Título Original: Starcrossed
Autoria: Josephine
Angelini
Editora: Planeta
Manuscrito
Nº. Páginas: 366
Tradução: Inês Castro
Sinopse:
Como se desafia o destino? Uma maldição que nem os
deuses conseguem vencer.
Helena Hamilton tem dezasseis anos e passou a vida inteira a tentar esconder o facto de ser muito diferente, o que não é tarefa fácil numa ilha tão pequena e resguardada como Nantucket. E está a tornar-se ainda mais difícil. Pesadelos com a travessia desesperada de um deserto fazem com que acorde desidratada e com os lençóis estragados de sujidade e pó. Na escola, é assombrada com alucinações de três mulheres a chorarem lágrimas de sangue... e, quando se cruza pela primeira vez com Lucas Delos, não percebe que estão destinados a desempenhar os papéis principais numa tragédia que as Parcas insistem em repetir ao longo da história.
Helena Hamilton tem dezasseis anos e passou a vida inteira a tentar esconder o facto de ser muito diferente, o que não é tarefa fácil numa ilha tão pequena e resguardada como Nantucket. E está a tornar-se ainda mais difícil. Pesadelos com a travessia desesperada de um deserto fazem com que acorde desidratada e com os lençóis estragados de sujidade e pó. Na escola, é assombrada com alucinações de três mulheres a chorarem lágrimas de sangue... e, quando se cruza pela primeira vez com Lucas Delos, não percebe que estão destinados a desempenhar os papéis principais numa tragédia que as Parcas insistem em repetir ao longo da história.
À medida que Helena vai desvendando os segredos da sua
ascendência, compreende que alguns mitos são mais do que simples lendas. Mas
mesmo os poderes de semideuses poderão não ser suficientes para desafiar as forças
que compelem Lucas e Helena a juntar-se... e que, ao mesmo tempo, tentam separá-los.
Opinião:
Nantucket não é,
somente, uma ilha perdida no mapa, onde nada de mágico acontece, e onde o
conforto familiar do reconhecimento é o sentimento que impera. Não. Ao contrário
do que muitos possam pensar, Nantucket é o berço aconchegante da idealização física,
algo humana até, de uma das mais belas, mais impressionantes e mais ferozmente
disputadas mulheres que a História conheceu. Helena de Tróia vive no espírito
de uma jovem adolescente que sempre procurou camuflar-se na multidão, mas
quando aquele que lhe foi destinado aparece no lugar mais remoto do mundo, nada
poderá, alguma vez, ser o mesmo.
Predestinados conta uma história
que em tudo difere da dita fantasia YA que, aos poucos, tem vindo a povoar as
estantes dos muitos leitores do género. Este é um livro tão único, tão especial
e viciante, que se torna extraordinariamente difícil falar sobre ele, pois as
suas particularidades, os pequenos pormenores que o tornam tão distinto, são
tantos e tais, que abordar um dado momento sem divagar sobre os tantos outros
surpreendentes que surgem ao longo do livro é, quase, um crime.
Josephine Angelini foi
uma muito agradável surpresa. O seu estilo narrativo é absolutamente brilhante,
com uma escrita simplificada mas algo poética, efémera, e uma conjugação genial
de acontecimentos chave que visam enriquecer uma história de si já magnífica.
No seu texto, nada é deixado ao acaso e tudo é de uma importância extrema para
o futuro da humanidade. Deuses, semideuses e meros humanos, este é um enredo de
perdições, de sorrisos e lágrimas, de luta e aventura.
A normalidade nunca foi
um sentimento, uma sensação crescente que Helen sentisse fazer parte da sua
vida. Mais cedo ou mais tarde, algo de extraordinário, de peculiar sobreviria
no seu caminho fazendo com que as suas habilidades fora do comum fossem a teia
capaz de interligar todas as pequenas peças perdidas, quebradas na estrada.
