domingo, 31 de julho de 2011

45 Dias de Desafios Literários - Dia 11: Livro que não conseguiste acabar

Não tenho muitos livros que tenha deixado pelo caminho... páginas intermináveis de tortura que abandonei num abrir e fechar de olhos, pelo que se torna algo difícil lembrar com precisão os livros que, efectivamente, ficaram para trás. Ainda assim, o primeiro título que me ocorreu foi Amanhecer, de Stephenie Meyer.

 Não sei sob que efeito alucinógeno estava a autora quando decidiu escrever Amanhecer mas não tenho dúvidas de que devia de ser uma coisa em grande! Completamente ridículo, por vezes sem qualquer nexo ou fluxo construtivo, Amanhecer foi, para mim, uma enorme desilusão – tão grande que nem o terminei! Pessoalmente, acho que Stephenie Meyer quis apressar as coisas (embora o gigantesco tamanho do livro) e oferecer a possibilidade de um final feliz a toda a gente... por isso é que até Jacob, personagem que andou a antagonizar com Edward durante três longos livros, conseguiu encontrar a sua companheira numa personagem de si só pouco reconfortante. Por mim, tudo tinha terminado com Eclipse. Sempre seria melhor do que ir por caminhos estupidamente incompreendidos e descabidos onde o único pormenor que ainda confere alguma alegria à história é o humor sarcástico de Rosalie.
Mil e um perdões a quem adorou e/ou adora esta saga mas, como se sabe, ainda bem que todos somos intitulados a uma opinião.

sábado, 30 de julho de 2011

45 Dias de Desafios Literários - Dia 10: Livro mais curto que já leste

Não tenho por hábito ler livros de contos nem pequenas histórias pelo que o “curto” pode não ser tão curto assim. Provavelmente já li livros mais pequenos do que estes que vou mencionar de seguida mas, por agora, não me consigo recordar de mais nenhum. Assim... Aqui ficam eles!

O mais pequeno que encontrei arrumado na estante e que, efectivamente, já li foi Claridade, de Alyson Nöel. Não sendo, pessoalmente, uma autora brilhante nem totalmente capaz de me tirar o sono com as suas histórias, apaixonei-me por este pequeno pedaço de ternura ao encontrar uma personagem já minha conhecida em conjunto com toda uma inocência e pureza por ela retratadas. Mesmo não sendo uma obra-prima, Riley Bloom foi uma personagem que adorei explorar. Este livro conta com 144 páginas de texto. 


Segue-se Senhora Vingança, de Fernando Ribeiro. Também da 1001 Mundos e um dos primeiros volumes da nova aposta da editora, colecção Mitos Urbanos, este foi um livro que, no seu todo, não me agradou nem desagradou. Embora pequeno – tanto em tamanho como em formato -, somente com 150 páginas, é um livro com muitos conceitos explorados e desabafos íntimos transmitidos em forma de narrativa ficcional. Achei este livro demasiado descritivo e longe de retratar qualquer mito urbano mas, para quem goste do tipo de escrita do autor, não será uma má opção. 


Finalmente, nomeio Magia ao Vento, de Christine Feeham, com 157 páginas. Ainda que pequeno, este é um livro introdutório agradável e de leitura extremamente rápida. Adorei as irmãs Drake e o local onde toda a acção de passa, Sea Haven. Há quem não tenha achado este livro nada de especial mas, numa perspectiva unicamente pessoal, vi em Christine Feeham um grande potencial e, nesta série, muitos surpresas ainda por mostrar. Fico ansiosamente à espera da continuação!

O Beijo da Meia-Noite, Lara Adrian (republicação)



Título Original: Kiss of Midnight
Autoria: Lara Adrian
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 372
Tradução: Filipa Aguiar


Sinopse:

A Raça vive entre a humanidade há milhares de anos, mantendo uma paz provisória baseada no sigilo, no poder e na justiça feita pelos formidáveis guerreiros da Ordem.

Mas agora está prestes a começar uma guerra de sangue dentro da Raça. Os vampiros estão a tornar-se Renegados em cada vez maior número, alimentando-se indiscriminadamente, matando humanos nas ruas. Cabe à Ordem parar a propagação da ameaça de dominação dos Renegados – e, ao fazê-lo, cada um dos guerreiros será forçado a enfrentar os seus demónios, os seus segredos mais obscuros, os seus medos mais profundos. Alguns conhecerão o triunfo, outros a perda, mas cada guerreiro pode contar com uma coisa: o amor, quando o encontra, vem muitas vezes no pior momento possível, com a mulher menos provável... e fará ajoelhar cada um desses poderosos machos.


Opinião:

Com uma inteligência soberba, Lara Adrian apresenta-nos, com o primeiro volume de uma série que promete surpreender e viciar, uma história de vampiros guerreiros com um toque muito próprio e especial. Ainda que não seja uma temática totalmente nova para o leitor mais atento, O Beijo da Meia-Noite é, no mínimo, um livro generosamente cativante, de ávida leitura e deliciosos pormenores.

Gabrielle Maxwell é uma fotógrafa dedicada que, apesar de encontrar o verdadeiro reconhecimento um pouco tarde, não consegue entender o porquê de somente fotografar locais desertos, algo degradados, e desprovidos de vida humana. E é quando conhece Lucan Thorne, um homem alto e incrivelmente atraente que a faz sentir coisas impossíveis de descrição, que Gabrielle encontra uma explicação para algumas das suas peculiaridades excêntricas e incompreendidas. Por seu lado, Lucan Thorne, um homem acostumado a sarificar toda a sua existência à matança de Renegados e à solidão, dedicando assim a sua vida à Raça e à coordenação e liderança da Ordem dos Guerreiros, vê em Gabrielle um fruto proibido que, por muito que tente esconder, evitar ou se auto-repreender, simplesmente não consegue largar, viciando-se por completo tanto no corpo dela como na sua mente, destreza e personalidade vincada. Numa terceira perspectiva, encontramos um vampiro poderoso, inteiramente misterioso, e cujos planos vão muito para além do controlo dos Renegados, alastrando-se à destruição de toda a Ordem e ao controlo do Mundo. Com personagens tão cativantes, imprevisíveis, apaixonantes e fortes, é impossível resistir a um romance sobrenatural recheado de acção, sangue, erotismo e companheirismo. Fazendo uso de uma escrita sensual, inteligente, expressiva e atenta aos detalhes, Lara Adrian dá-nos um Beijo da Meia-Noite capaz de fazer devorar página atrás de página e no final chorar por mais. Os Guerreiros são esplêndidos, com personalidades variadas e distintas. A mulher em cena é fantástica, forte, convicta das suas ideias e daquilo que verdadeiramente quer. E o romance descrito entre os dois personagens é magnificamente perfeito, deleitando o leitor e superando, inclusive, as expectativas.

