Título Original: The Best of Me
Autoria: Nicholas Sparks
Editora: Editorial Presença
Colecção: Grandes Narrativas, N.º 517
Nº. Páginas: 299
Tradução: Maria Georgina Segurado, Sara Santos e Luzia Almeida
Sinopse:
Este novo romance de Nicholas Sparks conta a história emocionante de Amanda e Dawson, dois adolescentes envolvidos na mágica experiência do primeiro amor. Separados por classes sociais distintas, a paixão que sentem um pelo outro fá-los acreditar que aquele sentimento durará para sempre e terá força para superar todos os obstáculos. Vinte e cinco anos mais tarde, ambos são chamados à cidade natal, por altura da morte do único homem que os protegera. Amanda e Dawson tinham seguido caminhos diferentes. E se para ambos o amor de outrora se revela intacto, não podem evitar confrontar-se com dolorosas recordações e mais ainda com as escolhas que tinham feito perante as circunstâncias que o seu juvenil amor não pudera alterar. Que sentido dar agora a um amor que nunca poderia mudar o passado?
Opinião:
Nicholas Sparks é aquele autor que sempre consegue desbravar caminho em direcção ao coração das suas leitoras. Romântico, compassivo e trágico, são algumas das sensações que melhor caracterizam os livros de Sparks que, com a palavra escrita, alcançou já inigualáveis legiões de fãs, um pouco por todo o mundo.
Dei-te o Melhor de Mim é, talvez, somente mais uma das suas obras que com certeza irá cativar e fazer apaixonar muitas mulheres que procuram na leitura uma forma de escape à insensibilidade do quotidiano. Agarrando em duas personagens comuns extremamente apaixonadas e conferindo-lhes um futuro incerto e distante, Sparks cria os alicerces de uma história de amor pontuada pelo desespero, pela ânsia e pela dúvida.
Num estilo muito próprio, atento ao detalhe e às descrições da acção, Dei-te o Melhor de Mim é um romance que vai, gradualmente, mostrando ao leitor os acontecimentos e situações chaves que contribuíram para as personagens principais – Amanda e Dawson – se transformarem naquilo que são aquando do seu reencontro inesperado (mas cuidadosamente planeado). Mesmo continuando a amar-se mutuamente, ao fim de tantos anos afastados e com vidas já formadas, este é um casal de protagonistas que lutará até ao fim pela felicidade – em conjunto ou não –, e pela sobrevivência física e emocional. Com pontos de evidência alternados entre várias personagens importantes para o desenrolar da trama, o leitor vai-se sentindo familiarizado com o passado e o presente envolvente tanto de Amanda como de Dawson, com as possibilidades que o futuro lhes pode oferecer e com algumas atitudes, por parte de outros intervenientes, por vezes complicadas e incompreensíveis e que justificam, em parte, o porquê de agirem assim – seja pela educação retida, pelo isolamento impulsivo ou pelo forte sentimento de dor e mágoa sentido.
Destaco Tuck pela sua simpatia, singeleza e excentricidade. Sem ele, o reencontro entre Amanda e Dawson nunca teria sido possível e é simplesmente delicioso presenciar o cuidado que Tuck prestou a estes dois outrora jovens que preencheram de alegria, e amargura, alguns dos seus dias mais solitários. Mesmo após a sua morte, Tuck conseguiu orquestrar o momento indicado, perfeito, para uma reunião ainda tão repleta de amor e, para si, imprescindível.
Amanda merece igualmente menção honrosa, pelas indubitáveis dúvidas que a acercam quando Dawson volta a entrar na sua vida. Casada com um homem que, a cada dia que passa, menos compreende e com três filhos que ama incondicionalmente, todos os seus pensamentos tornam-se confusos ao se aperceber dos sentimentos que ainda nutre pelo seu amor de adolescência. Um rapaz – que se fez um irrepreensível homem – que a marcou para a vida e que agora, devido ao destino e a Tuck, não quer perder.
Pessoalmente, Dei-te o Melhor de Mim foi um livro que tive uma certa dificuldade em digerir. Não sendo particularmente fã do autor e, talvez devido a não estar familiarizada com o seu estilo de escrita, encontrei algumas passagens, para mim, algo monótonas e excessivamente “normais” que poderiam, perfeitamente, ser cortadas, isto é, descrições de actos, gestos e situações ditas comuns no dia-a-dia de uma pessoa, como ir ao café ou dar uma corrida pelos arredores, que mereceram uma maior atenção do que aquela que, por exemplo, eu daria.
Confesso não me ter sentido especialmente cativada, tanto pela narrativa como pela abordagem do autor, no entanto, tenho consciência de que, para quem gosta de Nicholas Sparks e para quem se sente atraído por este género de romances um pouco mais profundos e intensos, Dei-te o Melhor de Mim é, certamente, uma boa aposta. Ainda que, para mim, esta obra não tenha sido extraordinária, acredito que o seja para outras pessoas e, como tal, consigo dar-lhe valor independentemente da minha opinião pessoal. Assim sendo, congratulo a Editorial Presença pela publicação de mais um enternecedor e amoroso romance de Sparks e aconselho a todas as seguidoras do autor – e também a todos os que ainda não o experimentaram mas têm curiosidade – a lerem este livro.
Para mais informações sobre a obra, veja aqui.
