Título Original: Conspiracy 365 – April
Autoria: Gabrielle Lord
Editora: Contraponto
Nº. Páginas: 177
Tradução: Carla Alves
Sinopse:
Uma perseguição trepidante corre mal e deixa Cal exposto ao gangue de Oriana. Se for capturado, toda a esperança de resolver a Singularidade de Ormond e ter uma vida normal desaparecerá de novo. Ele precisa de fugir, mas como pode deixar um homem inocente afogar-se?
Se Cal sobreviver, terá de decifrar o Enigma de Ormond e arriscar sair da clandestinidade para impedir os médicos que mantêm vive a sua irmã mais nova. Mesmo que Cal resista até 31 de Dezembro, será que a sua família alguma vez vai voltar a ser a mesma?
O relógio não pára... Cada segundo pode ser o último...
Opinião:
Pela quarta vez consecutiva, Gabrielle Lord volta a mostrar um trabalho exímio e extremamente bem pensado que gira em torno de um protagonista que não tem mãos a medir no que diz respeito a constantemente meter-se em sarilhos (leia aqui Conspiração 365 - Janeiro, Conspiração 365 - Fevereiro e Conspiração 365 - Março)
Uma vez mais, Callum Ormond faz as delícias de um leitor ávido pela descoberta de todos os segredos e enigmas que percorrem os seus dias, elevando as expectativas de um público de si já tão embrenhado nesta aventura alucinante pela vida de um jovem de apenas quinze anos, e expondo mais um final estrondosamente perigoso cujas possibilidades de resolução se revelam muito precárias.
É algo invulgar a forma como esta série juvenil cria um certo impacto num leitor adulto mas confesso que, de igual forma, facilmente se torna viciante e impaciente. É com simplicidade e clareza que a escrita de Gabrielle Lord transmite uma certa sensação de urgência e perigo iminente que, em conjunto com um leque de personagens interessantes e distintos entre si, tornam esta série em algo tão desejado e vibrante.
Callum Ormond consegue fugir aos capangas de Oriana de la Force mas não sem se ver injustamente acusado de ter deixado um homem a morrer afogado. Ainda assim, é com grande esforço que ele se obriga a penetrar no interior de uma vasta área florestal em busca de uma oportunidade de fuga de modo a poder retomar o seu caminho em direcção à casa do seu tio-avô. Porém, um imprevisto faz com que Cal seja forçado a voltar para trás, para a cidade, arriscando-se não só a ser apanhado pela polícia como a ser perseguido e até morto pelos dois gangues que não lhe largam o pé. Impaciente, nervoso e sem saber bem o que fazer, Cal tenta apanhar o máximo de boleias possível com a esperança viva de conseguir chegar a tempo ao hospital onde a sua irmã mais nova está internada e prestes a morrer. Porém, nada na recente vida de Callum é ultrapassado sem dificuldades, pelo que a viagem de retorno pode mostrar-se mais perigosa do que aquilo que aparenta ser...
Neste quarto volume, destaco os dois aspectos mais intensos e presentes na questão emotiva que acompanha toda a história – a intensidade emocional que gira em torno da ânsia e desespero que Callum sofre por se esforçar em chegar a tempo de tentar salvar a irmã mais nova e toda a componente secreta e misteriosa que envolve o desvendar do Enigma de Ormond e de todos os desenhos e documentos que Cal tem em seu poder. Numa etapa emotivamente mais profunda e saliente, Gabrielle Lord expõe os sentimentos de Cal em relação a tudo o que o rodeia – será capaz de salvar a irmã? Será capaz de lidar com uma mãe que não o compreende e aceita a sua inocência e um tio que está mais preocupado em fazer-lhe perguntas do que em o verdadeiramente ajudar? Terá força suficiente para separar a amizade de Boges e aquele sentimento estranho e confuso que sente de cada vez que vê, pensa ou ouve falar de Winter? Por quanto tempo mais conseguirá sobreviver sem um tecto fixo? Escapar aos gangues que não o largam? Alimentar-se? Encontrar aquele rapaz que tanto se parece consigo mas que tende sempre a fazer algo inesperado e desconcertante?
Fiquei positivamente surpreendida com toda a carga emocional presente neste volume. Estando acostumada a enfrentar um contínuo desengonçar de situações surreais e inexploradas, foi uma surpresa deparar-me com tão tensa e intensa trama. Como que de uma forma algo revitalizadora, Lord persiste na ambiência misteriosa em torno do enigma, desenhos e documentos que com muito esforço Cal conseguiu reunir. Parece que sempre que o leitor e o protagonista dão um passo em frente, mais próximo da verdade, dois passos são automaticamente dados para trás. De certa forma, cria um dinamismo e curiosidade que, de outra maneira, talvez fosse impossível de suster.
Conspiração 365 – Abril é obscuro, duvidoso e magnificamente viciante. A cada volume lido a vontade de descobrir mais torna-se ainda mais intensa e impossível de conter. Esta série foi um golpe de génio por parte de Gabrielle Lord, uma narrativa frutífera, impressionante e aventureira. Um rapaz em constante fuga... quem não ficaria tentado em querer descobrir mais? Como? Quando? Onde?...
Quanto a mim, mal posso esperar pelo próximo! Alinhem nesta aventura, garanto-vos que não se vão arrepender!
1 comentário:
Bem miga que opinião BIG! Não vou ler porque quero ler "a minha Conspiração de Abril" em breve :)
Beijinhos*
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