Título Original: When Beauty Tamed the Beast
Autoria: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 368
Tradução: Maria Manuela
Novais Santos
Sinopse:
Se ao menos o vestido
de Miss Linet Berry Thrynne não tivesse sido tão decotado, ou ela não tivesse
sido apanhada a beijar aquele príncipe...
Mas agora que todos
pensam que Linnet está grávida do príncipe – e, por isso, ninguém a irá
desposar – mais vale ela dar uma alegria ao seu pai desesperado e consentir
casar com uma «besta». Um cirurgião brilhante, com reputação de perder a paciência
– e uma ferida que se julga tê-lo deixado... incapaz – Piers, conde de
Montague, deve receber de braços abertos uma futura noiva que tem já no ventre
um herdeiro de sangue azul. Mas Piers não se deixa enganar pelo subterfúgio da
senhora, e apesar de Linnet ser diabolicamente inteligente e encantadora, com
uma beleza que ofusca o Sol, não haverá casamento da bela com o monstro. No
entanto, Linnet acha o belo homem intrigante, e é óbvio a olho nu que «incapaz»
não significa «desinteressado»...
Opinião:
Dizem os contos de
fadas que tudo começa com um elegante e misterioso «Era uma vez...». E por
entre as verdejantes paisagens de um lindíssimo País de Gales antigo, um príncipe
que tanto tem de encanto quanto de arrogância, teme a chegada de uma
desafortunada jovem, dona de uma beleza sem fim, e que no ventre (supostamente)
carrega a próxima ilegítima linhagem de sangue azul. Mas quando o casamento não
é desejado por ambas as partes, e uma lesão supersticiosa embala o seu dono num
constante mau humor, talvez «... e viveram felizes para sempre.» não seja um
desfecho fácil de alcançar.
Milagre de Amor trata-se de um
romance absolutamente enternecedor, dotado de um poder estrondoso na medida em
que conjuga, na perfeição, o que de mais divertido e romântico existe na
literatura feminina. Pegando numa das mais belas histórias de sempre, e
conferindo-lhe um toque ultra moderno – na sua componente histórica – e
bastante carismático ao conferir uma personalidade eximiamente insolente à
personagem que protagoniza o monstro,
enquanto a própria bela guarda em si
características do mais simples e harmonioso possível, esta é claramente uma
narrativa atraente que regalará até o mais exigente dos leitores.
Eloisa James é mestra
no seu género, altamente reconhecida e apreciada pelas histórias que cria, e
embora, para mim, os seus outros dois romances publicados em terras lusas careçam
de algo, de uma qualquer componente que lhes dê mais vida, mais entusiasmo,
mais diversão, em Milagre de Amor
tudo o que estava em falta encontrou, e em pleno, a luz do dia.
Se houve um elemento,
neste enredo, que me agradou sobremaneira, esse foi, sem dúvida, a complexidade
das personagens. James, nesta sua peculiar e excêntrica versão de A Bela e o Monstro, apresenta um casal
protagonista dotado de uma inteligência sem igual e de um sentido de humor, no
mínimo, audaz. De um lado, temos um cavalheiro pouco galante, que respira e
destila medicina, que preza a sua solidão, o seu espaço, e que não vê qualquer
necessidade – ou utilidade, por sinal – numa constante presença feminina ao
redor da casa. Do outro, temos Linnet, uma menina de bem que se viu subitamente
nos braços do homem errado, estando agora sem mãos a medir para as consequências
que o seu envolvimento precipitado despertou. Ambos são intelectualmente
perspicazes e nem Piers nem Linnet têm papas na língua, e é essa ligação tão
harmoniosa, tão singular, que os torna perfeitos um para o outro. Para além da
enorme parecença de Piers com o famosíssimo Dr. Gregory House da série House, M.D., saliento ainda Sébastian,
uma personagem extremamente cómica e cujas picardias em torno de Linnet se
transformam em reais momentos de diversão.
Relativamente aos cenários,
o País de Gales é uma beleza por si só e detentor de uma voz muito forte e própria.
As paisagens circundantes ao castelo de Piers e a piscina oceânica, construída
no meio de um rochedo, são puras visões idílicas. Em termos narrativos, penso
que a excelência dos locais de acção em muito serviram para enriquecer os
acontecimentos ocorridos, nomeadamente a pequena casota do guarda erigida entre a piscina
e o castelo, que em muito serviu os propósitos das suas personagens e
ocasionais habitantes.
Quanto a mim, todas as
componentes citadas foram um autêntica doce aquando da leitura, com a única adição
de um humor tão no ponto, tão
certeiro, que por diversas vezes dei por mim a rir às gargalhadas e a reler
certas passagens ou certos diálogos. Penso que James conseguiu, com este
romance, alcançar um patamar – no meu gosto! – que até então, apesar de
apreciar as suas histórias, se mantinha fora do seu alcance.
Uma excelente aposta
por parte da Quinta Essência, numa autora que se prevê vir a ser adorada
por um grande leque de leitoras que não serão capazes de abdicar do encanto e
da singularidade das suas histórias. Uma perspectiva, uma faceta bem mais
divertida e espirituosa de Eloisa James. Gostei bastante.
5 comentários:
Querida, quero muito ler este livro :)))
e deixei-te selinho: http://desejosdealma.blogspot.pt/2012/12/selo-campanha-de-incentivo-leitura.html
É um livro muito giro, Ray. Tens mesmo de o ler! Para mim, o melhor dos três que a autora tem publicados até ao momento, por cá. =)
Obrigada pelo selinho!*
Bom tarde :)
tenho um selinho para ti lá no Romances de Mesinha-de-Cabeceira!!
Teresa Araújo
http://romances-de-mesinha-de-cabeceira.blogspot.pt/
Beijinhos!
Eu ainda só li o primeiro desta autora e foi nim. Mas tenho este e vou dar nova oportunidade, dizem que é melhor.
Boas Festas Pat
Como te entendo, Clarinda. Li os outros dois da autora e fiquei como tu, com um grande nim, mas depois dei uma oportunidade a este e... fui totalmente surpreendida!
Boas Festas ;)
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