terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tudo se Perdoa por Amor, Patricia Scanlan



Título Original: Forgive and Forget
Autoria: Patricia Scanlan
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 476
Tradução: Ana Glória Lucas


Sinopse:

Nada como um bom casamento… para dar início a Terceira Guerra Mundial!
E é exatamente o que vai acontecer se Connie Adams, a mãe da noiva, não conseguir melhorar as relações entre Debbie e o pai.
Barry faz questão que a sua emproada segunda mulher e a filha adolescente, sempre mal-humorada, o acompanhem no grande dia, mas Debbie preferia casar num supermercado a tê-las no seu casamento.
E, como se não bastassem já a Debbie todas estas coisas, a sua chefe anda a fazer-lhe a vida num inferno e ela começa a desconfiar que o noivo tem algumas hesitações relativamente ao casamento…
Por isso, viverão todos felizes para sempre ou estará a família inteira a encaminhar-se para o divórcio?


Opinião:

O casamento é um dos momentos mais marcantes e memoráveis na vida de uma mulher. Trata-se de um acontecimento único, celebrado em sintonia com todos aqueles que se ama e que são importantes. Por isso mesmo, é igualmente uma altura vulnerável, sensível e irrequieta para a mulher, que se vê muito próxima do limiar do nervosismo e exasperação total, e que a leva a uma volatilidade incontrolável de sentimentos e ideias perante, não só, a cerimónia em si e tudo o que esta acarreta para o seu futuro, como também para com todos os que a rodeiam.

Debbie Adams está prestes a unir-se, em matrimónio, a Bryan Kinsella, só que esta não é uma noiva comum. Tendo sido criada por uma mãe cuidadosa e solidária e um pai ausente, Debbie transporta em si o peso do abandono e da mágoa que sente em relação ao seu pai e à família que este construiu. Ao transformar-se numa mulher forte, decidida e dona da sua vontade, recusa-se a abdicar do seu direito de ter uma festa perfeita e ao seu gosto para agradar aos demais e, assim, acaba por entrar em conflito com aqueles que maior amor nutrem por si. Em contraste, Bryan faz uso do seu tempo livre para viver a vida ao máximo, gozar as amizades, experimentar de tudo e do melhor, mesmo quando o dinheiro disponível para gastos extra é assustadoramente reduzido. Mas Bryan guarda um segredo... e ao deparar-se com uma Debbie à beira de um precipício emocional, trata de a persuadir, com o seu carisma e talento, a deixar para trás todos os seus problemas e a seguir em frente, na direcção de uma vida em conjunto mais serena e divertida.

A beleza deste enredo encontra-se nas ligações, actos e respectivas consequências que este leque excepcional de personagens tece entre si. É que embora o ponto focal da história seja o relacionamento e posterior casamento de Debbie e Bryan – com maior destaque para Debbie –, seria impossível verdadeiramente gostar e apreciar este romance sem todas as situações exteriores que envolvem tamanho acontecimento e, claro, sem intervenientes como Connie, a mãe lutadora, Barry, o pai flexível, Aimee, a madrasta viciada no trabalho, Melissa a meia irmã que só quer ser aceite ou Judith, a chefe intratável e sem vida própria.
A harmonia e naturalidade que Patricia Scanlan criou entre as personagens de modo a construir uma trama coesa, dramática e chamativa é, deliciosamente, enlouquecedora. Com um virar de páginas constante e uma necessidade de descoberta e leitura desenfreada, Tudo se Perdoa por Amor é, para mim, um livro distintamente enternecedor e tocante, e que retrata com exactidão e de forma exímia os dramas familiares de duas famílias distintas mas igualmente susceptíveis e marcadas pelas falhas de comunicação e escolhas precipitadas.

Para uma estreia num género «mais suave» que aprecio bastante, Scanlan foi inteiramente refrescante! Com um estilo de escrita apelativo, moderno e frontal, que mostra as diversas perspectivas e pensamentos que afrontam cada uma das personagens relativamente aos acontecimentos e surpresas que invadem, numa constante, esta narrativa, Tudo se Perdoa por Amor é um livro que cativa não só pela beleza com que está escrito ou pela forma como a autora interligou as personagens entre si mas, principalmente, por abordar toda uma série de temáticas necessárias para os dias de hoje – como, por exemplo, o perdão, o abandono por parte de um pai, a falta de atenção prestada aos adolescentes, a dependência de uma mãe face a uma filha, o real valor da amizade e a solidão, entre outros –, e que actualmente fazem parte da vida de muitas pessoas que conhecemos (se não mesmo da nossa), e que são atractivos capazes de transformar um simples romance numa obra frutífera, voluntariosa e propícia à reflexão, à familiaridade e à comparação com o real.

Para além de adorar a capa, está claro que devorei este livro. Foi uma história que me deu mesmo prazer ler, com personagens que ora me fizeram rir, ora me fizeram chorar ou enfurecer, e recheada de situações caricatas e surpreendentes que me mantiveram cativa e agarrada durante as 476 páginas que a perfazem. Posso dizer ainda que não descansei enquanto não abarquei a última frase, a última palavra e agora, mal posso esperar por ter em mãos Felizes para Sempre, sequiosa que estou por saber um pouco mais do que vai acontecer a estas personagens que tanto adorei. Uma estreia inesperadamente calorosa, da feminina Quinta Essência, e a qual recomendo sem rodeios. 

