sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ascensão à Meia-Noite, Lara Adrian



Título Original: Midnight Rising
Autoria: Lara Adrian
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 327
Tradução: Filipa Aguiar


Sinopse:

Impelido pela dor e pela raiva por causa de uma enorme traição, o guerreiro Rio dedicou a sua vida à guerra contra os Renegados. Não deixará nada interpor-se no seu caminho – muito menos uma mortal com poderes para expor toda a raça vampírica. Mas agora um mal antigo foi despertado e aproximam-se tempos sombrios...
Para a jornalista Dylan Alexander, o que começou como a descoberta de um túmulo secular oculto acabou por se converter numa espiral de violência e segredos. Porém, nada é mais perigoso que o homem marcado e letalmente sedutor que surge das sombras para a puxar para o seu mundo de desejos sombrios e noite eterna. Ali ela não consegue resistir ao toque de Rio, mesmo enquanto revela uma ligação surpreendente ao seu próprio passado. Dylan tem então de escolher: deixar o reino nocturno de Rio, ou arriscar tudo pelo homem que lhe mostrou a verdadeira paixão e os prazeres infinitos do coração.


Opinião:

Quando a traição e a ira persistem como sentimentos que corroem, bem fundo, o coração, a morte finita pode ser a única e a mais fácil das soluções. Mas após ser despertada uma inesperada necessidade de descoberta, aceitação e até, quem sabe, companheirismo, recuperar o que foi outrora nosso e o que nos pertence actualmente passa a ser uma prioridade... e uma obrigatoriedade.

Ascensão à Meia-Noite é o quarto volume de uma série vampírica que, a cada livro escrito, faz uso da sua clara qualidade narrativa para continuamente surpreender o leitor. Focando-se, desta vez, em Rio, uma personagem que tem tanto de teimosia como de sofrimento, Lara Adrian volta a esboçar um enredo curioso e apelativo que agarra o leitor logo nas primeiras páginas, aquando confrontado com um cenário europeu primado pela excelência da paisagem e com uma protagonista que de normalidade pouco tem a oferecer.
Rio e Dylan podem não ser o casal perfeito, e muito menos a forma como se conheceram foi a mais calorosa e acolhedora, propícia a um futuro relacionamento, mas não me restam quaisquer dúvidas de que, de todos os pares até então retratados, este foi o que me despertou maior interesse, nomeadamente por terem encontrado um amor, um no outro, que se foi manifestando e intensificando gradualmente, até ao momento em que escondê-lo ou negá-lo resultaria numa dor maior do que, se simplesmente, se limitassem a senti-lo.

Dylan é uma mulher prática, que acredita em factos e no que consegue ver com os seus próprios olhos. Talvez essa descrença face o sobrenatural advenha do seu trabalho enquanto jornalista de uma publicação sensacionalista, ou talvez provenha da loucura que a acompanha desde sempre, e que se manifesta em conseguir ver e ouvir mortos. Só que quando o desemprego se transforma numa possibilidade de futuro próxima e, do nada, surge a história capaz de salvar a sua carreira profissional, sobre um monstro que habita as montanhas de Ji ín, Dylan não faz a menor ideia de que o simples pormenor de se aventurar naquele local desconhecido e místico será o suficiente para alterar, por completo, toda a sua vida.
Rio pode não ser o mais letal dos guerreiros nem o mais forte dos vampiros mas, dificilmente, não será o mais infausto dos da Raça. Traído e quase morto pela sua Companheira de Raça, foi-lhe incutida a tarefa de encerrar e destruir a tumba que serviu de residência ao mais perverso dos Antigos que anda agora à solta, só que a resignação e a mágoa que rapidamente o conduzem à imprudente loucura não à meio de ser travada, e por isso, até o mais ligeiro deslize fora dos planos cuidadosamente traçados pela Ordem pode ser devastador.

Quem conhece e avidamente segue esta série, sabe o que vai encontrar – um romance quente, com um leque de personagens deliciosas e uma trama de subir aos céus. A forma como a autora intrica cada problema, cada questão por resolver, cada surpresa é simplesmente fantástica e por essa razão, para mim, Adrian é das melhores dentro do género. É que «Raça da Meia-Noite» é uma saga escrita para adultos, com o seu ritmo frenético de acontecimentos acompanhado por uma essência bastante sensual e... sangrenta, mas, mais do que isso, são histórias sobre pessoas, sobre sentimentos negados, dores sofridas, passados rejeitados, presentes incompreendidos e futuros perigosos que, com a ajuda do amor, do verdadeiro e mais puro amor, são dramas que encontram meio de serem ultrapassados.

A escrita de Adrian é, não só atraente, como por vezes delicada. Fazendo uso da narrativa dividida por várias perspectivas, Ascensão à Meia-Noite é mais um romance aprimorado, belissimamente contado na voz de dois protagonistas atormentados pelas contundências da vida e por um «desconhecido» que busca, incessantemente, uma forma de perpetuar o caos e o terror entre os da Raça. No entanto, é uma obra com algumas luzes de esperança e uma sensualidade que, embora explicitamente um pouco mais reduzida, se sente ao longo de toda a história.
Pessoalmente, adoro esta série e mal posso esperar por deitar as mãos a O Véu da Meia-Noite, próximo título a ser publicado e que detém Niko, o meu favorito, no papel principal. Até lá, deliciar-me-ei com as recordações deixadas destes temidos guerreiros e das suas excepcionais Companheiras de Raça. Uma forte aposta Quinta Essência, que me cativou e fez apaixonar à primeira leitura. 

2 comentários:

Sónia disse...

ja estou á espera do veu da meia noite

Pedacinho Literário disse...

Já somos duas, Sónia. :)

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