Adorei ler este livro. Uma excelente aposta por parte da Quinta Essência que, uma vez mais, não desilude na escolha dos romances femininos, deixando nós, suas leitoras, sequiosas por mais. Com lançamento agendado para 26 de Janeiro, O Beijo da Meia-Noite é um livro a não perder e Lara Adrian uma escritora a seguir bem de perto. Diverti-me imenso com a história, nos momentos alegres, nos tristes, nos de intenso suspense e, até mesmo, nos de eterno terror. As características que Lara adiciona aos vampiros, para além das que já conhecemos, a forma como explica o seu aparecimento na comunidade humana, passando pelos seus mecanismos de alimentação, acasalamento, defesa, etc., e a designação e comportamento esperados das Companheiras de Raça, mulheres marcadas à nascença e cuja função é unirem-se a um macho por forma a gerar vampirinhos, são de uma categoria extrema.
Um livro sedutor, intenso e viciante. Uma leitura poderosamente estonteante.
Gostei muito e, por isso, recomendo.  

45 Dias de Desafios Literários - Dia 9: Livro mais longo que já leste

O livro mais longo que li foi, sem sombra de dúvida, O Nome do Vento, do autor Patrick Rothfuss. Com mais de 900 páginas, este foi um dos calhamaços que mais prazer me deu folhear e o qual, rapidamente, subiu, em grande escala, na minha lista de preferências. Adorei a história, as personagens, a estrutura, a linguagem... tudo! Porém, grande parte do seu tamanho deve-se às grandes margens da página e ao tipo e tamanho de letra escolhido pelo que, mesmo assim e apesar de seu tamanho, lê-se incrivelmente bem!

Novidade Chá das Cinco - "Pecados na Noite", Sherrilyn Kenyon

A nova rainha do romance paranormal

Título: Pecados na Noite
Autoria: Sherrilyn Kenyon
N.º Páginas: 288

Lançamento: Já disponível
PVP.: 18,85€

Sinopse: No universo dos Predadores da Noite existe um código de honra que até os imortais mais ousados devem seguir: Não magoar humanos. Não beber sangue. Nunca se apaixonar. Mas, de vez em quando, um Predador parece achar-se acima do código. É nessa altura que sou chamado. Quem sou eu? Sou a fúria que terá de enfrentar. Nada me pode tocar. Nada me pode deter. Sou implacável e insensível. Ou assim pensava eu, até me cruzar com uma Predadora da Noit conhecida como Danger - e não o é apenas no nome, mas na forma como vive a vida. Não confia em mim. E quem sou eu para censurá-la? Apenas ela sabe que estou aqui para julgar, sentenciar e, muito provavelmente, executar os seus amigos. Danger St. Richard é uma distração fatal. Algo nela conseguiu despertar um coração que eu julgava morto para sempre. Nesta corrida contra o mal, a única esperança da Humanidade é que eu cumpra o meu dever. Mas como poderei fazê-lo se isso significa sacrificar a única mulher que alguma vez amei?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

45 Dias de Desafios Literários - Dia 8: Livro tão mau que consegue ser bom

Pode ser uma perspectiva algo inocente e ingénua mas... não creio que existam maus livros, quanto mais tão maus que conseguem ser bons. Existem sim gostos diferentes e géneros preferidos, pormenores que passam despercebidos ou que são descobertos por alguém mais atento e tipos de escrita, de abordagem, de personagens, de trama que agradam mais a uns e menos a outros. Livros maus? Nunca li. Li livros menos bons, que não me cativaram, de que não gostei assim tanto, que poria facilmente de lado, etc., contudo, e em toda a leitura que faço, seja ela qual for, tento sempre encontrar alguma qualidade em detrimento dos aspectos negativos. Penso nestes últimos, claro, e normalmente sou influenciada por eles mas, no fim de contas, faço sempre um esforço por retirar algo de positiva da leitura se não, não passaria de uma total e completa perda de tempo. Por isso... vou eleger um livro e uma série que, embora tenha gostado por este ou aquele motivo, não ache, no seu todo, assim nada de grande aparato. Posso até ter gostado deles na altura em que os li mas, tendo em vista o futuro e posteriores devaneios literários, não existem dúvidas de que ocuparão (se já não ocupam) lugares de menor destaque. E falo de: Hex Hall, de Rachel Hawkins e da Saga Luz e Escuridão, de Stephenie Meyer e cujo último volume, Amanhecer, nem sequer consegui terminar (ainda!).

Escolhi Hex Hall porque, ainda que seja uma leitura extremamente divertida e que me agradou pela sua leveza e descontracção, não deixa de ter um enredo bastante inferior em comparação com outros livros do género. Além de que achei tudo um pouco apressado, sem dar grande ênfase à parte mística que deveria de ser o mote principal do desenvolver da narrativa, sem grandes explicações ou informações perceptíveis e com uma linguagem um tanto ou quanto juvenil demais – aqueles “Iá” levaram-me à loucura! Mesmo assim, e como disse anteriormente, foi um livro que percorri num instante e que me fez soltar umas quantas gargalhadas... - vêem? Cá está o ponto positivo. 

A Saga Luz e Escuridão insere-se nesta categoria por ter gerado toda uma comunidade de fãs incontornáveis e excessivos, para além do suposto “mudou toda uma geração!” para a qualidade que efectivamente detém. Sim, quando li Crepúsculo fiquei automaticamente vinculada a uma história sedutora sobre um amor proibido entre uma humana com problemas emocionais e de auto-estima e um vampiro centenário desacreditado da sua condição sobrenatural e que só quer ser feliz... Pois. O problema é que, se formos a analisar esta saga como deve de ser, tudo se cinge somente a isso. Não tenho dúvidas de que cortaria muitos momentos demasiado introspectivos e repetitivos encontrados ao longo dos livros e que, muito provavelmente, alteraria um ou outro mas, no todo, e, novamente, embora tenha sido uma saga cujo primeiro e segundo volumes até me suscitaram um certo e algo elevado interesse, levando-me, inclusive, a seguir as adaptações cinematográficas, não creio que estejamos perante um conjunto de livros assim tão intelectual e literariamente superiores. Eclipse começa já a ser um pouco saturante e Amanhecer... bem, acho que nem vale a pena entrar por aí – demasiado ridículo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Filhas da Fortuna, Tara Hyland