Novidade Editorial Presença - "Dolci di Love", Sarah-Kate Lynch

O romance perfeito para o dia dos namorados

Título: Dolci di Love
Autoria: Sarah-Kate Lynch
N.º Páginas: 280
Colecção: Champanhe e Morangos, N.º 47

Lançamento: 2 de Fevereiro
PVP.: 16,50€

Sinopse: Lily Turner, uma executiva em Manhattan, descobre uma prova irrefutável de que o marido tem, com outra mulher, os filhos que não pôde ter com ela. Resolve confrontá-los, partindo para Itália, onde, numa pequena aldeia da Toscana, vive a família que Lily imagina feliz à sua custa. Não suspeita até que ponto aquela iniciativa irá mudar a sua vida e a da pequena comunidade de Montevedova. O enredo desenrola-se cheio de suspresas e humor na maravilhosa paisagem toscana aromatizada pelos deliciosos Dolci di Love, confecionados segundo uma antiga receita que faz deles uma celebração à vida e à alegria de viver. 

Sobre a autora:
Sarah-Kate Lynch vive a maior parte do ano na costa oeste da Nova Zelândia mas desloca-se frequentemente a outros países do mundo. Assina duas colunas para o New Zealand Woman's Weekly e publicou já vários títulos de ficção, com destaque para The House of Daughters. Os livros de viagens são outro género em que esta autora tem vindo a conquistar leitores. Dolci di Love é o seu sétimo romance. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Novidade Quinta Essência - "Tudo se Perdoa por Amor", Patricia Scanlan

Poucos casamentos correm conforme o planeado

Título: Tudo se Perdoa por Amor
Autoria: Patricia Scanlan
N.º Páginas: 500

Lançamento: Já disponível
PVP.: 15,00€

Sinopse: Nada como um bom casamento… para dar início a Terceira Guerra Mundial!

E é exatamente o que vai acontecer se Connie Adams, a mãe da noiva, não conseguir melhorar as relações entre Debbie e o pai.
Barry faz questão que a sua emproada segunda mulher e a filha adolescente, sempre mal-humorada, o acompanhem no grande dia, mas Debbie preferia casar num supermercado a tê-las no seu casamento.
E, como se não bastassem já a Debbie todas estas coisas, a sua chefe anda a fazer-lhe a vida num inferno e ela começa a desconfiar que o noivo tem algumas hesitações relativamente ao casamento…

Por isso, viverão todos felizes para sempre ou estará a família inteira a encaminhar-se para o divórcio?

Sobre a autora:
Patricia Scanlan nasceu e vive em Dublin. Os seus livros, todos êxitos de vendas, estão traduzidos em várias línguas. Sempre se interessou pelo mundo da edição e trabalhou em part time como consultora numa editora internacional. Embora adore escrever ficção, Patricia anseia verdadeiramente ser convidada para escrever um livro sobre os Grandes Spas de Luxo do Mundo ou as Lojas Mais Elegantes de Paris... não importa quais. 

Imprensa:
«Não há dúvida que Patricia Scanlan é a rainha da ficção popular irlandesa contemporânea.»
Sunday Times

«Há uma autenticidade comovente nas suas observações.»
Irish Times

«Fabuloso... Uma leitura evocativa e divertida que aborda as tensões que podem surgir nos casamentos entre famílias modernas.»
Irish Post

«A leitura agradável por excelência.»
Glamour

«Mais um livro divertido da campeã de vendas irlandesa.»
You Magazine

Um romance nomeado para Livro Irlandês da Década (2000-2010) e
para o Irish Book Awards de 2009

Novidade Quinta Essência - "Ascensão à Meia-Noite", Lara Adrian

Num mundo de sombras e escuridão, 
o desejo é a arma mais mortífera...

Título: Ascensão à Meia-Noite
Autoria: Lara Adrian
N.º Páginas: 344

Lançamento: Já disponível
PVP.: 13,50€

Sinopse: Impelido pela dor e pela raiva por causa de uma enorme traição, o guerreiro Rio dedicou a sua vida à guerra contra os Renegados. Não deixará nada interpor-se no seu caminho – muito menos uma mortal com poderes para expor toda a raça vampírica. Mas agora um mal antigo foi despertado e aproximam-se tempos sombrios…
Para a jornalista Dylan Alexander, o que começou como a descoberta de um túmulo secular oculto acabou por se converter numa espiral de violência e segredos. Porém, nada é mais perigoso que o homem marcado e letalmente sedutor que surge das sombras para a puxar para o seu mundo de desejos sombrios e noite eterna. Ali ela não consegue resistir ao toque de Rio, mesmo enquanto revela uma ligação surpreendente ao seu próprio passado. Dylan tem então de escolher: deixar o reino noturno de Rio, ou arriscar tudo pelo homem que lhe mostrou a verdadeira paixão e os prazeres infinitos do coração.

Sobre a autora:
Em criança, Lara Adrian costumava dormir com os cobertores quase sobre a cabeça, com medo de vir a ser vítima de vampiros. Mais tarde, sob a influência de Bram Stoker e Anne Rice, foi levada a interrogar-se se o seu medo não seria antes outra coisa: um desejo secreto de estar num mundo mais sombrio, de viver um sonho perigoso e sensual com um homem sedutor de poderes sobrenaturais. É essa mistura de medo e desejo que alimenta hoje as fantasias de Laura e a ideia que ela explora na série «Raça da Noite», bestseller do New York Times e vendida em 16 países.
Com as raízes familiares a estenderem-se até aos primeiros colonos chegados a bordo do Mayflower, Lara Adrian vive com o marido no litoral da Nova Inglaterra, rodeada por cemitérios seculares, pelo moderno conforto urbano e pela inspiração infinita do oceano Atlântico. Para saber mais acerca dos seus romances, visite www.laraadrian.com

Imprensa:
«Estou com dificuldade em explicar como acho este livro fabuloso sem parecer uma fã histérica da Lara Adrian! Ascensão à Meia-Noite é absolutamente soberbo… assim que um “mistério” é explicado, a autora acrescenta outros… uma série fascinante!»
RomanceJunkies.com

«Cheio de perigo e acção, [Ascensão à Meia-Noite] também explora as emoções tumultuosas do perigo, da raiva, da traição e do perdão. Adrian conseguiu uma combinação imbatível!»
Romantic Times

«Ascensão à Meia-Noite é outro romance de vampiros sólido e fascinante… [Dylan e Rio] são dois heróis soberbos que comprovam
o poder curativo do amor.»
VampireRomanceBooks.com

Da mesma série de:

      

Um romance nomeado para o «Best Vampire Romance» 
em 2008 pela revista Romantic Times

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Passatempo "Eterna Saudade", Lia Habel

Em colaboração com a Contraponto, o Pedacinho Literário tem o prazer de oferecer um exemplar do livro Eterna Saudade, da autora Lia Habel. 

