sábado, 31 de dezembro de 2011

Balanço 2011!

Com o ano de 2011 prestes a terminar, chega aquela altura do ano em que os vários blogues da blogosfera dedicam algumas horas do seu tempo a escrever textos e mensagens de cariz mais pessoal, a fazer balanço de leituras, de filmes vistos, de desafios cumpridos e de uma ou outra resolução para o ano seguinte. O Pedacinho, não é excepção.

Infelizmente, 2011 não foi um ano de excelentes leituras. Li mais – relativamente ao ano passado –, li melhor, li com mais afinco, com mais curiosidade e vontade mas, ainda assim, não foi o suficiente. Olhando para trás, poucas são as obras que deixaram algum tipo de marca ou recordação na minha memória... e muitas as que tinha decidido ler este ano – e que acreditava serem magníficas – mas que ficaram por ler.
2012 será um ano de mudanças, tanto na minha vida pessoal como aqui no blogue. Começarei a ler em inglês – o que se traduzirá em algumas opiniões nesse idioma –, tentarei concluir mais desafios literários, farei os possíveis por ultrapassar as 112 leituras deste ano (110 + 2 que ainda estão por comentar) e darei o meu máximo para manter o blogue sempre actualizado.
Antes de entrar em jeito de balanço, quero desejar a todos os leitores, seguidores, amigos, companheiros de leitura e editoras (principalmente a estas últimas uma vez que possibilitaram que o Pedacinho tivesse muitas e novas leituras neste ano de 2011), uma excelente saída e uma ainda melhor entrada no ano que aí vem. Para mim, é um final e começo de ano algo agridoce, com muita tristeza e mágoa, mas com a qual espero aprender, crescer e recuperar em breve. Para vocês... que a esperança por algo melhor continue.

Balanço 2011

Os livros (e autores) que mais gostei:


Grande parte do género fantástico, estas foram as obras que mais me chamaram a atenção, que me cativaram sobremaneira e que me roubaram incontáveis sorrisos, suspiros e até algumas lágrimas. Destaco, em particular, Patricia Briggs – uma autora que nunca esperei que se tornasse a minha favorita de 2011; Quando Sopr@ o Vento Norte – uma leitura frenética num romance delicado e actual, que me levou às gargalhadas e que pelo qual aguardo a publicação da continuação; e O Ladrão de Sombras – uma estreia que adorei, com a qual vibrei, em que derramei lágrimas e que me deixou o coração apertado.

Estatisticamente:
Livros lidos: 112

Fantasia/Terror: 56
Romance: 32
Romance Histórico/de Época: 11
Policial/Thriller: 8
Outros: 5

Autores conhecidos: 10
Novos autores: 65
Autores Portugueses: 7

Autores mais lidos
Gabrielle Lord (7)
Patricia Briggs (4)
Sarah Addison Allen (4)
Laurell K. Hamilton (3)
Sherrilyn Kenyon (3)

Editora mais lida
Saída de Emergência (21)
Quinta Essência (21)

Os objectivos literários traçados para 2011 foram cumpridos. Li mais de 75 livros e o desafio Fantasia foi superado com sucesso. Para melhorar, descobri 65 novos autores, que segui durante o ano e que quero (pelo menos grande parte) continuar a seguir nos anos que vierem.

P.S.- Já viram que 3, dos meus 5, autores mais lidos este ano são do género fantástico? Eu bem tento dispersar-me por outras terras, mas volto sempre a casa. Ah, e são todas mulheres!

Resta-me somente desejar-vos continuação de um excelente dia, umas boas entradas e que o melhor de 2011 seja o pior de 2012.

Beijinhos, Boas Leituras e... até para o ano!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Passatempo "Escravos do Amor", Kate Pearce

Em colaboração com a Quinta Essência, o Pedacinho Literário tem o prazer de alegrar esta quadra com o segundo passatempo especial de Natal, desta feita um livro especialmente reservado para esta época festiva. Assim, para oferta, temos um exemplar da escaldante obra Escravos do Amor, da autora Kate Pearce. 

Para participar basta responder correctamente às perguntas que se encontram no formulário em baixo e preencher todos os campos obrigatórios. 
Por favor, tenham em atenção as regras do passatempo!

As respostas às questões podem ser encontradas aqui e/ou aqui! 

Regras do Passatempo:

1) O Passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 7 de Janeiro (sábado).
2) Só é válida uma participação por pessoa e/ou e-mail.
3) Participações com respostas incorrectas e/ou dados incompletos serão automaticamente anuladas.
4) O vencedor será sorteado aleatoriamente pela administração do blogue, será posteriormente contactado por e-mail e o resultado será anunciado no blogue.
5) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
6) A administração do blogue não se responsabiliza pelo possível extravio, no correio, de exemplares enviados pela mesma e/ou pelas editoras.


