Título Original: Casting Spells
Autoria: Barbara Bretton
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 283
Tradução: Maria Filomena Duarte
Sinopse:
Parece uma vila bucólica igual a tantas outras, mas esconde um segredo antigo de todos os visitantes...
Sugar Maple é uma terra encantada habitada por feiticeiras, fadas, vampiros e outras criaturas mágicas. Chloe Hobbs é a única que não tem poderes especiais naquele lugar onde nada é o que parece.
Chloe é a proprietária da Sticks & Strings, uma popular loja de artigos de tricô. Mas é também a última descendente de uma longa dinastia de feiticeiras com o futuro de Sugar Maple nas mãos. Chloe sabe que tem de se apaixonar para receber os poderes mágicos e continuar a proteger a sua terra natal. Mas, aos 30 anos, ainda sonha com o verdadeiro amor e as amigas decidem lançar feitiços para a ajudar a encontrar o homem dos seus sonhos.
O que ninguém esperava era que Chloe se apaixonasse perdidamente por Luke Mackenzie, o polícia destacado para investigar o primeiro crime ocorrido em Sugar Maple e cem por cento humano. Se o amor abre finalmente a porta aos seus poderes mágicos, esses mesmos poderes impedem Chloe de sonhar com um futuro ao lado de Luke...
Opinião:
Feitiços de Amor foi um livro que procurei com uma certa avidez, impulsionada pelas excelentes opiniões encontradas espalhadas pela blogosfera literária. Foi então com expectativas incrivelmente altas que iniciei este primeiro romance mágico de Barbara Bretton editado em Portugal, pela Quinta Essência e, devo dizer, não tenho total certeza de terem sido preenchidas.
Estranhei um pouco a história logo ao início, sendo imediatamente confrontada com uma meio-humana meio-feiticeira, inteligente e confiante, detentora de uma loja de lã e tricô e que, de alguma forma, não me encheu as medidas talvez por se tratar de um assunto que a mim, pessoalmente, não me diz muito. Depois, imediatamente ao fim de poucas páginas a narrativa do livro sofre uma reviravolta e em vez de termos uma única personagem feminina a ditar-nos os seus pensamentos e sentimentos, passamos a ter duas, desta vez incluindo um homem que, mais tarde e já com uma certa previsibilidade, se transformará no homem de sonho de Chloe. E foi assim que a minha segunda confusão começou; como se não bastasse estar a ler sobre meias, cestos de lã infindável e cursos intensivos de tricô, passei também a ter necessidade de, por vezes, ter de recuar um pouco no livro para me aperceber, inteiramente, se estava a ler sobre o ponto de vista de Luke ou se estava uma vez mais embrenhada na mente de Chloe. Se uma das personagens estivesse escrita na terceira pessoa e a outra na primeira pessoa, seria tudo muito mais facilmente entendido, contudo, não sendo esse o caso, senti-me por vezes perdida.
Em termos de aspectos negativos, penso que estes dois pontos são os mais fortes (sendo um deles identificado como mero gosto pessoal). Um outro aspecto que me deixou a sentir esta obra um pouco aquém do que estava à espera foi a própria desenvoltura da história sendo, a meu ver, as partes de pura acção e adrenalina merecedoras de poucas páginas e as longas associações ao trabalho de Chloe levarem uma boa parte do livro. A acrescentar, não penso que certas personagens, ainda que secundárias (e a não ser que voltem agora no volume seguinte, A Magia do Amor, o que duvido muito) tenham sido devidamente desenvolvidas, o que foi uma pena, uma vez que, uma em especial e quando lerem o livro vão perceber imediatamente de quem falo, podia ter desempenhado um papel mais forte, decisivo e intenso na história. No entanto, e como um livro não é só feito de aspectos negativos, temos também as partes boas e divertidas.
Assim que Chloe adquire os seus poderes de feiticeira, a risada aparece. Tendo achado o início um pouco monótono, chegado mais ou menos o meio do livro, a minha opinião alterou-se de imediato. Desfrutando então de uma leitura mais ávida e desenfreada, posso afirmar que até estamos perante uma história divertida, com uma ideia base enternecedora e uns personagens principais algo cómicos. Gostei particularmente das amigas de Chloe, Janice e Lynette que, sempre com um tom descontraído e festivo, alegre, foram alvo de grandes, numerosos e sinceros sorrisos. A acrescentar, a própria obra em si tem também muitos detalhes interessantes, assim como resoluções de problemas surpreendentes, o que faz enaltecer ainda mais o seu valor.
Com isto, estou confiante que, passada a primeira impressão, parta para a leitura de A Magia do Amor com uma ideia muito mais linear e estruturada. Sabendo, de antemão, o que vou encontrar, não tenho dúvidas de ser capaz de apreciar a sua leitura de uma forma muito mais plena e intensa.
Acima de tudo, é de referir que Feitiços de Amor é um excelente livro para se passar umas horas agradáveis, a desfrutar de uma leitura leve e divertida, de mantinha no colo e lareira acesa. Representando o Inverno em força, é a magnitude ampla e quente do amor que vai aquecer todos estes corações gelados por um frio que parece não cessar. Por isso, aconselho este livro para quem precisa de descontrair com uma narrativa calma e sem complicações. E, apesar de tudo, penso que no final até acabei por gostar de toda a complexidade e essência do livro. Vamos então a ver o que o livro seguinte me aguarda... Estou confiante de que, pelo menos, muito humor vou encontrar.
1 comentário:
Vou aguardar pela opinião do próximo livro para saber se me deixo ou não enfeitiçar pela Barbara Bretton.
Beijinhos*
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