segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Duas Irmãs, Um Duque, Eloisa James [Opinião]




Título Original: The Duke is Mine
Autoria: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
N.º Páginas: 368


Sinopse:
Ele é um duque em busca da noiva perfeita. Ela é uma senhora... mas está longe de ser perfeita.
Tarquin, o poderoso duque de Sconce, sabe perfeitamente que a decorosa e elegantemente esguia Georgiana Lytton dará uma duquesa adequada. Então, porque não consegue parar de pensar na sua irmã gémea, a curvilínea, obstinada e nada convencional Olivia? Não só Olivia está prometida em casamento a outro homem, como o flirt impróprio, embora inebriante, entre ambos torna a inadequação dela ainda mais clara. Decidido a encontrar a noiva perfeita, ele afasta metodicamente Olivia dos seus pensamentos, permitindo que a lógica e o dever triunfem sobre a paixão... Até que, na sua hora mais sombria, Quin começa a questionar-se se a perfeição tem alguma coisa a ver com amor. Para ganhar a mão de Olivia ele teria de desistir de todas as suas crenças e entregar o coração, corpo e alma...
A menos que já seja demasiado tarde.


Opinião:
Já fazia algum tempo desde a última vez que tinha lido um bom romance histórico com pitadas de sensualidade. Confesso que, inclusive, sentia saudades dos inconfundíveis cenários vitorianos de uma época que tanto me fascina, assim como dos diálogos cuidados e elegantes que as suas personagens constantemente perpetuam. Várias são as autoras deste género literário que exercem um certo deslumbramento em mim, mas Eloisa James encontra-se, sem dúvida, no topo dessa lista — as suas histórias são uma surpresa incessante, e Duas Irmãs, Um Duque não é excepção.

Algo que esta autora faz — e muito bem, por sinal — é a construção das suas personagens. Estas são sempre independentes entre si, com personalidades singulares e mentalidades astutas, que lutam por um futuro melhor, uma vida em harmonia com a felicidade e o amor, num mundo que vê a mulher como uma figura sem força e sem opinião própria — tal como uma verdadeira lady. Todas estas componentes são particularmente perceptíveis neste romance, uma vez que a própria Miss Olivia é de uma braveza impressionante, dotada de um sentido de humor sem igual e de uma maneira de ser nada comum de uma senhora da alta sociedade — que, embora não seja um título herdado de família, é, e isso sim, uma lição moral e educacional que lhe foi imposta desde muito tenra idade. Por seu lado, o duque de Sconce apresenta uma personificação mais comedida, dado um passado traumatizante e um futuro que se mostra desprovido de emoção, mas que, no seu íntimo, guarda uma paixão e um leque de sensações imensuráveis, à espera da oportunidade perfeita para emergir.

O enredo deste romance segue as mesmas linhas narrativas que as anteriormente publicadas obras da autora, apresentando, então, ambas as personagens principais com os problemas que possuem em mãos, assim como um pequeno leque de intervenientes secundários. Em Duas Irmãs, Um Duque, a novidade surge pela dualidade de um par de irmãs gémeas se encontrar em luta por um mesmo partido do sexo oposto — pois ainda que somente uma delas expresse as suas intenções externamente, é bastante patente a batalha interna que a outra, já prometida a um outro homem, compadece dentro de si. As nuances conflituosas que embalam a trama desta história são abundantemente interessantes, assim como as reviravoltas inesperadas que ocorrem em território francês, mas são as atitudes das personagens e os conflitos que vão surgindo por parte de uma mão de figuras que verdadeiramente aliciam e despertam esta história.

Como seria de esperar, adorei conhecer as personagens que vivem este romance. Olivia é absolutamente hilariante, um espírito selvagem que prima pela irreverência e pelo modo em como não se enquadra na sociedade vitoriana. Georgiana, a sua irmã gémea, é o aposto de Olivia. Uma alma discreta, simples e que se evidencia pela sua inteligência. Quin (o duque de Sconce) é um homem magoado, moldado aos requisitos da mãe, mas que encontra, no seu par, uma sede de viver que nunca antes saboreou. E Rupert... Rupert é um poeta negado por uma mente quebrada, um estratego nato e homem de um coração enorme.

Admito sentir-me bastante satisfeita com as ocorrências desta história, assim como um pouco mais completa no que diz respeito à beleza deste género literário. Julgo que matei um pouco das saudades mas, também é verdade que me sinto tentada a devorar mais uma ou outra obra do tipo. Gostei imenso deste romance, e mal posso esperar pelos dois volumes que faltam neste recontar de contos de fadas de Eloisa James. Já tivemos a oportunidade de ler sobre A Bela Adormecida, e sobre A Bela e o Monstro. Duas Irmãs, Um Duque conta uma versão moderna e alterada de A Princesa e a Ervilha. Que conto de fadas virá a seguir? 

1 comentário:

Femme Trivial disse...

Desta autora li O Beijo Encantado e Duas Irmãs e Um Duque. Gostei bastante do primeiro, o segundo ficou muito aquém das minhas expectativas.

Qual é o livro que se baseia na história da Bela Adormecida? Até agora ainda só conheço o da Cinderela, o da Bela e o Monstro, e A Princesa e a Ervilha.

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