Boa sorte a todos!

Escravos do Amor, Kate Pearce



Título Original: Simply Sexual
Autoria: Kate Pearce
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 291
Tradução: Margarida Avelar


Sinopse:

Satisfação sexual…
Os dez anos como escravo sexual num bordel turco fizeram com que Lorde Valentin Sokorvsky tivesse um insaciável apetite sexual. Agora, chegou a hora de casar, mas encontrar uma mulher que consiga satisfazer os seus luxuriosos desejos representa um autêntico desafio para ele... Até que conhece Sara e tudo em que consegue pensar é em tê-la sob o seu corpo viril, suplicando-lhe que o saboreie e o acaricie.

Sedução sensual…
Sara Harrison sabe que deveria ficar escandalizada e assombrada pelos atrevidos avanços de Lorde Sokorvsky, mas, ao invés, sente-se secretamente excitada e atraída por aquele homem sensual e sedutor. Escondida atrás da sua calma e das suas maneiras requintadas, encontra-se uma mulher sensual que deseja as carícias íntimas de um homem e anseia ser educada na arte da sensualidade para dar e receber prazer e sucumbir a um louco desejo que não conhece limites.


Opinião:

Como diz o ditado popular: «O fruto proibido é o mais apetecido», Escravos do Amor é uma pequena e deliciosa pérola que transmite, com precisão, o real sentido de proibição e desejo. Numa escandalosa prosa erótica, Kate Pearce apresenta dois protagonistas sedutores e cativantes que, numa desavergonhada trama, mostram as suas experiências (e inexperiências) passadas e aprendem, em conjunto, a arte de um renovado amor físico e emocional.
Inserindo-se numa temática extremamente íntima à qual a Quinta Essência tem vindo a habituar os seus leitores, Escravos do Amor é um romance que detém a capacidade de elevar esse magnetismo e carisma pessoal a um nível completamente novo. Explicitamente sexual, sem quaisquer rodeios ou receios, Kate Pearce expõe-se na íntegra, de corpo e alma, como escritora, numa história envolvente onde as emoções se encontram à distância de um simples olhar.

Invulgar é a palavra que melhor caracteriza a união tecida entre Lorde Valentin Sokorvsky e Sara Harrison, principalmente tendo em conta as origens sociais e vivências adolescentes passadas por cada um dos dois. Nesse sentido, a razão por detrás de tal casamento teria, quase obrigatoriamente, de ser política... porém, não seria de esperar que duas almas tão distintas, tão complexas e dominadoras funcionassem bem ao ponto de se transformarem numa maravilhosa sintonia de perfeição elevando-se, desse modo, a uma aliança impenetrável. Ligados pela partilha dos assuntos de cama, pelo desejo de exploração e pela necessidade de satisfação, Valentin e Sara são duas personagens que não só envergam o fardo da cumplicidade íntima como, de igual modo, o estigma de um matrimónio improvável.

Escravos do Amor não é um livro para qualquer leitor. Quem se atrever a debruçar nestas maliciosas páginas, tem de estar consciente de que se vai deparar com uma narrativa manifestamente sexual, cujos alicerces se encontram enraizados nas práticas íntimas partilhadas entre um homem e uma mulher, onde o sentimento impulsivo, a ambição de vergar o outro e de deter o controlo perfazem a essência dominante da história. Ainda que detenha, no seu magnífico conteúdo, personagens ricas, situações algo indecorosas e uma ou outra reviravolta surpreendente, o ímpeto estabelece-se, primeiramente, no instinto primitivo, quase animalesco, que constitui a natureza do ser humano e só depois em tudo o resto.  

Uma moralmente – mas extremamente entusiasmante – imprópria história de amor, é a mensagem que fica após terminada a leitura de mais uma fabulosa e estreante aposta da Quinta Essência. «Casa do Prazer» pode ser uma série cuja força reside nas inúmeras descrições de cariz sexual apresentadas mas, para mim, não restam dúvidas acerca do poder e intuito principal deste enredo, onde a autora pretendeu não só entreter o mais aberto dos leitores como, acima de tudo, mostrar que um sentimento tão puro e delicado como o amor, pode ser a poção necessária para mudar e curar os traumas passados de um homem.
Uma autora que vou seguramente seguir. Um livro que recomendo aos leitores menos susceptíveis. Uma capa que simplesmente adoro – e sim, posso afirmar que aquele colar de pérolas tem muito que se lhe diga...

sábado, 24 de dezembro de 2011

Passatempo "Crepúsculo de Natal", Christine Feehan

Em colaboração com a Saída de Emergência, o Pedacinho Literário tem o prazer de alegrar esta quadra com o primeiro de dois passatempos especiais de Natal! Para oferta temos um exemplar do livro Crepúsculo de Natal, da autora Christine Feehan. 