Título Original: Daughters of Fortune
Autoria: Tara Hyland
Editora: Porto Editora
Nº. Páginas: 520
Tradução: Isabel Alves


Sinopse:

As filhas de William Melville são herdeiras de um dos mais importantes impérios da moda. Mas por detrás da fachada de glamour, cada uma delas esconde um segredo que ameaça lançar a discórdia no seio familiar.
Elizabeth, a filha mais velha, é uma mulher ambiciosa, cuja beleza e inteligência despertam a atenção de todos, excepto da pessoa que mais lhe importa: o pai. Delicada e doce, Caitlin, a filha ilegítima, esforça-se por singrar num mundo de privilégios, mantendo-se fiel aos seus princípios. Caprichosa e rebelde, Amber parece ter uma tendência natural para se envolver em situações desastrosas, mas é muito mais frágil do que parece.
Por entre cidades tão fascinantes como Londres, Tóquio e Nova Iorque, as irmãos irão procurar o seu próprio caminho. Mas à medida que velhas feridas reaparecem, ameaçando destruir os alicerces do império Melville, as suas vidas voltarão a cruzar-se. Serão elas capazes de se unir e juntar forças em nome da família?


Opinião:

Há já algum tempo que andava à procura de um romance profundamente poderoso e comovedor; um livro que me levasse numa viagem incontornável pelos caminhos da amargura, do desespero, da necessidade e do amor. Filhas da Fortuna é tudo isso e muito mais. Incrivelmente astuto e atento aos pormenores, é uma autêntica surpresa do princípio ao fim. Retratando uma história envolvente, cativante e enternecedora, Filhas da Fortuna leva o seu leitor a estar constantemente a emocionar-se, a revoltar-se com algumas das decisões e acções levadas a cabo pelas personagens e a revitalizar-se com o desenrolar e desabrochar inesperado dos acontecimentos... que surgem num magnífico catapultar de emoções e sensações. Tara Hyland não se podia ter estreado em Portugal com melhor obra, mostrando assim um romance não só verosímil como ricamente caracterizador de um drama familiar que, sem dúvida, ocorre nas vidas de muitos dos seus leitores.

O ponto forte deste livro é tanto a narrativa em si como as personagens principais. As três irmãs são fantásticas, carismáticas e decididamente muito diferentes entre si, tornando-se cada uma delas perfeita à sua própria maneira. Elizabeth, a filha mais velha, extremamente pragmática e autoritária e vista como uma pessoa extremamente fria e decidida, apresenta-se com uma certa vulnerabilidade atraente e notória, um ponto fraco recorrente em famílias com mais do que um irmão. Constantemente em busca de apoio e do orgulho do pai, ela vê-se instintivamente arrastada para uma vida de trabalho árduo e descuido familiar... até que uma ruptura emocional a levará a cometer a maior das atrocidades, uma escolha que poderá, muito bem, colocar a sua posição pessoal, familiar e profissional em alto risco. Com Caitlin, a filha do meio ilegítima, quis o destino ser diferente e, uma vez adulta, facultar-lhe um número infinito de possibilidades e oportunidades. No entanto, o facto de se ter visto afastada do seu próprio mundo e conforto e arrastada para o seio dos Melville aquando dos seus quinze anos e após a morte prematura da sua mãe, rapidamente se transformou no tipo de pessoa recatada, intelectualmente criativa e desejosa de independência. Quanto a Amber, a sua necessidade de atenção e infância mimada deixou que, através dos seus próprios meios e escolhas, optasse por um caminho conturbado de drogas e sexo desprendido, arrecadando não só uma má imagem para a grande empresa de moda que a Melville representa como igualmente o esgotar das possibilidades de estrondoso sucesso que, enquanto provocadora e sóbria, viu aparecer umas atrás das outras. Efectivamente, são estas as três figuras de autoridade e fios condutores que permitirão um desenrolar apelativo e sedutor de uma trama coberta de reviravoltas, conflitos internos e familiares e, acima de tudo, de um enredo que fortemente se cinge às ligações tecidas diariamente tanto entre diferentes graus de parentesco como com terceiros e que, inevitavelmente, regem as suas vidas e moldam-nas no e em quem são.

Acompanhadas por um vasto e diversificado leque de personagens secundárias que ajudam a dar vida a uma narrativa incrivelmente bem construída e entusiasmante como, por exemplo, Lucien, Cole ou o próprio William Mellvile, Filhas da Fortuna mostra-se como um romance sem igual, cuidadoso até ao mais pequeno e ínfimo pormenor e que relata, de forma credível e consciente, todo um intenso drama familiar capaz de alterar rumos de vida. Serão as experiências ganhas em cidades de luxo como Nova Iorque ou Tóquio em consonância com as diferentes e distintas personalidades, valores morais e objectivos futuros das personagens que prenderão o leitor numa trama divertida, vertiginosa e motivadora. Ao ler Filhas da Fortuna, quem não gostaria de experienciar, em primeira mão, a perspectiva boémia dos bairros de Paris? Ou o forte conceito de trabalho e inovação de Tóquio? Ou, ainda, a eterna busca pela fama presente em Los Angeles? Melhor... depois de tudo isto, quem não gostaria de voltar para uma Londres simbolizada pelo conceito de casa e aconchego?

Filhas da Fortuna não se deixa somente envolver pelo significado literal do romance. Com ingredientes vários como mistério, intriga e muitos, muitos segredos, este é um livro que não quererá perder. Abordando de forma brilhante as relações que vivemos no nosso dia-a-dia, os medos sentidos e as dúvidas constantes, Tara Hyland mostra todo o seu potencial e mestria na narração de uma história comovente e, ao mesmo tempo, complicadíssima de largar. É um livro com 520 páginas... e depois? Se tivesse mais continuaria a ser impressionante, pois cada página tem um propósito, uma finalidade que, no fim de contas, não deixará de surpreender e deixar o leitor com um sorriso nos lábios e com um profundo sentimento de saudade. Recomendo vivamente!, mais uma excelente aposta da Porto Editora

Novidade Porto Editora (reedição) - "A Siciliana", Sveva Casati Modignani

A Porto Editora reedita A Siciliana, um livro de sucesso de Sveva Casati Modignani que chega às livrarias a 4 de Agosto.
Este romance, que já foi adaptado à televisão, apresenta-nos Nancy Pertinace, uma enigmática freira com um misterioso passado, que subitamente se arrisca a ser desvendado por um jornalista. Uma narrativa empolgante, repleta de emoções fortes, para tentar descobrir o que esconde, afinal, esta siciliana.

