quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quando Éramos Mentirosos, E. Lockhart [Opinião]




Título Original: We Were Liars
Autoria: E. Lockhart
Editora: Asa
N.º Páginas: 312

Sinopse:
E se alguém lhe perguntar como acabar este livro… MINTA.
A família Sinclair parece perfeita. Ninguém falha, levanta a voz ou cai no ridículo. Os Sinclair são atléticos, atraentes e felizes. A sua fortuna é antiga. Os seus verões são passados numa ilha privada, onde se reúnem todos os anos sem excepção. É sob o encantamento da ilha que Cadence, a mais jovem herdeira da fortuna familiar, comete um erro: apaixona-se desesperadamente. Cadence é brilhante, mas secretamente frágil e atormentada. Gat é determinado, mas abertamente impetuoso e inconveniente. A relação de ambos põe em causa as rígidas normas do clã. E isso simplesmente não pode acontecer.
Os Sinclair parecem ter tudo. E têm, de facto. Têm segredos. Escondem tragédias. Vivem mentiras. E a maior de todas as mentiras é tão intolerável que não pode ser revelada. Nem mesmo a si.


Opinião:

Mentiroso.
Mentirosa.
Mentiroso.
Mentirosa.

Como distinguir a realidade da mentira? Como ultrapassar uma dor inimaginável, uma dor que mata por dentro, que quebra os sentidos, que aflige com uma intensidade tal que se torna impossível respirar?
Quatro mentirosos contam esta história. Quatro mentirosos deixam-nos entrar nas suas vidas, nos seus verões repletos de promessas, repletos de magia. Quatro mentirosos tornam-se um só. Uma só voz. Tornam-se uma única mentirosa. Uma mentirosa que tanto diz a verdade quanto mente. Que tanto acredita na sua mentira quanto a descarta. Que tanto luta por descobrir, por corrigir, por aceitar, por voltar a viver, mas cujo destino se encontra entrelaçado na dor, no sofrimento, na angústia, na mais bela das teias cheia de mentiras. Uma mentirosa que, no final de contas, estará a dizer a verdade ou estará a mentir?

E. Lockhart torna-se mestra e cria, para nós, seus leitores, Cadence. Cadence abre as portas do seu mundo singular e mostra-nos Johnny, Mirren e Gat — Gat, my Gat —, assim como todo o restante clã Sinclair. Cadence, Johnny Mirren e Gat unem-se, deslumbram-se, amam-se e enlaçam-nos numa realidade que pode ser enganosa, numa realidade que pode, igualmente, ser autêntica. Pela voz destas quatro personagens tão distintas e, no entanto, tão iguais — ainda que o enredo seja pontuado, unicamente, numa perspectiva — é aberto todo um mar de possibilidades, para o leitor, que tocam as noções de engano e de amizade, de amor e de irmandade, de dor e de saudade. Pela vivência destas quatro figuras, tudo é deixado a descoberto e tudo é escondido. Tudo é fácil, tudo é compreensível mas tudo é misterioso. Pela beleza destes quatro olhares, destes quatro corações pulsantes, tudo é bom e tudo é mau, tudo é dor e tudo é sangue, tudo é fogo e tudo é água, tudo é vida e tudo é morte. Tudo é, simplesmente, tudo e, ao mesmo tempo, tudo é nada.

É-me, absolutamente, indiscutivelmente, impossível entrar em detalhes acerca deste livro. É-me impossível estragar-vos a surpresa, o espanto, o maravilhamento que cada virar de página deste Quando Éramos Mentirosos tem o poder de produzir. É-me impossível dizer, escrever, mais do que isto — esta obra do contemporâneo é como tudo o que eu nunca vi, eu nunca li; esta obra do contemporâneo é uma perfeita e completa bomba para os sentidos, para os sentimentos, para as emoções. Com um estilo de escrita muito próprio, dado ao cadenciar das acções que ocorrem no pensamento de Cadence, esta é uma daquelas histórias que foram escritas para nunca mais serem esquecidas e eternamente serem recomendadas. Para mim, Quando Éramos Mentirosos representa uma das grandes surpresas do ano e, muito possivelmente, um dos favoritos ao top anual.

Não mintas. Mente. Acredita.

Diário de uma Maratona: Maratonas Literárias Viagens (In)esperadas — Check Point #3



Novamente com um dia de atraso (afinal de contas, chegar a 'tempo e horas' não é algo normal desta vossa leitora), venho hoje deixar-vos o meu progresso nesta que está a ser a minha primeira maratona Viagens (In)esperadas. Posso dizer que estou a adorar a experiência e o convívio mas que, infelizmente, não tenho tido o tempo necessário para dedicar à leitura. Ainda assim, penso que esta terceira fase correu ligeiramente melhor que as duas anteriores. 


Monday Bookshelf Mix #2:
«Que 3 cores associas ao Verão? Mostra-nos 3 livros que gostarias de ler ou comprar neste Verão, um para cada uma das cores escolhidas.»
 

Para este desafio escolhi o Azul, o Laranja e o Verde
The Ocean at the End of the Lane, de Neil Gaiman, é uma capa que representa em absoluto o azul que associo ao Verão, principalmente por, inclusive, conter alguma da água que tanto me fascina nesta época. É, também, um livro que quero há muito ler e a ver se será ainda este ano que o farei. 
The Elite, de Kiera Cass, vibra com o laranja de que tanto gosto e de tanto me faz pensar em frescura. Este livro é a continuação do The Selection, que já tive o prazer de ler, e, por isso, trata-se de um segundo volume que aguarda vez de leitura. 
Finalmente, Resist, de Sarah Crossan, mostra o verde que poderia ser associado à Primavera mas que, para mim, grita Verão. Sendo uma obra que não conheço e uma autora que nunca experimentei, espero, também em breve, folhear Breathe, o primeiro volume, para depois me dedicar a Resist. 
 
 
Check Point #3:
«De 3 em 3 dias vamos ter a rubrica 'Check Points'. Estas são paragens ao longo da maratona para fazermos o ponto de situação e avaliarmos o progresso das nossas leituras. Aqui o que queremos é que compartilhem o vosso bingo com as categorias já completadas marcadas com um X e que falem um pouco do que acharam dos livros que já leram.»
 

E assim foi devorado mais um livro, desta feita O Teorema Katherine, do sempre espectacular John Green. Não sei bem o que dizer sobre esta leitura a não ser que gostei bastante, muitomesmo. John Green é um dos meus autores favoritos e é impressionante como as suas histórias têm sempre o efeito de me aquecer por dentro, mesmo quando as premissas são indubitavelmente tristes. Com estas 272 páginas, risco mais duas categorias no Bingo. Não é muito, é verdade, mas pode ser que os próximos dias me permitam riscar mais uma ou duas.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Entre as Páginas de... #4


... O Teorema Katherine, de John Green.