Para participar basta responder correctamente às perguntas que se encontram no formulário em baixo e preencher todos os campos obrigatórios. 
Por favor, tenham em atenção das regras do passatempo!

As respostas às questões podem ser encontradas aqui e/ou aqui! 

Regras do Passatempo:
1) O Passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 3 de Janeiro (terça-feira).
2) Só é válida uma participação por pessoa e/ou e-mail.
3) Participações com respostas incorrectas e/ou dados incompletos serão automaticamente anuladas.
4) O vencedor será sorteado aleatoriamente pela administração do blogue, será posteriormente contactado por e-mail e o resultado será anunciado no blogue.
5) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
6) A administração do blogue não se responsabiliza pelo possível extravio, no correio, de exemplares enviados pela mesma e/ou pelas editoras.


Boa sorte a todos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Amores Proibidos, Jill Mansell



Título Original: Head Over Heels
Autoria: Jill Mansell
Editora: Chá das Cinco
Nº. Páginas: 396
Tradução: Isabel C. Penteado


Sinopse:

Durante anos Jessie manteve em segredo a identidade do pai do seu filho Oliver, e fica em estado de choque quando descobre que o homem em questão, o famoso actor Toby Gillespie, acaba de se mudar para a casa ao lado. Será que a verdade está prestes a ser revelada?
Bastaria um olhar de relance em direcção a Oliver e alguma aritmética mental para Toby deslindar a situação. Mas será ele capaz de tal aritmética? E se for, qual será a sua reacção perante um filho que desconhecia?
Se acha que a vida de Jessie está muito complicada imagine só como vai ficar quando Toby se declarar: afinal, Jessie sempre foi a mulher da sua vida. E o pior é que Toby é casado e a sua deslumbrante mulher pode assistir a tudo da janela ao lado!


Opinião:

A vida está cheia de reviravoltas inesperadas e de pequenas surpresas mesmo ao virar da esquina, e são esses momentos altamente marcantes e motivadores que Jill Mansell retrata, belissimamente, ao longo das suas páginas. O romance é um dos factores que se encontra sempre presente, acompanhado de incontáveis horas de gargalhadas e boa disposição, e é com as suas fabulosas histórias que o leitor se apercebe de que Mansell não só é uma escritora eximiamente divertida como, acima de tudo, sabe criar os mais contemporâneos e imprevisíveis cenários, aos quais Amores Proibidos não é excepção.
Funcionando como um conjunto interdito de paixões intimamente partilhadas, este romance oferece um olhar muito próximo nas vidas de personagens escandalosamente reais e bem estruturadas que sofrem a infelicidade de um amor proibido, seja pela recente adição familiar, devido a um casamento sem futuro ou pela simples incapacidade de se seguir em frente.

Uma das características mais aprazíveis e impressionantes do estilo de Mansell é a facilidade com que consegue cativar e agarrar o leitor na sua teia romântica. Este sente-se imediatamente impulsionado a desvendar os mistérios amorosos engendrados pela autora, a seguir as suas personagens até ao mais comovente dos encontros, dos amores, das possibilidades infinitas. E o melhor, é que mesmo quando esse relacionamento parece impossível dadas as circunstâncias naturais da vida, Mansell encontra sempre uma forma brilhante de dar a volta à situação e proporcionar ao leitor – e respectivas personagens – o mais verdadeiro e sensível dos romances.
Particularmente em Amores Proibidos, fiquei surpreendida pela mestria com que a autora colocou o casal dominante da história em segundo plano. Conferindo um papel de protagonismo praticamente a todas as personagens envolvidas neste enredo, Jill Mansell conseguiu dominar a minha algo incompreensível falta e saudade de um par principal que tomasse as rédeas da história, mostrando todo um leque de novas oportunidades e novos potenciais em personagens que, de outra forma, nunca teriam o engenho nem tão pouco a coragem de alcançar o fim que lhes foi “proposto”. Consequentemente, acabei por me sentir muito mais próxima e agradada com um grupo pequeno de intervenientes em detrimento de uma apreciação igualitária e geral. Destaco assim as personalidades de Moll, Drew (ou devo dizer, Mr. Darcy?), Toby e Lili.

