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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

As Páginas Percorridas em Setembro



Setembro foi um mês absolutamente inesperado e delirante em leituras. Após um Agosto que se apresentou bastante monótono em páginas e decididamente mais agradável em qualidade que em quantidade, é com um certo espanto que encaro o balanço de Setembro, onde foram lidos um total de 10 livros e 1 novella. Uau, certo?

O mês começou com Red Rising de Pierce Brown. Infelizmente, este livro ainda não se encontra traduzido para português e por isso não contará com opinião aqui no blogue. Contudo, posso dizer-vos que é um dos favoritos do ano. Muito, muito bom.

Tenho vindo a seguir a saga de Pittacus Lore com grande entusiasmo e foi uma surpresa ler este terceiro volume. Gostei bastante — dentro da linhas dos anteriores, A Ascensão do Nove é um livro do fantástico que corresponde, em larga escala, às expectativas.

Esta foi a minha estreia com Ann Brashares. Não é o único romance que tenho dela na estante mas foi, definitivamente, aquele que me deixou curiosa o suficiente para lhe pegar. Não é perfeito — está bastante longe de o ser, até — mas para a camada mas jovem do young adult é, certamente, uma leitura frutífera. Gostei.

Há imenso tempo que não lia um romance de época e confesso-me muito agradada com a escolha que fiz — Duas Irmãs, Um Duque foi absolutamente espectacular e a escrita de Eloisa James continua a ser um bálsamo para a minha alma.

Quase que consigo sentir que esta vai ser uma das minhas trilogias favoritas dentro do seu género. Legend foi uma surpresa, do início ao fim, e uma leitura que me encheu por completo as medidas. Ainda não sabemos bem se haverá continuação em português mas dúvidas não me restam de que continuarei a trilogia no original.

Desilusão completa. Não estava, de todo, à espera de encontrar um romance que se focasse num protagonista que por mais divertido e perspicaz que possa ser não possui uma única grama de vontade de mudança. Não gostei, não foi mesmo leitura para mim.

Quando leio muitos livros num curto espaço de tempo por vezes acontece-me entrar numa espécie de reading slump — que basicamente se traduz em eu não conseguir ler rigorosamente nada. Estive com um princípio de uma até me decidir a pegar no romance de estreia de Holly Smale, Geek Girl, e oh que livro mais espectacularmente divertido. Adorei!

Não sabia na altura mas After, de Anna Todd, é uma fan fiction dos One Direction — embora tirando o protagonista do romance não veja que mais possa ser semelhante com a realidade, mas pronto. Após um séquito de fãs a Simon & Schuster decidiu pegar na história desta autora, que vinha a publicá-la na plataforma wattpad, e transformá-la em livro. Tive a oportunidade de ler o manuscrito e posso dizer-vos que gostei bastante. Uma escrita a ter em nota dentro do género new adult.

Andava para ler a perspectiva de Travis há quase um ano, e dado o lançamento de Beautiful Oblivion achei que tinha, efectivamente, chegado a altura de folhear esta história. Adoro a escrita de Jamie McGuire e adoro as personagens por isso não foi surpresa nenhuma ter amado este romance.

Ah, Trent... Quero muito que a Planeta edite este terceiro livro da série Beautiful pois é mesmo muito, muito bom. Terminei-o ontem à noite e parece que ainda estou a acompanhar as personagens na sua jornada. Gostei imenso, como seria de esperar.

Antes de iniciar a leitura de Lágrima, de Lauren Kate, achei por bem ler a novella que a antecede uma vez que queria ter uma melhor sensação do mundo que a autora criou antes de embarcar no mesmo. Gostei do que li. 

E vocês, que páginas percorrem no décimo mês do ano?

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Duas Irmãs, Um Duque, Eloisa James [Opinião]




Título Original: The Duke is Mine
Autoria: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
N.º Páginas: 368


Sinopse:
Ele é um duque em busca da noiva perfeita. Ela é uma senhora... mas está longe de ser perfeita.
Tarquin, o poderoso duque de Sconce, sabe perfeitamente que a decorosa e elegantemente esguia Georgiana Lytton dará uma duquesa adequada. Então, porque não consegue parar de pensar na sua irmã gémea, a curvilínea, obstinada e nada convencional Olivia? Não só Olivia está prometida em casamento a outro homem, como o flirt impróprio, embora inebriante, entre ambos torna a inadequação dela ainda mais clara. Decidido a encontrar a noiva perfeita, ele afasta metodicamente Olivia dos seus pensamentos, permitindo que a lógica e o dever triunfem sobre a paixão... Até que, na sua hora mais sombria, Quin começa a questionar-se se a perfeição tem alguma coisa a ver com amor. Para ganhar a mão de Olivia ele teria de desistir de todas as suas crenças e entregar o coração, corpo e alma...
A menos que já seja demasiado tarde.


