o tipo de livro que deixa muitas portas em aberto para o que poderá vir a ser desenvolvido na continuação. Ainda não tive o prazer de ler Feedback, mas somente posso esperar que Wells tenha escolhido os caminhos certos a percorrer e que, de uma forma ou de outra, me deixe ainda mais abalada. Uma brilhante aposta da Planeta Manuscrito, ideal para todos os aficionados por distopias juvenis. Adorei.

Passatempo «Delírio», Lauren DeStefano


Com o maravilhoso apoio da Planeta Manuscrito, o Pedacinho dá hoje início a mais um espectacular passatempo. A sorteio está um exemplar da distopia Delírio, da jovem autora Lauren DeStefano, uma continuação que não irá querer perder!

Para se habilitar a ser o vencedor deste espectacular livro, basta que responda correctamente às questões que se encontram no formulário em baixo, e que preencha todos os campos obrigatórios.
Por favor, tenha em atenção as regras do passatempo! 

As respostas podem ser encontradas aqui e/ou aqui!

Regras do Passatempo:
1) O Passatempo decorrerá até às 23h59 de 22 de Abril (segunda-feira)
2) Só é válida uma participação por pessoa e/ou e-mail.
3) Participações com respostas incorrectas e/ou dados incompletas serão automaticamente anuladas.
4) O vencedor será sorteado aleatoriamente pela administração do blogue, será posteriormente contactado por e-mail e o resultado será anunciado no blogue.
5) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
6) A administração do blogue não se responsabiliza pelo possível extravio, no correio, de exemplares enviados por si e/ou pela editora em questão.


Boa sorte!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pedacinho picks... Quinta Essência


Gosto desta autora. Gosto mesmo muito, muito desta autora, e quando soube que ia ser lançado um novo romance da sua autora após perdida toda a esperança de voltar a ter um livro seu na estante, o meu pobre coração literário parou e... não resistiu. Estou com altas expectativas pois, após um Há Sempre Um Amanhã absolutamente adorável, só rezo para que este seja ainda melhor, mais intenso, mais soberbo, mais emocionante. Ai, que saudades apertadinhas que vão finalmente camuflar-se em novas páginas de Notaro. Yey! 
Perto de Ti, a escolha da Pedacinho, para Abril, com carimbo Quinta Essência. 

Perto de Ti
Anita Notaro

Sinopse: 
Louisa está farta da sua vida. Do namorado, do trabalho, do apartamento - tudo precisa de uma reforma imediata e radical. E assim ela decide mudar tudo a favor de uma existência despreocupada, trocando o seu apartamento por uma casa móvel, o carro por uma mota, e as suas roupas elegantes por outras informais. E, acima de tudo, começa um novo trabalho como psicóloga de cães. Com as amigas Maddy e Clodagh, embarca numa nova aventura - para conhecer pessoas diferentes, descobrir novos lugares e encontrar um homem novo e fabuloso. O seu trabalho traz-lhe recompensas imediatas e extraordinárias quando ela conhece os donos de cães cujos problemas muitas vezes parecem ecoar os dos donos. Mas independentemente do stresse da sua nova vida, Louisa tem o apoio das amigas. Se ao menos isso pudesse durar para sempre...
Alguma vez teve contado de virar costas e ir embora?

Sobre a autora:
Anita Notaro é produtora de televisão, jornalista e realizadora e trabalhou para a RTE, a radiotelevisão da Irlanda, durante dezoito anos. Foi realizadora do Festival Eurovisão da Canção e das eleições gerais irlandesas, bem como de programas para a BBC e Channel 4.

       Opinião

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Cor do Desejo, Vina Jackson [Opinião]





Título Original: Eighty Days Yellow
Autoria: Vina Jackson
Editora: 5 Sentidos
Nº. Páginas: 260
Tradução: Carla Melo


Sinopse:

Summer Zahova é uma violinista ardente e impetuosa, que vive uma relação frustrante com um homem que não a compreende. É na música que encontra a sua libertação. Ela passa as tardes nas estações de metro de Londres a tocar violino, perdida nas partituras de Vivaldi e Mendelsshon. Um dia o seu violino sofre um acidente irreparável e Summer recebe uma proposta inesperada de Dominik, professor universitário, um homem atormentado por desejos inconfessáveis que ficou fascinado por Summer quando a ouviu tocar. Dominik oferecer-lhe-á um novo violino na condição de ela tocar para ele em privado.
Incapazes de reprimir a forte atração que sentem, Dominik e Summer embarcam numa aventura intensa e ousada. Para Summer é a oportunidade de se confrontar com o seu lado mais sombrio, no entanto, cedo se apercebe de que o prazer tem um preço elevado. Mas poderá uma relação nascida de uma tal paixão sobreviver?


Opinião:

Existem momentos especiais capazes de mudar, por inteiro, o curso de uma vida—o estilhaçar palpável de uma parte de nós, o escutar de uma música que nos embala, que nos diz algo e que nos provoca a querer mais, o relutante e algo curioso «sim» face o desconhecido... Elas estão lá, aquelas pequenas variações que nos moldam e nos fazem ser quem somos, mostrar quem desejamos ser. E quando esses instantes perdidos no tempo nos levam à mais bela e ansiada das descobertas, não há como lhes resistir, como os odiar...