Moll catalisou-me pelo seu espírito irreverente, rebelde e pela descontracção demonstrada face o que o resto da comunidade possa pensar sobre si. Sendo uma mulher jovem e independente, muitos são os segredos que guarda, nomeadamente aqueles que, uma vez descobertos, a poderiam levar para longe.
Drew cativa pela simplicidade e estranheza natural com que foi agraciado. Tendo como apelido Darcy, seria de esperar que fosse um homem galante, com uma voz sensual e um visual atraente. No entanto, Drew não poderia ser mais normal... e, sinceramente, quem diria que por detrás de um nome mediático se esconde uma personalidade tão impecável e encantadora?
Toby, como suposto protagonista masculino, capta a atenção das leitoras pelo amor intenso e inquebrável que (ainda) sente por Jessie – aquela que é, sempre foi e sempre será, a mulher da sua vida. Sendo um homem das artes, conhecido mundialmente e com uma família algo sensacionalista, julgar-se-ia que seria pessoa para deixar o amor de lado e seguir com a sua vida pessoal e profissional, contudo, não haverá personagem capaz de ultrapassar em magnitude o crescimento e persistência deste magnífico Toby Gillespie.
Lili impressiona, maioritariamente, pela sua destreza e força de espírito. Amiga incondicional, mãe extremosa e esposa fiel, Lili é a típica mulher que vive para agradar aos seus. Porém, muitas são as surpresas a surgir no seu caminho... e serão as suas reacções e atitudes o motivo que levará os leitores – e que me levou a mim – a apaixonarem-se por esta deliciosa personagem.

Quem conhece a autora, sabe na perfeição o que esperar de um novo romance seu. Quem não conhece e até aprecia comédias românticas e divertidas, somente posso dizer que Jill Mansell é a escolha ideal. Para mim, é uma autora magnífica que combina o que de mais comum e de especial existe na vida do ser humano. Sempre com histórias agradáveis e bem estruturadas, e com um estilo de escrita simples e moderno, pontuado por capítulos curtos e de rápida leitura, Mansell é uma autora que surpreende, emociona e que faz com que o leitor ansiosamente deseje ter mais uma obra sua ao alcance da mão, para então poder desfrutar de mais um par de horas relaxadas e bem humoradas. Sem dúvida, uma escritora que continua a ser uma das mais brilhantes e apetecíveis apostas da Chá das Cinco, uma chancela Saída de Emergência. Com uma capa assim e um conteúdo destes, Amores Proibidos é o presente ideal para se oferecer nesta época festiva... ou em qualquer altura do ano. 

Novidade Saída de Emergência - "O Dom", Richard Paul Evans

Não há coração que o amor não transforme.

Título: O Dom
Autoria: Richard Paul Evans
N.º Páginas: 304

Lançamento: Já disponível
PVP.: 17,97€

Sinopse: Enquanto para o mundo o Natal era um dia de alegria e celebração, para Nathan Hurst era a lembrança do acontecimento que lhe destruiu a infância. Tudo muda na sua vida e no seu coração no dia em que uma tempestade de neve e um voo cancelado o levam ao encontro de uma jovem mãe e o seu filho. Aquilo que parece ser uma obra do acaso, poderá ser afinal, o encontro com a sua paz interior. Poderá Nathan descobrir que o Natal é, de facto, a época dos milagres?

Sobre o autor:
Richard Paul Evans, um antigo executivo de publicidade, escreveu A Arca de Natal para as suas filhas. Encorajado por aqueles que leram a história, Evans publicou o livro numa edição de autor. Vive em Salt Lake City, Utah, com a sua mulher e três filhas.

Imprensa:
«Uma história mágica. . . um livro redentor sobre a profundidade dos sentimentos...»
New York Times

«Um livro que nos aquece o coração.»
Booklist

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sangue Ruim, Rhiannon Lassiter



Título Original: Bad Blood
Autoria: Rhiannon Lassiter
Editora: Contraponto
Nº. Páginas: 227
Tradução: Elsa T. S. Vieira


Sinopse:

Roley, Catriona, Katherine e John chegam a Fell Scar, a casa de família.
Descobrem uma divisão secreta, lêem uns livros bolorentos e libertam umas bonecas sem olhos da caixa onde se encontravam guardadas. Mas não compreendem o que fizeram.
Quanto tempo demorarão a perceber o horror que despertaram?
Numa casa há muito fechada, a porta de um dos armários abre-se para uma espécie de sala de jogos. Coberta de pó, uma colecção de livros infantis apresenta os nomes das personagens selvaticamente riscados.
No passado, três crianças jogaram ali ao jogo do faz-de-conta, sacrificando os seus sonhos, pois acreditavam que ao fazê-lo tornariam real aquilo em que acreditavam. No entanto, o jogo não foi terminado e, no bosque por trás da casa, uma criatura esfomeada espera desde então pelo único alimento que conhece.
Décadas mais tarde, uma família vem passar férias a esta casa. As crianças depressa se vêem envolvidas no jogo. Só que elas não sabem as regras. Nem tão-pouco que são os peões, e não os jogadores…