Título: A Siciliana
Autoria: Sveva Casati Modignani
N.º Páginas: 416

Lançamento: 4 de Agosto
PVP.: 16,60€

Sinopse: Ela era uma ‹‹donna d'onore›› de uma das famílias mais poderosas da Casa Nostra, o braço da Máfia em Nova Iorque...
Numa pequena vila siciliana, um jornalista pede uma entrevista a uma freira enigmática: ela é Nancy Pertinace, outrora figura pública de Nova Iorque e candidata a mayor da cidade. Ao longo de vários dias, Nancy fará revelações surpreendentes sobre o seu passado e sobre os motivos que a levaram a refugiar-se nos confins daquela ilha. Porém, nem sempre o que é revelado é absoluto e há mais sombras no seu presente do que se possa imaginar...
Sveva Casati Modignani assina aqui um romance empolgante, que foi já adaptado à televisão. 

Sobre a autora:
Reconhecida como a signora do bestseller italiano, com 11 milhões de exemplares vendidos, Sveva Casati Modignani está traduzida em 17 países e é hoje uma das autoras mais populares em Portugal. No catálogo da Porto Editora figuram já os seus romances Feminino Singular, Baunilha e Chocolate, O Jogo da Verdade, Desesperadamente Giulia e O Esplendor da Vida. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

45 Dias de Desafios Literários - Dia 7: Livro que te desiludiu


Ao longo de todos estes anos ligada aos livros... já me deparei com uma boa mão cheia deles que me deixaram ora desiludida ora espantada pela pouca ou/e má qualidade que apresentaram. E quando li que teria de seleccionar somente um livro para este dia 7 de espectacular desafio literário... o primeiro que me veio à cabeça foi Prazeres Inconfessos, de Laurell K. Hamilton

Li esta obra muito recentemente e embora aprecie bastante a escrita da autora, Prazeres Inconfessos foi uma narrativa que não só me desiludiu como ficou incrivelmente aquém de O Beijo das Sombras que também li este ano. Não sei se foi por a capa dar a impressão de um género muito específico de abordagem literária e por o conteúdo mostrar algo completamente diferente, se pelo próprio desenrolar da história. Fiquei desagradada com a ausência de um romance iminente e com uma certa confusão descritiva que, por vezes, me forçou a voltar atrás na leitura. Não gostei, igualmente, da fraca revisão oferecida a um livro tão prometedor... Todas as gralhas não só me irritaram como, chegou a uma altura, que me tiraram do sério. Fora isso, continua a ser um livro interessante... uma perspectiva um pouco diferente daquela a que estamos acostumados a ver no que diz respeito aos seres nocturnos sugadores de sangue, porém, não me preencheu, de todo, as medidas e foi por isso que o escolhi para esta categoria.

45 Dias de Desafios Literários - Dia 6: Livro que leste mais vezes

Livro que li mais vezes... Pode parecer estranho dizer isto mas nunca li o mesmo livro duas vezes. Já insisti a leitura em várias narrativas, colocando de lado e voltando a pegar-lhes mais tarde; já desisti de uns quantos mas reler uma obra, nunca me aconteceu. Penso que, por haver tantas histórias interessantes e chamativas espalhadas pelo mercado literário, ainda não senti aquela necessidade de voltar a experienciar um livro de que tenha gostado particularmente. Tenho vários que prometi reler um dia, outros que adoraria relembrar, mas, por enquanto, não vejo tal a acontecer...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Novidade Editorial Presença - "Uma Mulher de Sonho", Fern Michaels

Autora americana bestseller do New York Times com mais de 70 milhões de livros vendidos publica, pela primeira vez, em Portugal

Título: Uma Mulher de Sonho
Autoria: Fern Michaels
N.º Páginas: 304
Colecção: Champanhe e Morangos, N.º 44

Lançamento: 2 de Agosto
PVP.: 17,50€

Sinopse: Uma Mulher de Sonho conta-nos a história de Rosie Gardener, uma mulher que, já nos trinta e com excesso de peso, se deixa seduzir por Kent Bliss, um mulherengo atraente que apenas está interessado no estilo de vida luxuoso que Rosie lhe pode proporcionar. Rosie acaba por casar com Kent, e o desastre confirma-se. Desprezada pelo marido, reúne finalmente coragem para o mandar embora e decide recuperar a auto-estima através de um regime de dieta e de exercício físico. Mas, mais do que tudo, são os amigos e a inabalável vontade de vencer da própria Rosie que a levam a agarrar a vida com uma paixão que nunca imaginara possuir.

Sobre a autora:
Fern Michaels é uma conhecida autora norte-americana cujos romances se tornaram bestsellers com uma regularidade verdadeiramente invejável. No conjunto da sua obra conta com certa de 50 bestsellers, entre os quais Uma Mulher de Sonho, que venderam mais de 70 milhões de exemplares em todo o mundo. Vive actualmente na Carolina do Sul. 

Imprensa:
As personagens de Fern Michaels são reais e cativantes, a sua prosa é tão natural que parece que o leitor está a assistir à história e não apenas a lê-la.
Los Angeles Times

Para mais informações sobre outros livros da Editorial Presença, consulte aqui! 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

45 Dias de Desafios Literários - Dia 5: Livro que levarias para uma ilha deserta

Para uma ilha deserta levaria... Julieta, de Anne Fortier.

Como não sou grande fã nem de praia nem do calor, teria de encontrar uma bela de uma palmeira onde confortavelmente me recostar, na sombra, a ler umas belas páginas de um romance que me possibilitasse viajar para outros locais. Escolhi Julieta porque, efectivamente, é um livro que proporciona exactamente esse teletransporte para uma Siena ora moderna, ora medieval.
Tendo sido uma obra que me arrebatou por completo, Julieta retrata, de forma exímia e numa perspectiva inovadora e emocionante, a história de Romeu e Julieta e a forma como as suas descendências sobrevivem no presente. Será através de um segredo secular e muito ansiado e procurado que Julie viverá a experiência da sua vida e que, para o leitor, providenciará uma leitura empolgante, revolucionária e de tirar o fôlego.
Sendo igualmente um livro com algumas páginas, não tenho dúvida de que seria um excelente entretenimento numa ilha deserta sem grande coisa que se fazer. 

Passatempo - "Sangue Gelado", de Claudia Gray

Em colaboração com a Planeta Manuscrito, o Pedacinho Literário tem o prazer de oferecer um exemplar do livro Sangue Gelado, da autora Claudia Gray. 

