O livro de Pedro Almeida Vieira, cheio de humor negro, faz-nos regressar ao clássico, normal, fluir histórico da violência e do crime portugueses. Rui Cardoso Martins, no prefácio
Título: Crime e Castigo no País dos Brandos Costumes
Autoria: Pedro Almeida Vieira
N.º Páginas: 198
PVP.: 16,65€
Em 1867, Portugal foi um dos primeiros países mundiais a abolir a pena de morte para crimes civis, mas apenas com a Constituição de 1911 se estendeu a proibição da pena capital, bem como da prisão perpétua, embora com um pequeno período de excepção no decurso da Primeira Grande Guerra Mundial. Apesar desse sinal civilizacional e da ideia enraizada de Portugal ser um país de «brandos costumes», certo é que nada distingue a tipologia criminal da sociedade portuguesa da de outros países. Nem tão-pouco os métodos de castigo aplicado, aquando da aplicação da pena de morte em tempos remotos, eram distintos. E muito menos existem grandes diferenças entre os crimes, alguns dos quais extremamente violentos, da actualidade e de um passado em que existia a pena de morte em Portugal.
Sinopse: Esta obra congrega um conjunto de 30 narrativas que abordam crimes, e os respectivos castigos, cometidos em Portugal até à abolição da pena de morte em meados do século XIX. Todos os crimes incluídos tiveram condenações à pena capital. Este ano de 2011 é o do centenário da Constituição de 1911 que aboliu a pena de morte e a prisão perpétua para todo o tipo de crimes. A escolha dos crimes baseou-se numa criteriosa selecção segundo a sua relevância histórica, fundamentando-se em documentação oficial e/ou em documentos coevos. São crimes que têm, como denominador comum, a aplicação da pena capital, mesmo que em alguns casos possam ter sido comutadas ou amnistiadas.
Apresenta pois, cruamente, um conjunto de 30 crimes históricos, compreendidos entre os séculos XVI e XIX (até à abolição da pena de morte em 1867), sob a forma de narrativas curtas. Como denominador comum da quase generalidade destes crimes seleccionados está a pena de morte como castigo aplicado, embora em alguns casos tenha ocorrido comutação desta pena.
Uma parte destes crimes são relativamente conhecidos, tendo alguns mesmo sido abordados em obras de ficção ao longo dos anos, como o famoso «Maria, não me mates que sou tua mãe!» de Camilo Castelo Branco. Mas figuras como a de Diogo Alves, António José da Silva (O Judeu), o padre Gabriel Malagrida ou a serial killer infanticida que esteve na origem da fundação da Casa Pia, entre outras, estão presentes neste primeiro volume de Crime e Castigo no País dos Brandos Costumes, que em breve será complementado com um segundo volume que abordará casos judiciais envolvendo atentados a reis e ministros, motins e sublevações, conspirações contra o Estado e crimes económicos, todos com o denominador comum de condenações à pena de morte.
Sobre o autor:
Pedro Almeida Vieira nasceu em Coimbra em Novembro de 1969 e vive em Lisboa. Licenciado em Engenharia Biofísica pela Universidade de Évora, tem repartido a sua actividade pelo jornalismo, a escrita e a investigação académica. Entre outros periódicos, foi jornalista da revista Grande Reportagem e do semanário Expresso. No ensaio, publicou O Estrago da Nação (2003) e Portugal: O Vermelho e o Negro (2006). Na ficção estreou-se com Nove Mil Passos (2004), a que se seguiu O Profeta do Castigo Divino (2005), A Mão Esquerda de Deus (2009, finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas) e Corja Maldita (2010). Criou e gere a biblioHistória, a primeira base de dados de literatura portuguesa do género histórico.
Sobre o ilustrador:
Enio Squeff nasceu na cidade brasileira de Porto Alegre em 1943 e vive em São Paulo. Formou-se em Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e iniciou a sua vida profissional na revista Veja, passando depois pelo jornal O Estado de São Paulo, onde foi editor da página de arte, e mais tarde na Folha de São Paulo, como editorialista, crítico de música e também ilustrador. Para além de pintura, ilustrou já quase uma centena de livros em edições brasileiras – entre os quais O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway, e Odisseia. É ainda autor de dois ensaios sobre música.
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