domingo, 20 de março de 2011

Mataram a Rainha! - A Época dos Venenos I, Juliette Benzoni



Título Original: On a tué la reine! – Le temps des poisons
Autoria: Juliette Benzoni
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 279
Tradução: Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena


Sinopse:

Fugida do convento onde a mãe a queria obrigar a tomar o véu para assegurar a fortuna paterna, Charlotte de Fontenac refugia-se em casa da tia de Brecourt, irmã do defunto. A jovem perde-se na noite e surpreende um ritual aterrador numa capela abandonada...
Um desconhecido arranca-a à sua perigosa contemplação...
Tudo se passa numa época em que o vento pestilencial do caso dos venenos sopra sobre Paris e a corte de Luís XIV. Madame de Brecourt envia Charlotte para o Palais-Royal, para a corte da jovem duquesa de Orleães, Madame, a pitoresca princesa Palatina. Um caminho singular, o dos palácios reais, abre-se diante de Charlotte, mais perigoso do que se imaginaria. Um capricho da natureza fá-la parecer-se com um antigo amor de Luís XIV, o que lhe vale o ódio silencioso de madame de Maintenon, em vias de tomar o lugar de madame de Montespan. No momento de maior perigo é a rainha Maria Teresa que vem em seu socorro, mas por pouco tempo, pois morre no espaço de quatro dias...
Mortes suspeitas, missas negras, um amor que não ousa dizer o seu nome e protecções que desaparecem uma após outra. Que vai ser de Charlotte?


Opinião:

Juliette Benzoni tem o dom de, através da sua escrita, transportar o leitor para todo um novo e inesperado universo de costumes antigos e beldades palacianas. Mataram a Rainha!, não é excepção. Com um toque épico e delicado, atento aos pormenores e às descrições reais, a escritora desenvolve toda uma trama de intriga e ódio, malvadez e luxúria, em redor de uma personagem principal incrivelmente forte e segura de si, capaz de agarrar o leitor durante toda a narrativa.

Charlotte de Fontenac é uma jovem mademoiselle francesa presa a uma vida que pouco ou nada lhe diz. Encarcerada, a pedido da mãe, no Convento das Ursulinas, Charlotte recebe a triste notícia de que, em breve, a sua estadia será permanente, o que a leva a elaborar, em tempo recorde, um plano de fuga. Uma vez em liberdade, e testemunha de um crime horrendo que um polícia enigmático a obriga a esquecer, Charlotte procura refúgio em casa da sua adorada tia, madame de Brecourt, que, com os seus conhecimentos, consegue levar a sua sobrinha até porto seguro, bem longe das influências e questionáveis vontades de sua mãe. Uma vez debaixo da asa real, Charlotte começa a travar algumas amizades que, ao longo da sua jovem vida, lhe serão de extrema importância. No entanto, nem tudo o que se desenvolve numa corte é de falatório comum e é por isso que muitos segredos e intrigas terão de ser preservados e, se necessário, até mesmo silenciados.
Numa época em que o caso dos venenos acarta demasiadas mortes em todo o lado, fica impossível não desconfiar do próximo, seja ele quem for. Com bruxaria, poções e pós, não só o mais comum dos habitantes da famosa Paris é suspeito de práticas animalescas como também, à casa real, serão apontados vários dedos. E é num ambiente de eterno receio e terror, com perseguições e torturas, mesquinhez e segredos, planos diabólicos e um amor exacerbado por tudo o que é dourado e brilhante, em conjunto com uma Inquisição poderosa e uma perspectiva espanhola algo ultrajante, que Mataram a Rainha! claramente se consagra como um romance histórico de leitura obrigatória.
Charlotte é uma personagem de peso. Apesar da natural inocência própria da sua juventude, ela tem, ao mesmo tempo, uma personalidade vincada e destemida, sendo assim o fio condutor necessário para ligar todos os acontecimentos maravilhosamente escritos, entre si. É inevitável o leitor não sofrer por ela, não viver por ela, e toda a ambiência da Corte do Rei Sol é simplesmente maravilhosa, enaltecendo ainda mais a força desta incrível jovem rapariga. É quase impossível o leitor não desejar ter a oportunidade de experienciar, na pele, cada momento, cada amor e cada intriga. Os palácios, os jardins e as paisagens, os vestidos e os bailes, as festas e as amizades, tudo é grandioso numa corte banhada a ouro.

Mataram a Rainha! foi uma leitura que me maravilhou por completo. Ainda que, inicialmente, me tenha sido difícil associar todos os nomes à devida personagem e, também, entrar profundamente na história devido a um tipo de linguagem a que há muito não estava acostumada, Juliette Benzoni tem, inadvertidamente, um dom que, apesar de tudo, consegue simplesmente cativar e motivar o leitor a descobrir o futuro iminente das suas personagens delicadas. Com um final incrível e em suspenso, é com uma enorme ansiedade que vou aguardar pela continuação deste Mataram a Rainha! — A Época dos Venenos, I.
Maravilhoso. Incrível. Ousado. Um romance histórico impressionante e altamente recomendável. Adorei. 

2 comentários:

Anónimo disse...

Ando curiosa com este romance... A sinopse já me tinha chamado a atenção e as críticas até agora são todas positivas!! :O

Bjs*

Pedacinho Literário disse...

É um romance histórico muito bom. Juliette Benzoni é espectacular neste género. Se tiveres oportunidade, é um livro em que apostar. :)

Beijinhos

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