Título Original:
Magic in the Wind
Autoria: Christine
Feehan
Editora: Saída de
Emergência
Nº. Páginas: 157
Tradução: Nanci
Marcelino
Sinopse:
“A Sarah voltou para
casa”. Desde que Damon Wilder procurou refúgio em Sea Haven ouve-se o mesmo
boato passar de boca em boca de quase todos os habitantes da pacata vila
costeira. Até o vento parece murmurar o nome dela – um devaneio tão sugestivo
que leva o curioso Damon até à casa da falésia de Sarah, onde procura o seu
abrigo.
Mas Damon não chegou
sozinho. Foi seguido por alguém até Sea Haven. Alguém que rodeia as sombras da
casa Drake, onde Sarah esconde os seus próprios segredos. O perigo ameaça os
dois – tal como o desejo mais premente que alguma vez sentiram – e está apenas
a um sussurro de distância.
Opinião:
Numa edição feminina
e absolutamente bela, Christine Feehan dá início a uma fantástica série sobre
os dons e as desventuras amorosas das irmãs Drake. Com um design exterior de
quebrar o fôlego e dotado de um conteúdo rápido, acessível e extremamente
directo, Magia ao Vento é um romance envolvente, ainda que decididamente veloz,
harmonioso e constante, sem brechas na acção ou no crescer do entusiasmo por
parte do leitor. Mágico, este é um livro fácil e aberto, extremamente
comunicativo e visual, que permite ao leitor dar asas à sua própria imaginação,
recriando interiormente uma imagem de cada personagem, de cada ponto da cidade,
de cada momento místico. Sufocadoramente sedutor, esta é uma história de
encantar com um toque profundamente adulto, que mistura uma boa dose de perigo
e suspense com profecias sobre amores poderosos e caminhos férteis. Uma trama
que motiva à leitura e uma narrativa que, embora não ofereça grandes explicações,
consegue cativar e agarrar o leitor da primeira frase à última página.
Damon Wilder está
farto da sua antiga vida, aquela que tão devotamente entregou ao trabalho,
exercitando a sua mente de pequeno génio e criando sistemas de segurança para a
nação. Após um trágico acontecimento, Damon procura refúgio longe de tudo e de
todos, um local onde possa assentar até ao fim dos seus dias, rodeado pela
natureza e por pessoas simpáticas que desconheçam o passado que ainda tanto o
atormenta. É assim que Damon Wilder dá de caras com Sea Haven, uma vila
costeira onde o mar e a natureza florestal criam um ambiente acolhedor e quase
pitoresco. Contudo, toda a serenidade e paz que Damon julgou encontrar ao
mudar-se para Sea Haven é posta seriamente em risco quando a chegada iminente
de Sarah Drake é anunciada em qualquer lado que ele vá. Aliás, parece mesmo que
essa notícia de Sarah o persegue, como que uma corda impulsionada a arrastá-lo
até àquela maravilhosa casa da falésia que há muito lhe tem vindo a despertar
interesse e intensa curiosidade, e é com essa primeira visita que rapidamente
Damon se apercebe de que nunca mais será o mesmo. O perigo colou-se-lhe às
costas e será a possibilidade de salvação e, ao mesmo tempo, de perdição de
Sarah que o levará a cometer a maior e mais temida das loucuras...
Perante uma leitura
que rapidamente cria afinidade no leitor, Magia ao Vento é um pequeno livro
cujos aspectos positivos se prolongam muito para lá do profundo azul presente
na capa. A começar por aí mesmo, pela capa, para mim, é das mais bonitas que vi
este ano. A própria imagem fantasiosa com o azul vivo bastante presente, o mar
e as rochas demonstrando o perigo, a ferocidade que se aproxima
sorrateiramente, o vento e as flores, transmitem a mensagem de uma magia incrível
existente durante toda a história. O formato e o tamanho de letra são aspectos
igualmente agradáveis, que conquistam pela sua diferença incomum. Depois, as
irmãs Drake, que conjunto fascinante de mulheres. Embora não hajam grandes
explicações ou caracterizações de todos os poderes que lhes correm nas veias,
achei-as deveras intrigantes e misteriosas, ao ponto de querer descobrir mais
mesmo depois de terminar o livro. Os seus poderes, tendo cada uma a sua
especialidade, são fantásticos e é através deles e da forma como as irmãs os
utilizam que o leitor fica verdadeiramente a conhecê-las enquanto pessoas e,
principalmente, enquanto mulheres fortes e intimamente marcadas. O que me leva
aos poderes em si e respectivo núcleo. Indo as irmãs buscar os seus dons e força
ao mar, ao vento e à terra, é maravilhosa e doce a forma como elas comunicam
umas com as outras através dos elementos e a naturalidade com que estes
simplesmente lhes respondem. Nota-se uma envolvência mágica em todo o livro, o
que espicaça o leitor a querer aprofundar os ensinamentos, os feitiços e as
profecias que secretamente dominam a família Drake.
Outro pormenor de que
gostei muito foi a relação e os sentimentos partilhados por Damon e Sarah. A rápida
e brusca intensidade dos sentimentos pode ser algo confusa e repentina ao início
mas, com o desenvolver da história e o avançar na leitura, o leitor consegue
aperceber-se da sagacidade por detrás de cada um deles, para com o outro, e a
belíssima ligação que estabeleceram logo a partir do primeiro sussurro e do
primeiro vislumbre. Os diálogos entre os dois protagonistas são fenomenais –
simples, fortes e emotivos. Entre as irmãs, igualmente admiráveis, mostram uma
onda mais divertida e carinhosa, preocupada por vezes, até amistosos. Por último,
confesso que fiquei particularmente enleada com a personagem de Hannah. Ela é mística,
viciante, apelativa. Misteriosa. Alguém que, sem dúvida, sobressai. Porém,
deparei-me com um ponto negativo bastante evidenciado – a rapidez da história.
Embora fluida, tudo acontece muito rápido, quase como um flash, num abrir e
fechar de olhos. Não desenvolve grandes explicações ao leitor sobre o iniciar
de toda a magia, sobre o passado de Damon que adquire um papel tão importante,
sobre algumas das relações e animosidades entre personagens secundárias... ou
seja, não há grande informação adicional, algo que constitua uma espécie de
base, de contexto, para o leitor. Ainda que haja sempre algo de novo a
acontecer, tudo é feito por um motivo, com um propósito, que após resolvido é
imediatamente arrumado.
Magia ao Vento é, sem
duvida, uma obra interessante e merecedora de destaque. Embora, pessoalmente,
seja demasiado pequena, não deixa de estar viva, de transmitir aquela
familiaridade e sensação que faz o leitor acreditar estar dentro do livro,
dentro da história. E ainda que tenha como um dos focos algumas
particularidades que caracterizam a magia das bruxas, como feitiços e dons, não
deixa de ser uma narrativa extremamente realista.
Uma
excelente aposta por parte da Saída de Emergência. Mais uma série e uma
escritora fantásticas que deixa o leitor ansiosamente a aguardar pelo volume
seguinte.
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