domingo, 2 de outubro de 2011

Wicked Lovely - Frágil Eternidade, Melissa Marr



Título Original: Fragile Eternity
Autoria: Melissa Marr
Editora: Saída de Emergencia
Nº. Páginas: 282
Tradução: Maria João Trindade


Sinopse:

Seth quer ficar com Aislinn para sempre. Mas a eternidade ganha um novo significado quando a nossa namorada é uma rainha das fadas imortal... O Rei do Verão tornou Aislinn imortal para fazer dela monarca e agora ela enfrenta desafios e tentações muito para além do que alguma vez imaginara.
No terceiro livro desta hipnotizante saga do Mundo das Fadas, Seth e Aislinn lutam para se manterem fiéis a si próprios e um ao outro. Num ambiente de regras obscuras e fidelidades voláteis, onde os velhos amigos se tornam novos inimigos, um passo em falso pode fazer com que a Terra mergulhe no caos.


Opinião:

Com um título que lhe assenta na perfeição e um enredo bastante mais calculista e revelador, Wicked Lovely – Frágil Eternidade é um terceiro volume estupendo, que vem dar continuação ao Mundo das Fadas, e que qualquer leitor ávido tanto pelo tema como pela escrita de Melissa Marr não quererá, de todo, perder.
Profundamente centrado na delicadeza da essência humana e no papel que cada uma das quatro cortes desempenha nas sociedades mortal e feérica, este é um romance delicado na sua abordagem mágica mas, ainda assim, completamente viciante. Não tão sombrio como o anterior nem tão caloroso como o primeiro, Frágil Eternidade encontra-se num meio-termo bastante aprazível que vem possibilitar a criação de afinidades mais estreitas com o leitor, consequentemente mostrando um pouco mais de tudo o que o envolve enquanto história e não se limitando, unicamente, a uma só Corte ou personagem.

Uma das principais características que define o ser humano é o seu instinto primitivo e embora seja igualmente racional, não há duvidas de que é capaz de tudo para alcançar o que deseja – seja o objectivo amor ou vingança. Assim é Seth Morgan, a figura que toma as rédeas deste romance de Marr e cuja relação com a sua ex-mortal namorada é posta em causa e em risco a cada parágrafo percorrido.
Aislinn é uma fada, é a Rainha da Corte do Verão e com isso vêm responsabilidades principalmente para com o seu Rei a quem prometeu a sua eternidade, o que, com o passar do tempo – um bem precioso para Seth visto ser mortal – vai criar conflitos exponencialmente arrojados para a relação de ambos. Será este amor que por vezes aparenta não ter mais pernas para andar que dará origem a toda uma série de situações e atitudes precipitadas capazes de conduzir a algo demasiado perigoso... nomeadamente, ao despoletar de uma guerra.

Frágil Eternidade é, para mim, o mais interessante livro dos três até ao momento publicados muito devido ao seu desenrolar pacífico mas impulsivo e à importância que um mero mortal tem para três das mais importantes cortes do mundo feérico – a Corte das Trevas oferece-lhe fraternidade, ou seja, protecção; a Corte do Verão sofre pelo amor que a sua Rainha deposita em alguém tão frágil, fraco e finito e a Corte do Inverno influência parte das decisões uma vez que foi Donia quem proporcionou a Visão ao mortal. E é quando Seth decide finalmente seguir a sua vontade e lutar por aquilo e por aquela que verdadeiramente quer que a destabilização se instala. As Cortes terão muito a perder mas uma sairá definitivamente a ganhar... e com constantes ameaças de uma guerra que se aproxima com um imenso derramamento de sangue e promessas de morte, quais serão os passos a tomar por forma a evitar tamanhas atrocidades?

Ainda assim, mesmo com um enredo que fala por si, não é totalmente despropositado afirmar que são as personagens deste romance fantástico que perfazem a obra.
Seth agarra o leitor pela profundidade dos sentimentos que nutre por Aislinn e pelo desespero que não consegue evitar sentir ao presenciar a atenção e cuidado que a sua amada tem obrigatoriamente que prestar à sua Corte. Aislinn apela pelos conflitos e dúvidas interiores que assombram a sua eternidade uma vez que o momento decisivo em que terá de escolher com qual dos dois homens da sua vida quer definitivamente ficar – Seth ou Keenan – está próximo. O Rei do Verão prende a atenção pelas maquinações orquestradas e lado mais negro da sua personalidade visto mostrar-se como uma fada capaz de tudo para ter tanto a liberdade feérica à tanto ansiada como por possuir a sua Rainha por inteiro. Niall cativa pela essência obscura e sombria que combina na perfeição com o seu novo estatuto de Rei das Trevas. A protecção que presta a Seth, o descontrolo da sua Corte e as promessas de luxúria e medo que transmite são o suficiente para deixar o leitor impulsionado em descobrir mais e mais. Consigo transporta uma Bananach sequiosa por sangue e que profetiza guerras e mortes constantes para breve e cujos vislumbres de um futuro negro e inconstante servirão de mote para levar o leitor numa viagem alucinante pelo mundo das trevas, da razão e da paixão. Finalmente temos uma Donia mais controlada e uma Sorcha inteligente que voltam a marcar presença e a deixar o leitor duplamente curioso com o desfecho dos finais de ambas.

Juntamente com um grupo de personagens irresistíveis e um enredo perspicaz é-nos brindado um estilo de escrita muito leve e fácil, até um pouco etéreo, com belíssimas descrições dos ambientes e seres mágicos e dos sentimentos que tanto os seres feéricos como os humanos são capazes de nutrir. Cativante e profético, recheado de pequenas surpresas, Frágil Eternidade é uma obra do fantástico que embora esteja mais direccionada para um público juvenil ainda assim não foge à qualidade pela qual a Saída de Emergência se rege, ou seja, romances com um conteúdo surpreendente e de proporções inimagináveis capazes de, inclusive, convencer qualquer tipo de leitor a desfrutar as suas páginas.

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