Título Original: Upon the Midnight Clear
Autoria: Sherrilyn
Kenyon
Editora: Chá das Cinco
Nº. Páginas: 134
Tradução: Ester Cortegano
Sinopse:
Conheçam Aidan O’ Conner. Uma celebridade generosa que
tudo oferecia e nada pedia em troca… até ser enganado pelos que o rodeavam.
Agora Aidan nada quer do mundo ou sequer fazer parte dele. Quando uma estranha
mulher aparece à sua porta, Aidan sabe que já a viu antes… nos seus sonhos. Uma
deusa nascida no Olimpo, Leta nada sabe do mundo dos humanos. Mas um inimigo
implacável expulsou-a do mundo dos sonhos e para os braços do único homem capaz
de a ajudar: Aidan. Os poderes imortais da deusa derivam de emoções humanas, e
a raiva de Aidan é todo o combustível que precisa para se defender… Uma fria
noite de inverno irá mudar as suas vidas para sempre…
Aprisionados
durante uma tempestade de inverno brutal, Aidan e Leta terão que conquistar a única
coisa que os poderá salvar a ambos – ou destruí-los – a confiança. Conseguirão
triunfar sobre todos os obstáculos?
Opinião:
Este livro é especial.
Por muitos, pode ser considerado inferior devido ao seu reduzido tamanho, ou à
pouca profundidade que transmite quando comparado com os restantes volumes
publicados, no entanto, existe uma beleza etérea e simplista neste romance que,
a mim, não me passou despercebida. Centrado no seu propósito, na luta de Aidan
e de Leta, provocador nos sentimentos que tece em torno destas duas
personagens, e místico no à vontade com que apresenta várias divindades do
panteão grego, esta é uma história que brinda pelo conforto, pela fluidez e
pelos pequenos pormenores característicos da escrita de Kenyon.
À Luz da Meia-Noite é já o décimo terceiro volume de uma série sobrenatural que, certamente,
continuará a dar muito que falar. Seguindo os passos de dois intervenientes
atormentados por um passado de sangue e de dor, esta é uma história suave mas
que, nem por isso, descura os acontecimentos marcantes e a necessidade de
revolta, de acção, que permeia a saga por inteiro. Ainda que bastante mais
pequeno, este não é um livro menos importante para o desenrolar geral da narrativa,
e dúvidas não me restam de que, em vários aspectos, é a antevisão de grandes
problemas ainda por vir.
Sherrilyn Kenyon já
mais que provou o seu talento como contadora de histórias, mas verdade seja
dita, ainda me admira, surpreende, a naturalidade com que a autora aborda as
personalidades distintas de cada um dos deuses que insere nas suas obras, e a
forma como estes acabam por se enquadrar tão bem na «realidade» histórica
conhecida por todos nós leitores. Penso que Kenyon tem, nas suas palavras, a
leveza que falta a muitos obras do paranormal urbano e que, nesta sua saga em
particular, se apresenta da melhor forma possível.
Desde que surgiram pela
primeira vez, os deuses dos sonhos rapidamente se tornaram numa das figuras
mais curiosas e expectantes—pelo menos, para mim—do enrede figurativo de
Kenyon, e, como tal, seria de esperar que Leta nutrisse o mesmo efeito—que
nutriu. Adorei a sua personalidade vincada e forte, e principalmente o facto de
não ter papas na língua no que diz respeito a enfrentar homens mal humorados.
No entanto, a sua vulnerabilidade e lado sensível são igualmente fascinantes, o
que permite a que Leta tenha um certo equilíbrio, enquanto personagem, bastante
agradável. O mesmo acontece com Aidan. Penso que, em última instância, Leta e
Aidan são o reverso de uma mesma moeda, sendo que ele, Aidan, transmite uma
agressividade e revolta mais acentuada. Também a questão sentimental se
encontra mais enterrada em si, escondida dos demais, afastada daquilo ou
daqueles que o poderiam tornar fraco, e essa fúria, essa quase insensibilidade
perante o outro e perante o mundo, são características que somente visam a
criar uma certa aura de mistério e enternecimento—por parte do leitor—em torno
de Aidan.
O ambiente atmosférico
que envolve a trama deste livro em particular foi, no mínimo, uma surpresa
decididamente agradável. Sendo que a acção é mais limitada, também o espaço
sofre do mesmo tipo de tratamento, contudo, a viagem na qual o leitor embarca
nada é o que parece. Desde o Olimpo ao cume de uma montanha no meio de
nenhures, o cenário é somente um elemento secundário quando a importância
reside no conhecimento mútuo e no enfrentar um batalhão de problemas e
impossibilidades face uma guerra, uma luta que se apresenta pouco balanceada
para o lado dos protagonistas. E é essa busca por ajuda, por soluções, e esse
calor que se vai gerando entre Leta e Aidan—através da troca das mais
absolutamente geniais respostas tortas—o que verdadeiramente importa neste
romance. O tempo é escasso e a Dor aproxima-se a cada minuto que passa.
Gosto imenso desta saga
e, contrariamente ao que tenho lido por aí, adorei este pequeno grande volume.
Numa história intensa, recheada de improbabilidades e onde ambos as personagens
terão de ser capazes de fazer sacrifícios e de ultrapassar obstáculos
inteiramente pessoais, nada mais poderia eu pedir ou esperar que não o que
encontrei. Sim, gostava que houvessem mais páginas. Sim, adoraria ter conhecido
um pouco mais de Dolor e das suas motivações e passado. Mas sim, também fiquei
inteiramente satisfeita e o que pensava vir a saber-me a pouco, encheu por
completo as minhas medidas, até porque, pela primeira vez, estamos perante um
enredo que não tem espaço para cenas de pouca importância nem tão pouco se
encontra rodeado de sensualidade descrita. Mais consistente, mais centrado no
que é realmente decisivo, este acabou por ser dos livros de que mais gostei de
toda a saga—até ao momento.
Uma aposta muito boa
por parte da Chá das Cinco, uma chancela Saída de Emergência, numa
autora que soube como criar um mundo cativante, belo e, ao mesmo tempo, tão repleto
de perigos e segundas intenções. Gostei bastante.
2 comentários:
Olá :)
Tens um selinho no nosso blog :)
http://efeitodoslivros.blogspot.pt/2013/03/selo-desafio-arco-iris.html
e aproveito para dizer que gostei imenso da tua opinião sobre o Mundo Dark Hunter...nem sabes o que te espera, eu já os li todos :D
Obrigada, Elsa!
Admito que até estou com medo de ver o que a autora vai trazer a seguir... mas estou igualmente curiosa. =)
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