Pessoalmente, estou a crer que todo o livro que deixa marca no seu leitor é, de uma forma ou de outra, um livro comovente. Ao longo de vários anos de leitura, já tive a sorte de me deparar com livros profundamente comoventes, livros que me deixaram com um aperto no coração após terminados ou que me fizeram rolar lágrima atrás de lágrima durante uma extensão interminável de páginas. Esse é o verdadeiro poder da literatura, para mim. O mexer com as pessoas, abrir-lhes os olhos e o coração e fazê-los pensar em coisas, assuntos, pessoas, acontecimentos que até então lhes tinha passado despercebidos.
Para esta categoria elejo No Seu Mundo, de Jodi Picoult. Este foi o único livro que li da autora, embora tenha na estante Ilusão Perfeita (que quero muito ler) e ainda me recordo do impressionismo e realismo que a autora conferiu a um assunto que, a muitos de nós, passa ao lado. No Seu Mundo conta a história de um jovem rapaz, Jacob Hunter, que sofre do síndrome de Asperger e que mesmo sendo incrivelmente inteligente e brilhante, vê-se constantemente preso no seu próprio mundo, preso às regras e às normas, às rotinas e às cores... Foi incrível ler este livro, não existe palavra que melhor o descreva. Nunca antes tinha “presenciado” o sofrimento de uma mãe nem o intelecto de um rapaz tão espantosamente dotado mas que, pela infelicidade do destino, não tem forma de comunicar com o exterior. E é essa comunicação interna que revoltará o leitor ao longo das páginas, comovendo-o e deixando-o, por diversas vezes, à beira das lágrimas. É que em No Seu Mundo não só não vemos a perspectiva de Jacob, como também temos acesso à vida íntima e pessoal da sua mãe e do seu irmão, e da forma como cada um ama o outro... e isso sim é verdadeiramente especial. Pois não é só a escrita da autora que nos transporta para um realidade adversa, são as pessoas que ela escolhe e as histórias que ela conta. Um livro que vale a pena, pela gigantesca lição de vida que alberga.
1 comentário:
Esta é uma das obras que ainda não tive o prazer de ler, mas a tua opinião de-me uma vontade enorme de o fazer, pela forma como o descreves. :)
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