13 de Setembro será sempre uma data importante para mim — ocorra esta numa sexta-feira (como no ano passado) ou num outro qualquer dia da semana. Marca, no meu calendário de vida, o dia e o mês em que viajei, com regresso incerto, para o Reino Unido. Hoje, comemoro um ano de lutas, de saudades infinitas e dores imagináveis, de momentos de pura alegria e de oportunidades imperdíveis. Hoje, celebro um ano de residência em terras de sua majestade, e por isso decidi escrever um Perks ligeiramente especial.
Londres, de entre tantas outras palavras, é sinónimo de arte e cultura. E uma das regalias de se viver em tão vibrante cidade, particularmente quando se é apaixonado por literatura, remete para os muitos autores (nacionais e internacionais) que visitam terras britânicas. Neste ano que hoje passa, tive o prazer e a felicidade de conhecer nove autores. Poderia ter conhecido muitos mais, mas estes nove representam um leque que em muito me agrada, e me deixa feliz.
Precisamente no dia em que aterrei em Londres (uma chuvosa sexta-feira 13), adquiri Styxx e abri as portas a conhecer uma das minhas mais curiosas autoras, Sherrilyn Kenyon. É verdade que há muito que deixei de ser a sua saga Predadores da Noite, não por não gostar mas pela falta de tempo e edições portuguesas que aqui não chegam, mas confesso que este não poderia ter sido um welcome mais especial — afinal de contas, quando poderia eu conhecer tão popular autora?
David Levithan foi uma sessão de Q&A um pouco inesperada. Conhecia, somente de nome, parte da sua obra (este que, para além de escritor é, também, editor em Nova Iorque), mas nunca tinha lido nenhum dos seus romances. Com Will Grayson, Will Grayson a repousar na estante e o fascínio que Every Day tinha vindo a deixar, fechei os olhos e atirei-me de cabeça. Neste momento, Every Day é um dos meus contemporâneos favoritos, e Levithan um dos autores mais simpáticos e carismáticos que conheci.
John Connolly foi, igualmente, uma surpresa. Tenho um dos seus livros fantásticos em casa (em Portugal) mas já tinha ouvido falar, e muito bem, desta sua nova série que se inicia com Conquest. Por isso, disse cá para mim: why not? Sem dúvida, um final de tarde muito gratificante.
Já em 2014 (ou foi ainda em 2013? Hmmmm...) tive a oportunidade de ir a um evento cujas cabeças de cartaz eram Tanya Byrne (autora britânica) e Lauren Kate (autora americana), numa discussão sobre Literatura YA: USA vs. UK. Gostei imenso do evento o seu todo e, embora desconhecesse por completo Byrne, foi com enorme agrado que adquiri um dos seus livros e o trouxe para completar um pouco mais a estante. Quanto a Kate, sei que dispensa apresentações...
No Festival Gollancz, de entre tantos outros autores fantásticos, tive o prazer de trocar dois dedos de conversa e de escutar duas sessões de Q&A e entrevista com dois autores absolutamente fantásticos — Patrick Rothfuss e Joe Hill.
Rothfuss é um dos meus escritores de fantasia favoritos e confesso que foi um bocadinho ‘sonho tornado realidade’ os breves momentos que passei na sua companhia. Quando a Hill, este é filho de Stephen King e um dos seus mais aclamados romances, Horns (Cornos, em português) vai ser adaptado ao cinema, com estreia prevista para este Halloween. Um dia inesquecível, é tudo o que tenho a dizer.
Estive ainda com Lauren Oliver, autora da trilogia Delirium (o primeiro volume encontra-se já publicado em terras lusas), do contemporâneo Panic e do novo e fantasmagórico livro Rooms, de entre outros. Esta foi uma sessão muito intimista e agradeço imenso a oportunidade dada de conhecer esta autora que não só é fantástica como dedicou grande parte do seu tempo a conversar com os seus leitores.
Finalmente, e há poucas semanas atrás, tive o prazer de conhecer a inesquecível Charlaine Harris. Descobri que a autora vinha cá um pouco em cima do acontecimento e embora estivesse um tempo terrível nesse dia, dou graças a me ter esforçado em sair da cama e ir conhecê-la, pois é de uma simpatia sem igual.
2013/2014 (de Setembro a Setembro) foi, sem sombra de dúvida, um ano literário extremamente gratificante para mim. Posso, somente, agradecer a todos estes autores, à cidade de Londres pelo fascínio e às fenomenais editoras por se esforçarem e trazerem até cá nomes do panorama mundial. Não foi um ano fácil... tratou-se de um ano de adaptação, de muitas saudades da família humana e da família animal, mas tenho consciência de que tais oportunidades nunca surgiriam noutro lugar. E, por isso mesmo, sinto-me grata.
P.S. - Lamento pela pouca qualidade de algumas das fotos. Aconteceu, muitas vezes, o telefone e a luz não estarem do meu lado.