Título Original: Endgame: The Calling
Autoria: James Frey & Nils Johnson-Shelton
Editora: Editorial Presença
Colecção: Via Láctea, N.º 118
N.º Páginas: 464
Sinopse:
Eles chegaram à Terra há 12 mil anos. Vieram dos céus e criaram a humanidade. Quando se foram embora deixaram um aviso: um dia iriam voltar... E quando voltassem, teria início o grande jogo, o Endgame. Ao longo de dez mil anos, as doze linhagens originais existiram em segredo, mantendo sempre, cada uma delas, um jogador preparado para entrar em ação a qualquer momento. Agora que eles voltaram, os doze jovens jogadores estão a postos para entrarem no grande jogo que decidirá o futuro do planeta e da humanidade. Mas só um pode vencer: quem encontrar primeiro as três chaves escondidas algures na Terra. E é sobre a busca da primeira chave que se centra este primeiro livro da série
Opinião:
Por vezes, e sempre quando menos esperamos, surgem histórias que nos impossibilitam colocar em meras palavras todos os sentimentos, pensamentos, reflexões e anseios que criaram aquando do percorrer das suas páginas. Histórias que, de tão complexas, de tão intricadas e espinhosas se embrenham no nosso ser literário e lutam contra o esquecimento do ser humano, pois o que detalham e descrevem é tão delicado, e imaginativo, e simbólico que é imperativo que sejam lembradas, que sejam recomendadas e, principalmente, que sejam lidas. Bem vindos a Endgame: A Chamada.
A premissa que envolve esta trama pode soar algo familiar, mas deixem-me que vos garanta que o conteúdo, quando analisado ao pormenor, sofre de uma quantidade desafogada de originalidade e novidade. Endgame: A Chamada é uma extravagância para o apaixonado por distopias, um delírio para o enamorado por enredos violentos, e um autêntico doce para o entusiasta por mundos imaginários nebulosos.
Focando-se em doze figuras, que simbolizam as doze linhagens originais induzidas no planeta Terra, esta obra desmembra-se pelas adversidades, alianças improváveis, mortes inesperadas e enigmas quase indecifráveis que estes rapazes e raparigas entre as idades dos 13 e 20 anos têm de enfrentar de modo a saírem vencedores de um jogo que promete eliminar a humanidade — só um sobreviverá a Endgame, e para tal, três chaves terão de ser encontradas. A busca pela Chave Terra é o centro desta primeira narrativa de três.
Exuberantes e de personalidades várias são as personagens que preenchem com vida as páginas deste livro, principalmente no que diz respeito aos jogadores. Nenhum é, no efectivo, uma alma bondosa que procura a salvação dos demais — todos eles são assassinos treinados, soldados dos seus antepassados que cresceram sob as mesmas regras, as mesmas histórias sobrenaturais e os mesmos ideais. É imprescindível que, dentro das suas linhagens, cada um deles seja capaz de sair vencedor e, para isso, é necessário que exista uma espécie de vivência dupla onde um lado apresenta a normalidade dentro de cada região, de cada naturalidade, e o outro demonstra a máquina extremamente bem oleada que cada um é.
Se me for pedido que destaque uma figura, sem dúvida de que a minha escolha recai em Chiyoko, a jovem silenciosa, o anjo que persegue, que observa, que calcula e que ataca somente quando oportuno. Ainda assim, e talvez devido aos vários caminhos que, enquanto leitores, vamos seguindo, fui incapaz de verdadeiramente me afeiçoar a uma ou mais personagens — mas suponho que, estando a lidar com doze (que rapidamente se vêem reduzidos para um número bastante inferior), o contrário seria quase impossível.
Um dos aspectos que mais me agradou em Endgame: A Chamada, para além de uma narração impulsionada pela acção e pela adrenalina, traduz na interactividade que a própria história acarreta em si, e nas várias plataformas disponíveis ao leitor — de modo a embrenhar-se ainda mais profundamente neste mundo. As pistas ao longo das páginas, os retratos, os símbolos, os pormenores... tudo faz sentido num plano superior que, espero eu, se venha cuidadosamente a desvendar ao longo dos livros que se seguem. O final foi arrebatador. Confuso. Inesperado. Surpreendente. Um final que faz o leitor desejar possuir em mãos a história seguinte. Que faz o leitor ansiar pelo correr do tempo, por descobertas mais e por uma nova viagem aos confins de um jogo que já se tornou mortal para uns e que, sem sombra de dúvida, promete ser no mínimo perigoso para os restantes.
Endgame chegou. Eles estão aqui. Doze lutam pela sobrevivência, pela nossa sobrevivência. Preparados para descobrir as suas histórias?
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