Para participar basta responder correctamente às questões que se encontram no formulário em baixo e preencher todos os campos obrigatórios. 
Por favor, tenham as regras do passatempo em atenção!

As respostas podem ser encontras aqui e/ou com a ajuda de qualquer motor de busca. 


Regras do Passatempo:
1) O Passatempo decorrerá até às 23h59 de 31 de Julho (domingo).
2) Só é válida uma participação por pessoa e/ou residência.
3) Participações com respostas incorrectas e/ou dados incompletos serão automaticamente anuladas.
4) O vencedor será sorteado aleatoriamente pela administração do blogue, será posteriormente contactado por e-mail e o resultado será anunciado no blogue.
5) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
6) A administração do blogue não se responsabiliza pelo eventual extravio no correio de exemplares enviados.


Boa sorte a todos!

Novidade Civilização - "O Lago dos Sonhos", de Kim Edwards

Depois de vários anos no estrangeiro, Lucy regressa a casa. Encontrando-se numa encruzilhada na sua vida, sente-se perseguida pela morte misteriosa do pai, que ocorreu há uma década. Certa noite, já tarde, descobre uma colecção de objectos que, à primeira vista, parecem simples curiosidades, mas que depressa irão revelar uma complexa história familiar. Com constantes surpresas e cheio de detalhes vibrantes, o novo romance de Kim Edwards, O Lago dos Sonhos, é uma saga poderosa e envolvente, capaz de cativar os milhões de leitores que apreciaram Segredos de Família.

Um dos grandes lançamentos de 2011 e uma história aclamada pela crítica internacional, O Lago dos Sonhos é o segundo romance da conhecida autora publicada pela Civilização. "Uma trama muito bela numa narrativa de cortar a respiração; a obra de uma escritora extraordinária", assegura o Daily and Sunday Express. Já o Irish Independent, escreve: "Apaixonei-me por Lucy (...) e a sua luta para se enfrentar a si própria e à sua felicidade mantiveram-me preso até ao fim".

O seu primeiro romance, Segredos de Família (Junho 2007), foi um grande sucesso em Portugal e a nível internacional, tendo vendido mais de três milhões de exemplares, entrando directamente para a reputada lista de vendas da New York Times Bestseller e recebido o Sainsbury's Popular Fiction Award nos British Book Awards de 2008.

Além de Segredos de Família, Kim Edwards é a autora de Um Brilho no Escuro, finalista do PEN/Hemingway Award de 1998. Edwards foi ainda galardoada com o Whiting Award e o Nelson Algren Award. Após viver vários anos na Ásia e dar aulas na Malásia, Tóqui, Phnom Penh e Cambodja, é actualmente professora assistente de ingl|es na Universidade de Kentucky. 

Título: O Lago dos Sonhos
Autoria: Kim Edwards
N.º Páginas: 448

Lançamento: Agosto
PVP.: 17,90€

Sinopse: Depois de vários anos no estrangeiro, Lucy regressa a casa. Encontrando-se numa encruzilhada na sua vida, sente-se perseguida pela morte misteriosa do pai, que ocorreu há uma década. Certa noite, já tarde, enquanto deambula pela enorme casa familiar na margem de um lago, descobre, escondida no assento de uma janela, uma colecção de objectos que, à primeira vista, parecem simples curiosidades, mas que depressa irão revelar uma complexa história familiar. 
As saudades do passado, avivadas pelo reencontro com o seu primeiro grande amor, conduzem-na a situações inesperadas Lucy descobre e explora os contornos do seu passado. A história da família como ela a conhecia é destruída - e, depois, dramaticamente reconfigurada, animando-a a viver com uma liberdade que ela nunca tinha experimentado antes. 
Com constantes surpresas e cheio de detalhes vibrantes, O Lago dos Sonhos é uma saga poderosa e envolvente, que seguramente vai cativar os milhões de leitores que adoraram Segredos de Família.

domingo, 24 de julho de 2011

45 Dias de Desafios Literários - Dia 4: Livro Sobrevalorizado

Infelizmente, creio existirem demasiados livros sobrevalorizados, actualmente, a circular pelo mercado. Principalmente, livros que, numa primeira perspectiva, achei muito bons e inovadores e deliciosos mas que, após uma segunda, terceira, quarta observação, e por aí fora, a opinião já não se encontrar intacta. Para o dia de hoje, escolhi Marcada, de P.C. Cast e Kristin Cast.

Lembro-me da primeira vez que peguei neste livro. Fiquei visivelmente agradada com a capa e foi o que me levou a comprá-lo. Isso e o facto de retratar vampiros, uma espécie sobrenatural que, desde Anne Rice, sempre mantive muito perto do coração. No entanto, Marcada foi a desilusão completa. A protagonista não tem força suficiente para aguentar o seguimento da narrativa, além de ser desastrosamente infantil, e a trama em si também não foi capaz de oferecer nada verdadeiramente especial, diferente e inovador. Apesar de me ter ficado por este primeiro volume, já tomei conhecimento de que não há muito a desenvolver nos seguintes livros e, por isso, será uma série que deixarei de parte até momentos mais propícios de leitura (tudo porque não sou capaz de deixar uma saga a meio). Sei que há muitos seguidores de P.C. Cast e Kristin Cast um pouco por aí e a esses peço somente que não levem a mal a minha escolha de livro sobrevalorizado. Até porque, efectivamente, o acho sobrevalorizado e em demasia! Concordem ou não... é a minha opinião. Mas estou aberta a ouvir/ler a vossa.

45 Dias de Desafios Literários - Dia 3: Livro Subvalorizado

Esta é outras das categorias que não é nada fácil. E porquê? Por que é preciso um imenso sentido de reflexão de modo a encontrar-se “aquele” livro que julgamos ser definitivamente subvalorizado. A minha escolha recai em A Casa do Sono, de Jonathan Coe.
Não é por ser um dos meus livros favoritos de todos os tempos que escolho este título mas sim por ter tido um impacto gigantesco em mim ao ponto de não ter conseguido ler o que quer que fosse durante uns quantos dias. Só conseguia pensar na história, nos personagens ricos e excêntricos, na escrita simples e muito fluida e na estrondosa recta final.

