Título Original: The Saddest Girl in the World
Autoria: Cathy Glass
Editora: Editorial Presença
Coleccção: Vidas d’Escritas
Nº. na Colecção: 10
Nº. Páginas: 291
Tradução: Ana Saragoça
Sinopse:
Quando Cathy vê Donna pela primeira vez, considera-a a criança mais triste que alguma vez conheceu e pressente de imediato a dificuldade que irá ter, ao acolhê-la, em conquistar a sua confiança e entrar no seu mundo. Donna refugia-se num silêncio obstinado e numa postura retraída que expressam a ostracização que sofreu por parte da família. Com muita determinação, Cathy vai conseguindo penetrar a barreira defensiva de Donna, e quando esta começa finalmente a falar, Cathy compreende verdadeiramente a extensão e profundidade das feridas psicológicas que lhe foram infligidas. Nesta obra inspiradora, a autora foca-se sobretudo no processo de libertação e regeneração de Donna, e o leitor, embora profundamente envolvido no drama pessoal desta menina de dez anos, não deixa de se sentir também inspirado por uma forte mensagem de esperança.
Opinião:
Foi a primeira vez que li uma obra centrada na vida de alguém e confesso que, apesar do choque inicial, foi uma leitura que muitas vezes tive dificuldade em largar. Levei o meu tempo a interiorizar a história que Cathy nos conta, acerca de uma criança de dez anos, Donna, que teve o privilégio de conhecer e adoptar, ainda que somente por quinze meses, e quando virei a última página de um emotivo epílogo, um misto de pena e felicidade assombrou-me o coração. Pena porque tinha terminado esta história real que por diversas vezes fez-me verter uma ou duas lágrimas, soltar um ou dois suspiros de incredulidade, e felicidade porque, ainda que com todas as coisas más presentes na infância de Donna, esta acabou por ter um final feliz, junto daqueles que a amam e a viram crescer, e com quem pode contar para qualquer coisa que precise.
Gostei muito deste livro porque, inevitavelmente, o seu conteúdo acabou por me abrir o olhos. É com histórias deste calibre que aprendemos a dar valor ao que temos e às pessoas que nos rodeiam. Conhecer Donna, ainda que meramente por palavras e imagens mentalmente concebidas, foi algo que me deixou de rastos e completamente emocionada e rendida. Conhecer a sua família biológica – a mãe, Rita, que a odeia, os irmãos mais novos, Warren e Jason, que seguiam as ordens da mãe e que, desse modo, agrediam Donna e a maltratavam quando tudo o que ela mais desejava era tomar conta deles, e Chelsea, a irmã mais velha, indiferente a qualquer outra pessoa que não a mãe. O pai e a avó paterna, pessoas doentes, eram os únicos que ainda nutriam sentimentos verdadeiros pela pequena criança de dez anos, e que no seu crescimento involuntário, nunca deixaram de fazer parte da vida dela.
Cathy Glass é, sem sombra de dúvida, uma mulher especial. Única. Sem o seu árduo trabalho, acredito que muitas crianças negligenciadas não teriam nem um terço da felicidade e amor que ela e os seus filhos têm para dar. Uma família maravilhosa. Compreensível. Flexível. Amorosa.
2 comentários:
A tua opinião tocou-me... Estás no bookcrossing como PattyLx, né? Não penses em organizar um bookring? :) Eu ia logo inscrever-me.
Bom fim-de-semana e boas leituras!
Beijinhos
Obrigado pelo comentário, fico contente.
Sim, estou registada no BC como PattyLx, também por lá andas? Por enquanto não estou a pensar organizar nenhum BRing deste livro mas se quiseres podemos combinar qualquer coisa e eu envio-to em empréstimo. x)
Bjinhos e boas leituras
Patrícia
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