Título Original: Teardrop (Teardrop #1)
Autoria: Lauren Kate
Editora: Planeta Manuscrito
N.º Páginas: 320
Sinopse:
Tudo o que amamos pode ser levado pela corrente... NUNCA, NUNCA CHORES...
A mãe de Eureka Boudreaux instilou esta regra na filha há anos. Mas agora a mãe partiu, e onde quer que Eureka vá, ele está lá: Ander, o rapaz alto, de cabelo louro-claro, que parece saber coisas que não devia, que diz a Eureka que ela corre um grande perigo e que a deixa sempre à beira das lágrimas. Mas Ander ignora o maior segredo de Eureka: desde que a mãe se afogou num acidente bizarro, Eureka deseja morrer. Resta-lhe pouco que lhe desperte o interesse, apenas o amigo mais antigo, Brooks, e uma estranha herança: um medalhão, uma carta, uma pedra misteriosa e um livro de outras eras que ninguém compreende. O livro encerra uma história assombrosa sobre uma rapariga que ficou destroçada e chorou tanto que formou um continente no mar... e há algo na história que é misteriosamente familiar. Eureka está prestes a descobrir que a narrativa antiga é mais do que uma história, que Ander pode falar verdade... e que a sua vida é muito mais obscura e oculta do que alguma vez imaginou.
De Lauren Kate chega uma saga épica, Lágrima, de um romantismo estarrecedor, de segredos devastadores e de magia negra... um mundo onde tudo o que amamos pode ser levado pela corrente.
Opinião:
Enquanto me sento à secretária, sinto que esta não vai ser uma opinião fácil — por diversos motivos. Já se passaram alguns dias, semanas até, desde a última vez que folheei as páginas deste romance do fantástico, pelo que muitos dos pormenores que pontuaram esta história com um certo tom agradável estão já um pouco esquecidos. Talvez por isso, admito que esta poderá transforma-se numa opinião ligeiramente diferente, e bastante mais centrada nos pontos narrativos que me marcaram, tanto pela positiva como pela negativa, e não tanto em Lágrima como um todo. No entanto, uma coisa é certa — as expectativas que guardava ao iniciar a leitura deste livro eram muito pequenas, quase inexistentes na verdade, e (in)felizmente essa atitude descontraída para com a história fez com que esta fluísse mais facilmente, tornando-a mais curiosa.
O conceito base que rege esta narrativa é absolutamente extraordinário e altamente inovador, dotado de uma criatividade imensa e de um potencial ainda maior. Centrando-se na civilização perdida de Atlântida, Lágrima descreve as dificuldades sobrenaturais que subitamente assolam a vida da nossa protagonista, Eureka, ao mesmo tempo que esta vai lidando com a morte da mãe, a descoberta de um amor escrito nas estrelas, e a traição por parte de alguém inesperado. Porém, Lauren Kate volta, também nesta série, a fazer das suas — e ao invés de desenvolver uma trama emocionante, repleta de adrenalina e opções criativas paranormais únicas e peculiares, retoma a uma escrita algo enfadonha, desprovida de significado e emoção, e que embala o leitor somente o suficiente para este navegar por entre as páginas da sua história.
Também as personagens sofreram da falta de algo mais que as tornasse excepcionais, ficando-se, então, pela normalidade e não espectacularidade. Eureka possui uma personalidade um pouco diferente, com um ou outro laivo de genialidade e que confere um certo grau de novidade à trama, mas no seu todo não penso que se destaque por aí além. As suas habilidades são magníficas, assim como o seu poder interior e tudo aquilo que consegue alcançar com os artefactos deixados pela sua mãe, as fora as peculiaridades sobrenaturais não há nada que a torne especial ou, até mesmo, ligeiramente distinta. O mesmo tipo de indiferença nota-se em muitas das outras personagens ‘mais importantes’ de Lágrima, como Brooks — que embora sofra um desenvolvimento desigual e deveras surpreendente ainda assim não consegue atingir aquele patamar de magnificência que seria esperado —, Ander — tudo acontece demasiado rápido, sem grandes explicações ou introduções, focando-se em excesso na parte do romance e não tanto no futuro da humanidade e nas consequências que envolvem a sua espécie e a de Eureka —, Madame Blavatsky — cujo propósito acaba por ser denegrido dada a forma como a sua linha participante é interrompida — e como o quarteto de vilões — que se manteve na obscuridade ao longo da história, surgindo somente quando conveniente à acção.
Muitos foram os detalhes que me desagradaram ao longo de Lágrima, mas talvez por não ter quaisquer expectativas acabei por concluir a sua leitura com um certo grau de curiosidade relativamente ao que possivelmente virá a seguir. Este foi um romance que, em certa medida, me fez lembrar a outra série da autora — sobre anjos caídos — dado o estilo de escrita e opções criativas mas penso que haverão ainda oportunidades para colocar o desenrolar da acção no caminho certo. O final foi um pouco abrupto mas muito, muito sobrenatural, deixando um bichinho curioso na barriga que anseia devorar o próximo volume da trilogia.
Para mim, não foi uma leitura surpreendente ou relativamente rápida, no entanto não posso dizer que não gostei pois embora existam pontos negativos, também os há positivos — o conceito, a potencialidade da ideia de Atlântida e o crescimento da sobrenaturalidade que afecta Eureka são somente alguns deles. Fica, ainda assim, a vontade de folhear Waterfall (no original) e ainda sem data de publicação por terras lusas.
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