Título Original: A Kiss at Midnight
Autoria: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 395
Tradução: Maria Manuela Novais Santos
Sinopse:
Forçada pela madrasta a ir a um baila, Kate conhece um príncipe... e decide que ele é tudo menos encantado. Segue-se um esgrimir de vontades, mas ambos sabem que a atracção irresistível que sentem um pelo outro não os levará a lado nenhum. Gabriel está prometido a outra mulher – uma princesa que o ajudará a alcançar as suas ambições implacáveis.
Gabriel gosta da noiva, o que é uma surpresa agradável, mas não a ama. Obviamente, deve cortejar a sua futura princesa, e não a beldade espirituosa e pobre que se recusa a mostrar-se embevecida.
Apesar das madrinhas e dos sapatinhos de cristal, este é um conto de fadas em que o destino conspira para destruir qualquer oportunidade de Kate e Gabriel poderem ser felizes para sempre.
A menos que um príncipe abdique de tudo o que o torna nobre...
A menos que o dote de um coração indisciplinado triunfe sobre uma fortuna...
A menos que um beijo encantado ao bater da meia-noite mude tudo.
Opinião:
Qual é a mulher que conseguirá resistir a um belíssimo conto de fadas?
O Beijo Encantado trata-se de uma adaptação gradualmente cativante de um dos mais conhecidos e aclamados fairy tales de sempre – A Gata Borralheira. Sem abóboras que se transformam em estonteantes carruagens, fadas-madrinhas que concretizam sonhos com um simples agitar da varinha e terríveis meias irmãs cujo objectivo se cinge em captar a atenção de um maravilhoso príncipe encantado... mas, certamente, com sapatinhos de cristal e um cenário paradisíaco, este é um romance que fala sobre escolhas, amores improváveis e profundos desejos de felicidade.
Uma vez mais, Eloisa James deixou-se levar pela magia que envolve os idílicos “e viveram felizes para sempre”, presenteando ao leitor uma versão carismática e, por vezes, surpreendente da realidade (embora mutável) amorosa passível de acontecer a qualquer mulher que esteja disposta a tomar riscos, a dar uma última e definitiva hipótese ao amor e, claro, a uma mulher que não tenha receio de se sentir e de se mostrar não só feminina mas também, como é de si esperado, mulher, na mais extrema e completa versão do termo.
Quando Katherine se vê forçada a tomar o lugar da sua irmã num evento comemorativo do noivado de um príncipe, nunca na vida lhe passaria pela cabeça a hipótese de encontrar o amor... e de sofrer pela impossibilidade de o guardar eternamente para si.
Fazendo-se passar por Victoria, Kate faz o seu melhor por se mostrar confiante e delicada, extremamente apaixonada pelo seu futuro esposo e embevecida pelas pequenas criaturas que constantemente a acompanham, ou seja, tudo o que não é. E talvez por não acreditar na sua beleza natural e descurar as probabilidades, ainda que remotas, de encontrar um companheiro fiel e cuidadoso, Kate deixa-se levar pela furtiva lábia e carisma de um príncipe atraente, muito desejado mas sem grandes perspectivas futuras – pelo menos não decididas por ele. Mas a paixão e sintonia que sentem um pelo outro é inegável e se não lhes for permitido desfrutar desse prazer... como poderão sobreviver ao que deles se espera, no futuro?
Num romance deste calibre, são as personagens e as atribulações que persistentemente lhes tropeçam à frente que, na verdade, captam a total atenção do leitor que embarca neste enredo não somente à procura de um conto de fadas mas também, e principalmente, de uma história de amor capaz de cortar o fôlego.
Kate não é só bonita por fora. Há uma beleza divina que envolve as suas acções, demandas pessoais e pensamentos. Sendo mulher, sem pai e sem mãe, preocupa-se mais com os outros do que consigo mesma e por isso não teve ainda a real oportunidade de viver a sua vida, em pleno. Assim, quando é enviada para o Castelo de Pomeroy e decide enfrentar todas as improbabilidades e dar uma oportunidade ao amor, será a sua real beleza e personalidade confortável que virão ao de cima. E melhor seria impossível.