John Green!, é o primeiro pensamento que me ocorre quando penso no nome Katherine. E quando junto dezanove Katherines numa só variável, O Teorema Katherine é o que surge. E que raio de teorema este é!
Vou, sensivelmente, a meio do livro. Não tenho tido muito tempo livre para ler — e aquele que estou a usar agora sei que devia de o estar a usar noutras coisas —, mas enfim. As letras da versão que estou a folhear são muito, muito pequeninas e por isso acho que a leitura não está a fluir tão bem quanto esperava. Ainda assim, é uma história de entretenimento puro e com o seu quê de extraordinário. Até ao momento, consigo dizer, sem resistências, que este não é o meu contemporâneo favorito do autor — após um À Procura de Alaska fenomenal e um A Culpa é das Estrelas brilhante, as expectativas estão bastante em alta —, mas isso ainda pode mudar! Vamos ver como corre o resto da leitura. 

P.S. — A capa da versão portuguesa é tão, mas tão linda! Adoro-a!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Em breve: Magisterium e A Cidade do Fogo Celestial



Leitores, 
Trago-vos hoje, possivelmente, as que serão as duas notícias mais aguardadas deste ano

Foi, há pouco, anunciado, pela Livros Fantásticos, uma chancela Planeta Manuscrito, que a nova série de Cassandra Clare e Holly Black vai ser traduzida para português e lançada na segunda quinzena de Outubro! Magisterium irá contar com cinco livros, sendo que o primeiro tem o título, no original, de The Iron Trial
Direccionada a leitores a partir dos 14 anos, e já comentada como a série que destronará Harry Potter, cada livro corresponderá a um ano na vida do protagonista, e contará a história de Callum Hunt, um aprendiz numa escola muito especial: Magisterium. 

Os direitos da saga foram, também, já vendidos para o cinema, o que, pessoalmente, acho fantástico!

Mas isto não é tudo! 
Foi, igualmente, anunciado o lançamento do volume que encerra a série Caçadores de Sombras, em português com o nome de A Cidade do Fogo Celestial, que chegará às livrarias na primeira quizena de Novembro. Ou seja, Cassandra Clare a duplicar entre Outubro e Novembro! — Mal posso esperar!


Diário de uma Maratona: Maratonas Literárias Viagens (In)esperadas — Check Point #2


Eu sou uma desnaturada, eu sei! Mas acreditem quando vos digo que pensei, seriamente, que ia conseguir dar conta do recado — a verdade é que não estou a conseguir. Demasiado stress, demasiadas coisas importantes para fazer ao mesmo tempo. Contudo, e mesmo sendo algo vergonhoso, venho deixar-vos a actualização da maratona até ao momento. A próxima semana correrá melhor! — I hope!


Check Point #2:
«De 3 em 3 dias vamos ter a rubrica 'Check Points'. Estas são paragens ao longo da maratona para fazermos o ponto de situação e avaliarmos o progresso das nossas leituras. Aqui o que queremos é que compartilhem o vosso bingo com as categorias já completadas marcadas com um X e que falem um pouco do que acharam dos livros que já leram.»

Como devem ter reparado, falhei o Check Point #1 mas isto porque, na altura, não tinhas muitas páginas para vos mostrar. Não é que hoje, ao fim de uma semana de maratona, as tenhas, mas tal é porque me encontro no processo de escrever a minha dissertação de mestrado e, por isso, o tempo anda bastante limitado. No entanto, fui capaz de terminar um livro e, assim, riscar 3 categorias do Cartão Bingo, com um total de 225 páginas. O livro que terminei foi Quando Éramos Mentirosos, de E. Lockhart, e deixem-me que vos diga que é uma das grandes surpresas do ano! E um dos favoritos também!
Espero que a próxima semana corra melhor, e caso não consiga terminar a maratona, que pelo menos seja capaz de ler metade dos livros a que me propus.


Lazy Sunday #1:
«Conta-nos como é que o livro que estás a ler veio parar às tuas mãos. Onde ouviste falar nele pela primeira vez e porque decidiste lê-lo?»


Bem, neste momento não estou a ler nenhum livro, pois terminei Quando Éramos Mentirosos e Ugly Love (que não faz parte desta maratona). No entanto, vou iniciar Deusa, de Josephine Angelini e posso dizer que este livro me veio parar às mãos graças à indescritível Planeta Manuscrito, que mo ofereceu em troca de uma opinião sincera sobre o mesmo — parceria literária.
Escolhi Angelini porque dentro da fantasia é das escritoras de que mais gosto, com uma voz que considero única e uma imaginação inigualável. Além disso, Deusa é, também, o volume final da trilogia Predestinados e, por isso, posso dizer que estou bastante ansiosa em conhecer o seu desfecho — embora, após o virar da última página, vá, com certeza, sentir saudades. 


Reading Pause #2:
«Para algumas pessoas Verão é sinal de roadtrip. Que tal fazermos uma roadtrip literária? Escolhe 4 países que gostarias de visitar no Verão e um autor de cada um desses países que te desperte a curiosidade.»

Confesso que adoro viajar e só não conheci ainda meio mundo porque o avião não é bem o meu transporte favorito. Por isso, limitar-me à escolha de quatro países que gostaria de conhecer ou que adoraria visitar numa roadtrip de Verão não vai ser coisa fácil.
Como estou actualmente a residir em Londres, a minha primeira escolha seria o Reino Unido, e isto porque existem lugares maravilhosos, para além da grande capital, onde se desfrutar de umas belas paisagens. No Reino Unido, gostaria de 'visitar' The Bone Season (A Estação dos Ossos) e tal porque já tive o prazer de conhecer a autora, Samantha Shannon, e trocar dois dedos de conversa com ela, o que me deixou ainda mais curiosa quanto ao seu livro.
De seguida, iria ali aos irmãos Ingleses, EUA. Muitos são os autores e locais que gostaria de percorrer mas desta feita irei ficar-me por Colleen Hoover. Hoover tornou-se rapidamente numa das minhas escritoras favoritas de contemporâneo e confesso que adoraria conversar com ela sobre as suas personagens enquanto desfrutaríamos de uma bela música country — a autora vive no Texas.
Voltaria então, depois, para a Europa onde aterraria em Paris, França. Sonho com uma viajem à cidade da luz e do amor e admito que embora não esteja familiarizada com muitos autores franceses, é um estilo de escrita que me atrai. Lá conhecia então A Delicadeza de David Foenkinos.
Antes de voltar a terras de sua majestade, faria uma pausa muito breve na Alemanha, um país que me tem vindo a atrair mais e mais, onde desfrutaria da companhia de Kerstin Gier, que dentro do young adult mais novo, é, sem dúvida, uma voz muito, muito interessante.

domingo, 27 de julho de 2014

Resultado do Passatempo Destinos Interrompidos + A Revelação, Lissa Price


Parece que ainda foi ontem que publiquei este maravilhoso passatempo para vocês, meus queridos seguidores. Porém, já se passaram duas semanas e é então chegado o momento de anunciar o vencedor que levará para casa este prémio que contou com o espectacular apoio da Planeta Manuscrito, a quem agradeço imenso. 