Opinião:
Já fazia algum tempo desde a última vez que tinha lido um bom romance histórico com pitadas de sensualidade. Confesso que, inclusive, sentia saudades dos inconfundíveis cenários vitorianos de uma época que tanto me fascina, assim como dos diálogos cuidados e elegantes que as suas personagens constantemente perpetuam. Várias são as autoras deste género literário que exercem um certo deslumbramento em mim, mas Eloisa James encontra-se, sem dúvida, no topo dessa lista — as suas histórias são uma surpresa incessante, e Duas Irmãs, Um Duque não é excepção.

Algo que esta autora faz — e muito bem, por sinal — é a construção das suas personagens. Estas são sempre independentes entre si, com personalidades singulares e mentalidades astutas, que lutam por um futuro melhor, uma vida em harmonia com a felicidade e o amor, num mundo que vê a mulher como uma figura sem força e sem opinião própria — tal como uma verdadeira lady. Todas estas componentes são particularmente perceptíveis neste romance, uma vez que a própria Miss Olivia é de uma braveza impressionante, dotada de um sentido de humor sem igual e de uma maneira de ser nada comum de uma senhora da alta sociedade — que, embora não seja um título herdado de família, é, e isso sim, uma lição moral e educacional que lhe foi imposta desde muito tenra idade. Por seu lado, o duque de Sconce apresenta uma personificação mais comedida, dado um passado traumatizante e um futuro que se mostra desprovido de emoção, mas que, no seu íntimo, guarda uma paixão e um leque de sensações imensuráveis, à espera da oportunidade perfeita para emergir.

O enredo deste romance segue as mesmas linhas narrativas que as anteriormente publicadas obras da autora, apresentando, então, ambas as personagens principais com os problemas que possuem em mãos, assim como um pequeno leque de intervenientes secundários. Em Duas Irmãs, Um Duque, a novidade surge pela dualidade de um par de irmãs gémeas se encontrar em luta por um mesmo partido do sexo oposto — pois ainda que somente uma delas expresse as suas intenções externamente, é bastante patente a batalha interna que a outra, já prometida a um outro homem, compadece dentro de si. As nuances conflituosas que embalam a trama desta história são abundantemente interessantes, assim como as reviravoltas inesperadas que ocorrem em território francês, mas são as atitudes das personagens e os conflitos que vão surgindo por parte de uma mão de figuras que verdadeiramente aliciam e despertam esta história.

Como seria de esperar, adorei conhecer as personagens que vivem este romance. Olivia é absolutamente hilariante, um espírito selvagem que prima pela irreverência e pelo modo em como não se enquadra na sociedade vitoriana. Georgiana, a sua irmã gémea, é o aposto de Olivia. Uma alma discreta, simples e que se evidencia pela sua inteligência. Quin (o duque de Sconce) é um homem magoado, moldado aos requisitos da mãe, mas que encontra, no seu par, uma sede de viver que nunca antes saboreou. E Rupert... Rupert é um poeta negado por uma mente quebrada, um estratego nato e homem de um coração enorme.

Admito sentir-me bastante satisfeita com as ocorrências desta história, assim como um pouco mais completa no que diz respeito à beleza deste género literário. Julgo que matei um pouco das saudades mas, também é verdade que me sinto tentada a devorar mais uma ou outra obra do tipo. Gostei imenso deste romance, e mal posso esperar pelos dois volumes que faltam neste recontar de contos de fadas de Eloisa James. Já tivemos a oportunidade de ler sobre A Bela Adormecida, e sobre A Bela e o Monstro. Duas Irmãs, Um Duque conta uma versão moderna e alterada de A Princesa e a Ervilha. Que conto de fadas virá a seguir? 

sábado, 15 de dezembro de 2012

Milagre de Amor, Eloisa James [Opinião]




