Título Original: Head Over Heels
Autoria: Jill Mansell
Editora: Chá das Cinco
Nº. Páginas: 396
Tradução: Isabel C. Penteado
Sinopse:
Durante anos Jessie manteve em segredo a identidade do pai do seu filho Oliver, e fica em estado de choque quando descobre que o homem em questão, o famoso actor Toby Gillespie, acaba de se mudar para a casa ao lado. Será que a verdade está prestes a ser revelada?
Bastaria um olhar de relance em direcção a Oliver e alguma aritmética mental para Toby deslindar a situação. Mas será ele capaz de tal aritmética? E se for, qual será a sua reacção perante um filho que desconhecia?
Se acha que a vida de Jessie está muito complicada imagine só como vai ficar quando Toby se declarar: afinal, Jessie sempre foi a mulher da sua vida. E o pior é que Toby é casado e a sua deslumbrante mulher pode assistir a tudo da janela ao lado!
Opinião:
A vida está cheia de reviravoltas inesperadas e de pequenas surpresas mesmo ao virar da esquina, e são esses momentos altamente marcantes e motivadores que Jill Mansell retrata, belissimamente, ao longo das suas páginas. O romance é um dos factores que se encontra sempre presente, acompanhado de incontáveis horas de gargalhadas e boa disposição, e é com as suas fabulosas histórias que o leitor se apercebe de que Mansell não só é uma escritora eximiamente divertida como, acima de tudo, sabe criar os mais contemporâneos e imprevisíveis cenários, aos quais Amores Proibidos não é excepção.
Funcionando como um conjunto interdito de paixões intimamente partilhadas, este romance oferece um olhar muito próximo nas vidas de personagens escandalosamente reais e bem estruturadas que sofrem a infelicidade de um amor proibido, seja pela recente adição familiar, devido a um casamento sem futuro ou pela simples incapacidade de se seguir em frente.
Uma das características mais aprazíveis e impressionantes do estilo de Mansell é a facilidade com que consegue cativar e agarrar o leitor na sua teia romântica. Este sente-se imediatamente impulsionado a desvendar os mistérios amorosos engendrados pela autora, a seguir as suas personagens até ao mais comovente dos encontros, dos amores, das possibilidades infinitas. E o melhor, é que mesmo quando esse relacionamento parece impossível dadas as circunstâncias naturais da vida, Mansell encontra sempre uma forma brilhante de dar a volta à situação e proporcionar ao leitor – e respectivas personagens – o mais verdadeiro e sensível dos romances.
Particularmente em Amores Proibidos, fiquei surpreendida pela mestria com que a autora colocou o casal dominante da história em segundo plano. Conferindo um papel de protagonismo praticamente a todas as personagens envolvidas neste enredo, Jill Mansell conseguiu dominar a minha algo incompreensível falta e saudade de um par principal que tomasse as rédeas da história, mostrando todo um leque de novas oportunidades e novos potenciais em personagens que, de outra forma, nunca teriam o engenho nem tão pouco a coragem de alcançar o fim que lhes foi “proposto”. Consequentemente, acabei por me sentir muito mais próxima e agradada com um grupo pequeno de intervenientes em detrimento de uma apreciação igualitária e geral. Destaco assim as personalidades de Moll, Drew (ou devo dizer, Mr. Darcy?), Toby e Lili.
Moll catalisou-me pelo seu espírito irreverente, rebelde e pela descontracção demonstrada face o que o resto da comunidade possa pensar sobre si. Sendo uma mulher jovem e independente, muitos são os segredos que guarda, nomeadamente aqueles que, uma vez descobertos, a poderiam levar para longe.
Drew cativa pela simplicidade e estranheza natural com que foi agraciado. Tendo como apelido Darcy, seria de esperar que fosse um homem galante, com uma voz sensual e um visual atraente. No entanto, Drew não poderia ser mais normal... e, sinceramente, quem diria que por detrás de um nome mediático se esconde uma personalidade tão impecável e encantadora?
Toby, como suposto protagonista masculino, capta a atenção das leitoras pelo amor intenso e inquebrável que (ainda) sente por Jessie – aquela que é, sempre foi e sempre será, a mulher da sua vida. Sendo um homem das artes, conhecido mundialmente e com uma família algo sensacionalista, julgar-se-ia que seria pessoa para deixar o amor de lado e seguir com a sua vida pessoal e profissional, contudo, não haverá personagem capaz de ultrapassar em magnitude o crescimento e persistência deste magnífico Toby Gillespie.
Lili impressiona, maioritariamente, pela sua destreza e força de espírito. Amiga incondicional, mãe extremosa e esposa fiel, Lili é a típica mulher que vive para agradar aos seus. Porém, muitas são as surpresas a surgir no seu caminho... e serão as suas reacções e atitudes o motivo que levará os leitores – e que me levou a mim – a apaixonarem-se por esta deliciosa personagem.
Quem conhece a autora, sabe na perfeição o que esperar de um novo romance seu. Quem não conhece e até aprecia comédias românticas e divertidas, somente posso dizer que Jill Mansell é a escolha ideal. Para mim, é uma autora magnífica que combina o que de mais comum e de especial existe na vida do ser humano. Sempre com histórias agradáveis e bem estruturadas, e com um estilo de escrita simples e moderno, pontuado por capítulos curtos e de rápida leitura, Mansell é uma autora que surpreende, emociona e que faz com que o leitor ansiosamente deseje ter mais uma obra sua ao alcance da mão, para então poder desfrutar de mais um par de horas relaxadas e bem humoradas. Sem dúvida, uma escritora que continua a ser uma das mais brilhantes e apetecíveis apostas da Chá das Cinco, uma chancela Saída de Emergência. Com uma capa assim e um conteúdo destes, Amores Proibidos é o presente ideal para se oferecer nesta época festiva... ou em qualquer altura do ano.
6 comentários:
Vez miga! Afinal até parece que gostas-te muito :)
Gostei. É uma leitura leve e estava a precisar de descontrair... no entanto, continuo com a minha opinião relativamente à autora (e que tu sabes qual é ;)). *
Gosto mt da Jill.
Boas Festas!
É uma autora divertida de se ler, Clarinda. :)
Beijinhos e Bom 2012!
Talvez leia este livro um dia pois pareceu-me interessante:)
É muito interessante, Angela. Mas melhor que este - e da mesma autora - é "Pura Malícia". Ando com uma certa dificuldade em escrever a opinião mas quero ver se a publico até ao final desta semana. :)
Enviar um comentário