quarta-feira, 2 de julho de 2014

O Olhar do Amor, Bella Andre [Opinião]




Título Original: The Look of Love
Autoria: Bella Andre
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 188
Tradução: Maria das Mercês de Sousa


Sinopse:
Enquanto fotógrafo de êxito que passa a vida a viajar, Chase Sullivan está farto de mulheres bonitas e sempre que vai a casa, em São Francisco, um dos seus sete irmãos tenta arranjar-lhe outra. Chase acha que a vida que tem é formidável, até que uma noite conhece Chloe que tem o carro atolado na valeta de uma estrada de Napa Valley. O fotógrafo nunca conheceu uma mulher mais encantadora, tanto por dentro como por fora, mas apercebe-se rapidamente de que Chloe tem mais problemas para além do carro acidentado e em breve vê-se a querer remover montanhas para a amar e proteger. Mas Chloe permiti-lo-á?


Opinião:
Esta vai ser, para mim, uma opinião extremamente difícil de escrever — e isto porque, se por um lado gostei do que li e tenho perfeita noção de que, enquanto romance breve, este seja um livro que serviu, em absoluto, o seu propósito, por outro penso que algumas das situações ocorreram demasiado abruptamente, acontecendo quase que por magia, o que me leva a, de certa forma, questionar as opções criativas da autora. É-me então completamente impossível evitar uma review que tanto será positiva no que diz respeito ao entretenimento puro desta obra, quanto negativa pelos acontecimentos descritos.

O Olhar do Amor não é o primeiro romance que leio de Bella Andre — em meados do ano passado, devorei Sedução pela forte componente erótica e, esse também, pela brevidade do enredo —, contudo, esta foi, e sim, a minha primeira experiência com o clã Sullivan, e gostava eu de que tivesse sido bastante mais vibrante e, principalmente, detalhada. Gosto de livros pequenos, admito, até porque recentemente tenho sofrido de uma certa falta de tempo para dedicar a leituras prazerosas, no entanto, penso que esta obra em particular peca pela conclusão excessiva a que chega, em tão, mas tão poucas páginas.
A ideia base que dá suporte à história é assaz interessante — temos uma mulher algo submissa, Chloe, que ao ser vítima de maus tratos busca refúgio numa fuga inesperada contra o seu agressor, mas que, numa noite em que nada de pior poderia alguma vez acontecer, acaba por sofrer um acidente e ter de ser socorrida por um elegante fotógrafo, detentor do olhar mais lascivo do universo, Chase —, porém, a partir do momento em que Chloe se deixa ser salva, ainda que, na sua mente inocente tal seja algo temporário, a narrativa sofre toda uma sucessão de eventos que, embora necessitassem de algum aprofundamento e até, quem sabe, uma certa adversidade aqui ou ali, simplesmente se limita a encaixar, peça a peça, numa história de amor nascida da singularidade do sexo mas concluída na troca de promessas eternas.

Chloe é, todavia, uma personagem com um determinado carisma aprazível e que vai, gradualmente, conquistando o leitor. O seu crescimento, enquanto figura principal do romance mas também enquanto mulher, é visível e bastante notável até, mas a sua facilidade em confiar em alguém que não conhece, em alguém que é, para si, um perfeito e absoluto estranho, tendo em conta tudo pelo que passou, é um pouco precipitada — e essa imprudência torna-se perceptível sobretudo quando todas as barreiras erguidas vão sendo desmoronadas num período temporal de três, quatro dias.
Chase, por sinal, é o cavaleiro andante exemplar no corpo de um homem bonito habituado a receber tudo de todos, nomeadamente do sexo feminino. Uma vez que devido a ossos do ofício esta é uma figura acostumada a lidar com um certo conceito de beleza, o modo como encara a naturalidade de uma mulher comum é, no mínimo, maravilhosa e, consequentemente, desejável. Imponente, com o seu quê de arrogância mas igualmente dotado de um interior capaz de igualar ou até mesmo superar o seu exterior, Chase é, sem dúvida, uma das razões pela qual continuei a ler O Olhar do Amor enquanto, secretamente, desejava por uma participação mais activa relativamente ao seu passado. Muito fica a descoberto, até porque esta é uma série dedicada à sua família, os Sullivan, mas penso que não foi desvendado o suficiente e, por isso, só me resta esperar que, em romances seguintes, Chase continue a ser uma personagem assídua na trama.

Em jeito de conclusão, penso que é importante referir que esta á uma obra que se define, maioritariamente, pela componente de entretenimento que oferece. Simples, fácil e extraordinariamente rápido, O Olhar do Amor é o livro perfeito para quem procura umas horas de leitura aprazível, ou anseia ler algo leve e descomplicado por entre obras mais exigentes. E é precisamente por esta característica mais espontânea e elementar que sofro da vontade de continuar a acompanhar as aventuras desta família, seguindo-se, em A Partir Deste Momento, a vez de Marcus, o Sullivan mais velho.

2 comentários:

Carla disse...

Olá,
Gostei muito deste livro, agora espero que venham os outros e que não desiludam.
Boas leituras!

Pedacinho Literário disse...

Olá, Leitora
Obrigada pela passagem!
Quanto a este livro, como podes ver na minha opinião, não foi assim um romance arrebatador mas serviu o seu propósito. Também estou curiosa com a continuação. =)

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