Opinião:

Construído a partir de um conceito incrivelmente promissor, Sangue Ruim retrata de forma engenhosa uma aventura intrigante pelo mundo dos jogos do “faz-de-conta” e do imenso potencial do imaginário juvenil.
Rhiannon Lassiter pode não ser um génio da escrita mas não restam dúvidas quanto à sua capacidade em construir um enredo interessante, propício à progressiva propagação do medo e à constante sensação de desconforto e incerteza por parte do leitor, aquando da sua envolvência pessoal com a história.

Embora estivesse à espera de um consistência mais avolumada de terror e suspense, Sangue Ruim conseguiu ainda assim colocar-me numa situação algo incómoda, principalmente após constatar que uma das intervenientes de maior destaque é uma peculiar boneca de criança. Para quem não sabe, sou uma ávida coleccionadora de bonecas ditas “mortas-vivas” (chamadas, Living Dead Dolls) e mesmo tendo-as guardadas num local seguro, houve breves momentos verdadeiramente assustadores em que pensei que alguma delas poderia estar, naquele preciso instante, a rastejar até ao meu quarto... Tenho uma imaginação muito fértil e, para grande infelicidade minha, sou igualmente sensível e impressionável e tendo em conta a atenção e cuidado prestado, por parte da autora, a esta “personagem”, confesso ter sido o suficiente para deixar a facilidade do susto assentar.

Outro detalhe que me perturbou foi o facto de associar grande parte da história deste livro a uma série televisiva actualmente na moda – American Horror Story – e, da qual, inicialmente, pouco ou nada de percebe. Pessoalmente, encontrei em Sangue Ruim o mesmo tipo de premissa construtiva – a incompreensão face a tudo o que está a acontecer é uma das sensações que persegue o leitor praticamente durante toda a narrativa mas, de um modo perturbadoramente agradável e suspeito, esta é seguida de uma intensa e quase mórbida curiosidade de descoberta pelo que é impossível colocar a leitura totalmente de parte.

As personagens são invariavelmente sensíveis e palpáveis, muito próximas do real e mesmo tendo gostado de todas elas, Kat(herine) foi aquela que me agarrou desde o início até ao fim. Sendo ainda uma criança revoltada com a recente adição e, consequentemente, confronto familiar, mostra-se uma rapariga extremamente criativa, simples e inteligente, que ama os seus livros mais do que qualquer outra coisa no mundo. Sendo esse o seu refúgio contra a infelicidade do dia-a-dia, será a sua persistência e dedicação que a levará, juntamente com os três irmãos, ao confim dos mais tenebrosos pesadelos onde o impossível se torna evidente, se torna material. Em contrapartida, John foi aquele que me deixou com maiores dúvidas, talvez pela sua complexidade enquanto personagem principal e, até, sendo um rapazinho de dez anos, pela sua maturidade quase demasiado excessiva. Tendo em conta a sua importância para o deslindar do mistério, seria de esperar que a autora lhe prestasse um pouco mais de atenção e, desse modo, lhe conferisse um desenvolvimento mais afincado por forma a que o próprio leitor pudesse criar, com ele, uma afinidade forte e completa.

Ainda de referir, Sangue Ruim é um livro que encanta pela componente visual que oferece, ou seja, não se tratando de um terror físico ou espírita pode parecer uma narrativa insípida e sem qualquer ligação ao género que alberga, contudo, se o leitor visualizar com cuidado toda a informação que lhe é presenteada, então sim se aperceberá não só do tremendo potencial da narrativa como da composição terrorífica que a perfaz.

Com criaturas e cenários perfeitos de se englobar no mundo mágico de um Tim Burton, numa história sinistra para um público juvenil e jovem-adulto, Sangue Ruim é uma leitura leve mas que sabe como deixar a sua impressão naqueles que, como eu, são mais sensíveis ao género. Uma aposta interessante, da já tão singular Contraponto

domingo, 18 de dezembro de 2011

Aquisições de Novembro

Novembro foi um mês particularmente bom em termos de aquisições mensais. Não só foram lançados excelentes livros como também foi o meu aniversário pelo que, as ofertas, acabaram por ser em maior número. Que bom! Assim... aqui ficam os livrinhos que chegaram à estante, por entre prendas de aniversário, ofertas editoriais, compras, trocas e passatempos ganhos:

      

      

      

      

      

      

      


Ena!, tantos!
Alguns já estão comentados, como podem constatar na gigantesca lista de leituras de 2011 mas, ainda assim, pergunto: algum que vos interesse particularmente? 
Ou que tenham lido e adorado? 