Título Original: When Beauty Tamed the Beast
Autoria: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 368
Tradução: Maria Manuela Novais Santos


Sinopse:

Se ao menos o vestido de Miss Linet Berry Thrynne não tivesse sido tão decotado, ou ela não tivesse sido apanhada a beijar aquele príncipe...
Mas agora que todos pensam que Linnet está grávida do príncipe – e, por isso, ninguém a irá desposar – mais vale ela dar uma alegria ao seu pai desesperado e consentir casar com uma «besta». Um cirurgião brilhante, com reputação de perder a paciência – e uma ferida que se julga tê-lo deixado... incapaz – Piers, conde de Montague, deve receber de braços abertos uma futura noiva que tem já no ventre um herdeiro de sangue azul. Mas Piers não se deixa enganar pelo subterfúgio da senhora, e apesar de Linnet ser diabolicamente inteligente e encantadora, com uma beleza que ofusca o Sol, não haverá casamento da bela com o monstro. No entanto, Linnet acha o belo homem intrigante, e é óbvio a olho nu que «incapaz» não significa «desinteressado»...


Opinião:

Dizem os contos de fadas que tudo começa com um elegante e misterioso «Era uma vez...». E por entre as verdejantes paisagens de um lindíssimo País de Gales antigo, um príncipe que tanto tem de encanto quanto de arrogância, teme a chegada de uma desafortunada jovem, dona de uma beleza sem fim, e que no ventre (supostamente) carrega a próxima ilegítima linhagem de sangue azul. Mas quando o casamento não é desejado por ambas as partes, e uma lesão supersticiosa embala o seu dono num constante mau humor, talvez «... e viveram felizes para sempre.» não seja um desfecho fácil de alcançar.

Milagre de Amor trata-se de um romance absolutamente enternecedor, dotado de um poder estrondoso na medida em que conjuga, na perfeição, o que de mais divertido e romântico existe na literatura feminina. Pegando numa das mais belas histórias de sempre, e conferindo-lhe um toque ultra moderno – na sua componente histórica – e bastante carismático ao conferir uma personalidade eximiamente insolente à personagem que protagoniza o monstro, enquanto a própria bela guarda em si características do mais simples e harmonioso possível, esta é claramente uma narrativa atraente que regalará até o mais exigente dos leitores.
Eloisa James é mestra no seu género, altamente reconhecida e apreciada pelas histórias que cria, e embora, para mim, os seus outros dois romances publicados em terras lusas careçam de algo, de uma qualquer componente que lhes dê mais vida, mais entusiasmo, mais diversão, em Milagre de Amor tudo o que estava em falta encontrou, e em pleno, a luz do dia.

Se houve um elemento, neste enredo, que me agradou sobremaneira, esse foi, sem dúvida, a complexidade das personagens. James, nesta sua peculiar e excêntrica versão de A Bela e o Monstro, apresenta um casal protagonista dotado de uma inteligência sem igual e de um sentido de humor, no mínimo, audaz. De um lado, temos um cavalheiro pouco galante, que respira e destila medicina, que preza a sua solidão, o seu espaço, e que não vê qualquer necessidade – ou utilidade, por sinal – numa constante presença feminina ao redor da casa. Do outro, temos Linnet, uma menina de bem que se viu subitamente nos braços do homem errado, estando agora sem mãos a medir para as consequências que o seu envolvimento precipitado despertou. Ambos são intelectualmente perspicazes e nem Piers nem Linnet têm papas na língua, e é essa ligação tão harmoniosa, tão singular, que os torna perfeitos um para o outro. Para além da enorme parecença de Piers com o famosíssimo Dr. Gregory House da série House, M.D., saliento ainda Sébastian, uma personagem extremamente cómica e cujas picardias em torno de Linnet se transformam em reais momentos de diversão.

Relativamente aos cenários, o País de Gales é uma beleza por si só e detentor de uma voz muito forte e própria. As paisagens circundantes ao castelo de Piers e a piscina oceânica, construída no meio de um rochedo, são puras visões idílicas. Em termos narrativos, penso que a excelência dos locais de acção em muito serviram para enriquecer os acontecimentos ocorridos, nomeadamente a pequena casota do guarda erigida entre a piscina e o castelo, que em muito serviu os propósitos das suas personagens e ocasionais habitantes.
Quanto a mim, todas as componentes citadas foram um autêntica doce aquando da leitura, com a única adição de um humor tão no ponto, tão certeiro, que por diversas vezes dei por mim a rir às gargalhadas e a reler certas passagens ou certos diálogos. Penso que James conseguiu, com este romance, alcançar um patamar – no meu gosto! – que até então, apesar de apreciar as suas histórias, se mantinha fora do seu alcance.

