terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lua Azul, Alyson Nöel



Título Original: Blue Moon
Autoria: Alyson Nöel
Editora: 1001 Mundos
Nº. Páginas: 281
Tradução: Pedro Garcia Rosado


Sinopse:

Quando Ever está aprender tudo o que consegue sobre as suas novas capacidades como imortal, iniciada nesse mundo sombrio e sedutor pelo seu amado, algo de terrível acontece a Damen. Os poderes de Ever aumentam mas os de Damen começam a enfraquecer depois de ter sido acometido por uma doença misteriosa que lhe ameaça a memória, a identidade e a própria vida.
Desesperadamente ansiosa por salvá-lo, Ever viaja até à misteriosa dimensão conhecida por Summerland, onde descobre não apenas os segredos do passado de Damen – a história da brutalidade e da tortura que ele queria manter oculta –, como também um texto antigo que revela os mecanismos do tempo. Com uma Lua Nova iminente a enquadrar a sua única possibilidade de viajar no tempo, Ever vê-se obrigada a decidir entre fazer o relógio andar para trás e salvar a sua família do acidente em que morreram... ou ficar no momento presente e salvar Damen, que fica cada vez mais fraco a cada dia que passa...


Opinião:

Levei mais tempo a pegar em Lua Azul do que aquele inicialmente esperado, talvez por me ter convencido, devido a comentários trocados com quem já tinha lido, de se tratar de um romance juvenil demasiado introspectivo ou talvez por me ter induzido no erro de que seria uma leitura algo monótona para todo e qualquer momento em que pensei em pegar-lhe. Posso, agora, afirmar ter estado redondamente enganada.
Não sendo genialmente arrebatador, Lua Azul segue a linha do romance que o antecede, apelando, aos leitores, pela simplicidade da escrita, pela rapidez da leitura e pelo enredo decididamente interessante. Dentro do estilo que a caracteriza, Os Imortais é das sagas que mais curiosidade me suscitou e continua a suscitar, principalmente tendo em conta o final nada aguardado com que este Lua Azul termina, deixando real vontade de rapidamente se passar para o volume seguinte.

Numa narrativa mais envolvente e pessoal, Ever transmite ao leitor todas as suas inseguranças enquanto adolescente, imortal e rapariga perdidamente apaixonada. Agora que Daimen parece sofrer de um estranho tipo de doença irreconhecível, que um rapaz misterioso e ultra carismático envolveu toda a escola numa utopia onde todos aparentam ser o que na realidade não são, e em que, pela primeira vez, surge a Ever a oportunidade de voltar atrás no tempo e reaver não só a sua família mas também a normalidade que à muito não a reconhece, ela terá inadvertidamente de tomar decisões... decisões essas que poderão custar-lhe o amor da sua vida.

Enquanto protagonista, Ever sofreu um crescimento tremendo, mostrando-se física e emocionalmente bastante mais forte, confiante e destemida. Sem medo de entrar em acção, ela faz os possíveis e os impossíveis por desvendar os planos que se escondem por trás das boas intenções de Roman, por encontrar o antídoto para a inexplicável ausência de comportamento racional e vitalidade que, a cada dia que passa, deteriora a imortalidade de Damen e, principalmente, por deslindar um refúgio onda possa ponderar e reflectir não só nos problemas que recentemente invadiram o seu dia-a-dia mas, também, nas escolhas que terá de fazer muito em breve.

Partilhando o protagonismo de Ever, Damen apresenta-se ora de um modo descontraído e apaixonado, ora decididamente fragilizado por uma virose relâmpago que insiste em o consumir. Figurativamente menos presente mas em constante revolução no pensamento de Ever, Damen entrega as rédeas à sua apaixonada e deixa-se embrenhar num rodopio de intrigas e vinganças ancestrais. Quando o seu mais intenso desejo era consumar a sua relação com Ever num acto de puro amor e paixão, parece que os seus planos saem furados culminando num estado impossível de superação.
Roman e Sabine foram outras duas personagens de destaque, o primeiro pelo seu comportamento enigmático e persistente que, a todo o custo, tenta persuadir e embevecer Ever e a segunda pela preocupação e apoio prestado à sobrinha, mesmo quando se julga incapaz, ou insuficiente, de a criar.

A acção é praticamente constante, pontuada com alguns momentos mais calmos, nomeadamente na ponderação das respostas que Ever encontra nas várias idas a Summerland e na reflexão de algumas das atitudes apresentadas pelas pessoas que esta julgava conhecer. Uma vez mais embelezada pela perseguição de uma força maligna que vai contra a relação de Ever e Damen e pela perspectiva íntima e pessoal de Ever, que é quem continua a narrar o desenrolar dos acontecimentos, Lua Azul mostra uma trama que cativa, que seduz e que envolve o leitor num mundo comum onde a imortalidade pode ser atingida... ainda que apenas pelos mais afortunados.

Dentro do género fantástico juvenil, esta é, certamente, uma das autoras e uma das sagas que recomendo sem qualquer entraves ou receios. Escrito com uma sensibilidade muito própria de Nöel, proporcionando ao leitor um mundo mágico e original em vários aspectos, Lua Azul traduz-se, assim, como mais uma excelente aposta da 1001 Mundos, que conta publicar o 5.º volume de Os Imortais durante este mês de Janeiro.

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