Título Original: 12.21
Autoria: Dustin
Thomason
Editora: Editorial
Presença
Coleccção: Grandes
Narrativas, Nº. 532
Nº. Páginas: 352
Tradução: Maria Eduarda
Colares
Sinopse:
Um caçador de tesouros
descobre um códice precioso, preservado durante séculos nas ruínas de uma
cidade maia e leva-o consigo para os Estados Unidos. Entretanto a curadora de
um museu, perita em inscrições maias, e um médico que está a cuidar de um
desconhecido que sofre de uma doença misteriosa, chegam à conclusão de que
podem estar a lidar com uma pandemia precursora da catástrofe anunciada numa
antiga profecia e que, segundo o rigoroso Calendário Maia, poderá ocorrer no
dia 21 de dezembro de 2012, uma data demasiado próxima dos acontecimentos
narrados neste thriller...
Opinião:
Quando a possibilidade
de um desfecho universal ganha formas e contornos imperturbáveis, impossíveis
de esquecer ou decifrar, o pânico é a sensação que se propaga pela comunidade
habitacional provocando o alastrar de uma doença mortal e de um medo palpável
de não se encontrar uma solução a tempo, uma cura que impeça o fim da
humanidade e o fim do mundo.
21.12 trata-se de uma
narrativa verdadeiramente vertiginosa sobre uma descoberta essencial para a
contínua persistência da raça humana. Viajando por cenários exóticos e místicos,
Thomason cria um enredo empolgante cheio de mistério onde, com real mestria,
conjuga duas perspectivas aparentemente distintas, isoladas, formando assim uma
dupla de protagonistas imparável e altamente heróica e nobre.
Dustin Thomason é
excepcional com a palavra escrita. Numa estreia pessoal absolutamente
impetuosa, este é um autor que ora apresenta um discurso científico e histórico
extremamente importante para a criação de uma boa dosagem de veracidade no
romance, ora mostra um lado mais simples e fluente que permite cativar um maior
número de leitores sem descurar uma boa porção de bons momentos descritivos e
de diálogo.
Num vaivém
impressionante de páginas, a curiosidade empolgante provocada por uma sinopse
de grande interesse intensifica-se face o real encontro com o conteúdo deste
livro. Se, por um lado, presenciamos – ainda que externamente – uma batalha
voraz contra uma epidemia fulminante, por outro somos confrontados com uma
profecia antiga que anuncia uma catástrofe, ou desaparecimento, de proporções
gigantescas numa data que se avizinha mais próxima que o desejado. Gabriel
Stanton e Chel Manu, tão diferentes mas tão iguais, são duas personagens
ditosamente inteligentes que, mesmo defrontadas com valores éticos e morais, não
se deixam abalar nem tão pouco afastar do caminho que traçaram para a possível
salvação da humanidade. Destemidos, bravos mas sempre humanos, estes são dois
dos elementos mais criativos, carismáticos e facilmente apreciáveis de todas as
componentes que transformam este romance numa aventura deliciosamente temerária
e de luta contra o tempo.
Outra das fortes
características de 21.12 e, quem
sabe, talvez a que mais leitores agarre às suas teias de palavras misteriosas e
sabedoras é, sem dúvida, a aproximação ao real desta data fatídica assim como a
existência da profecia em questão. Ler sobre algo desastroso, funesto até, que
pode vir a acontecer num futuro muito breve, muito próximo, deixa sempre uma
sensação borbulhante, pulsante, no leitor aquando do impulsivo virar das páginas.
E acredito que seja essa clareza, essa possibilidade de «acontecer», de «existir»,
que torna esta leitura verdadeiramente arrepiante e compulsiva, quase necessária.
É importante saber o desfecho deste romance, é importante não nos deixarmos
levar pelo suspense do desconhecido,
pela eliminação que outrora teve lugar na nossa sociedade, mas mais importante
ainda é manter aquela réstia de esperança que, num sussurro atraente e
conhecedor, deposita a fé, a confiança de que esta não passa de mais uma
profecia de entre muitas que nunca chegará a realizar-se.
Quanto a mim, esta foi uma leitura bastante singular no sentido em que aborda várias temáticas pelas quais nutro uma curiosidade sem limite. Gostei particularmente dos conhecimentos históricos em torno da civilização Maia e respectiva profecia, dos problemas que podem surgir de uma das mais básicas privações possíveis – a do sono –, assim como a ligeireza com que o autor construiu e aprofundou as suas personagens principais de modo a arquitectar uma obra completa e que visa agradar a um vasto leque de leitores. Uma mistura muito interessante entre realidade e ficção, medo e esperança.
Quanto a mim, esta foi uma leitura bastante singular no sentido em que aborda várias temáticas pelas quais nutro uma curiosidade sem limite. Gostei particularmente dos conhecimentos históricos em torno da civilização Maia e respectiva profecia, dos problemas que podem surgir de uma das mais básicas privações possíveis – a do sono –, assim como a ligeireza com que o autor construiu e aprofundou as suas personagens principais de modo a arquitectar uma obra completa e que visa agradar a um vasto leque de leitores. Uma mistura muito interessante entre realidade e ficção, medo e esperança.
Uma excelente aposta
por parte da Editorial Presença, num romance que certamente gerará furor
tendo em conta o tempo que falta até à chegada de tão assustadora data no
calendário. Recheado de adrenalina, enigmas e muito, muito suspense, esta é uma leitura obrigatória para todos aqueles que,
como eu, se deixam fascinar pelas complexidades das várias culturas, profecias
e mistérios que o mundo – e os seus povos – tão sabiamente guardam.
Saiba mais sobre esta obra, aqui: «21.12»
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