Julgo estar perante um livro – e autor – subestimado por raramente ter ouvido ou lido, no passado e no presente, qualquer referência a ele. Muito poucas são as pessoas que conhecem este magnífico escritor e ainda menos são aquelas que se deixam aventurar em páginas complexas e decididamente complicadas. A Casa do Sono não é um livro fácil... mas também creio que os verdadeiramente bons livros não o são. E este é, sem sombra de dúvida, um livro excelente e que recomendo a qualquer pessoa numa idade já adulta de modo a que possa compreender o real sentido das palavras de Coe. Quase que é um apelo à leitura deste livro – talvez o seja mesmo – mas não se deixem levar pela intricada narrativa. As personagens são soberbas e aprendi imenso com elas – aprendi a encarar os sacrifícios de outra forma e a lutar por aquilo que realmente quero mas, melhor que isso, encontrei um refúgio fora do comum onde ninguém é perfeito... onde todos apresentam vícios, manias e defeitos próprios do ser humano.
Este é um livro real sobre coisas reais, um livro que merece muito mais valor e atenção do que aquela que tem vindo a receber... e qualquer pessoa que o folheei vai perceber isso. 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Prazeres Inconfessos, Laurell K. Hamilton



Título Original: Guilty Pleasures
Autoria: Laurell K. Hamilton
Editora: Gailivro
Colecção: Mil e Um Mundos
Nº. Páginas: 367
Tradução: Leonor Bizarro Marques


Sinopse:

«Monica Vespucci usava um crachá que dizia “Os Vampiros também são Pessoas”. Não era um início de noite prometedor. Tinha cabelo curto, habilmente cortado, e uma maquilhagem perfeita. O crachá devia ter-me alertado para o tipo de despedida de solteira que planeara. Há dias em que sou demasiado lenta a perceber as coisas.
Eu usava jeans negros, botas até ao joelho e uma blusa carmesim, de mangas compridas, para esconder a bainha da faca que trazia no pulso direito, e as cicatrizes no meu braço esquerdo. Deixara a minha arma na mala do carro, pois não achava que a despedida de solteira se pudesse descontrolar por aí além... »


Opinião:

Laurell K. Hamilton não me é totalmente desconhecida. Aliás, foi uma das autoras que, este ano, maior surpresa provocou em mim. Fiquei indubitavelmente deliciada com a sua escrita e perspicácia literária e, por isso, foi com grandes expectativas que parti para a leitura de uma das grandes e provavelmente mais desejadas apostas da 1001 Mundos para este ano – Anita Blake com o seu primeiro Prazeres Inconfessos.

O conceito em si, a ideia base da narrativa é deveras intrigante e apelativa. Laurell K. Hamilton conseguiu construir uma estrutura inteligente e ousada, centrando-se numa análise mais pura e sangrenta de uma das criaturas sobrenaturais que maior fascínio e audácia provoca no leitor – os vampiros. Igualmente abordando outros “monstros” do fantástico, como os carniçais (pouco comuns), os zombies e até algumas beldades de muito pêlo, a autora permitiu que o foco se manifestasse um pouco por todo o lado, criando situações de interesse aqui e ali. No entanto, e a nível pessoal, não creio que tenha sido o suficiente. Esperava mais deste livro – muito mais! – e penso que até retirei um pouco de desilusão e angústia desta leitura. Compreendo que estejamos perante um livro introdutório, um primeiro volume por forma a desenvolver alguma familiaridade e uma certa ambiência no leitor mas seria muito pedir um pouco mais? Um pouco mais de energia, de vivacidade, de empenho? A verdade é que, em comparação com o outro livro da autora publicado em Portugal – por uma editora diferente – este quase que não soube a nada e, sem dúvida, que lhe ficou muito aquém. Talvez se deva pela inexperiência da autora na altura em que escreveu Prazeres Inconfessos mas não creio que seja um justificativo assim tão plausível.
Pelo menos, a personalidade da protagonista arrebata tudo. Se não fosse a personagem principal seria capaz de catalogar este livro como um erro de mercado mas, graças a Deus, existe Anita Blake! Ela possuí todas as características que uma líder literária deve ter – um humor afincado e aguçado, uma destreza assombrosa e nada de «papas na língua». É possível que tenha problemas com alguns vampiros, que outra coisa se poderia esperar?, mas nada que uma cruz e um pouco de água benta não resolva.
As características aprisionadas aos seres da noite foram outra surpresa. Fiquei agradavelmente assombrada com o bar que dá nome a esta obra, o Prazeres Inconfessos, e com os prazeres que ele efectivamente inconfessa. Este serviu ainda de mote introdutório, para o leitor, por forma a deparar-se com uma espécie imortal extremamente mortífera e fatal. Mesmo não apresentando nada de novo, trata-se de uma conjugação muito satisfatória entre os lados mais primitivo e racional do vampiro. Fica também uma pequena e positiva nota para o comportamento dos zombies quando reanimados.

Em contrapartida, encontrei um enredo confuso e pouco energético. Acção é o que não falta – numa semana de trabalho, Anita Blake é capaz de chegar todos os dias a casa física e psicologicamente massacrada. Contudo, e principalmente no início, a trama apresenta-se de forma algo incoerente e sem nexo. Pessoalmente, achei algumas cenas demasiado longas e outras simplesmente despropositadas. Uma, em especial – o retrato de uma luta entre dois poderosos seres –, deixou-me na ignorância até quase cinco ou seis páginas depois. Foi tudo tão apressado, na descrição, e descuidado, que me senti, efectivamente, perdida.
Outra infelicidade foi o amarfanhar inconstante de personagens secundárias. Embora não sendo em demasia, a verdade é que muitas delas ficam por se conhecer. Temos a sua presença, o seu contributo e, por vezes, a sua ajuda e/ou auxílio mas, no que diz respeito a o leitor ficar a conhecer alguma coisa do seu íntimo, propósito ou background, zero. Porém, algumas são intrigantes e muito, muito atraentes. Nomeio, a título de exemplo, Edward – com o seu mistério e áurea sombria –, Jean-Claude – que, mesmo ausente durante grande parte da narrativa, continua a exercer uma pressão verdadeiramente vampírica e sedutora no leitor – e Nikolaos – uma menina graciosamente inocente e malévola, tudo ao mesmo tempo.
Mais problemático ainda foi a péssima revisão de Prazeres Inconfessos. O descuido foi enorme e não fosse a falta de acentuação nalgumas palavras crime suficiente, também há a falta das mesmas! Muitos “que”, “o”, “a”, entre outros, ficaram por encontrar... e ainda que inicialmente dê a ideia de não ser nada de especial ou importante, o facto de estar fortemente presente em todo o livro, praticamente página por página faz, não só, que a concentração do leitor se vá despedaçando aos poucos como, de igual modo, que o leitor, por vezes, tenha de recuar na leitura por forma a perceber o real sentido da frase que acabou de ler, e que aparentemente também ficou perdido algures.