Resultado do Passatempo - "Lotaria" + "Maya Fox - A Escolhida"


Muito obrigado a todos os que participaram e que, com isso, ajudaram no sucesso deste passatempo especial em que o vencedor receberá não um livro... mas dois!
Assim, e sem mais demoras, vamos a saber quem é o ou a felizardo/a que vai receber um exemplar do livro Lotaria, da autora Patricia Wood mais um exemplar do livro Maya Fox – A Escolhida, dos autores Silvia Brena e Iginio Straffi e gentilmente cedidos pela Editorial Presença... :

144. Magali Viana Martins

Muitos parabéns à feliz contemplada!, que será posteriormente contactada via e-mail. 

Mais uma vez, muito obrigado a todos os que participaram e aos que não ganharam, por favor, não desistam e continuem a tentar a vossa sorte! 

Parabéns... e boas leituras!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Maya Fox - A Escolhida, Silvia Brena e Iginio Straffi




Título Original: Maya Fox – La Predestinata
Autoria: Silvia Brena e Iginio Straffi
Editora: Editorial Presença
Coleccção: Maya Fox, N.º 1
Nº. Páginas: 318
Tradução: Filipe Guerra


Sinopse:

Maya Fox descobriu que tem um poder inquietante: a capacidade de dialogar com o além. Tem apenas cinco dias para aprender a viver com isso. E para salvar a própria pele, pois um louco e implacável assassino fugiu a prisão e dedica-se a persegui-la. A sua missão terá de ficar concluída na noite de Halloween. Mas, nesta luta contra o tempo, em quem poderá confiar Maya? Numa médium intrigante e demasiado presente? Num obscuro professor que está à frente de uma seita secreta? Ou num rapaz lindíssimo e misterioso que anda atrás dela, a deseja e, ao mesmo tempo, a repele? Rodeada pelo seu grupo de amigos, por uma mãe distraída e sempre ocupada e por um pai que, do além, tudo fará para a proteger, Maya terá de enfrentar o seu destino... e uma profecia enigmática, que apenas se cumprirá no ano de 2012. Maya é a única a possuir a chave para decifrar o mistério e salvar-se a si mesma. E a toda a humanidade.
Negro como uma noite sem estrelas e como a tinta que contorna os olhos de Maya. Doce como o sabor do sangue ou como um abraço que não nos deixa ficar sós. Maya Fox – a Escolhida é uma obra que arranha e acaricia, da primeira à última página, quando a loucura de um assassino e o poder do amor se entrecruzam selando para sempre o destino de Maya.


Opinião:

Ora aqui está um livro que, por variadíssimas vezes, captou a minha atenção aquando de uma regular visita à livraria. Com uma capa alusiva ao cartoon e um título sugestivo, assim como um complemento adicional em forma de BD, foi com real curiosidade que me debrucei nas páginas de Maya Fox, A Escolhida. O resultado final? Algum conflito de sentimentos mas uma certeza absoluta – o tema que serve de base a esta narrativa é, sem dúvida, não só o que impulsiona à leitura da mesma como o mais forte e imprevisível dos componentes que a integra, sendo, desse modo, algo decididamente interessante e envolvente.

Num tom profético e moderno, Silvia Brena e Iginio Straffi apresentam uma protagonista marcada pela adolescência e pelo destino que terá forçosamente de amadurecer e crescer de maneira a sobreviver ao mal que está prestes a desabar sobre si. Será ao mesmo tempo que se vai acompanhando o dia-a-dia e os dramas comuns dos dezassete e dos dezoito anos de Maya e dos seus amigos, uma investigação macabra sobre a qual Megan e Garret procuram respostas e um monólogo incoerente e doentio de um homem perseguido que as pequenas e infinitas peças que perfazem este complicado e imensamente antigo puzzle se vão, igualmente e progressivamente, juntando. Um desfecho que está longe de ser atingido...

Embora não tenha sentido uma afinidade especial com nenhuma das personagens em particular, reconheço que todas elas estão belissimamente retratadas tendo em conta a faixa etária a que pertencem. Muito desse aspecto nota-se na linguagem por elas utilizada – enquanto que aos mais jovens é entregue uma forte cultura popular actual com destaque para a influência da música de modo a ilustrar o humor das personagens ou sintetizar e intensificar uma certa atitude, pormenor ou discurso, aos adultos é-lhes oferecido todo o tipo de problemas e procura de resoluções para as complicações e códigos Maia presentes ao longo da história, proporcionando assim uma “oralidade” muito mais científica e especializada.