Para participar basta responder correctamente às perguntas que se encontram no formulário em baixo e preencher todos os campos obrigatórios. 
Por favor, tenha em atenção as regras do passatempo!

As respostas às questões podem ser encontradas aqui e/ou aqui!


Regras do Passatempo:
1) O Passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 3 de fevereiro (sexta-feira).
2) Só é válida uma participação por pessoa e/ou e-mail.
3) Participações com respostas incorrectas e/ou dados incompletos serão automaticamente anuladas.
4) O vencedor será sorteado aleatoriamente pela administração do blogue, será posteriormente contactado por e-mail e o resultado será anunciado no blogue.
5) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
6) A administração do blogue não se responsabiliza pelo possível extravio, no correio, de exemplares enviados.


Boa sorte a todos!

Novidade Casa das Letras - "Na Sombra do Amor", J. R. Ward

Seis guerreiros vampiros, amantes perigosos e irmãos de sangue vêm até si nesta colecção verdadeiramente poderosa. 
Neste livro é a vez de Phury. 

Título: Na Sombra do Amor
Autoria: J. R. Ward
N.º Páginas: 676

Lançamento: 27 de Janeiro
PVP.: 17,50€

Sinopse: Em Caldwell, Nova Iorque, a guerra entre vampiros e os seus assassinos torna-se mais sangrenta e perigosa. A única esperança é um grupo secreto de irmãos – vampiros guerreiros, acérrimos defensores da sua raça. E Phury é o mais fiel à Irmandade da Adaga Negra. Casto e leal, Phury sacrifica-se pela raça, assumindo a responsabilidade de dar origem a toda uma nova geração de vampiros guerreiros que continuará a proteger a raça e a manter vivos os costumes.

No entanto, Phury terá de enfrentar a voz interior que o atormenta e combater o vício que o afasta da batalha cada vez mais sangrenta entre vampiros e os seus inimigos. Mas a sua única salvação é um amor proibido que pode condenar toda a raça. O desejo que Cormia sente por Phury vai muito para além da obrigação e do futuro da raça. Dividida entre a responsabilidade e o amor pelo macho que tem de partilhar com as fêmeas escolhidas, Cormia esforça-se por se conhecer a si própria e salvar o seu amado.

Sobre a autora:
J. R. Ward vive no Sul dos Estados Unidos, com o seu marido incrivelmente generoso e o seu amado Golden Retriever. Depois de se ter formado em Direito, começou a sua vida profissional na área da saúde, em Boston, tendo passado muitos anos como chefe de equipa de um dos centros clínicos do país. A escrita foi sempre a sua paixão, e a sua ideia de Céu é um dia inteiro com mais nada além do seu computador, o seu cão e a caneca de café. Este é o sexto volume da saga «Irmandade da Adaga Negra», a continuação de Na Sombra da Noite, Na Sombra do Dragão, Na Sombra do Pecado, Na Sombra do Desejo e Na Sombra do Sonho.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Carícias da Noite, Laurell K. Hamilton



Título Original: A Caress of Twilight
Autoria: Laurell K. Hamilton
Editora: Saída de Emergência
Nº. Páginas: 334
Tradução: Nanci Marcelino


Sinopse:

A maioria das pessoas conhece-me como Merry Gentry, detective privada, contudo o meu nome verdadeiro é princesa Meredith NicEssus e sou herdeira de um trono – se conseguir sobreviver o suficiente para o reclamar.
O meu primo, o príncipe Cel, está determinado a certificar-se de que não ser bem-sucedida. Enquanto estivermos os dois vivos, esta será uma disputa para obter a coroa: o primeiro a gerar um herdeiro ficará com o trono. Os homens da minha guarda real – guerreiros habilidosos – tornaram-se meus amantes, prestando provas para o papel de futuro rei e pai do meu filho. Claro que preciso da protecção deles, já que, eu sou meio humana e absolutamente mortal.
Mas agora, na Cidade dos Anjos, há pessoas a morrer de formas misteriosas e assustadoras. O que a polícia humana não sabe é que o assassino também anda à caça de seres feéricos. Pressinto que estamos perto do caos; a própria existência do sítio conhecido como o mundo das Fadas está em risco. Portanto, enquanto desfruto dos prazeres mais intensos com os meus guardas, tenho noção de que, brevemente, terei de enfrentar um demónio ancestral que poderá destruir a própria realidade – a vossa e a minha. E essa é só uma parte do meu trabalho...


Opinião:

Quando o mundo te oferece mil e uma noites de paixão para atingires o objectivo supremo para a tua própria segurança e nenhuma dessas oportunidades gera fruto, serás capaz de sobreviver aos mais inebriantes e mesquinhos esquemas políticos quando a tua mortalidade é, por si só, um problema?
Meredith NicEssus, princesa da Carne e futura herdeira do trono da Corte Unseelie – caso consiga conceber um filho antes do seu primo Cel –, decidiu voltar à sua já conhecida Cidade dos Anjos em busca de um pouco de «normalidade» e sossego, muito prazer e talvez, com umas pitadas de sorte, de nenhuma questão demasiado complicada de solucionar. Mas nem tudo é tão simples assim, e quando duas poderosas Cortes tentam mostrar quem detém o verdadeiro poder, surpresas incalculáveis – e nem sempre positivas para a nossa protagonista – é o que se pode aguardar.