Por fim, não posso terminar sem abordar a questão de capa e da premissa enganadora. Há quem não goste e gostos não se discutem – só às vezes – mas acho a capa deste livro unicamente deslumbrante. Todo o vermelho alusivo ao sangue, com o néon nas letras e a sensualidade carismática na mulher retratada com o fundo imenso e obscuro de uma cidade em plano estado de vida deixam no leitor a sensação de uma grande e muito boa obra do género fantástico mais leve. Primeiro erro. Depois, temos a frase que a acompanha: «O que fazer quando o monstro que jurámos matar se converte no homem sem o qual não podemos viver?» e que é, sem dúvida, muito prometedora mas... sejamos honestos, que homem é esse exactamente? E de que forma não consegue a protagonista viver sem ele? É que enquanto o livro transborda sensualidade sanguínea e violenta, a carga sexual e intensa que a capa e a premissa deixam no ar é inexistente. Fiquei sem saber de que homem se fala nem em que sentido Anita se sente profundamente ligada a ele. Sim, temos uma espécie de ligação, ainda pouco explicada e entendida, de sangue com uma dita personagem que gostei muito mas também temos uma espécie de conexão emocional com outra, só que, fora isso, estou completamente em branco. Qual dos dois será? Ou melhor, será que é algum deles? Fica a dúvida...

Prazeres Inconfessos poderia ter sido muito mais. No entanto, fica uma certa curiosidade por saber o que vai acontecer a seguir. Irei continuar a acompanhar esta série, convicta de que o próximo volume será melhor mas, até lá, não sei se conseguirei manter Prazeres Inconfessos vivo na minha mente. Esta é, decididamente, uma perspectiva diferente que Hamilton oferece aos seus vampiros mas começo a achar que talvez ela se dê melhor com fadas. Vamos ver o que se segue... 

45 Dias de Desafios Literários - Dia 2: Livro Detestado

Esta é, quase sem qualquer dúvida, das categorias mais complicadas de todo o desafio. Tudo porque não consigo detestar um livro. Em qualquer leitura que faça, por mais que esta não esteja a ser frutífera ou agradável, faço os possíveis por encontrar algum pormenor, algum aspecto positivo e que me faça continuar. Assim, e como não detesto nenhum livro, vou deixar uma muito pequenina lista de obras que não me agradaram pelos mais variados motivos. Começo com:

Infelizmente, ainda não tive oportunidade de conhecer todos os livros publicados em Portugal desta autora. Li os quatro editados pela Saída de Emergência, da série Highlander, e embora tenha em casa Anoitecer e Vingança, ainda não lhes peguei com medo de ter de ler a restante série em inglês (algo que tento evitar ao máximo!).
Escolhi este título em particular por ser um “início” da série, em Portugal, que não me despertou qualquer interesse aquando terminada a leitura. Aliás, fiquei um pouco desiludida com a história e com as personagens. Sendo uma autora do género fantástico sensual, esperava um pouco mais de conteúdo informativo e, infelizmente, não achei suficiente a quantidade que recebi. Há quem goste desta série, aliás, há quem a adore mas eu, pelo contrário, nem por isso. Acho que a série foi melhorando com a publicação de cada volume, principalmente o livro dedicado a Adam Black, que achei bastante interessante, mas fora isso, não creio que seja uma saga que me vá marcar por anos e anos.


Brian Keaney foi outra tortura! Lembro-me de adquirir a trilogia completa de uma só vez – um gigantesco erro! Li o primeiro volume, Gente Vazia, e apesar de a premissa ser interessante não achei que a escrita e o desenrolar da história em si estivessem à sua altura. Tanto que não consegui ler os restantes dois livros... Contudo, espero, mais tarde, dar uma nova oportunidade a este trilogia, não por que seja masoquista mas porque quero tentar perceber o que é que muita gente vê nestas três obras. Quem sabe a minha opinião não se altere?


Finalmente, tenho, obrigatoriamente, de nomear este livro – Levaram-me, de Paulo Pereira Cristóvão e Susana Ferrador. Não sou grande fã de livros baseados em histórias reais, principalmente quando fazem uso de crianças ou pessoas mais velhas como mote principal da história, isto porque sou extremamente sensível e acabo por ficar seriamente perturbada com o que leio... por isso, e porque foi uma obra que me impressionou, nomeio este livro. Não é nada contra... apenas fiquei demasiado sensibilizada com as coisas que o ser humano é capaz de fazer em prol de dinheiro, a crianças inocentes e indefesas. 

Resultado do Passatempo - "Uma Questão de Atração"

Antes de anunciar o/a vencedor/a deste maravilhoso passatempo, deixo um muito obrigado a todos os que participaram e ajudaram ao sucesso do mesmo! E a quem não ganhar desta vez... não desanime!, e já sabe, que continue sempre, sempre a tentar! 

Agora, o/a vencedor/a!

O exemplar do livro Uma Questão de Atração, do autor David Nicholls, gentilmente cedido pela Civilização Editora, vai para:

184. Anabela (...) Santos

Muitos parabéns à feliz contemplada!

Obrigado a todos, parabéns e excelentes leituras!

O Beijo Carmesim, Lara Adrian (republicação)



Título Original: Kiss of Crimson
Autoria: Lara Adrian
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 355
Tradução: Filipa Aguiar


Sinopse:

Parte humana, parte extraterrestre, a raça vive entre a humanidade há milhares de anos, mantendo uma paz provisória baseada no sigilo, no poder e na justiça feita pelos formidáveis guerreiros da Ordem.

Ele chega até ela mais morto que vivo, um enorme estranho vestido de preto, crivado de balas e a perder muito sangue. Enquanto luta para salvá-lo, a médica veterinária Tess Culver não faz ideia de que o homem que se chama Dante não é totalmente humano, mas um membro da Raça, guerreiros vampiros envolvidos numa batalha desesperada. Num momento único e carregado de erotismo, Tess é lançada no mundo dele – um lugar perigoso e sombrio onde vampiros Renegados vagueiam na noite trazendo o terror.
Assombrado por visões de um futuro obscuro, Dante vive e luta como se não houvesse amanhã. Tess é uma complicação de que ele não precisa – mas agora, com os seus irmãos sob ataque, ele deve protegê-la de uma ameaça crescente, que o inclui a ele próprio. Por causa de um beijo rápido e irresistível, ela tornou-se parte do seu reino subterrâneo... e o toque dele desperta-a para dons escondidos, desejos e fomes que ela nem sonhava possuir. Ligados pelo sangue, Dante e Tess devem trabalhar juntos para acabar com os inimigos mortais, ao mesmo tempo que descobrem uma paixão que transcende os próprios limites da vida...