Nota-se também uma pesquisa afincada à cultura e costumes Maia e respectivas profecias sobre o ano de 2012 que, mesmo agraciada com um enredo por vezes um pouco confuso e desconexo, consegue interligar todos os pontos importantes e imprescindíveis para a compreensão geral da narrativa. A nível puramente pessoal, é um tema interessante que não só acarinha por completo a trama do livro como igualmente incita à própria curiosidade do leitor em querer saber mais sobre “o fim do mundo tal e qual como o conhecemos hoje” e à leitura em si.

O final é que foi algo inesperado mas suficientemente apelativo para nutrir proveito e vontade em prosseguir para um próximo volume, no entanto, confesso ter ficado algo surpreendida – pela negativa – com a atitude da protagonista face a situação perigosa e de extrema violência que serve de remate à história. Seria de esperar algum tipo de trauma, insegurança ou medo... que, na minha mera interpretação, não esteve, de todo, presente.

Finalmente, é ainda de referir a BD que acompanha Maya Fox, A Escolhida onde, talentosamente, se encontram retratados alguns dos momentos de maior intensidade e suspense descritos no livro. Um suplemento chamativo e que em tudo tem a ver com a protagonista, Maya.
Em suma, Maya Fox, A Escolhida trata-se de um romance juvenil com alguns laivos de paranormalidade e suposições proféticas que, de certo, irá entreter não só a camada mais jovem como todo e qualquer leitor que se sinta cativado pelo tema retratado e pela investigação do mesmo... ou, até, pela busca da perfeição. Uma interessante aposta da Editorial Presença, excelente para colocar no sapatinho neste Natal que se aproxima. 

Para mais informações sobre a obra, consulte aqui! 

Novidade ASA - "Esc@ndalo", Therese Fowler

Amor proibido, privacidades devassadas e vidas em jogo.
Um "Romeu e Julieta" dos nossos dias. 

Título: Esc@ndalo
Autoria: Therese Fowler
N.º Páginas: 400

Lançamento: Já disponível
PVP.: 17,50€

Sinopse: O controlador pai de Amelia Wilkes não permite que ela namore, mas isso não impede a talentosa finalista do liceu de manter um romance com o colega Anthony Winter. Desesperadamente apaixonados, os dois sonham com uma vida em conjunto e planeiam contar aos pais de Amelia apenas quando ela fizer dezoito anos e se tornar, legalmente, adulta. A mãe de Anthony, Kim, que lecciona na escola que ambos frequentam, sabe - e guarda - o segredo que os une. Mas a paixão deles é exposta mais cedo do que planeavam. O pai de Amelia, Harlan, fica chocado e furioso ao encontrar fotografias de Anthony, nu, no computador da filha. Meras horas depois Anthony é preso. Quando os acontecimentos começam a espiralar fora de controlo e o caso toma uma dimensão nacional, Amelia e Anthony arriscam tudo numa ousada e perigosa tentativa de limpar os seus nomes e terminar com a loucura em que tudo aquilo se tornou.

Sobre a autora:
Therese Fowler é a autora de Souvenir e Reunion. Trabalhou no Civil Service, foi gerente de uma loja de roupa, viveu nas Filipinas, foi mãe, vendeu imóveis, tirou um mestrado em Sociologia, vendeu carros usados, regressou à escola onde tirou uma especialização em escrita criativa, e ensinou universitários sobre literatura e escrita de ficção. Os seus livros foram publicados em nove línguas e vendidos um pouco por todo o mundo. Agora Fowler escreve a tempo inteiro, na sua casa em Wake Forest, na Carolina do Norte, que partilha com o marido, quatro amáveis gatos e quatro filhos, quase adultos.

Imprensa:
‹‹Complexo, cativante, e rico em emoções, este Romeu e Julieta do século XXI trazido até nós por Therese Fowler, mistura soberbamente um drama dos nossos dias com uma análise profunda dos valores da família, lealdade, honestidade e o poder do amor.››
Eleanor Brown, autora de The Weird Sisters, bestseller do The New York Times

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Cadáver Trocista, Laurell K. Hamilton




Título Original: The Laughing Corpse
Autoria: Laurell K. Hamilton
Editora: 1001 Mundos
Nº. Páginas: 381
Tradução: Leonor Bizarro Marques


Sinopse:

Algum tempo depois estava numa plataforma elevada, de frente para um semi-círculo quase perfeito de espelhos. Com sapatos de salto alto cor-de-rosa a condizer, o vestido de dama de honor tinha o comprimento ideal. Tinha também pequenas mangas tufadas e era descaído nos ombros, revelando quase todas as minhas cicatrizes.
Um vampiro partira-me a clavícula e o braço esquerdo, ao morder-me. Tinha também a marca de uma queimadura em forma de cruz, no antebraço esquerdo. Parecia a noiva de Frankenstein num baile de finalistas. Catherine, a noiva propriamente dita, não concordava. Achava que eu merecia estar no casamento por sermos boas amigas e eu estava a gastar uma boa maquia para sofrer uma humilhação pública. De facto, devíamos ser boas amigas...