Carícias da Noite é um livro altamente tensivo, que foi construído na base de uma série de confrontos pessoais e políticos, expressados ora por demonstrações físicas de poder ora por diálogos extremamente intencionais e opressivos. Embora seja uma narrativa mais compacta e até menos activa que o volume que a antecede, O Beijo das Sombras, não é por isso que deixa de ser interessante e, principalmente, inteligente. Carícias da Noite dignifica-se pela explosiva mistura de sentimentos que provoca no leitor, pelas revoltas que cria no seio dos Sidhe e pelas questões e dúvidas futuras que invariavelmente deixa no ar. Trata-se, acima de tudo, de uma continuação algo problemática em termos de enredo, de história, que, por um lado, também possibilita ao leitor ficar a conhecer melhor os candidatos a futuro rei e pai da possível criança de Merry, assim como de alguns segredos ocultos que fazem de uma Corte simbolizada pela luz e pela alegria, um local bastante mais negro e assustador.

Vários são os pormenores que perfazem desta trama uma das minhas favoritas dentro da fantasia urbana. É que para além de adorar o estilo inconfundível de Hamilton e de admirar a força e coragem com que construiu a protagonista desta série, Carícias da Noite é, também por si, um livro que marca pela diferença e pelas disputas retratadas. Por exemplo, temos uma personagem «sem nome»  incrivelmente aterradora que ao possuir em si a arte de vários deuses se transformou em algo não só poderoso (ao nível mais elevado do termo) como praticamente indestrutível – e nesse caso, como lutar contra tão virtuoso terror? Depois, temos o surgimento do segundo poder de Meredith, um dom bem mais terrível que a sua dádiva da Carne – e o que poderá ser mais assustador que isso?
De seguida, o leitor é confrontado com o desenvolvimento e conhecimento das personalidades e intenções que movem os guerreiros que asseguram a segurança da princesa. Só que esta guarda também tem medos, receios, e destrui-los é essencial. Por fim, é despertado um amor quase impossível entre Merry e um dos seus homens. Um sentimento que se propaga lentamente, de forma moderada mas extremamente intensa – e conseguirá um amor destes sobreviver à possibilidade de ser inteiramente negado, proibido?

Carícias da Noite é um livro sobre o qual me é algo complicado falar. Tenho sentido uma dificuldade imensa em conseguir expressar verdadeiramente a beleza com que está escrito, a rapidez com que se lê e a profundidade e cuidado conferidos tanto às personagens como a toda a narrativa em si. É uma série que me conquistou com O Beijo das Sombras, e que me fez apaixonar em Carícias da Noite. Para mim, uma magnífica aposta da Saída de Emergência, que sinceramente espero que cative todos os seus leitores, e que chame muitos mais. Uma série que vale a pena, sem dúvida. 

Novidade ASA - "Mil Noites de Paixão", Madeline Hunter

Ian de Guilford é um sedutor implacável. 
Lady Reyna é uma mulher pura e íntegra. 
Juntos, são como a água e o vinho, o ódio e a paixão...

Título: Mil Noites de Paixão
Autoria: Madeline Hunter
N.º Páginas: 336

Lançamento: Já disponível
PVP.: 16,90€

Sinopse: Eles não têm absolutamente nada em comum. Lady Reyna é uma mulher virtuosa e erudita, que preferia morrer a quebrar uma promessa ou voto. Ian de Guilford é um sensual mercenário, um cavaleiro errante cujo temperamento fogoso lhe valeu a alcunha de Senhor das Mil Noites. Ela não conhecia a sua fama quando, fazendo-se passar por cortesã, transpôs as linhas inimigas com um plano desesperado para salvar o seu povo. Agora que está frente a frente com o guerreiro a cujos encantos, diz-se, é impossível resistir, Reyna apercebe-se de que subestimou o seu inimigo. Ele está decidido a tudo para subjugar a sua virtude. A bem do seu povo, ela não pode ceder... e a sua audácia leva-a a fazer algo com que nunca sonhou: pôr em jogo o seu coração.

Sobre a autora:
Madeline Hunter publicou o seu primeiro romance em 2000. Escreveu já vinte romances históricos e ganhou por duas vezes o prémio RITA, da Romance Writers of America, com Stealing Heaven em 2003 e Lessons of Desire em 2008. Quase todos os seus livros figuraram na lista dos mais vendidos do USA Today e é uma das autoras favoritas da publicação Romantic Times. As suas obras encontram-se traduzidas para doze línguas, tendo vendido seis milhões de exemplares. Para além de Os Pecados de Lord Easterbrook, no catálogo da ASA figuram já os seus romances As Regras da Sedução, Jogos de Sedução, Casamento de Conveniência, O Protector e Lições de Desejo. Doutorada em História de Arte, dá aulas numa universidade.

Novidade Contraponto - "Eterna Saudade", Lia Habel

O amor nunca morre.

