Título Original: Red Rising
Autoria: Pierce Brown
Série: Red Rising, #1
Editora: Editorial Presença
Colecção: Via Láctea, N.º 120
N.º Páginas: 400
Sinopse
Passa-se numa altura em que a humanidade começou a colonizar outros planetas, como Marte. Darrow é um jovem de 19 anos que pertence à casta mais baixa da Sociedade, os Vermelhos, uma comunidade que vive e trabalha no subsolo marciano com a missão de preparar a superfície do planeta para que futuras gerações de humanos possam lá viver. No entanto, em breve Darrow irá descobrir que ele e os seus companheiros foram enganados pelas castas superiores. Inspirado pelo desejo de justiça, Darrow irá sacrificar tudo para se infiltrar na casta dos Dourados… e aniquilá-los!
Opinião
Não existem, realmente, palavras para descrever a intensidade, a força, a valentia e a constante guerra de sentimentos e emoções que é este livro. Red Rising foi uma das minhas leituras favoritas de 2014, e com o recente lançamento da recta final da trilogia no original, e o meu conhecimento, frente a frente, com Pierce Brown, não resisti a relembrar esta extraordinária história de intriga e estratégia, revolta e submissão. A minha mais recente experiência com esta obra foi, portanto, uma releitura e deixem-me que vos diga que se antes pensava ter adorado esta narrativa, neste momento encontro-me ainda mais impressionada, e cativada, e oh tão mortinha por saber mais sobre esta trilogia – e este volume inicial em particular.
Não vou entrar em pormenores no que diz respeito ao mundo retratado. Quero que embarquem nesta aventura sem impressões de segundos e opiniões de terceiros, pois só assim sofrerão aquele impacto quase sufocante ao se encontrar algo narrativamente excepcional.
Pensem que a escrita é maravilhosa – intricada, poética, arrasadora. Ainda assim, e talvez por isso mesmo, este não é um livro fácil. Trata-se de uma leitura que poderá ter alguns percalços no caminho, com uma ou outra confusão aqui e ali, e um começo dedicado à criação de um ambiente opressivo mas obediente, como que uma oferta ao leitor do que está para vir.
As personagens são absolutamente impressionantes – e possantes também –, verdadeiras pérolas da criação que de modo profundo enriquecem o enredo. Darrow é um protagonista de peso; uma figura que caso se eliminasse todo o seu diálogo interior poderia impressionar o mais forte dos corações. Todo ele é garra, e raiva, e ódio por um mundo que lhe mentiu, que o escravizou, mas também é amor, pela família que perdeu, pela justiça que procura, pela instabilidade que pode provocar numa sociedade elitista regida pela meritocracia mas cujos podres se encontram fortemente enraizados e onde os conhecimentos, e o nome, para além da cor, ainda vale demasiado.
Depois temos intervenientes um pouco mais secundários mas vitais para o desenvolvimento da trama, e igualmente estupendos, como Mustang, Sevro e até mesmo Pax e Cassius. Adorei, por completo, todos os elementos personificados de Red Rising, os bons e os maus, mas Roque e Sevro destacam-se sobremaneira enquanto o Jackal deixa aquela sensação de desconforto, de algo iniciado mas não acabado, de uma malícia e loucura pessoal que poderá – e certamente irá – arrasar os acontecimentos dos próximos dois volumes.
Este é um livro político e nisso Pierce Brown é mestre. Dizem que é uma mistura de Os Jogos da Fome com A Guerra dos Tronos mas, para mim, Red Rising é algo inteiramente diferente, um mundo seu, único, singular, que pega em temáticas fortes e históricas e lhes dá um twist inesperado. Com fortes influências da Grécia antiga, a nível mitológico e cultural, e com momentos de brilhantismo puro – como, por exemplo, o pormenor da gravidade de Marte que faz com que a morte por enforcamento seja particularmente pessoal, a Passagem no Instituto, o cerco à Casa de Minerva, e a ilusão de Pluto que se fez passar por Jupiter –, Red Rising é aquele livro que oferece muito mais a um público adulto e sequioso por algo genuinamente diferente. Não se deixem levar pela label de young adult, a única coisa jovem adulta neste livro é a idade de Darrow, 16, que numa sociedade onde os Reds, a sua cor, morre antes dos 40, não pode ser totalmente considerado um jovem... mas sim um adulto.
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