Título Original: Ravishing in Red
Autoria: Madeline Hunter
Editora: ASA
Nº. Páginas: 320
Formato: eBook
Sinopse:
Numa época em que a reputação de uma mulher é o seu bem mais
precioso, Audrianna desafia todas as convenções. Ela é uma jovem determinada,
independente... e disposta a tudo para aniquilar o seu adversário, o altivo
Lord Sebastian Sommerhayes. A uni-los está um homem: o pai de Audrianna, que
morreu envolto nas malhas de uma conspiração. Para Audrianna, essa tragédia
significou o fim da sua inocência. Para Sebastian, que liderou a investigação,
foi apenas uma morte merecida. Audrianna jurou limpar o nome do pai, mas nunca
esperou sentir um desejo tão avassalador pelo homem que o arrasou. A busca pela
verdade vai levá-la demasiado longe numa sociedade que é implacável perante a
ousadia feminina. Ao ver-se mergulhada num escândalo que pode ser-lhe fatal,
Audrianna tem apenas uma inconcebível opção... Deslumbrante é o primeiro volume da série As Flores Mais Raras.
Mais uma apaixonante e sensual saga histórica pela mão da Rainha do Romance.
Opinião:
Alguns, embora não muitos,
autores representam histórias obrigatórias na minha estante. Sejam melhores ou
piores tentativas de expressar o seu talento enquanto contadores de fábulas,
eu, enquanto ávida leitora dos seus trabalhos, sinto uma necessidade violenta
de acrescentar cada novo título, cada momento escrito mais antigo, à imensa
quantidade, já em casa existente, de outros romances por eles escritos, e essa é
urgência à qual não consigo fugir. Madeline Hunter é um desses nomes ‘especiais’,
que detém uma posição privilegiada entre todas as narrativas que fazem parte do
meu quotidiano literário.
Não é que faça já bastante
tempo desde o instante em que folheei a última página deste enredo, mas verdade
seja dita que muita informação, grande parte académica, me perturbou nos ‘entretantos’,
e, talvez devido a isso mesmo não esteja capaz de precisar alguns dos momentos
chave, algumas das peculiaridades ditas mais interessantes, que perfazem o
conteúdo romântico desta obra. Ainda assim, e embora a impressão inicial não
tenha sido das mais envolventes, recordo que terminei a leitura deste que é o
primeiro volume de uma ‘nova’ tetralogia da autora, intitulada, em português,
de As Flores Mais Raras, com uma sensação de satisfação, não plena, não
absolutamente arrebatadora, mas, no entanto, com o seu quê de agradável.
Deslumbrante segue, então, o mesmo
caminho traçado por tantas outras abordagens históricas de Hunter, focando-se,
desta feita, numa personagem feminina que, de uma forma ou de outra, tem vindo
a desafiar algumas das convenções próprias da época ao residir, em conjunto,
com mais quatro mulheres solteiras, enquanto, no outro pólo, se encontra um
homem de reputação inigualável que procura confirmar a réstia de esperança, e
de vingança, que o consome a si, ao seu irmão, e à sua família.
Não sendo história que fuja,
em grande medida, do que é já esperado por parte desta autora, foi com um misto
de familiaridade e ressentimento amargo que percorri os capítulos das vidas de
Audrianna e de Lord Sebastian. Familiaridade porque, inadvertidamente e logo ao
começar, já me sentia conhecedora do ‘felizes para sempre’ que ambas as
personagens principais iriam encontrar nos braços uma da outra, e ressentimento
amargo porque, sem totalmente o perceber, esperava, torcia, por algo novo, algo
refrescante e diferente que pelo menos tentasse arrebatar-me. Infelizmente, tal
não aconteceu...
A minha pouca ligação
sentimental com esta obra em especifico expressa-se logo pelo facto de os
intervenientes que mais me marcaram, mais me fizeram rir e compadecer com as
suas situações, serem figuras secundárias, dois homens que tanto têm de
brilhante como de corrosivo. Morgan, o irmão de Sebastian que se viu
martirizado na guerra, e Castleford, que não se nega aos prazeres do jogo e da
carne, foram quem captou a minha atenção e, por sinal, a minha simpatia e
aqueles que espero, ardentemente, ‘ver’ melhor explorados em volumes futuros. Quanto
a Audrianna e Sebastian, não é que não tenha pedido pelo seu amor ou
felicidade, somente não me senti tão atraída e tão curiosa pelo seu desfecho,
pela conclusão do mistério que os afecta a ambos—e a outros—como aconteceu com
as duas personagens anteriormente referidas.
O ambiente em si persiste na
linha de muitos dos romances precedentes de Hunter—sente-se a vivência britânica
e a época festiva e de valores ‘duvidosos’ nos conceitos do que é correcto
socialmente e do que é esperado de uma mulher. Ainda assim, foi com um imenso
prazer que vi uma temática do meu interesse ser explorada nesta narrativa—as
flores. Sem dúvida, um tema que espero encontrar fortemente presente nos três
livros que ainda faltam para a conclusão desta pequena série.
Não sendo o melhor trabalho da
autora, Deslumbrante continua a ser
uma excelente aposta por parte das Edições ASA, numa escrita que é, certamente,
bastante acarinhada pelo público português feminino. Provocadora, o segundo volume desta tetralogia encontra-se já
publicado, no nosso idioma, e conta com a história de outro dos homens
interessantes de Deslumbrante, o
elegante Hawkeswell.
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