Título: Eterna Saudade
Autoria: Lia Habel
N.º Páginas: 408

Lançamento: Já disponível
PVP.: 16,90€

Sinopse: No ano 2195, em Nova Vitória (uma nação altamente tecnológica baseada nas maneiras, na moral e na moda da antiga era), uma jovem da alta sociedade, Nora Dearly, está mais interessada na história militar e nos conflitos políticos do seu país do que nos chás e bailes de debutantes. Contudo, após a morte dos seus pais, Nora fica à mercê da sua autoritária tia, uma mulher interesseira e esbanjadora que desperdiçou a fortuna familiar e agora pretende casar a sobrinha por dinheiro. Para Nora, nenhum destino poderia ser pior - até que sofre uma tentativa de sequestro por parte de um grupo de mortos-vivos. Isto é apenas o início. Arrancada do seu mundo civilizado, vê-se subitamente numa nova realidade que partilha com zombies devoradores, misteriosas tropas vestidas de preto e «O Lázaro», um vírus fatal que ressuscita os mortos tornando o mundo num inferno. Dos escombros de uma cataclísmica Idade do Gelo, surge uma nova sociedade construída com base nos costumes e na moral vitoriana. Nora Dearly, uma jovem da alta sociedade neovitoriana, conhece Bram Griswold, um atraente soldado, corajoso, nobre… e morto, que apesar disso conserva a sua inteligência e todas as partes do seu corpo graças à sorte e à ciência moderna. E quando vínculo de confiança entre eles se transforma em ternura, não há como voltar atrás. Eles sabem que a separação é inevitável, mas até lá, batendo ou não, os seus corações terão o que desejam.

Sobre a autora:
Lia Habel é uma jovem escritora que mora no estado de Nova Iorque. Fascinada por filmes de zombies e pela era vitoriana, e colecionadora de livros vitorianos e eduardianos, aliou os seus conhecimentos ao curso de Literatura Inglesa e criou um surpreendente romance de mortos-vivos repleto de suspense e aventuras, loucamente criativo e com bastante comédia macabra à mistura, que irá redefinir para sempre o conceito de amor eterno. Atualmente encontra-se a trabalhar no segundo livro desta série.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

União, Ally Condie



Título Original: Matched
Autoria: Ally Condie
Editora: 1001 Mundos
Nº. Páginas: 293
Tradução: Susana Serrão


Sinopse:

Cassia sempre confiou nas escolhas dos Funcionários. É um pequeno preço a pagar por uma vida longa, um emprego perfeito, um companheiro ideal. Quando o seu melhor amigo aparece no ecrã da União, Cassia tem a certeza absoluta de que ele é o certo... até ao momento em que vê um outro rosto aparecer no ecrã, por breves instantes, antes de este ficar negro. Agora Cassia vê-se confrontada com escolhas impossíveis: entre Xander e Ky, entre a única vida que conhece e um caminho que nunca ninguém ousou seguir – entre a perfeição e a paixão.


Opinião:

Imagina uma Sociedade que decide tudo por ti – o que comes, o que sonhas, quem amas, o que fazes, quando morres... Pessoas que não só foram exaustivamente treinadas para isso, como aceitam e se orgulham do trabalho que executam. Agora, imagina que bem lá ao fundo do túnel escuro consegues avistar uma luz, uma possibilidade de revolta, uma esperança de que possas ser livre, de que tenhas a oportunidade de escolher. Escolher uma coisa, qualquer coisa! Tomar uma decisão por ti mesmo. Só que tudo tem um preço. E, nem sempre, esse valor está naquilo que terias de abdicar ou nas pessoas que farias sofrer. Às vezes, somente às vezes, o preço está naquilo que te fizeram a ti. E isso, ninguém pode apagar... muito menos, contornar.

União é um livro algo revoltante. Ao retratar uma época futura onde a mão de obra humana é utilizada unicamente nos trabalhos mais árduos e menos recompensadores, onde entidades «invisíveis» controlam os movimentos do residente comum através da sua composição genética e predisposição social, e onde toda uma sociedade de peões é regida com base no medo e no esquecimento, é de esperar que a complexidade comunitária que perfaz este romance distópico seja, por si só, suficiente para instalar uma avolumada quantidade de interesse no leitor. No entanto, as surpresas não se ficam pela destreza tecnológica e imaginário futurista da autora, ao invés, esta oferece ainda um triângulo amoroso algo distorcido que não só está intrincadamente enraizado nas limitações que a Sociedade e os seus Funcionários impuseram aos habitantes, como abre as portas para um inteiro leque de possibilidades infinitas onde os riscos, mesmo perigosos e incontornáveis, poderão bem valer a pena.

É verdadeiramente impressionante, para mim, dar-me conta do quanto admiro este género de leituras e do quanto, por vezes, sinto a necessidade de desfrutar de um livro que provoque em mim algo mais que um mero sorriso ou um simples suspirar. É que há livros que nos fazem sentir, nos fazem pensar, nos fazem acreditar que tudo o que lemos e experienciámos é passível de acontecer, e União é um desses livros – ainda que algumas das suas mensagens se encontrem escritas nas entrelinhas visto ter sido imprescindível aligeirar o ambiente com um romance entre personagens adolescentes; caso contrário, seria uma obra demasiado séria, demasiado adulta para um público juvenil que tem como intuito principal fruir de umas boas horas de leitura e entretenimento.

As personagens, como seria de esperar, são indispensáveis para a total compreensão desta narrativa. Cassia é belíssima na medida em que se sente completa face as directrizes criadas para ela e em que se esforça por alcançar tais resultados. Porém, é o seu posterior questionamento relativamente aos secretismos e repentinas mudanças que começam a surgir um pouco por todo o lado que a impulsionam a apaixonar-se por uma pessoa que, mesmo não tendo escolhido a solidão voluntária, se encontra impossibilitada de amar, de se unir. Esse sentimento tão puro e, ao mesmo tempo, tão banal na forma como é instalado pela Sociedade, serve de mote para o desenrolar da história, criando uma série de conflitos e problemas que a personagem principal, Cassia, terá de enfrentar e resolver se quiser descobrir a razão por detrás de sua União dupla. A questão que fica por responder é: qual dos dois lados de Cassia prevalecerá – o racional que a impele a seguir as normas, a ser leal, a assegurar-se que nenhuma das pessoas que ama corre qualquer perigo... ou o emocional, que a encurrala num sentimento possessivo que não consegue largar, que não consegue ignorar?