Gabriel é como um príncipe encantado sem encanto. Como homem da época, superficialmente interessa-lhe o dinheiro, as conquistas e a segurança financeira e familiar que, inevitavelmente, lhe caiu em cima mas, no fundo do seu íntimo, reside um homem que procura uma mulher forte, destemida e que o consiga abraçar e aceitar sem receios. No final de contas, não deixa de ser um outro tipo de príncipe encantado, certamente não do género que habita as fábulas, mitos e histórias que circulam entre pais e filhos pequenos mas, com certeza, do tipo que faz as leitoras suspirar.
Igualmente merecedora de destaque, fica Henry, a madrinha que todas as raparigas sonhariam ter. Sem papas na língua, com um sentido de moda apurado e um conforto de mãe para oferecer, esta será uma personagem importantíssima para o desenrolar dos acontecimentos e também para a sanidade de Kate, que bem precisa de um ombro onde desabafar.
O cenário é simplesmente de encantar – um castelo gigantesco recheado com as mais exuberantes iguarias, desde pequenos pedaços de História a arrojados livros sobre o mais básico que existe numa relação, passando por animais selvagens e pessoal doméstico apaixonante –, em conjunto com paisagens deslumbrantes, jardins proibidos e elaboradas festividades ao ar livre, perfazem do Castelo de Pomeroy o local perfeito para o desfilar de toda a magia que envolve este romance.
O título assenta-lhe na perfeição, visto ter sido um último beijo encantado ao roçar da meia-noite a decidir o futuro destes dois amantes. Juntos ou separados? Não lhe vou dizer, no entanto, tenho quase a certeza de que não se arrependerá ao descobrir por si.
Uma capa lindíssima e mais uma excelente aposta da Quinta Essência, a não perder.
10 comentários:
Olá Patrícia! Depois de ler a tua opinião fiquei com vontade de ler este conto de fadas moderno :)
bjinhs
Bem, B., lá que é um autêntico conto de fadas, isso é! Quanto ao moderno... é romance de época. Eu é que fui um pouco induzida em erro ao pensar que a narrativa tinha acção nos dias de hoje... :)
Beijinho*
olá.
este livro foi uma das prendas de natal e como já o tinha visto cá, vim ver a critica e adorei. é mesmo a minha cara. estou anciosa por começá-lo a ler.
Olá, Daniela :)
Então espero que desfrutes de uma excelente leitura! Depois vem aqui dizer (ou envia e-mail) o que achaste. :) *
olá :D
claro que sim, depois venho cá ou mando um e-mail, mas ainda vou demorar a ler porque tenho imensos livros ainda para ler antes desse e para a semana que vem já começa as aulinhas. beijos e bom ano :)
*aproveito já para mencionar que adoro o seu blog e não há dia que não venha cá espreitar as novidades.
Não há qualquer problema :) Eu bem sei o que isso é, ter imensos livros para ler antes de se pegar naqueles que queremos mesmo. :)
Boas entradas, Daniela, e sucesso nos estudos! E nas leituras também, é claro. :)
Um beijinho e continua a visitar aqui o espaço. ;)
Olá :)
quando sairá o resultado do passatempo desta autora?
Olá, Maff
O resultado acabou de ser publicado. :)
Foi um dos livros de epoca que mais gostei, aliás tenho lido todos os livros de epoca que aparecem, e geralmente gosto de todos, excluindo aqueles que são demasiado eroticos, que foi o caso deste ultimo da Elizabeth Hoyt, acho que havia erotismo muito explicito, não sou puritana mas acho que há pormenores desnecessários, mas O Beijo Encantado é um pouco diferente, talvez por ser uma historia de encantar.
São livros diferentes, Maria, sem dúvida. Penso que o maior problema reside no facto de, em Portugal, não termos os mesmos subgéneros que nos Estados Unidos da América, pois lá Eloisa James e Elizabeth Hoyt não estão na mesma “categoria”. Ainda não li o da Hoyt mas li os dois da James e posso dizer que gostei, embora não me tivessem deixado grande marca na memória. Mas continuo curiosidade com ambas as autoras e vou continuar a segui-las. :)
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