Uma excelente aposta por parte da Quinta Essência, numa autora que se prevê vir a ser adorada por um grande leque de leitoras que não serão capazes de abdicar do encanto e da singularidade das suas histórias. Uma perspectiva, uma faceta bem mais divertida e espirituosa de Eloisa James. Gostei bastante.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Entrevista a Eloisa James, autora de «Milagre de Amor»



Eloisa James estreou-se em terras lusas com Paixão Numa Noite de Inverno, deixando a promessa vindoura de muitos mais romances históricos recheados de humor e emoção. Autora de mais de vinte obras, James é também professora universitária de Literatura Inglesa, deixando transparecer, assim, a sua grande paixão por Shakespeare. Casada com um genuíno cavaleiro italiano, Eloisa James divide o seu tempo entre a família e o grande amor que sente pela escrita e pela leitura. Em Portugal, sob a tutela da apaixonante Quinta Essência, a autora conta já com três romances publicados, estando o quarto a caminho. Depois de Paixão Numa Noite de Inverno, as leitores podem encontrar duas belíssimas histórias baseadas em contos de fadas – O Beijo Encantado e, mais recentemente, Milagre de Amor.

O Pedacinho esteve à conversa com a escritora de modo a descobrir um pouco mais sobre a sua vida literária e pessoal. Deixo-vos a entrevista traduzida, assim como o original um pouco mais em baixo. Espero que gostem. 

Na sua opinião, qual é o componente mais importante num romance? São as personagens, o enredo, talvez um outro elemento?
Penso que seja o final feliz. O romance tem um ritmo e uma promessa que me atrai. Sei que o mundo é um lugar frio e duro; perdi a minha mãe e tenho um filho doente crónico. Mas – e este é um grande mas – também sei que o amor e a alegria fazem toda a diferença. O romance lembra-me que se existe um padrão no universo, é o de que tem uma forma redonda e muito amor. De vez em quando, todos nós devemos lembrar-nos disso e os romances oferecem-nos esse presente.

Milagre de Amor é muito dinâmico e divertido, e a Eloisa citou, de facto, que Piers possui algumas das peculiaridades do Dr. Gregory House, da série House, por isso, a minha questão é a seguinte: deixa-se inspirar pela sua vida pessoal e pelo mundo real? E quanto dessa inspiração se encontra nos seus livros? Ou provém tudo da sua imaginação?
Encontro inspiração em dois sítios; primeiro e mais importante, na minha própria vida, como sugeriste. As emoções fortes encontradas nos romances têm de prover das emoções dos próprios autores. E segundo, inspiro-me muito através das minhas leituras. Estou constantemente a ler – dentro do meu género e fora da literatura, ficção e não-ficção. Penso que essa é a forma mais valiosa que um autor tem de usar o seu tempo. Nunca se sabe quando vamos estar a ler algo e, de repente, surge uma ideia para um livro. Até pode acontecer enquanto se lê o jornal! Para o meu irritante doutor, inspirei-me num episódio da série House que apanhei numa viagem de avião. Por isso, nunca se sabe.


Como é que molda as suas personagens de forma a que elas encaixem na ideia base do conto de fadas em que está a trabalhar? E esse processo difere, de alguma forma, das suas outras séries históricas?
O processo difere porque tenho de trabalhar com as ideias do conto de fadas ao mesmo tempo. Deixa-me dar-te um exemplo do The Duke is Mine, que será publicado em Portugal dentro em breve, se é que já não o foi. Duke é o terceiro livro na minha série de contos de fadas; este reescreve o conto de A Princesa e a Ervilha, a história de uma princesa que surge no meio de uma noite chuvosa, e que é posta à prova para se saber se é, ou não, uma princesa «verdadeira» - o mais famoso conto que envolve uma pilha de colchões no topo de uma ervilha.
Em A Princesa e a Ervilha, a rapariga que chega a meio de uma tempestade, acaba por ser uma princesa “perfeita”. Por isso, ao moldar as minhas personagens, pensei muito sobre o que é que a “perfeição”. Olivia, a minha heroína de The Duke is Mine, em contraste, é bastante imperfeita; ela é impertinente, rude e cheiinha. A sua irmã, Georgiana, em contrapartida, é “perfeita”. Num sentido profundo, The Duke is Mine é sobre a perfeição e o que isso significa. Olivia encontra-se dividida entre o duque, que sofre de uma inabilidade de expressar emoções, tipo Aspergers, e que se centra na lógica, e o seu noivo, Rupert, que é todo emoções com quase nenhuma lógica.
O processo de criação das personagens difere dos meus outros romances históricos, porque dispenso mais tempo a pensar na premissa interna do conto de fadas, e isso é o que dita o tipo de personagens que crio.

