Título Original: Pretties
Autoria: Scott Westerfeld
Editora: Vogais & Companhia
Nº. Páginas: 282
Tradução: Renato Correia
Sinopse:
Finalmente, Tally Youngblood é Perfeita. Tem um rosto e um corpo absolutamente fantásticos, o seu guarda-roupa é o máximo, o seu namorado é lindo e a sua popularidade está no auge. Tem tudo o que sempre quis!
Mas por que será que apesar das festas constantes, do luxo da alta tecnologia e da liberdade completa subsiste a sensação de que algo não bate certo? Algo importante! É então que Tally recebe uma mensagem do seu passado Imperfeito e se lembra de tudo. A diversão acaba de imediato.
Agora, ela tem de escolher entre lutar para esquecer o que sabe e lutar pela sua própria vida...
Opinião:
Scott Westerfeld veio para ficar. Com Uglies, o autor deita abaixo toda e qualquer barreira pré-concebida do fantástico mostrando assim um mundo completamente novo e inovador onde a beleza e o controlo humano assumem o papel principal.
Neste segundo volume da série, Tally Youngblood volta a fazer das suas. Agora que é Perfeita e pode deslumbrar-se com as inúmeras festas e despreocupações, a missão que outrora a fizera submeter-se à cirurgia simplesmente desaparece. Interessada unicamente em ingressar na sociedade dos Criminosos, é com uma certa surpresa que se vê subitamente deparada com um fantasma do passado que a faz questionar todo o conceito de perfeição do qual se vê rodeada. É através desta reflexão e deste início de aventura que Tally, com a ajuda de Zane, parte em busca da verdade e do seu real propósito.
Muitas foram as surpresas em Perfeitos. Shay foi, definitivamente, uma delas. O novo grupo do qual acaba por fazer parte e o seu inesperado comportamento e surpreendente revelação fizeram-me ficar de queixo caído. Zane, um dos novos personagens, mostra-se cativante, atencioso e forte o suficiente para acompanhar Tally na sua nova missão o que permite ao leitor conhecer várias perspectivas da mente Perfeita. O começo de toda a sociedade de Perfeitos e os conceitos que tão bem a caracterizam são aqui, neste livro, explorados a um novo nível – a manipulação propositada, as alterações comportamentais através das cirurgias obrigatórias, os testes em humanos desconhecedores do seu verdadeiro destino e o contínuo prazer na descoberta e na pesquisa levam o leitor a deliciar-se com uma construção narrativa e criativa de se louvar. Todo o conhecimento que acaba por nos ser oferecido pela sociedade dos Recém-Perfeitos e seus respectivos habitantes, agora descritos na primeira pessoa através de Tally, acaba por ser fundamental para toda a falta de informação acerca dessa espécie no volume anterior. Confesso que fiquei algo fascinada e intrigada com a despreocupação perfeita, assim como a falta de real escolha, de liberdade e de privacidade. A escrita é também, em Perfeitos, um ponto positivo. Diversificada, ora jovem ora adulta, com recorrentes descrições e lembranças do passado transporta o leitor numa agradável viagem pela sua história. No entanto, senti fortemente a falta de diálogos sendo, por vezes, como que forçada a colocar momentaneamente o livro de parte. Outro ponto desfavorável remete para a relação de Tally e Zane que, por mais que uma vez, dá a sensação de não ser real, ser forçada, ter algo de errado. Os momentos sozinhos de Tally são outro dos aspectos negativos, sendo estes recheados de longas descrições e reflexões acerca do passado que, por vezes, acabam por se tornar algo repetitivas. Um último ponto menos favorável recai na pouca presença do Fumo neste livro. Visto que em Imperfeitos o Fumo teve tamanha importância, seria de esperar que neste segundo volume fosse tratado com um certo grau de respeito que, infelizmente, não esteve inteiramente presente.
Perfeitos acaba por ser um livro interessante, na minha opinião com uma agradavelmente melhoria referente ao volume anterior, mas que ainda assim não foi capaz de me agarrar da primeira à última página. Continuo a apreciar a forte mensagem que Scott Westerfeld tenta transmitir para o exterior e, apesar de tudo, é uma série que quero e vou continuar a seguir, nem que seja pela imensa curiosidade que o final deste livro deixou. Por isso, para quem procura uma história dentro do género fantástico mas que, de alguma forma, acaba por ser distinto e único no seu conteúdo, a série Uglies de Scott Westerfeld é uma boa escolha.
Agora ... que venham os Especiais!
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