Para sorteio este um pack com um exemplar de Destinos Interrompidos mais um exemplar de A Revelação, da autoria de Lissa Price. Uma duologia que promete encantar qualquer leitor de fantasia distópica.

Quero, então, agradecer a todos os que participaram neste passatempo, tanto aos novos seguidores como aos que já são da casa. E caso não tenha sido este o seu dia de sorte, nada de desesperos, mais oportunidades virão em breve!

Assim, sem mais demoras, o prémio vai para:

20. Pedro Miguel (...) de Oliveira
, de Cascais

Parabéns, Pedro! Espero que desfrutes desta excelente leitura e um email seguirá dentro em breve.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cornos [Teaser Trailer]


E aqui fica o teaser trailer de Horns, uma adaptação que, como sabem, aguardo com entusiasmo e ansiedade. Se sairá, de facto, um trailer mais pormenorizado e oficial, é-me impossível dizer, mas que este teaser faz o seu trabalho em deixar curioso quem o vê, lá isso faz! 


Nos cinemas em Outubro, 2014

Cinema: Cornos [Poster]


É com grande expectativa que vos trago hoje o poster oficial da adaptação cinematográfica de Horns (Cornos na tradução portuguesa, editada pela 1001 Mundos). A notícia de que a obra de Joe Hill (filho do magnífico Stephen King) ia ter destaque no grande ecrã não é novidade, mas para quem segue ou aguarda o visionamento desta película, sabe que muito pouco tem vindo a ser divulgado ao público no que diz respeito ao conteúdo do filme. Assim, contando já com um poster, pode ser que o trailer oficial esteja, igualmente, para breve — daqui a pouco, mostro-vos o teaser!


Confesso que ainda não li Cornos, mas é uma narrativa de horror pela qual nutro enorme curiosidade. Com a aproximação da estreia do filme (marcada, até ao momento, para 31 de Outubro no Reino Unidos e Estados Unidos da América), não tenho dúvidas de que será desta que lhe vou pegar. Quanto ao filme, estou com enorme expectativa relativamente ao desempenho de Daniel Radcliffe — este é um actor que admiro grandemente e o qual aprecio ver em papéis mais aterrorizantes.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

As Cinquenta Sombras de Grey [Trailer]




Qualidade literária à parte, quem não se deixou apaixonar por esta história? Sedução, sexualidade e poder, é o que tornam As Cinquenta Sombras de Grey num dos maiores sucessos de literatura erótica da actualidade. O trailer do filme foi finalmente revelado, sob a direcção de Sam Taylor-Johnson, e deixem-me que vos diga que, esteticamente, está estupendo! 

Nos cinemas em Fevereiro, 2015

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A Revelação, Lissa Price [Opinião]




Título Original: Enders
Autoria: Lissa Price
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 278
Tradução: Catarina F. Almeida

Sinopse:

Com o fim da Destinos Primordiais, Callie já não tem de alugar o seu corpo a sinistros Terminantes. Mas o neurochip que lhe implantaram no cérebro torna-a vulnerável a todos os que quiserem entrar dentro da sua cabeça e obrigá-la a fazer coisas contra a sua vontade. Os Iniciantes que contêm este chip tornam-se cobaias nas mãos dos mais poderosos Terminantes, e alguém anda a fazer explodir os dispositivos, transformando-os em bombas humanas. Determinada a vencer o medo e dar uma vida normal ao irmão, Callie decide ripostar. Encontrar o Velho e travá-lo talvez seja uma sentença de morte, mas ela está disposta a tudo para descobrir a verdade.


Opinião:
É obrigatório — vou começar esta opinião por escrever que me é bastante difícil falar sobre este livro. E isto porque, inevitavelmente, foi uma experiência entre páginas que me agradou sobremaneira mas que, no seu todo, deixou um vestígio um tanto ou quanto agridoce no coração desta vossa leitora. Não se tratando de uma obra perfeita, A Revelação ainda assim possui todos os ingredientes chave de modo a encantar qualquer leitor de distopias young adult, principalmente todos aqueles que aguardam, com ansiedade, o desfecho desta duologia de carácter impressionante. Contudo, esta é, e em igual medida, uma narrativa que, ora por vezes se deixa focar no dispensável, ora se enlaça na rapidez do momento, da acção, oferecendo assim um desfecho que, a meu ver, foi um pouco precipitado e que, a nível geral, tanto pode ser considerado positivo e satisfatório quanto negativo e inaceitável — numa perspectiva pessoal, tendo mais para a primeira hipótese caso seja o desejo da autora voltar, um dia, a este universo disforme.

A recta final de Destinos Interrompidos deixou mil e uma possibilidades em aberto, assim como uma mão cheia de futuros incertos — sendo um deles o de Callie, a nossa protagonista. Usufruir de um estilo de vida saudável por entre uma população crescente de Iniciantes sem-abrigo é um privilégio, um anseio pelo qual Callie lutou de modo a proporcionar uma melhor existência ao seu irmão, Tyler. Porém, o chip que lhe foi implantado traz um preço, e esse preço desmembra-se na presença assídua d’O Velho, alguém que Callie nunca antes temeu tanto. Adrenalina, decisões precipitadas, planos falhados e um domínio dotado de uma força nunca antes sentida, é o que Lissa Price oferece aos seus leitores com A Revelação, apresentado um segundo e último volume interessante, com o seu quê de surpreendente e que visa colmatar algumas das questões deixadas em aberto com Destinos Interrompidos — particularmente a identidade de tão vil personagem, O Velho.

Em termos de processo descritivo, creio que esta continuação oferece mais energia e um desenrolar mais emocionante, mais activo que premeia a obra com um sentimento constante de vivência e audácia, fervor até. Sempre no limiar da corda bamba, o leitor é levado, desde muito cedo, a levantar hipóteses quanto ao que se esconde por detrás da máscara electrónica d’O Velho, um interveniente que mantém o mesmo sentido de malvadez e mistério, de ameaça e sombra, vindo já da obra anterior. Quanto a Callie, a sua personalidade mostra-se mais focada, mais expandida na captação de possíveis soluções para as suas adversidades, e isso torna-a alguém mais completo, mais forte e muito mais empático. Michael, por sua vez, recebe um pouco mais de destaque ao juntar-se a Callie e Hyden, uma nova personagem que proporciona um pouco mais de vida ao enredo, na demanda em se libertarem dos chips explosivos que pontuam, avidamente, os seus espíritos.

