terça-feira, 2 de novembro de 2010

ROSAS, Leila Meacham




Título Original: Roses
Autoria: Leila Meacham
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 580
Tradução: Dina Antunes


Sinopse:

“Mary nunca, por nunca desistiria da plantação. Isso significaria trair o seu pai e o pai dele e todos os Toliver antes deles que haviam lutado para arrancar a terra à floresta, que haviam suado e labutado, sacrificado e morrido pelos milhares de hectares que viviam para ver crescer com orgulho do seu trabalho. Jamais seria capaz de sacrificar Somerset por causa do orgulho masculino! Mas... amava Percy. Ele era um tormento constante que ela não conseguia esquecer, por muito que tentasse.”

Abarcando grande parte do século XX, ROSAS conta a história das poderosas famílias fundadoras da cidade de Howbutker, no Yexas, e de como as suas histórias permaneceram entrelaçadas ao longo de três gerações.
Quando Mary Toliver, de dezasseis anos, herda do pai a plantação de algodão, surgem as primeiras sementes da discórdia. Ao tornar-se a nova dona de Somerset, Mary trai a mãe, Darla, e o irmão, Miles, e a dinastia Toliver nunca mais recupera. E quando Mary e o magnata da madeira, Percy Warwick, decidem não casar, embora loucamente apaixonados, esta decisão irá ter consequências tristes e trágicas, não só para eles, mas para as futuras gerações das suas famílias.
Com desenvoltura e mestria, na tradição clássica de Pássaros Feridos e ao estilo de E Tudo o Vento Levou, Leila Meacham oferece-nos um épico de três intrigantes gerações. Uma comovente história de amor, de luta e de sacrifícios com a nostalgia de um tempo em que a honra e as boas maneiras eram sempre a regra. Um livro para estimar e ler uma e outra vez.

Opinião:

ROSAS foi um daqueles livros que me assustou quando me chegou às mãos, pelo seu tamanho, mas a verdade é que o seu conteúdo não podia ser mais emocionante, mais emotivo e cativante. A narrativa divide-se em quatro partes e três personagens: Mary Toliver, Percy Warwick e Rachel Toliver. Como grande protagonista, Mary apresenta-se como uma personagem de ferro. Decidida nas suas ideias, lutadora convicta pelos seus ideais, ela é uma daquelas personagens pelas quais nos apaixonamos de imediato e que, sem sombra de dúvida, não podemos deixar de admirar. O seu passado e, principalmente, a constante alteração do futuro são situações que a vão desmoralizando e endurecendo, permitindo assim que o leitor assista a uma constante evolução e amadurecimento da personagem. Percy, um homem poderoso, é das personagens masculinas mais bonitas que tive a oportunidade de conhecer. A sua destreza é impressionante e a sua atitude comovente. A eterna busca pelo amor proibido deixa no leitor um sentimento agridoce. Por fim, Rachel Toliver, sobrinha de Mary Toliver e presumível herdeira de todo um legado rico, mostra-se neste livro como alguém surpreendente e destemido. Uma segunda protagonista que, pouco depois do meio do livro, agarra a história com todas as suas forças.

Consigo contar com os dedos de uma mão a quantidade de livros que me deixaram à beira de um ataque de lágrimas (e acreditem que sobrariam dedos), no entanto, nem uma dessas tramas me deixou completamente de rastos, emocionada, com insistentes lágrimas a percorrerem-me o rosto como este deixou ... e muito mais que uma vez. O último terço do livro é simplesmente maravilhoso. Uma obra de arte. Um nível de descrição elevado com uma essência única e deslumbrante. Não tenho dúvidas de que ROSAS é um daqueles livros que se podem considerar de “achados”. Daqueles livros que não se encontram muitas vezes, que são raros e intensos, que deliciam o seu leitor até ao mais profundo âmago e que deixam para trás, mesmo depois de virada a última página, um profundo remexer de emoções e lembranças. Uma narrativa poderosa, inesperada. Por mais de uma vez fiquei boquiaberta com o que li, não só pelo seu grau de surpresa mas também pela delícia que o livro acabou por se tornar. E isto sem nunca esquecer o verdadeiro propósito do seu título... não se trata de uma história acerca de Somerset, uma plantação de algodão, mas sim sobre o perdão e as consequências que a vivência da própria vida podem originar. Às vezes basta seguir pela esquerda em vez da direita, ou dizer sim quando primeiramente se pretendia dizer não, para que tudo mude. Para que um futuro brilhante, repleto de felicidade e amor, deixe de ser tão alegre e emocionante assim. Acima de tudo, encaro este livro como uma lição. 

A sério, é tão complicado falar sobre este livro visto tratar-se de uma obra tão profunda, tão emotiva, sentimentalista, genuína. Gostei imenso desta leitura. Parece que ainda consigo sentir os personagens comigo, visualizar Mary e Percy e Rachel e Matt, sentir os seus sentimentos, ver as suas emoções, escutar os seus pensamentos.
Quero muito que leiam este livro pois sei que não se irão arrepender. E não se deixem levar pelo tamanho. Sim, são muitas páginas mas se coubesse a mim essa decisão... não retiraria nenhuma delas.
Recomendo a 100%. Sem sombra de erro, uma obra-prima. 

3 comentários:

Patrícia Cálão disse...

Sabes que estive hoje para comprar este livro e trouxe outro precisamente por pensar "oh! o livro é enorme!"? E agora vejo o teu comentário e estou super arrependida! Da próxima vez não me escapa :P

Laelany

Pedacinho Literário disse...

Oh Laelany ... Que pena. O livro é realmente maravilhoso. Acredita que também pensei que fosse ser uma leitura difícil, ainda para mais tratando-se de um livro bastante grande, mas não ... é mesmo único. Uma leitura obrigatória. Não o deixes escapar mesmo! :D
Já agora, se me permites, qual foi o outro livro acabaste por levar contigo?

Patrícia Cálão disse...

O outro livro foi "O Amante Japonês", de Rani Manicka.

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