sábado, 22 de novembro de 2014

A 5.ª Vaga, Rick Yancey [Opinião]




Título Original: The 5th Wave (The Fifth Wave #1)
Autoria: Rick Yancey
Editora: Editorial Presença
Colecção: Via Láctea, N.º 115
N.º Páginas: 400

Sinopse:
A 5ª Vaga, o volume que dá início à trilogia com o mesmo nome, é uma obra-prima da ficção científica moderna. É um épico extremamente original, que nos apresenta um cenário de invasão extraterrestre do planeta Terra como nunca antes foi escrito ou sequer imaginado. Nesta narrativa assombrosa, uma nave extraterrestre fixa-se na órbita da terra, à vista de todos mas sem estabelecer qualquer interação. Até que, subitamente, uma gigantesca onda eletromagnética desativa todos os sistemas da Terra, e todas as luzes, comunicações e máquinas deixam de funcionar. A esta primeira vaga seguem-se outras, num crescendo de violência que devasta grande parte da humanidade.


Opinião:
Existem livros que se mostram especiais à primeira linha e, admito, esta história ainda me mantém num estado de delírio tal que mal posso esperar por devorar a continuação, por gritar aos sete ventos da literatura e dos apaixonados por livros o quão única, e brilhante, e espectacularmente intricada esta obra é. Rick Yancey conseguiu, em 400 páginas, criar um ambiente asfixiante, opressivo nas faculdades humanas e absolutamente arrebatador em emoções e sensações, ao mesmo tempo que foi dando vida a uma das mais esplêndidas e distintas vozes femininas no género young adult.

A premissa que envolve este enredo é altamente interessante e singular — a 1.ª vaga trouxe um impulso electromagnético que cortou com todas as ligações exteriores, a 2.ª vaga surgiu na forma de uma onda que devastou a costa de muitos países e matou centenas de pessoas, a 3.ª vaga manifestou-se na forma de uma epidemia, uma peste que ceifou milhares, a 4.ª vaga aduziu o silêncio, a morte rápida e tácita, e a 5.ªvaga...
Um ataque alienígena levou a que o mundo como nós o conhecemos acabasse. E é, maioritariamente, pela voz de Cassie Sullivan que esta nova realidade nos é apresentada, através das memórias que a assombram, das promessas que a quebram, das dificuldades que enfrenta diariamente e do futuro que parece tão incerto, tão negro e perigoso que nada mais há do que o simples (sobre)viver do dia a dia.

É-me impossível expressar o quanto adorei esta obra. Desde o momento em que li a primeira frase d’ A 5.ª Vaga que soube, bem lá no íntimo, que esta ia ser uma leitura inesquecível — e assim foi. As personagens, os twists, as surpresas, a escrita... tudo se enquadra na perfeição, e tudo se completa num livro de ficção científica leve que se apresenta, no mínimo, extraordinário. E nem sabem vocês a vontade gigantesca que tive de bradar a genialidade desta obra assim que virei a última página — o que só mostra o quão espectacular, e viciante, e desigual este livro é.
O estilo lírico de Rick Yancey foi o aspecto que mais me surpreendeu. Embora este conte a história através de múltiplas perspectivas, a verdade é que Cassie é o ponto fulcral da acção e a sua personalidade de menina corajosa que só quer sobreviver é extremamente tocante. Enquanto leitora, não tive como não me afeiçoar a ela, como não me compadecer de tudo o que a rodeia e de tudo o que já viveu.

Quanto às restantes personagens, devo dizer que me proibi a mim mesma de vos contar o que quer que seja. Desde Evan Walker a Ben Parish, todas elas são essenciais para a concretização criativa do autor, e todas elas ocupam um lugar especial no coração desta vossa leitora — principalmente o Evan.
Rick Yancey arrebatou-me por completo com este seu A 5.ª Vaga. Se tiverem de escolher um único livro para ainda ler este ano, ou para iniciar o novo ano que se aproxima, então escolham este — prometo que não se vão arrepender, pois é estrondosamente magnifico. A acção está sempre presente, o elemento surpresa encontra-se ao virar da esquina, e o crescimento das personagens, a par com a realidade de um mundo destruído e da iminência de uma 5.ª vaga que ninguém sabe o que poderá ser conferem à história uma ambiência de adrenalina, medo e expectativa pura. Além de que o pequeno mas incrivelmente importante romance que Rick descreve neste primeiro livro da trilogia é muito, muito fofo — altamente improvável, mas fofo e com um certo sentido. Adorei. 

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