Enquanto desfecho de uma duologia que desde o seu começo prometeu levantar bastantes questões éticas — muito próprias de distopias —, A Revelação apresenta alguns pontos inovadores que visam premiar com entusiasmo a sua leitura. Porém, a sua conclusão deixa demasiado em aberto o que pode não agradar a muitos leitores. Quanto a mim, com uma escrita simples e atractiva precisamente pela sua característica aberta e fluida, um leque de personagens interessante e uma base criativa decididamente sólida e intensa, somente me resta dizer que, enquanto leitora, me sinto satisfeita. Pode não ter sido descrito o que inicialmente imaginei, mas como um todo, Destinos Interrompidos e A Revelação formam uma duologia que, de certo, proporcionará várias horas de entretenimento aos apreciadores do género. Confesso-me curiosa em saber que mais mundos fantásticos sairão da mente de Lissa Price.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Entre as Páginas de... #3


... Quando Éramos Mentirosos, de E. Lockhart.

Quem segue o Pedacinho com alguma regularidade sabe que não sou muito dada a reler livros. Sinto que existem tantas histórias, tantos novos mundos por aí, por entre páginas que ainda não percorri, que encaro quase como uma 'perda de tempo' — embora nunca o seja, realmente — folhear universos outrora já meus conhecidos. Contudo, Quando Éramos Mentirosos é uma obra muito especial para mim, que tive o prazer de ler, no original, algures mais no começo deste ano aquando da sua publicação. Devido a ter gostado tanto desta leitura, de me ter sentido tão surpreendida, tão devota a estes mentirosos, decidi não só voltar a afogar-me nesta que é uma narrativa sem igual, como também a dedicar ao Bingo Literário de Verão em estou a fazer como parte das Maratonas Literárias Viagens (In)esperadas

Gosto. Gosto muito. E esta está, sem dúvida, a ser uma experiência extravaganta em igual medida, embora conheça, já, o desfecho da história. 

sábado, 19 de julho de 2014

Diário de uma Maratona: Maratonas Literárias Viagens (In)esperadas



Vocês sabem o quanto eu gosto de uma boa maratona, e como muitas vezes não lhes consigo resistir mesmo sabendo, de antemão, que não terei muito tempo disponível para dedicar a leituras. É assim que surge a minha participação nas Maratonas Literárias Viagens (In)esperadas. Acreditem quando digo que tentei, afincadamente inclusive, manter-me longe do grupo de Facebook (aqui) onde decorrem estas maravilhosas oportunidades de colocar alguns livros em dia ao mesmo tempo que se partilha a experiência da leitura com outros maratonistas, mas confesso que não deu lá grande resultado - como podem ver. 


Vou tentar ir actualizando o meu progresso  nesta maratona sempre que possível, mas não garanto que o faça diariamente uma vez que tal pode não ser justificável dado o parco número de páginas avançadas nesse dia - quiçá, como disse, não prometo que leia todos os dias. Porém, estou bastante entusiasmada com as escolhas que fiz para cada uma das temáticas do Bingo Literário de Verão, e mal posso igualmente esperar por ler os vossos comentários às mesmas - quero que me contem tudo; se já leram ou gostariam de ler alguma das minhas escolhas. 

Antes das vos mostrar, deixo somente algumas regras - muito simples, por sinal -, neste que será considerado o meu post introdutório/de inscrição na maratona. 
Regras:
1. Um mesmo livro pode encaixar-se em diferentes categorias;
2. O bingo será considerado completo, quando: todas as categorias estiverem completas, ou se tenha iniciado o último livro que preenche o cartão e se tenha passado das 100 páginas. 


Escolhas:
 Capa Azul - Deusa, Josephine Angelini
Conto ou Novela - Uncharted, Tracey Garvis-Graves
Natureza como Cenário - Uncharted, Tracey Garvis-Graves
Um dos teus Autores Favoritos - Deusa, Josephine Angelini
Recomendação Online - Quando Éramos Mentirosos, E. Lockhart
Comédia - O Teorema Katherine, John Green
Juvenil - O Teorema Katherine, John Green
Protagonista Feminina - Quando Éramos Mentirosos, E. Lockhart
Género diferente do habitual - A Estação dos Ossos, Samantha Shannon
Ebook - Uncharted, Tracey Garvis-Graves
Decorre no Verão - Quando Éramos Mentirosos, E. Lockhart
Romance e Amizade Forte - Deusa, Josephine Angelini
Com Personagens Não Humanas - Deusa, Josephine Angelini
Continente diferente Norte Americano - A Estação dos Ossos, Samantha Shannon
Mais de 400 Páginas - A Estação dos Ossos, Samantha Shannon
Best Seller - A Estação dos Ossos, Samantha Shannon

Não concordam que fiz escolhas absolutamente alucinantes para ler nas próximas duas semanas (a maratona vai decorrer entre 21 de Julho e 3 de Agosto)? Acho que esta vai ser uma maratona muito, muito boa caso a consiga cumprir.    

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Puros, Julianna Baggott [Opinião]




Título Original: Pure
Autoria: Julianna Baggott
Editora: Editorial Presença
Nº. Páginas: 392
Tradução: Fátima Andrade

Sinopse: 

Depois de uma série de denotações atómicas destinadas a exterminar grande parte da Humanidade, apenas uma pequena elite de puros deveria ter sobrevivido, protegida dentro da Cúpula até que a Terra se regenerasse por completo. Mas não foi isso que aconteceu... Muitos foram os que sobreviveram às explosões, deformados, com mutações terríveis, refugiados entre as ruínas da cidade, num clima de opressão por parte da milícia entretanto formada, que os aterroriza e explora.
Pressia Belze é uma jovem de dezasseis anos, uma mutante que tenta fugir à milícia; Partridge é um rapaz da elite, um Puro atormentado pela suspeita de que um plano secreto está a ser desenvolvido pela elite científica da Cúpula. Numa terra devastada, os caminhos destes dois jovens acabam por se cruzar, dois sobreviventes em busca de um futuro menos sombrio, que nem desconfiam do laço secreto que os une...


Opinião:
Esqueçam tudo o que alguma vez leram. Esqueçam todas as vossas distopias favoritas. Esqueçam todas aquelas personagens que tanto vos fizeram sonhar quanto sofrer. Esqueçam todos os mundos imaginários que conheceram e amaram. Esqueçam todas as reviravoltas que vos surpreenderam. Simplesmente, esqueçam. Esqueçam tudo. E entrem nesta aventura, neste planeta destruído por bombas, pela radioactividade e pela ganância humana, e deixem-se levar por esta história sem quaisquer preconceitos, sem ideias pré-concebidas e sem possíveis desfechos já tão fortemente ansiados. Esqueçam e desfrutem do que de melhor a literatura fantástica, na sua vertente young adult distópica, tem para oferecer. Esqueçam tudo e leiam Puros, de Julianna Baggott. Prometo que não se vão arrepender.

