domingo, 30 de outubro de 2011

À Solta na Noite, Sherrilyn Kenyon



Título Original: Unleash the Night
Autoria: Sherrilyn Kenyon
Editora: Chá das Cinco
Nº. Páginas: 239
Tradução: Eduardo Fernandes


Sinopse:

Wren Tigarian era apenas uma cria órfã quando foi levado para o Santuário. Muitos vêem-no como uma aberração — uma mistura proibida de duas espécies, pelo que se tornou um solitário, isolando-se tanto do contacto com os Predadores do Homem como com os humanos. Até conhecer Marguerite Goudeau.
Filha de um notável senador dos EUA, Marguerite detesta a farsa social em que é obrigada a viver. Contudo, não tem outra opção senão tentar adaptar-se a um mundo onde se sente uma estranha.
O mundo dos humanos nunca devia contactar com o dos Predadores do Homem, que habitam a seu lado, invisíveis, desconhecidos, indecifráveis. Mas para que possa proteger Marguerite, Wren terá de combater não apenas os humanos que nunca aceitarão a sua natureza animal, como também os Predadores do Homem que o querem ver morto. É uma corrida contra o tempo num mundo de magia sem fronteiras que lhes poderá custar não apenas a vida, mas a alma...


Opinião:

A Saga dos Predadores da Noite é das minhas colecções favoritas de todos os tempos, dentro do género, e que maior deleite me tem proporcionado descobrir. Adoro as personagens, a dinâmica dos enredos, a intensidade das relações retratadas, o perigo que está constantemente ao virar da esquina e os mistérios que abundam num número incontável de páginas. Sherrilyn Kenyon, a par de tantas outras autoras, conseguiu revolucionar o género paranormal sensual com vampiros sedentos de uma paixão avassaladora e que se apresentam bastante mais complexos e, por vezes, humanos do que primeiramente imaginado. À Solta na Noite não é excepção. Com uma trama impulsiva, selvagem e dominadora, este é um romance que vem novamente dar destaque a outra espécie de predadores – os Predadores do Homem –, que muita curiosidade deixaram num volume passado onde Vane encarnou o papel de personagem principal.

Wren é um híbrido receado e desprezado por muitos, que aprecia o seu espaço e sossego e que preza a independência e solidão que desde cedo angariou para si mesmo. No entanto, tudo muda quando Marguerite “Maggie” Goudeau, juntamente com um grupo de amigos, decide homenagear o recente desaparecimento de Nick no bar favorito deste – e que é, precisamente, onde Wren despende a maior parte das suas horas entre mesas por levantar e copos por lavar. Quando os dois trocam um olhar especulativo, fica claro o peso e importância que terão, daí em diante, na vida um do outro e como se tudo isso não fosse preocupante o suficiente, o amor e a paixão que rapidamente partilharão poderá ser mortífera... tanto para a presa como para o predador.

Um dos pontos mais atraentes neste nono volume da série é, sem sombra de dúvida, o afastamento de todos os problemas e confusões que habitam as vidas comuns dos Predadores da Noite e, principalmente, de Acheron permitindo, desse modo, ao leitor debruçar-se com maior intensidade e devoção numa perspectiva individual de uma espécie divina um pouco diferente e selvagem mas igualmente interessante – os Predadores do Homem. Com À Solta na Noite, o véu sobe uns quantos centímetros mais desvendando alguns pormenores extra que perfazem desta gama de predadores, animais especiais e únicos. Ficamos, então, a conhecer também o modo de funcionamento dos chamados refúgios onde as duas espécies rivais – Arcádios e Katagaria – podem coexistir amigavelmente assim como a forma como os híbridos são vistos na sociedade actual.
Embora tenhamos a presença de algumas personagens já nossas conhecidas, a nível secundário, e que são (ou foram) predadores da noite, a verdade é que a essência feroz que caracteriza a espécie retratada permanece intacta ao longo de toda a narrativa, gradualmente impulsionando o leitor a querer descobrir mais do que perfaz o mundo de tão instáveis animais (e humanos).

A paixão partilhada entre as personagens principais e que involuntariamente impele o leitor a devorar página atrás de página é, como tem vindo a ser habitual, uma das características mais fortes da escrita e enredo de Sherrilyn Kenyon. Com tormentas do passado e inconstâncias sociais e familiares no futuro, Wren e Maggie terão de ultrapassar uma série de obstáculos pessoais – e não só – para conseguirem uma oportunidade de experienciar, em primeira mão, o que é amar verdadeiramente. Serão os medos, as dúvidas e o incontornável “não consigo viver sem ti” que tomarão as rédeas de um autêntico jogo do rato e do gato, isto é, de uma caçada sem fim.

Para finalizar, fica a nota que impulsionará os leitores amantes desta saga e que ainda não se decidiram a ler À Solta na Noite de que, mesmo mudando de cenário e de predadores, a essência do mundo criado por Kenyon e do amor que intensamente enternece e cativa a atenção de quem tem por hábito ler estas páginas, mantém-se, se não mesmo intensifica-se, apelando assim à contínua curiosidade que cada volume inevitavelmente suscita. Fica o “querer saber mais” e o sorriso nos lábios que indica uma leitura agradável, satisfatória e, para alguns – certamente para mim o foi – impulsiva.
Uma excelente saga da Chá das Cinco que, dedicando-se ao feminino, continua a deslumbrar com as suas apostas. 

5 comentários:

Carla M. Soares disse...

li quase todos os livros desta série, em inglês (Dark-Hunters, Dream-Hunters e os shifters como Wren. Também a adoro, embora nos últimos tempos nem todos os livros me causem o mesmo entusiasmo. ainda nem comprei os dois últimos que saíram. mesmo assim, posso dizer que adoro a série, sendo o meu favorito o livro Acheron. maravilhoso.

Pedacinho Literário disse...

É uma série que também tenho estado a acompanhar, embora algures no meio me tenha perdido. Mas como são livros que dão para ler individualmente, prossegui nos mais recentes. Estou a gostar... só espero é que a autora consiga continuar a surpreender ou, numa série tão longa, arrisca-se a tornar-se repetitiva. :)

Pedacinho Literário disse...

É uma série que também tenho estado a acompanhar, embora algures no meio me tenha perdido. Mas como são livros que dão para ler individualmente, prossegui nos mais recentes. Estou a gostar... só espero é que a autora consiga continuar a surpreender ou, numa série tão longa, arrisca-se a tornar-se repetitiva. :)

Anónimo disse...

Estou a iniciar a leitura deste livro. é o primeiro que leio deste género (foi uma oferta ao comprar livros de Nora Roberts) e foi ficando para trás na estante.
Não sei se vou gostar (espero que sim!), mas ver esta opinião ajudou certamente a que fique mais motivada para o ler.
Beijinho

Pedacinho Literário disse...

Olá, Patrícia

Sherrilyn Kenyon é uma autora da qual gosto imenso mas infelizmente também eu fui deixando esta sua série para trás... a ver se mudo isso em breve. =)

Beijinho*

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