Título: Dolci di Love
Autoria: Sarah-Kate Lynch
Editora: Editorial Presença
Colecção: Champanhe e Morangos, N.º 47
Nº. Páginas: 280
Sinopse:
Lily Turner, uma executiva em Manhattan, descobre uma prova irrefutável de que o marido tem, com outra mulher, os filhos que não pôde ter com ela. Resolve confrontá-los, partindo para Itália, onde, numa pequena aldeia da Toscana, vive a família que Lily imagina feliz à sua custa. Não suspeita até que ponto aquela iniciativa irá mudar a sua vida e a da pequena comunidade de Montevedova. O enredo desenrola-se cheio de surpresas e humor na maravilhosa paisagem toscana aromatizada pelos deliciosos Dolci di Love, confecionados segundo uma antiga receita que faz deles uma celebração à vida e à alegria de viver.
Opinião:
Quando o coração que julgamos conhecer e amar, que nos confortou e enterneceu com palavras doces e promessas eternas, torce pelo de outra pessoa, distante e inalcançável, a surpresa e a traição são dois sentimentos dominadores que podem, facilmente, levar-nos a cometer uma loucura. Como, por exemplo, marcar uma viagem alucinante até um dos cantinhos recônditos da Toscana. Mas será o confronto a forma mais segura de reaver a pouca dignidade que nos resta? Ou deverá a tentação do esquecimento e do «fingir que nada aconteceu» prevalecer face uma acção imprevisível e tomada de cabeça quente?
Dolci di Love é um romance que abrange toda uma série de temáticas importantes e comuns do nosso dia a dia mas que, de uma forma extraordinária, tem igualmente o dom de nos aquecer por dentro e, através de diálogos generosos e descrições belíssimas, fazer esquecer o «mau» e centrar essencialmente no «paradisíaco». Recheado de personagens divertidas e únicas, este é um livro extremamente romântico mas que, ao mesmo tempo, possui a capacidade de originar no leitor toda uma sucessão de gargalhadas expansivas e emoções intensas. E, inclusive, o tom suave e fresco com que a autora, Sarah-Kate Lynch, preenche as passagens de Dolci di Love é um néctar suficientemente forte e saboroso para que não se queira fechar o livro até não haver mais páginas para folhear.
O cuidado prestado às personagens faz com que estas sejam a alma de toda a obra. Sempre emocionais, sempre atenciosas, a autora conseguiu criar um núcleo bastante interessante e intelectual de intervenientes que apelam não só à curiosidade por parte do leitor como, também, ao incentivo de as continuar a ler. Representadas com momentos ora mais sérios – como a descoberta da fotografia da «outra família» –, ora mais propícios ao caricato – como a decisão de Lily, num momento de pura embriaguez, de embarcar na viagem «da sua vida» –, este grupo de protagonistas agradarão a um leque vasto de leitores que, sequiosos por descobrirem o amor, o perdão e a paixão, não quererão, com certeza, desviar a atenção deste romance.
A nível pessoal, gostei particularmente de Rose, com o seu espírito irreverente, emoções sempre à flor da pele e uma preocupação e apoio genuínos para com uma irmã que, inconscientemente, se deixou afastar devido à infelicidade da maternidade. Fiquei igualmente surpreendida com o grupo de senhoras que gozam da sua velhice a engendrar planos diabólicos e certamente divertidos para juntar pares românticos num amor desenfreadamente passional. Embora, inicialmente, estas velhotas não me tenham conquistado, confesso que, com o avançar da leitura, uma familiaridade e ligação singular acabou por ser tecida entre todas «nós».
Mesmo sendo um romance que aborda problemas actuais como a infidelidade matrimonial, a busca pela descoberta pessoal e a maternidade – ou falta dela –, Dolci di Love é uma história simples e envolvente que transmite muito mais alegria, amor e felicidade do que aquela que está presente nas «curtas» páginas que a compõem. Esta é uma narrativa bonita, emocional, com altos e baixos mas que, na sua essência, mostra que, por vezes, vale bem a pena lutarmos por aquele e aquilo que amamos e que a dor e o perdão são parte natural da vida. Uma deliciosa aposta da Editorial Presença, num livro que promete arrebatar corações.
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