Opinião:

O primeiro contacto que o leitor tem com uma nova série e uma autora desconhecida é sempre marcante e especial, principalmente se sair dessa leitura com um sorriso nos lábios e uma vontade imensa em descobrir mais sobre os personagens encontrados e sobres os temíveis perigos que se aproximam. Assim, quando, na sua inocência, o leitor se deixa afogar na profunda responsabilidade e peso acrescido de Lucan, guerreiro de Primeira Geração e Chefe da Ordem, face a uma humanidade eternamente em risco e cujo amor por uma mulher rapidamente se transforma numa fonte de força e vida, fica bastante claro que dificilmente será possível encontrar-se um melhor protagonista e um ainda mais fantástico enredo. Bem... a verdade é que aconteceu. O Beijo Carmesim é tudo e um pouco mais que o anterior volume, O Beijo da Meia-Noite foi. Uma leitura de extrema partilha, onde as sensações e os sentimentos estão constantemente à flor da pele, preparados para serem preenchidos, surpreendidos, acometidos. Um romance sensual de uma violência aprazível magnífica, que não só deleita o leitor como o torna completa e totalmente dependente desta série que não deixa ninguém indiferente. Lara Adrian usou com mestria todo o seu talento de contadora de histórias e é com grande ansiedade que o leitor abandona um espectacular segundo volume de uma série, desejoso de poder desfrutar de mais uma história, de mais um guerreiro, de mais um amor loucamente proibido e provocante.

Dante é um guerreiro da Ordem há mais tempo do que aquele alguma vez possível de contar pelos dedos da mão. Toda a existência de que tem memória pertence à partilha de companheirismo e pensamento de uma família que o acolheu de braços abertos. Intimamente agradecido a todos eles, Dante faz do seu dia-a-dia um rejubilar de violência e uma acrescida tomada de atenção e potência na aniquilação de renegados. Destemido, arrogante e eficazmente perspicaz, Dante deixa-se levar por uma existência preenchida de solidão, individualismo e desprezo – as únicas coisas que verdadeiramente lhe interessam são a sobrevivência dos seus irmãos de armas, a alimentação com o auxílio de uma boa Anfitriã e a diária descarga de adrenalina na provocação da morte para com aqueles cujo Desejo de Sangue se mostra impossível de controlar.
Tess Culver é uma jovem veterinária que nada mais vê à frente que não o trabalho. Embora deseje ter mais amizades, ser mais social, procurar o amor, encontrar a felicidade... o problema é que, sendo perseguida por horríveis memórias do seu passado, ela simplesmente não se sente apta a dar aquele primeiro passado essencial. Consequentemente, cinge-se às preocupações de sustentar uma clínica veterinária sozinha, ao carinho que recebe dos seus pacientes e à muito apreciada companhia de Nora, sua ajudante, e Ben, um ex-namorado ainda perdido de amores por ela. No entanto, toda a sua vida sofre uma reviravolta acentuada quando, de um momento para o outro, numa noite de trabalho extra, dá de caras com um homem volumoso deitado no chão do seu armazém, completamente ensanguentado e profundamente ferido. Incapaz de raciocinar direito, Tess decide ajudar o homem de uma beleza extrema sem sequer se aperceber de que o que o homem (ou vampiro) realmente precisa é do sangue que ferozmente lhe pulsa nas veias. E é neste encontro improvável e inesperado que Dante e Tess primeiramente partilham o laço que não os deixará em paz enquanto não totalmente consumado. Por entre ameaças constantes, caças frequentes e um desenrolar de uma relação fervorosamente escaldante e impetuosa, O Beijo Carmesim é o livro perfeito para o desfecho de um protagonista tão marcante como Dante.

Ainda que este guerreiro não tenha sido dos que, à primeira impressão, me chamaram mais a atenção e despertaram maior interesse, a verdade é que após esta leitura toda a minha opinião sofreu uma lavagem cerebral. É simplesmente fabulosa a forma como se pode presenciar o lento descascar de todas aquelas camadas que Dante tão cuidadosamente foi esculpindo em seu redor ao longo dos séculos, transformando-o num impiedoso e temível guerreiro. E embora Tess seja igualmente uma alma solitária, é ainda mais impressionante a maneira como as duas personagens tecem ligações entre si, aprendendo um com o outro, abrindo-se um para o outro, deixando os medos e os receios de lado e embarcando numa viagem eterna de amor e total devoção. Pessoalmente, o crescimento e gradual desabrochar de cada um destes protagonistas foi o ponto alto do livro. Contudo, e ainda bem, podem ser encontrados muitos outros aspectos positivos, nomeadamente, as personagens secundárias. Os guerreiros continuam a aparecer em força por forma a que o leitor não se esqueça deles, assim como as suas respectivas Companheiras de Raça. Por exemplo, Sterling Chase, apesar de aparecer aqui pela primeira vez, exerce uma tal atracção no leitor que este se vê impossibilitado de não querer descobrir mais e mais sobre ele, o mesmo recai sobre Elise (ainda que esta apareça no volume seguinte). Outro ponto favorável recai tanto no dom de Tess, que suscita bastante empatia no leitor, como os inúmeros assombros de uma visão fatal que assaltam Dante de momentos em momentos, criando todo um clima curioso em seu redor. Finalmente, embora os pontos bons não se fiquem por aqui, toda a história em torno do Carmesim, transparecendo um ambiente perigoso e incrivelmente arrepiante e que, em conjunto com tudo o que este livro tem de bom, ajuda a conferir a dose certa de humor e sensualidade, adrenalina e suspense, emoção e acção a um romance já de si bastante bem escrito e ainda melhor traduzido.

Dotado de uma escrita atraente e fácil, O Beijo Carmesim é um daqueles romances de leitura corrente, muito rápida e emotiva, que o leitor não quer largar até à última página. Com protagonistas como Dante e Tess, Lara Adrian volta a elevar a fasquia. Segue-se Tegan, o impassível Tegan, que surpresas terá Lara escondidas dentro da manga?
Um romance incrível, que persuade e puxa o leitor até ao último segundo. Uma trama envolvente e vibrante, que causa impacto, que dá real prazer ler. Lara Adrian foi uma bela e inesperada aposta da Quinta Essência, deixando-se agora levar pela sensualidade do romance de fantasia.
Adorei. 
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