Confesso que ainda me sinto meio asfixiada pela força desta narrativa. Não estava, de todo, à espera de algo tão eximiamente magnífico, tão provocador, tão cheio de dor e tão repleto de monstruosidades absolutamente belas. Acreditem quando digo que nunca li nada tão cru e devastador. E é com obras como esta, obras deste calibre e intensidade, que constantemente sou relembrada do porquê de prezar tanto este género literário, do porquê de ser tão fácil, para mim, apaixonar-me pela devastação latente e emocional de uma narrativa capaz de transmitir esse mesmo sentimento de perda ficcional, de crueldade humana, de desespero total para lá das páginas e, consequentemente, para a minha vida de leitora, para a minha realidade. Julianna Baggott foi mestre com Puros, e neste momento mal posso esperar pela continuação que promete, devido à fase final deste primeiro volume, marcar tanto quanto a que lhe precede.
Puros conta a história de um planeta destruído pela mão humana, cujas ramificações resultantes de tal devastação global ainda se fazem sentir muito para lá da existência atómica que o afectou, e que, por consequência, permitiu, de modo extraordinário, a fusão do que é nosso, enquanto seres vivos, com o que é desprovido de espírito. Assim, é apresentado ao leitor duas realidades distintas: de um lado temos a Cúpula onde só a Elite vive, um cenário controlado e de alta tecnologia que visa aperfeiçoar as características humanas de quem se conseguiu ‘salvar’, e onde os seus habitantes são considerados Puros, figuras sem qualquer defeito genético; e por outro temos o mundo exterior, com locais como as Terras Mortas e as Terras Derretidas, onde o ser-se humano já não constitui uma realidade por inteiro, e onde ser-se híbrido, uma fusão de humanidade com outro objecto ou natureza qualquer, é a vivência comum. É aí que conhecemos Pressia, uma rapariga de dezasseis anos que luta por fugir à OSR, uma organização que recruta jovens — para os treinar ou matar —, e por poder cuidar do seu avô. E é também neste mundo que conhecemos Partridge, um Puro que busca a mãe que perdeu demasiado novo, e que deseja reconstruir as memórias que ninguém lhe permite relembrar. Afinal de contas, o Passado pertence à História, e quando o medo e a disformidade são uma constante, é no Futuro que se pensa, e o Passado que se esquece.

Muito acontece ao longo das páginas desta distopia. Tantas são as situações que remetem o leitor para o campo da ansiedade, que o fazem suspirar, implorar por um pouco de alívio, por uma réstia de esperança, mas, de igual forma, surgem também momentos em que o leitor não pode deixar de se compadecer com as personagens, com o que estas experienciam, vivem e sofrem, e sempre que um sorriso é esboçado, sempre que um gesto mais meigo, mais amigo é cumprido, é sentida toda uma multidão de sentimentos e emoções que transforma Puros numa leitura como nenhuma outra igual.
As personagens que povoam esta obra são absolutamente fantásticas e memoráveis — tanto as principais quanto as secundárias. Intervenientes como Bradwell, Lyda ou El Capitam desfrutam de tanto destaque, de tanta importância quanto os protagonistas, Pressia e Partridge, e tal penso ser somente possível devido ao modo complexo com que Baggott escreve esta história, fugindo da narração na primeira pessoa e dando, assim, oportunidade de crescimento a outras personagens para lá das figuras principais. Mas ainda mais que as vozes presentes nesta trama, o que verdadeiramente impressiona e deixa uma marca no leitor são as descrições de seres que poderiam ser nossos conhecidos afectados por deformidades nunca antes pensáveis. Essa sim é a real beleza de Puros, ainda que descrita com horror.

Há ainda tanto por dizer relativamente a este livro, é-me impossível colocar em palavras o quão especial e única é esta obra, o quanto desejo que vocês, leitores, lhe dêem uma oportunidade e se deixem maravilhar por algo como nunca antes leram. Puros é verdadeiramente extraordinário, uma narrativa de excelência que agradará a um público tanto jovem quanto adulto, pois quando o romance é uma característica secundária e a sobrevivência, a descoberta e a desfiguração uma realidade constante entre páginas, nada há que melhor ilustre o que uma distopia deve conter. Perfeito. Indiscutivelmente, perfeito.


Para adquirir ou ler mais informações sobre o livro Puros, clique aqui!

terça-feira, 15 de julho de 2014

Literatices em Comum #3 — LFCC


*Desde já, as minhas desculpas pela pouca qualidade de imagem, no que diz respeito às fotografias aqui publicadas.


O desejo e vontade em fazer parte de um evento deste calibre, ainda que somente como visitante e apreciadora das temáticas retratadas, sempre foi grande. Londres, como a cidade inovadora que é, constantemente a presentear aos seus residentes e turistas oportunidades culturais sem igual, apareceu no meu radar como o local perfeito a satisfazer esta curiosidade que tinha em saber, em primeira mão, o que é, na realidade, uma Comic Con.

Todos conhecemos a famosa Comic Con em San Diego, mas olhem que a de Londres é igualmente brilhante e muito, muito interessante. Com props utilizados nos filmes, actores de televisão e cinema nossos conhecidos e os quais nos habituámos a ver todos os dias, autores nossos favoritos, presentes em palestras sobre os mais variados temas da literatura Young Adult — desde a famosa distopia a dissertações sobre seres feéricos, houve de tudo um pouco —, cosplay no seu melhor e, claro, conjuntos infindáveis de artigos coleccionáveis ao dispor do visitante, a London Film & Comic Con apresentou-me, ao longo deste passado fim de semana, um pouco de tudo do que mais gosto. 

Infelizmente, não me foi possível ser fotografa. Quis, ao máximo, absorver tudo o que este evento tinha para me oferecer, quis ver, de perto, nomes que há muito ansiava conhecer, e analisar, quase ao pormenor, todos aqueles objectos emblemáticos que fizeram parte da minha juventude e fazem, ainda, parte da minha vida adulta. Contudo, conto, na próxima LFCC, gastar um cartão sd em fotografias memoráveis de um evento do qual fiquei fã, mas, até lá, somente vos posso deixar com uma muito, muito reduzida percentagem do que vi por lá. Se tiverem a possibilidade de visitar uma London Film & Comic Con, não o deixem de fazer.


E, claro, sem esquecer a inesquecível YALC — Young Adult Literature Convention

domingo, 13 de julho de 2014

Puros, Julianna Baggott [Book Trailer]



Hoje venho deixar-vos o book trailer da minha leitura actual. Oh, os arrepios! É que se acham este pequeno vídeo assim mesmo, mesmo fantástico, então não estão bem a ver o surpreendente que é a história de Puros. Estou absolutamente a adorar!

Para mais informações sobre Puros, clique aqui!

sábado, 12 de julho de 2014

Passatempo Destinos Interrompidos + A Revelação, de Lissa Price


Faz já algum tempo que não trago um miminho para os leitores do blogue, por isso, é com uma enorme alegria, e com o absolutamente incomparável apoio da Planeta Manuscrito, que vos trago hoje um passatempo bem especial e, claro, fantástico! 