Ky, por seu lado, é o protótipo perfeito do companheiro ideal. Com o seu quê de secretismo, é a personagem que melhor engloba e expressa a componente romântica da obra, no sentido em que as suas acções e gestos simples e, por vezes, enganadoramente insignificantes acabam por albergar um sentimento e uma vontade maior e mais intensas do que as de qualquer outro interveniente. A sua postura para com a Sociedade, tendo em vista que é um outcast, um marginalizado, é simplesmente espantosa. Mesmo camuflado num aglomerado de pessoas iguais, a sua chama e a sua inteligência nunca se apagam. Para mim, Ky é a melhor personagem deste enredo – a mais atraente, a mais sedutora, a mais misteriosa. A que levanta mais questões, mais dúvidas e a que enceta a mais importante revolta.
Na outra ponta do triângulo, está Xander. O rapaz maravilha, aquele que todas as raparigas desejam secretamente. Mas há muito mais nele que mera beleza física, e Cassia viu isso desde o início. Esta é uma personagem perspicaz, capaz de correr riscos para ajudar quem verdadeiramente gosta, alguém que não tem medo de mostrar o que quer e o quanto quer. No entanto, talvez por andar meio perdido durante grande parte da narrativa acabe por ser uma personalidade que desce para segundo plano, ainda que prometa arrebatar e surpreender no volume seguinte desta trilogia.

Muitos são os detalhes curiosos que União traz consigo. Por exemplo, as três pastilhas – a azul, a verde e a vermelha – que se tem de guardar religiosamente, os artefactos que, pela sua raridade e transmissão de geração em geração, adquirem uma importância extrema para os afortunados que ainda preservam algum, ou o sistema de triagem que, embora ligeiramente confuso, acaba por enquadrar genialmente no conceito criado pela autora. As surpresas são imensas, e gigantescas, e mesmo que União não seja uma obra desprovida de algumas semelhanças com outras séries, dúvidas não restam de que se trata de um livro cujo poder de novidade e interesse destronam qualquer influência externa que possa aparecer. Além de que, já viram bem esta capa? É, simplesmente, linda – o que vai de total encontro ao conteúdo. 
Uma excelente aposta da 1001 Mundos, numa estreia singular que merece ser destacada e apreciada por todos os jovens (e adultos também) que não dispensam uma boa história onde o amor e o futuro longínquo se abraçam numa união perfeita.  

Novidade Planeta - "Um Erro Inconfessável", Emma Wildes

Um romance de época, com um enredo original, personagens arrojadas, histórias paralelas e uma história de amor e paixão arrebatadoras, do princípio ao fim. 

Título: Um Erro Inconfessável
Autoria: Emma Wildes
N.º Páginas: 320

Lançamento: 27 de Janeiro
PVP.: 18,85€

Sinopse: Madeline May, a jovem viúva Lady Bewer, encontra-se num terrível dilema. Vítima de chantagem, que se transforma em homicídio, torna-se claro que só um homem a pode ajudar: Luke Daudet, o mal-afamado visconde Altea, que está habituado a lidar com homens de reputação duvidosa e que ela despreza com todas as suas forças.
Luke reconhece a atracção que Madeline exerce sobre ele e o perigo que representa. Desde o momento em que se conheceram – e após uma inesquecível noite de paixão –, que sabe que é diferente.
E quando recebe o fatídico pedido que lhe enviou, apercebe-se de que não conseguirá manter-se afastado...

Sobre a autora:
Emma Wildes cresceu a devorar livros e a escrita nasceu naturalmente. A autora costuma dizer que adora escrever porque adora ler. Estudou na Universidade de Illinois é e licenciada em Geologia. Vive em Indiana com o marido e três filhos. Foi a autora n.º 1 do Fictionwise, WisRWA Reader’s Choice Award, vencedora na categoria de Romance Histórico em 2006, do Lories BestPublished, e em 2007 vencedora do Eppie para o melhor romance erótico. Saiba mais sobre a autora em: www.emmawildes.com.

Imprensa:
«Uma história espectacular e habilmente tratada.»
Publishers Weekly


«Emma Wildes é uma estrela em ascensão que escreve romances históricos incríveis.»
Fallen Angel Reviews


«Este romance escandalosamente excitante atrairá o leitor e apoderar-se-á do seu coração.»
 Elizabeth Boyle, autora best-seller, USA Today

domingo, 22 de janeiro de 2012

Pura Malícia, Jill Mansell



Título Original: Sheer Mischief
Autoria: Jill Mansell
Editora: Chá das Cinco
Nº. Páginas: 344
Tradução: Isabel C. Penteado


Sinopse:

Não é que Janey não tenha ficado feliz por ver a irmã, mas ser acordada às sete da manhã por Maxine, trajada de noiva e com escolta policial, não foi bem a maneira como planeara começar o seu domingo. Contudo, a vida nunca é entediante quando Maxine está por perto e Janey, a reconstruir a vida após o desaparecimento do marido, fica encantada com o regresso da irmã. As coisas só começam a aquecer quando Maxine põe a vista em Guy Cassidy, um fotógrafo de moda tão competente quanto deslumbrante – é que Janey sabe que não há limites para as tropelias que a irmã vai fazer para destruir a concorrência. O que elas não sonham é que a concorrência está mais perto de casa do que imaginam...