8 comentários:
Concordo plenamente quando diz algo como que para os fãs do género ou do autor este deve ser um bom livro, mas também concordo quando diz que há passagens demasidado "normais" que podiam ser dispensadas. Só li um livro do autor, uma oferta, e já tentei, tentei mesmo, ler outros e não consigo. Ainda bem que há quem goste e muitos pelos vistos e que há quem se atreva, nem que seja por curiosidade. Bjks
Obrigada, Maria João. Compreendo-a na perfeição. Sparks não é, de todo, a minha praia mas tenho noção do impacto que os seus livros acarretam em muitas pessoas e, como tal, consigo avaliar a sua obra independentemente do meu gosto pessoal. Se lerei mais da bibliografia do autor? Não sei. Provavelmente, tentarei não o fazer, uma vez que não faz o meu estilo, mas se a oportunidade se evidenciar e a história me cativar, porque não?! :)
Beijinhos
"Nicholas Sparks é aquele autor que sempre consegue desbravar caminho em direcção ao coração das suas leitoras."
Ora nem mais!
Tenho cá 2 livrinhos novos em folha e baratuchos para venda se quiserem!
http://esempreumpoucodepois.wordpress.com/2012/01/09/e-pro-menino-e-pra-menina/
Beijos
Eu por um lado compreendo o vosso ponto de vista mas por outro tenho de discordar. Às vezes as descrições mais simples e que parecem desnecessárias são o que captam a nossa atenção. Há certas descrições nos livros dele que deixam uma pessoa voar para outro lugar, ter uma visão do que se passa e como é o por-do-sol num certo local, como as tartarugas chocam os ovos e vao para o mar... Para mim são passagens lindíssimas.
Eu acho que na tua opinião podias ter evitado dar alguns detalhes sobre o que se passa no desenrolar do livro. A pessoa tem de ir descobrindo e desbravando mato pela leitura.
Este não é de facto das melhores obras dele! E torna-se evidente para quem lê Sparks o que se vai passar a seguir a um determinado acontecimento. Foi tão óbvio que eu quase perdi o interesse de seguir até ao final.
Para mim a melhor obra do Sparks até agora e que li foi "Um momento inesquecível" tem passagens lindíssimas e prende mesmo o leitor. Tambem gostei bastante de " Um Homem com Sorte" mas não é tão emocionante como o que referi.
Laura,
Cada um é como cada qual e ainda bem que todos encaramos, cada leitura, de modo diferente. Se fossemos todos iguais, então seria uma valente porcaria. :) Compreendo o teu lado e aceito-o. Certas descrições são preciosas para mim mas, como disse, se calhar achei que neste livro em particular cortaria determinadas passagens por não estar familiarizada com a escrita do autor. Foi a minha estreia a sério e confesso que não é escrita que me agrade, mas ora aí está, é uma opinião puramente pessoal. Mas ainda bem que gostaste e como tu, certamente existem muitas outras pessoas. :)
Em relação aos detalhes prestados, honestamente?, não creio que tenha divulgado assim tanto. Se leres a sinopse que se encontra na opinião, e o excerto que dediquei à história, então não encontrarás muita coisa que tenha sido adicionada por mim. Gosto de dar alguma informação ao leitor, até porque, com certeza, grande parte das pessoas que lerão esta opinião, podem muito bem não conhecer Nicholas Sparks e, como tal, gosto que essas pessoas (e todas as outras) se consigam aperceber do género e conduta da história e do tipo de escrita que determinado livro tem. Além de que, tudo o que disse, encontra-se descrito em menos de um terço do livro, logo, não creio que tenha sido demasiado.
Posso estar enganada, mas tendo em conta que Sparks tem um estilo muito próprio, para um leitor seu assíduo, se calhar é normal chegar-se a um certo ponto e mais ou menos saber-se que caminho vai seguir a história ou qual o final que se aproxima. Acontece-me isso com outros autores que gosto. :)
São dois livros, esses, que colocarei no papel para um dia mais tarde, quem sabe, até desfrutar da leitura.
Sou uma "Sparkiliana", adoro os livos do Nicholas Sparks e não há um único livro dele em que eu não tenha perdido uma lágrima no final.
Mas esta critica tão forte ao livro dele deixou-me desconcertada... Ainda não o li, mas fiquei com o pé atrás.
Em qualquer escritor pode acontecer que um ou outro livro não corra tão bem. Já li livros de certos autores que me marcaram profundamente e outros do mesmo que foi um tédio enorme lê-los.
Mas aconselho a não fechares a porta ao Nicholas Sparks, afinal de contas ele é um autor de culto por alguma razão, o que também não quer dizer que todos tenham que gostar do mesmo, mas uma segunda oportunidade é sempre bem merecida :)
Oh, não. Nesse caso, não vás por mim. Como referi, Sparks não é a minha praia. O estilo de escrita não me cativa por aí além e a forma como construiu este enredo achei algo monótona e superficial. Talvez ele tenha outros romances melhores, acredito que sim e quem gosta do autor só diz maravilhas, mas por agora, não irei voltar a ele. Quem sabe mais tarde? Claro que sim. Quando tiver menos leituras em atraso e mais disponibilidade em termos de tempo livre, mas para já, não. Contudo, sendo tu uma apaixonada pelos seus livros, acho que deves lê-lo. Sem dúvida! :) E sinceramente, espero que gostes.
Eu adoro Nicholas Sparks justamente pela forma como consegue descrever as coisas mais simples dando-nos a capacidade de visualização do cenário....é quase como se fizéssemos parte do livro e estamos lá...conseguimos ver as paisagens, os cheiros as cores...torna-se tudo muito mais envolvente! A maior sofestifação está na simplicidade....:))
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