Para sorteio está disponível um pack com um exemplar de Destinos Interrompidos mais um exemplar de A Revelação, ambas as obras a serem atribuídas a um único vencedor. Acreditem que não vão querer perder esta duologia sem igual!

Para se habilitar a este prémio, basta que responda acertadamente às questões que se encontram no formulário, que preencha os campos obrigatórios e que seja seguidor do blogue.
As respostas às perguntas podem ser encontradas aqui, aqui e/ou aqui.

Regras do Passatempo:
1) Ser seguidor do blogue.
2) O passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 26 de Julho (Sábado).
3) Só é válida uma participação por pessoa e/ou email.
4) Participações com respostas incorrectas e/ou dados incompletos serão automaticamente anuladas.
5) O vencedor será sorteado aleatoriamente pela administração do blogue, será posteriormente contactado via email e o resultado do mesmo será anunciado no blogue.
6) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
7) A administração do blogue não se responsabiliza pelo possível extravio, no correio ou outros, de exemplares enviados pela mesma e/ou por editoras.
8) Boa sorte!


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Literatices em Comum #2



Hoje trago-vos uma pergunta importante, até porque afectará a dinâmica do blogue — ou, pelo menos eu assim o acho. 
Tenho perfeita e total consciência da quantidade de blogues nacionais que vos mostram, quase diariamente, as novidades literárias que estão prestes a ser lançadas no mercado. Sei, também, que a divulgação editorial é uma componente essencial de qualquer blogue literário, pois não só é uma forma de comunicar com vocês, leitores, como, inclusive, de fazer suscitar, previamente, interesse em torno do/s livro/s anunciado/s. Contudo, e como devem ter reparado mais recentemente, o Pedacinho tem seleccionado somente algumas, muito poucas, novidades a terem destaque no blogue (no que diz respeito a mera divulgação) e, mesmo essas, assim aqui se encontram com um ou outro propósito definido, e, por isso, o que eu pretendo da vossa parte, em forma de feedback, é: 

Na vossa opinião, o Pedacinho deverá publicar a divulgação editorial de todas, ou da grande maioria, das novidades literárias a serem lançadas? 

O intuito deste Literatices em Comum é perceber as 'necessidades' dos meus Pedacinhos — ou seja, vocês — no que diz respeito à divulgação editorial. Há muitas formas de divulgar novidades, daí ter criado algumas rubricas onde o posso fazer enquanto dou, também, uma perspectiva mais pessoal, mas o que quero mesmo saber é a vossa opinião, saber o que procuram aqui, se preferem uma opinião, se querem saber as novidades tal como nos outros blogues, ou se as rubricas, e uma divulgação aqui e ali, serve o propósito do que buscam no Pedacinho (novamente, no que diz respeito à publicação das novidades).

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Entre as Páginas de... #2


... Puros, de Julianna Baggott.


Esta aposta da Editorial Presença (mais informações sobre Puros, aqui) parece-me que vai ser uma leitura assim... algo sofrida — é que está a ser tão interessante, tão inesperada, inovadora e inebriante que estou mesmo a ver que quando estiver próxima do seu final simplesmente não vou querer virar o último folhear de páginas. Ah, não vou, não.
Encontro-me algures no começo da história, numa altura, na narrativa, em que as suas várias camadas traumatizantes se desenrolam com poder e sofrimento — aliás, vou tão no início que ainda nem vi a página 100 —, e como se o conteúdo, de si, não fosse já deveras viciante, esta é, sem sombra de dúvida, uma capa que, enquanto leitora, me faz suspirar em absoluto, e me enche, com perfeição, as medidas. Oh, que coisa mais linda!

terça-feira, 8 de julho de 2014

A Revelação, Lissa Price [Divulgação]


O lançamento desta série distópica oferece-nos uma mestria notável da técnica e levanta pertinentes questões sobre classes sociais, o corpo como propriedade e a mente como separação.
Publishers Weekly

Título Original: Enders
Autoria: Lissa Price
N.º Páginas: 280
PVP.: 18,85€

Sinopse:
O fim está prestes a chegar...
Como o fim da Destinos Primordiais, Callie já não tem de alugar o seu corpo a sinistros Terminantes. Mas o neurochip que lhe implantaram no cérebro torna-a vulnerável a todos os que quiserem entrar dentro da sua cabeça e obrigá-la a fazer coisas contra a sua vontade. Os Iniciantes que contêm este chip tornam-se cobaias nas mãos dos mais poderosos Terminantes, e alguém anda a fazer explodir os dispositivos, transformando-os em bombas humanas. 
Callie continua a ser perseguida pela voz do Velho, bem como pelas memórias da sua ex-locatária, Helena. Determinada a vencer o medo e dar uma vida normal ao irmão, Callie decide ripostar. Um aliado improvável associa-se à sua busca. Encontrar o Velho e travá-lo talvez seja uma sentença de morte, mas ela está disposta a tudo para descobrir a verdade. Mesmo que o mundo, tal como o conhecia, nunca mais volte a ser o mesmo. 
Uma aventura pós-apocalíptica onde os jovens têm de lutar contra uma sociedade fascinada pelas aparências e que se aproveita deles. Uma sociedade onde a juventude é o bem mais apreciado e uma verdadeira mercadoria.
Uma história inteligente, uma narrativa ágil e fluída, uma trama viciante que a autora conseguiu combinar com mestria, e que prende o leitor até à última página.

Sobre a autora:
Lissa Price estudou fotografia e escrita, mas o mundo acabou por ser o seu maior professor. Andou com os elefantes no Botswana, nadou com pinguins nos Galápagos, viu o pôr do Sol num campo com duzentos nómadas em Gurajat na Índia. Foi cercada por centenas de búfalos-do-cabo na África do Sul e assitiu a um coro quase silencioso de uma centena de golfinhos selvagens na costa de Oahu. Dançou em cabanas de barro em casamentos na Índia e bebeu chá com a mais famosa personalidade viva no Kyoto. Quando se sentou para escrever, percebeu que a mais surpreendente viagem estava dentro da sua cabeça. Vive no sopé das colinas no Norte da Califórnia com o marido e os ocasionais veados.  

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Scarlet, Marissa Meyer [Opinião]





Título Original: Scarlet
Autoria: Marissa Meyer
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 384
Tradução: Victor Antunes


Sinopse:
Cinder elabora um plano para fugir da prisão e, se for bem-sucedida, irá tornar-se a fugitiva mais procurada da Comunidade. Do outro lado do mundo, a avó de Scarlet Benoit desapareceu. Scarlet entra em pânico e, na sua busca, acaba por descobrir que existem muitas coisas sobre a avó que desconhece, assim como ignorava o grave perigo que correu toda a vida. Quando Scarlet encontra Wolf, um lutador de rua que poderá ter informações sobre o paradeiro da avó, sente-se relutante em confiar nele, mas ao mesmo tempo sente-se inexplicavelmente atraída. Scarlet e Wolf tentam desvendar o mistério do desaparecimento da avó, mas deparam-se com outro quando encontram Cinder. Além de todos os problemas em que estão mergulhados, ainda terão de antecipar os passos da maléfica rainha Levana, que fará qualquer coisa para que o belo príncipe Kai se torne seu marido, seu rei, seu prisioneiro.