Opinião:

Uma florista estagnada pelo súbito desaparecimento do marido, uma aspirante a actriz que procura a oportunidade da sua vida e que se refugia face um relacionamento infrutífero, um fotógrafo marcado pela morte prematura da sua esposa e com a responsabilidade de cuidar, sozinho, de dois filhos menores. Após se acrescentar um gerente de restaurante extremamente mulherengo, uma artista de relativa idade que insiste na sua independência perante tudo e todos e uma modelo que tem tanto de arrogante como de narcisista, claramente se chega à conclusão que Jill Mansell voltou a fazer das suas, ao criar um enredo intricado e recheado de personagens curiosas e divertidas, que levarão o leitor ao mais hilariante dos delírios.

Das várias obras que li da autora, esta é, sem sombra de dúvida, a minha favorita. É realmente surpreendente a forma como Mansell conseguiu conjugar toda uma série de encontros e desencontros, dúvidas e acções, amores e vinganças que acabaram por desencadear as situações e consequências mais cómicas possíveis e imagináveis. Embora seja um livro sensível, que aborda temas susceptíveis e até algo pesarosos, como é o caso da morte de um membro querido ou do abandono por parte de alguém que se ama, essa camada mais lúgubre e séria da narrativa acaba por ser camuflada e acompanhada por incontáveis momentos de gargalhada pura, o que não só aligeira o ambiente como transforma Pura Malícia num romance de entretenimento puro.

As personagens são incríveis. Centrando-me naquelas que tomam as rédeas do protagonismo, Janey é única na forma como se agarra a um passado querido e se sente incapaz de avançar para um futuro onde a solidão e a mágoa sejam sentimentos aceites e ultrapassados. Por isso mesmo, é a interveniente que mais cresce e se desenvolve, tanto emocional como mentalmente, acabando por encontrar, com muito esforço pelo meio, o verdadeiro caminho rumo à felicidade.
Maxine, por outro lado, tem forçosamente de ser das personagens femininas mais maliciosas, desinibidas e de coração mole que tive o prazer de conhecer até então. Mesmo tendo uma lista de objectivos bem traçada e uma personalidade excêntrica e de mulher livre, é somente quando aceita trabalhar para Guy Cassidy que o seu “melhor lado” vem ao de cima, adoptando (quase) os ideais da irmã mais velha de um casal de irmãos menores, só que, distintamente, pior do que os dois juntos, o que contribui para o divertimento inerente que esta obra alberga em si, visto que os próprios jovens em questão, Josh e Ella, são também eles inocentemente espirituosos.
O que me leva a Guy Cassidy – um homem que teve a infelicidade de procurar alento para o seu sofrimento no glamoroso mundo que capta através da objectiva da máquina fotográfica que o acompanha de profissão. Talvez por isso mesmo acabe por, constantemente, se deixar levar pelas opções erradas, descuidando-se perante aquelas que lhe poderiam trazer grande alegria e prosperidade. Mas nunca é tarde para se dar mais uma hipótese ao amor... e cabe a Guy, desta vez, fazer a escolha certa.

Juntamente com três protagonistas vívidos e dotados de garra, outras personagens de menor comparência mas igual influência mostram-se pontuando Pura Malícia com um humor e naturalismo que nunca antes havia presenciado num romance da autora. É verdadeiramente especial o tom que Mansell conferiu a esta trama em particular, deixando que as atribulações em si se fossem desenrolando de forma espontânea e, irrevogavelmente, credível.
Acredito que até mesmo quem conheça ou siga o trabalho da autora, a uma determinada altura, acabe por se sentir surpreendido face a mestria com que esta escreveu Pura Malícia. E aos que ainda não experimentaram, se, pessoalmente, tivesse de escolher um título de recomendação, este seria o eleito. Assim, nada mais me resta que aconselhar não só a escritora como esta obra em particular que, para mim, se destaca das demais pela sua singularidade e hilaridade. Mais um excelente romance de Jill Mansell, editado pelas mãos da Chá das Cinco, uma chancela Saída de Emergência. 

Novidade Chá das Cinco - "O Lado Negro da Lua", Sherrilyn Kenyon

Título: O Lado Negro da Lua
Autoria: Sherrilyn Kenyon
N.º Páginas: 336

Lançamento: 27 de Janeiro
PVP.: 18,85€

Sinopse: Susan Michaels foi a melhor repórter da cidade até ao dia em que um escândalo arruinou a sua carreira. É então que obtém uma pista numa história que pode restaurar a sua reputação. O que não esperava era ter a sua vida e cidade ameaçada por um grupo de vampiros letais prestes a dominar Seattle. Como se isso não fosse suficiente, Susan adota um gato. Mas não é um gato qualquer e sim um que se transforma num caçador de vampiros chamado Ravyn. A vida de Ravyn foi destruída séculos atrás quando confiou nas pessoas erradas. Perdeu a família, a honra e a própria vida. Agora poderá vingar-se se conseguir confiar em Susan. No mundo dos Predadores da Noite, a vida é sempre perigosa. Ainda mais agora, pois uma mulher pode despedaçar todo o mundo se contar uma história. Será Susan capaz de o fazer?

Sobre a autora:
A escritora norte-americana Sherrilyn Kenyon é uma das fundadoras do género do romance paranormal e conhecida pela sua aclamada série Predador da Noite, sobre guerreiros imortais. Publicada em mais de trinta países, e com milhões de cópias vendidas, os seus livros têm presença garantida nos topos de vendas do New York Times, Publishers Weekly e
 USA Today. Uma autora de culto a nível internacional, escreve também romances históricos com elementos paranormais sob o pseudónimo Kinley MacGregor.

Sherrilyn Kenyon vive em Nashville, Tennessee, com
o marido, três filhos e os animais de estimação.