A Cor do Desejo representa, a meu ver, o exemplo perfeito de como uma capa simples e bonita pode ter um interior bem mais complicado de definir e idealizar. As promessas encontram-se lá, numa sinopse provocadora e que deixa antever uma aventura erótica sem igual, mas a verdade é que, se as expectativas estavam em alta—até porque anda por ali um violino—, o resultado das mesmas não poderia, no meu caso, ser mais desastroso.
Vina Jackson trata-se de um pseudónimo, de uma estreia anónima, a duas vozes, num estilo literário que, actualmente, tem vindo a ser grandemente explorado. Não fossem as inúmeras e incontáveis descrições emocionais e de acção que povoam o texto narrativa, e de certeza que esta teria sido uma leitura bem mais fácil e fluida. Não sei precisar se esta foi a mais acertada das escolhas, a união destes dois escritores num só, mas espero, sinceramente, que o volume seguinte mostre uma abordagem bastante mais simplificada e, até, floreada, do que poderia ser uma história com bastante potencial.

A musicalidade instintiva, transcendente, e altamente presente no decorrer da história—ainda que de forma cada vez mais peculiar—, que não só aborda a beleza dos clássicos como transmite, poderosamente, os sentimentos puros, crus, que um músico experimenta de toda a vez que toca uma peça, é um dos elementos, se não mesmo o elemento, mais importantes e agradáveis do livro. Neste caso em particular, admito ser bastante suspeita em termos opinativos, pois o violino é dos instrumentos que maior curiosidade me suscita, e dos sons mais belos que alguma vez se pode ouvir numa vida, quando tocado correctamente. Tendo este pormenor em conta, a parte melodiosa de mim que não se soube distanciar do enredo e impedir que me apaixonasse perdidamente pela graciosidade deste aparelho, viu-se desfalecer face um lado mais obscuro e provocador da harmonia. No entanto, para positivar um todo, não foi o suficiente.

Aborreceu-me um pouco a importância dada ao vestuário das personagens. Compreendo que este seja um romance direccionado para o público feminino que, obviamente, terá um interesse inerente por tudo o que é roupa e calçado, mas a sério que estes dois escritores que dão vida a Vina Jackson (supondo eu, talvez até erroneamente, de que se trate de figuras do sexo masculino) acreditam mesmo que todas as mulheres apreciam ler tão detalhadamente sobre... vestimentas? É que somando todas as páginas, tinta e papel perdidos em extensas narrações de vestidos, sapatos de salto agulha e falta de roupa—porque esta acaba, inadvertidamente, também por desaparecer—, e comparando à atenção que poderia ter sido dada a outras situações—nomeadamente, a um maior empenho no que toca a diálogos—, esta ousada escolha foi, para mim, um desperdício—quase!, porque percebe-se o porquê de alguns desses momentos—em absoluto.

BDSM falando, creio que esta história é das que melhor e mais pormenorizadamente desenvolve a temática, mantendo-se fiel à ideia de que nem tudo se resume a uma relação de dominador/submisso. Mostrando, por vezes, contornos mais suaves de BDSM e introduzindo, também, a componente fetichista que muitas vezes acompanha os praticantes deste «estilo de vida», com um curioso voyeurismo aqui e ali, no que diz respeito ao conteúdo erótico de A Cor do Desejo, não só encontro um imenso potencial e crescimento que poderá, efectivamente, agradar a muitos leitores, como também acredito que, não fossem as más opções criativas, este livro poderia ser tão, mas tão melhor.

O balanço entre narrativa descritiva e falada está longe de ser perfeito. Muitos acontecimentos encontram-se narrados ao invés de experienciados, no momento, pelas personagens, de modo a que o leitor pudesse criar ligações estreitas e imprescindíveis de forma a manter o interesse e a expectativa presentes ao longo do texto, mas visto tal não acontecer, é com um certo enfado que se encara página, atrás de página, atrás de página de descrição, descrição, e mais descrição. Até porque os pequenos e extremamente sumidos diálogos quando aparecem, dão a sensação de não possuírem qualquer substância, qualquer inteligência ou propósito que não o de iniciar um encontro sensual ou uma conversa de contornos eróticos. Penso que, neste género literário, o que o leitor procura é uma história ligeira e até algo suave, sem grandes complicações ou complexidades, que flua naturalmente e, para enorme desagrado, a ampla «mancha negra» de texto presente página sim, página sim, pura e simplesmente, não o permite.

Se a divisão de perspectivas num romance é, muitas vezes, um benefício pois possibilita ao leitor a compreensão emocional de ambos os lados que constroem e transformam a trama, neste caso em específico, não senti que a visão de Dominik fosse tão ou mais interessante—e, atrevo-me a dizer, necessária—de modo a justificar a dualidade narrativa. Desde o início que achei a excentricidade e lado mais peculiar, promíscuo até, de Summer indubitavelmente mais apelativo que o misticismo confuso de Dominik, e numa última instância, julgo que Summer é bem mais intrincada e completa como personagem—o que se traduz, também, em mais forte—que Dominik.

Não pretendo, com esta minha opinião, dissuadir o leitor que me lê de adquirir ou simplesmente experimentar este livro, acontece apenas que, dentro do estilo e tendo em consideração as várias componentes menos agradáveis encontradas pelo caminho, não vejo este romance como uma aposta sublime ou revolucionária. Dizem que melhora a partir daqui, e visto até que 80 Dias se trata de uma série—com mais qualquer coisa ali pelo meio—, pode ser que este seja um caso isolado, vitima da complexidade do volume introdutório, contudo, e numa perspectiva inteiramente pessoal, não foi leitura que me tivesse deslumbrado, o que é pena.
Uma aposta 5 Sentidos que possivelmente poderá vir a deliciar, e a conquistar, um verdadeiro adepto do género. Afinal, não podemos todos gostar de amarelo, não é verdade?

2009 Pedacinho Literário. All Rights Reserved.