Talvez por isso, Helen nunca antes se tivesse permitido importar, rejuvenescer
num círculo social mais evidente, mas em todo o caso, encontrou em Claire a
amizade e o apoio que sabia com que sempre poder contar—até conhecer Lucas.
Os Delos são uma família,
no mínimo, diferente, mas em nada menos cativante. E é por ter um agregado tão
vasto e peculiar que as atenções de todos os habitantes da ilha recaem em si.
Muitos são os segredos que escondem, as minúcias que ocultam, mas conseguirão
sobreviver ao impacto visceral de conhecer Helen?
Não existem palavras
suficientemente fortes e dignas para descrever o quão fenomenal e inesquecível é
este leque de personagens criado por Angelini. A forma como se expressam, como
deixam a sua marca no leitor, como comunicam entre si, como se emocionam, amam,
odeiam, questionam, é, sem dúvida, memorável e se este não for o aspecto de grande brilhantismo neste
romance, de certo que é um dos que mais impressiona. Hector e Claire, a par com
Helen, a protagonista, foram os nomes que mais se destacaram, na minha opinião.
O humor característico de Claire é inebriante e os fortes sentimentos que nutre
por Helen tornam-na na amiga que todo o ser humano deseja ter do seu lado.
Quanto a Hector, foi simplesmente uma personagem que me compadeceu e me fez
apaixonar. Os seus dilemas e o desfecho traumático com que encerra a sua
participação neste primeiro volume da trilogia é electrizante, e eu mal posso
esperar por saber que destino cruel lhe foi concedido.
O cenário pode não ser
o mais impressionante ou esperado para este tipo de enredo, mas, sem dúvida de
que é o ideal tendo em conta a liberdade de movimentos e descobertas ofertada às
figuras principais que se encontram num longo processo de auto-descoberta. Foi
incrível, maravilhoso até, percepcionar cada crescimento, cada revolta e cada
passo em favor do amor. Foram momentos absolutamente emocionantes, descritos
nas mais belas das palavras.
Os vários temas que
Angelini foca é outro dos vários elementos de grande interesse presente nesta
singular trama. Aqui fala-se de amizades indestrutíveis, de primeiros amores
que despontam, de confianças que se perdem e vinganças que geram laços
inesperados, de lutas contra o desconhecidos e de destinos escritos no céu.
Desde o sofrimento de uma perda inigualável à descoberta de um futuro tremido,
as mensagens que se perpetuam pelos leitores estão lá, e não há como se lhes
fugir.
Adorei este livro, as
suas personagens, os seus momentos de nervosismo miudinho, e ainda hoje não
consigo totalmente compreender o porquê de ter levado tanto tempo a pegar-lhe.
Penso estar bastante claro, no decurso desta opinião, o quão especial e único é
este romance, e os vários motivos, razões que me fizeram apaixonar por tudo o
que a ele se refere.
Uma aposta 5***** por
parte da Planeta Manuscrito, numa obra decididamente obrigatória para
todo e qualquer admirador de fantasia juvenil, com o acréscimo de neste livro,
em particular, o tema central ser a mitologia grega que tantos mistérios
engloba. Fantástico!
2 comentários:
Serei a única a detestar as traduções de Inês Castro? Horrível!
Usa nos diálogos e no próprio texto traduções muito à letra, ninguém dialoga daquelas maneiras tipo:
- Verdade?
- Sim. Verdade.
E muitas mais coisas sem nexo.
Detestei a tradução no "Predestinados" e "Quando aqui estavas", até perdi o interesse de ler a continuação de "predestinados". O pior é que as histórias nem são más, mas considero que ela estraga os livros com a tradução. >.<
Ultimamente, e por acaso, não tenho olhado para os tradutores — além de que muitos dos livros que vou opinando por aqui são lidos, por mim, no original daí também não reparar tanto neste tipo de pormenores. Porém, acho que deverias mesmo de dar mais uma oportunidade a esta trilogia... que é já das minhas favoritas dentro do género! É tão, mas tão boa! E em última instância podes sempre ler no original... ;)
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