Imprensa:
"Há muito tempo que não líamos uma voz tão poderosa, uma escritora tão imaginativa e cenas de amor tão intensas."
Pinerock Book Reviews

"Sem dúvida uma das coleções paranormais mais originais e intrigantes... o mundo complexo dos Predadores acrescenta emoção e profundidade a uma saga já de si intensa."
Romantic Times Book Club

"Kenyon continua a entreter e a deleitar leitores com mais um contributo para a sua série Predadores da Noite."
The Best Reviews

sábado, 21 de janeiro de 2012

Magia de Sangue, Tessa Gratton



Título Original: Blood Magic
Autoria: Tessa Gratton
Editora: 1001 Mundos
Nº. Páginas: 396
Tradução: Marta Nazaré


Sinopse:

Nick é um rapaz da cidade, revoltado por ter sido forçado a regressar à perdida Yaleylah, no Missouri, onde cresceu. Não consegue deixar de recordar a sua mãe e a Magia de Sangue que ela praticava, memórias a que tenta escapar há já cinco anos. Silla, no entanto, não quer esquecer o aparente homicídio/suicídio dos pais que a deixou perdida e a necessitar de respostas. Quando um livro de feitiços com a caligrafia do par surge à porta de casa, Silla vê nele uma oportunidade de desvendar o mistério daquelas mortes.
Nick e Silla mergulham, juntos, num mundo de magia negra. Mas, quando uma bruxa de sangue com mais de cem anos aparece em busca dos ossos dos pais de Silla e do livro de feitiços, os dois serão obrigados a esquecer tudo o que acreditam ser, a natureza da vida e da morte e os segredos mortais que se escondem no sangue.


Opinião:

Um amor que roça os contornos da eternidade, uma magia pulsante que transporta a marca da morte, um sofrimento que se estende perpetuamente, dormente e oculto, em Magia de Sangue nada é o que aparenta ser... e tudo é possível.
Numa estreia surpreendente, Tessa Gratton agarra num tema por si só aliciante e transforma-o num enredo provocador, sombrio e extremamente sangrento. Não sendo uma história com um desenlace alegre ou um final propriamente feliz, a forte camada dramática e lúgubre que a sustém apresenta-se logo nas primeiras páginas, estabelecendo o ritmo e o ambiente exactos, e que persistirão até ao último parágrafo.

Drusilla e Nicholas são dois jovens adolescentes unidos pela dor de um passado negro pontuado pelo abandono e pelo amor que nutrem um pelo outro, no presente. Quanto ao futuro? Esse é incerto, pois quando se apercebem da real magia que lhes corre no sangue e de todas as coisas que conseguem alcançar através dela, uma presença malévola toma conta de Yaleylah e promete não descansar enquanto não lhe for entregue um livro muito especial que Silla recebeu aquando da perda do pai, e os ossos de um Kennicot. Com o perigo sempre à espreita e nas mais variadas formas de um observador, Silla e Nick terão de ter cuidado e tomar as decisões certas... ou arriscam-se a não sobreviver.

A componente fantástica deste romance encontra-se na magia e nos feitiços que as personagens vão experimentando e descobrindo ao longo da trama, na ligação e sentimento que os dois protagonistas instintivamente partilham entre si, e no relato de um diário muito particular que foi parar às mãos erradas. Neste aspecto sedutor do imaginário, Tessa Gratton foi exemplar. Com uma ideia base sólida e profundamente mágica, a autora consegue cativar o leitor ao mesmo tempo que o insere numa atmosfera algo pesada e fúnebre. Este, rapidamente se apercebe de que algo de errado vai acontecer, mas somente lhe resta aguardar e, com a leitura contínua, ir juntando as várias peças de um intricado puzzle que a autora vai largando aqui e ali. Pessoalmente, embora não me tenha sido complicado “adivinhar” aquele que, no final, personifica o mal, não tenho dúvidas de que muitas são as surpresas que se encontram pelo caminho e que, claramente, deixarão o leitor a vibrar com um enredo tão maduro e diferente como, à mesma, tão juvenil.

Outro dos pontos fortes desta narrativa centra-se na aproximação ao real com que certos assuntos tabu são abordados pelas personagens, como por exemplo, o abuso de drogas – ou consequente uso para deixar de “sentir” –, a auto-mutilação e a vida dupla. Talvez por se tratar de uma obra em que a autora não se preocupou em transmitir uma certa sensação de segurança e felicidade muito comum neste tipo de enredos, estes temas que hoje ainda continuam a afectar milhares de adolescentes (e não só) acabam por se enquadrar na perfeição tendo em conta o desenrolar da trama e a construção das personagens e de tudo o que as rodeia.

Também por se tratar de uma história com três narradores – não creio que o interveniente final seja considerado um quarto narrador –, é impossível impedir o crescimento do interesse por parte do leitor. Tessa Gratton, com uma habilidade espantosa, conseguiu criar um enredo onde o leitor tem a oportunidade de encarar os factos da vida das personagens através de três vozes totalmente distintas sem uma única vez sentir-se confuso ou desconexo. E o melhor é que todas essas vozes têm uma personalidade própria, mostrando assim três pessoas com atitudes, objectivos e humores muito diferentes.

Para uma camada mais juvenil e ávida por este género de romances, Magia de Sangue é o livro perfeito que conjuga, de forma inovadora, sobrenatural com muito amor sensual e umas quantas pitadas de drama familiar e “escolar”. A nível pessoal, esta foi uma obra que me deu prazer folhear, principalmente tendo em conta as várias “novidades” que apresenta, ainda que, por vezes, tenha achado que a autora se prolongou, um pouco em demasia, em certas situações descritivas e amorosas em detrimento de outras que poderiam ter recebido um pouco mais de atenção. Contudo, é, decididamente, um título interessante e diferente para quem gosta do estilo – como eu – e procura um mundo novo com personagens tanto curiosas como místicas e que venha acrescentar algo mais ao já publicado dentro do género de fantasia juvenil. Uma aposta intensa – marcada pela cor do sangue – e deveras singular, da 1001 Mundos
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