Opinião:
Existem livros especiais e, para mim, Scarlet é, sem dúvida, um deles.
Faz já algum tempo que folheei esta narrativa — até agora perdida na infindável pilha de livros a opinar —, sequiosa por descobrir a continuação de um final tão surpreendente quanto emotivo e expectante, presente nas páginas de Cinder, e tudo o que posso, agora, dizer é que Scarlet não só correspondeu às minhas já de si bastante exigentes expectativas como, inclusive, as superou. Cinder foi uma leitura que esteve muito perto de atingir a perfeição, focando-se num retelling distópico de uma das mais conhecidas e adoradas histórias tradicionais, Cinderela, contudo, onde esta pecou, onde esta não foi capaz de alcançar tamanha mestria e primor — que, atenção, são erros quase inexistentes —, Scarlet brilhou e dominou ainda mais a minha curiosidade, levando-me a apaixonar, forte e decididamente, por este mundo radioso, por estas personagens singulares e por esta autora absolutamente esplêndida.

Dentro do seu género, posso afirmar que as Crónicas Lunares de Marissa Meyer é das minhas trilogias/sagas/séries favoritas de sempre. Não há como igualar a imaginação desta escritora, ou o seu cuidado para com a narrativa e para com o leitor em constantemente oferecer uma história nova, única e maravilhosamente viciante. É quase sem fôlego que o leitor se deixa embalar em cada uma das suas viagens extraordinárias pelo campo do sobrenatural distópico, experienciando com Cinder e, agora, com Scarlet e Wolf todos os pormenores de encanto, de vingança, perigo e amizade presenteados. E se Cinder foi um amor impulsivo e à primeira vista, Scarlet foi o fortalecer de uma paixão com intento à eternidade.
Scarlet e Wolf são uma dupla exímia, tão apaixonante quanto Cinder e Kai — ela pelo seu sentido de independência e força, com traços muito acentuados de uma personalidade irreverente, e ele pelo mistério existente em torno da sua pessoa, tornando-se, em igual medida, arrojado e excitante. Pronta a correr mundos e fundos em busca da sua avó, Scarlet acaba por entrelaçar a sua história com a de Cinder e por se deparar com personagens (algo) secundárias possantes e soberanamente espectaculares — Iko volta a dar sinais de vida, agora com uma imagem totalmente renovada que, por momentos, me deixou impossibilitada de computar, e Thorne é outra das figuras que surge de modo surpreendente e que deixa um sorriso nos lábios de qualquer leitor. Por outro lado e noutras ‘terras’, Kai mantém-se presente na trama, ainda que com menor destaque, mas agora com uma responsabilidade acrescida para com o seu povo ao ser Imperador — e quem não se lembra de Levana, tamanha figura maléfica? Esta é uma personagem que ainda me faz arrepiar, e que Meyer descreve tão, mas tão bem.

Cress, o terceiro volume desta saga, é já uma muito forte presença na minha mente enquanto leitora — explorando a história de Rapunzel, é com uma enorme ânsia que aguardo a sua publicação por terras lusas. E oh como estou curiosíssima em relação à capa! É que o design de Cress é, até ao momento, o meu favorito das Crónicas Lunares e tendo em conta que a Planeta tem oferecido um certo twist na sua abordagem pessoal à série, confesso-me bastante interessada em ver o produto final. Uh, mal posso esperar por mais Meyer, mais Cinder, mais Scarlet e, claro, mais da minha adorada Iko!

domingo, 6 de julho de 2014

Shadowfell, Juliet Marillier [Opinião]




Título Original: Shadowfell
Autoria: Juliet Marillier
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 381


Sinopse:
Na terra de Alban, onde o jugo tirânico de Keldec reduziu o mundo a cinzas e terror, a esperança tem um nome que só os mais corajosos se atrevem a murmurar: Shadowfell. Diz a lenda que aí se refugia uma força rebelde que lutará para libertar o povo das trevas e da opressão.
E é para lá que se dirige Neryn, uma jovem de dezasseis anos que detém um perigoso Dom Iluminado: o poder de comunicar com os Boa Gente e com as criaturas que vivem nas profundezas do Outro Mundo. Será Neryn forçada a fazer esta perigosa viagem sozinha? Ou deverá antes confiar na ajuda de um misterioso desconhecido cujos verdadeiros desígnios permanecem por esclarecer?
Perseguida por um império decidido a esmagá-la e sem saber em quem pode confiar, Neryn acabará por descobrir que a sua viagem é um teste e a chave para a salvação do reino de Alban pode estar nas suas próprias mãos.


Opinião:
É com um certo peso no coração que começo a escrever esta opinião, e tudo porque, ao longo de todos estes anos enquanto ávida apreciadora de fantasia tenho somente escutado maravilhas sobre os mundos criados por Juliet Marillier, no entanto, agora que finalmente dei o ‘primeiro passo’ necessário à descoberta decidindo assim aventurar-me por algumas das suas páginas, não é com um sorriso no rosto e um brilho especial no olhar que termino esta leitura — é, e isso sim, com um pesar inimaginável e inigualável, uma vez que dificilmente voltarei a pegar numa obra desta autora, pelo menos num futuro próximo.

Estou desiludida. Muito, muito desiludida. Confesso que estava à espera de algo extraordinário, de uma viagem única pelas terras da fantasia épica e da magia, com personagens absolutamente encantatórias e um misto de criaturas fascinante — contudo, tudo o que encontrei foi uma escrita aborrecida, uma figura principal desprovida de quaisquer traços de personalidade e uma jornada que pouco ou nada me interessou. Nem mesmo o rico leque de personagens secundárias foi cativante o suficiente para me agarrar à leitura, e isso é dizer muito.

Honestamente, nem sei bem o que escrever sobre Shadowfell, a não ser que não cumpriu uma única das promessas que deixou latentes quanto ao seu conteúdo excepcional. Admito que a premissa que rege a história é interessante — a ideia de uma demanda quase impossível, altamente perigosa e capaz de salvar uma terra é algo que me impressiona, contudo, Neryn é fastidiosa com todos os seus pensamentos envolventes do seu estado sobrenatural, e das suas dúvidas quanto a Flint, e das suas incertezas quanto ao mundo em geral. Os diálogos, esses, foram parte da razão pela qual continuei a ler esta narrativa, sequiosa por um pouco de emoção, por uma descoberta, uma vingança, um engano... mas, até estes, ao fim de um tempo se tornaram maçadores, desprovidos de qualquer perturbação ou desordem ou outra sensação de entrega e mistério à trama em si.