Opinião:

Que agradável surpresa!
Laurell K. Hamilton é uma das poucas autoras que tem vindo a “crescer em mim”, ou seja, o seu estilo inconfundível de combinar fabulosas heroínas com espectaculares e agressivos seres do sobrenatural não me passou despercebido tornando-se, inclusive, num tipo de escrita que me dá real prazer ler.
O Cadáver Trocista não podia ter sido mais empolgante e inesperado! Depois de um começo lento e algo comprometedor, dotado de um imenso espaço de crescimento e desenvolvimento, Hamilton soube voltar a captar as atenções com um segundo volume sedento de sangue e dominado por uma perigosa atmosfera capaz de induzir os mais tenebrosos e assustadores pesadelos.

Vagueando solitária pelas ruas de St. Louis, uma criatura ávida por destruição percorre os casebres mais escondidos gerando o completo caos por onde passa. Sem ninguém apto a descobrir o motivo de tão horrendos cenários, origem de tamanha barbaridade ou localização de tão complexo animal, resta a Anita Blake reunir os seus conhecimentos e fazer um pouco da sua magia... talvez assim consiga revelar o monstro que se esconde durante o dia e violentamente ataca durante a noite. Juntamente com a desagradável notícia de que o novo Mestre da Cidade exige uma reunião com ela e dos confrontos gerados em torno de um humano que a quer forçar a animar algo que deveria de continuar enterrado para todo o sempre, está bastante claro que, para Anita Blake, apresenta-se mais uma semana difícil, com poucas horas de sono e muitas, muitas nódoas negras...

Para além de um enredo bastante mais consciente, conciso e delineado, Laurell K. Hamilton tomou a decisão correcta ao não preencher as páginas de O Cadáver Trocista com um incontável número de intervenientes e pequenas participações que, ou não trariam nada de novo à história ou simplesmente iriam desaparecer no futuro – por exemplo, algumas personagens de Prazeres Inconfessos não são sequer referidas nesta continuação da série. Assim, não só a própria trama se apresenta mais limpa como igualmente possibilita tanto à autora como ao leitor concentrar-se nas personagens de maior relevo e nos seus respectivos desenvolvimentos, desejos e vontades. Em adição, até o “problema” principal que tece as teias de toda a parafernália de acontecimentos que assistem estas páginas acaba por deter um pouco mais de destaque e consistência, tornando a narrativa incrivelmente mais viva e entusiasmante.

Relativamente às personalidades importantes que dão voz a esta série, não posso deixar de voltar a referir Anita Blake que, de uma forma maravilhosa, continua a ser a alma do livro. Ela é tudo o que uma heroína poderia alguma vez sonhar ou aspirar a ser, e um pouco mais, com uma humanidade espantosa e uma fragilidade muito apropriada presentes na mesma equação. Sem dúvida uma mistura explosiva de violência, adoração por peluches fofos, ironia e feminilidade. A meu ver, uma protagonista cinco estrelas e simplesmente fenomenal.
Também igualmente cativante mas com uma menor margem participativa está Jean-Claude que persiste em manter uma atitude misteriosa – embora imensamente poderosa – e até persuasiva e sedutora tanto para com Anita como para com o leitor. Pessoalmente, gostava de o ter lido com uma maior frequência neste romance mas, visto ser unicamente uma perspectiva pessoal e não de proporcionar algo mais à história, finita a sua leitura chega-se à conclusão de que tudo foi entregue em igual e necessária medida, criando desse modo um muito bom conjunto de situações, resoluções e viragens inesperadas.
Dominga Salvador é, também ela, uma personagem por demais determinada, enigmática e repleta de duplicidade. Se por um lado aparenta a instabilidade da idade que carrega, por outro guarda toda uma quantidade exorbitante de malevolência e mesquinhez, num espírito vingativo que ninguém quereria despertar.

Para o futuro, fica o desejo de querer ler mais sobre Anita Blake e a sua extremamente atribulada vida assim como a vontade de conhecer mais e melhor todas as personagens que perfazem de O Cadáver Trocista uma excelente leitura para aquecer nestas noites particularmente frias. Uma aposta que espero continuar a acompanhar pela mão da 1001 Mundos
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