A um nível inteiramente pessoal, penso que grande parte do problema deste livro poderia ter sido facilmente resolvido com o acréscimo de um segundo POV (point of view = ponto de vista), quem sabe até mesmo de Flint, proporcionando assim, à trama, um certo entusiasmo e novidade com vista a contrabalançar a monotonia que até os momentos de mais tensão experienciados por Neryn ao longo da sua viagem possuem. Talvez esta não tenha sido a melhor altura para ler esta obra e talvez esta não seja, também e mesmo, o melhor trabalho criativo da autora, porém, admito não dispor de grande vontade em continuar a folhear esta trilogia, com o segundo volume O Voo do Corvo. Os fãs de Marillier que me perdoem mas Shadowfell não foi, nem de perto nem de longe, o que eu esperava — e isto no mau, péssimo até, sentido.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Literatices em Comum #1



Confesso que não tenho por hábito planear o que vou ler num dado mês, semana ou mesmo dia. Deixo-me, mais vezes do que devia dada a extensa pilha de livros a ler, levar pelo sabor do vento, e ir escolhendo as minhas leituras de forma gradual, conforme o meu estado de espírito e/ou estilo de narrativa ou género que me está a puxar 'naquele' momento em particular. No entanto, dei comigo esta manhã absolutamente surpreendida com o plano que, mentalmente e quase sem dar por isso, fiz das minhas próximas três ou quatro leituras. Terá sido porque se trata de histórias que quero há muito percorrer? Ou será que existem algumas 'segundas intenções', como quem diz e para mim ainda desconhecidas, por detrás do que estou a 'escolher' ler? Sinceramente, não consigo dar-vos uma resposta, mas o que sei, e isso sim, é que não apaga, em nada, a surpresa que foi para mim ter um plano de leitura — ainda que relativamente pequeno. Conseguirei cumpri-lo? Veremos! Assim, deixo-vos a mesma pergunta... 

Costumam planear as vossas leituras?
Se sim, que métodos utilizam?
Se não, porque não?

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O Olhar do Amor, Bella Andre [Opinião]




Título Original: The Look of Love
Autoria: Bella Andre
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 188
Tradução: Maria das Mercês de Sousa


Sinopse:
Enquanto fotógrafo de êxito que passa a vida a viajar, Chase Sullivan está farto de mulheres bonitas e sempre que vai a casa, em São Francisco, um dos seus sete irmãos tenta arranjar-lhe outra. Chase acha que a vida que tem é formidável, até que uma noite conhece Chloe que tem o carro atolado na valeta de uma estrada de Napa Valley. O fotógrafo nunca conheceu uma mulher mais encantadora, tanto por dentro como por fora, mas apercebe-se rapidamente de que Chloe tem mais problemas para além do carro acidentado e em breve vê-se a querer remover montanhas para a amar e proteger. Mas Chloe permiti-lo-á?


Opinião:
Esta vai ser, para mim, uma opinião extremamente difícil de escrever — e isto porque, se por um lado gostei do que li e tenho perfeita noção de que, enquanto romance breve, este seja um livro que serviu, em absoluto, o seu propósito, por outro penso que algumas das situações ocorreram demasiado abruptamente, acontecendo quase que por magia, o que me leva a, de certa forma, questionar as opções criativas da autora. É-me então completamente impossível evitar uma review que tanto será positiva no que diz respeito ao entretenimento puro desta obra, quanto negativa pelos acontecimentos descritos.

O Olhar do Amor não é o primeiro romance que leio de Bella Andre — em meados do ano passado, devorei Sedução pela forte componente erótica e, esse também, pela brevidade do enredo —, contudo, esta foi, e sim, a minha primeira experiência com o clã Sullivan, e gostava eu de que tivesse sido bastante mais vibrante e, principalmente, detalhada. Gosto de livros pequenos, admito, até porque recentemente tenho sofrido de uma certa falta de tempo para dedicar a leituras prazerosas, no entanto, penso que esta obra em particular peca pela conclusão excessiva a que chega, em tão, mas tão poucas páginas.
A ideia base que dá suporte à história é assaz interessante — temos uma mulher algo submissa, Chloe, que ao ser vítima de maus tratos busca refúgio numa fuga inesperada contra o seu agressor, mas que, numa noite em que nada de pior poderia alguma vez acontecer, acaba por sofrer um acidente e ter de ser socorrida por um elegante fotógrafo, detentor do olhar mais lascivo do universo, Chase —, porém, a partir do momento em que Chloe se deixa ser salva, ainda que, na sua mente inocente tal seja algo temporário, a narrativa sofre toda uma sucessão de eventos que, embora necessitassem de algum aprofundamento e até, quem sabe, uma certa adversidade aqui ou ali, simplesmente se limita a encaixar, peça a peça, numa história de amor nascida da singularidade do sexo mas concluída na troca de promessas eternas.

Chloe é, todavia, uma personagem com um determinado carisma aprazível e que vai, gradualmente, conquistando o leitor. O seu crescimento, enquanto figura principal do romance mas também enquanto mulher, é visível e bastante notável até, mas a sua facilidade em confiar em alguém que não conhece, em alguém que é, para si, um perfeito e absoluto estranho, tendo em conta tudo pelo que passou, é um pouco precipitada — e essa imprudência torna-se perceptível sobretudo quando todas as barreiras erguidas vão sendo desmoronadas num período temporal de três, quatro dias.
Chase, por sinal, é o cavaleiro andante exemplar no corpo de um homem bonito habituado a receber tudo de todos, nomeadamente do sexo feminino. Uma vez que devido a ossos do ofício esta é uma figura acostumada a lidar com um certo conceito de beleza, o modo como encara a naturalidade de uma mulher comum é, no mínimo, maravilhosa e, consequentemente, desejável. Imponente, com o seu quê de arrogância mas igualmente dotado de um interior capaz de igualar ou até mesmo superar o seu exterior, Chase é, sem dúvida, uma das razões pela qual continuei a ler O Olhar do Amor enquanto, secretamente, desejava por uma participação mais activa relativamente ao seu passado. Muito fica a descoberto, até porque esta é uma série dedicada à sua família, os Sullivan, mas penso que não foi desvendado o suficiente e, por isso, só me resta esperar que, em romances seguintes, Chase continue a ser uma personagem assídua na trama.

Em jeito de conclusão, penso que é importante referir que esta á uma obra que se define, maioritariamente, pela componente de entretenimento que oferece. Simples, fácil e extraordinariamente rápido, O Olhar do Amor é o livro perfeito para quem procura umas horas de leitura aprazível, ou anseia ler algo leve e descomplicado por entre obras mais exigentes. E é precisamente por esta característica mais espontânea e elementar que sofro da vontade de continuar a acompanhar as aventuras desta família, seguindo-se, em A Partir Deste Momento, a vez de Marcus, o Sullivan mais velho.
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