Desde e porque se tornou uma escritora publicada, qual foi a coisa mais fantástica, estranha e inesperada que lhe aconteceu?
Tornei-me amiga de outros escritores! Sabia que o mundo estava cheio de pessoas sentadas às suas secretárias a ditar histórias mas nunca me imaginei, verdadeiramente, como sendo uma delas até ao momento em que fui publicada e as comecei a conhecer. Agora tenho uma rede de amigos fantástica que me contactam dia e noite. Falamos sobre as nossas vidas, sobre os nossos romances, personagens, e carreiras. Tem sido uma prenda fantástica (e inesperada)!

Pode dar alguns concelhos a jovens escritores que sonham um dia virem a ser publicados?
Simplesmente atirem-se, talvez com uma cena em mente, e trabalhem a partir daí. Os jovens escritores gastam demasiado tempo a criar sinopses detalhadas e a mataram a sua criatividade no processo. Grande parte do meu melhor trabalho, em termos de enredo, ocorreu-me a meio de um livro. Deixa-te ser criativo e cria novas ideias para personagens e enredos, mesmo que já tenhas escrito grande parte do livro. A revisão é a ferramenta mais importante para um escritor.

Gostaria de deixar uma mensagem aos seus leitores portugueses?
Estou a soprar-vos grandes beijos e espero poder conhecer-vos um dia!


Deixo um grande obrigado à autora, pela extrema simpatia e toda a disponibilidade prestada, assim como à Quinta Essência por trazer escritas tão belas e românticas ao nosso país. 

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 In your opinion, what’s the most important component in a romance? Is it the characters, the plot, something else maybe?

I think it’s the happy ending.  Romance has a rhythm and a promise to it that appeals to me.  I know the world is a tough and cold place; I’ve lost my mother and I have a child with a chronic illness.  But—and this is a big but—I also know that love and joy make all the difference.  Romance reminds me that if there’s a pattern to the universe, it’s one shaped around and by love.  We can all use that reminder now and then, and romances give us that gift.

When Beauty Tamed the Beast is so incredibly funny and dynamic, and you’ve actually stated that Piers has some of the peculiarity of Dr. Gregory House from House M.D. series, so my question is: do you get a lot of inspiration from your own personal life and from the real world? And how much of that goes into your books? Or does everything come from your imagination?
I find inspiration in two places:  first and foremost, from my own life, as you suggest. Strong emotions in novels need to spring from an author’s own emotions.  Second I get a lot of inspiration of reading.  I read all the time—in my genre and out of lit, fiction as well as non-fiction.  I think that's the most valuable use of an author’s time. You never know when you'll be reading along and suddenly come up with an idea for a plot.  It even happens reading the newspaper!  I got the inspiration for my cross doctor when I caught an episode of House M.D. on an airplane.  So you never know.

How do you shape your characters to fit in the basic idea of the fairy tale you are working on? Does that process somehow differ from your other historical series?
The process differs because I have to work with the ideas of the fairy tale at the same time.  Let me give you an example from The Duke is Mine, which will be coming out in Portugal shortly, if it’s not already published.  Duke is the third in my series of fairy tales; this one rewrites the fairy tale “The Princess and the Pea,” the story of a princess who arrives in the middle of the rainy night and is put through a series of tests to see whether she is a “real” princess—the most famous of which involved a pile of mattresses on top of a pea. 
 In The Princess and the Pea, the girl who arrives in the middle of a rainstorm turns out to be a “perfect” princess.  So in shaping my characters, I though a lot about what “perfection is.  Olivia, my heroine from The Duke is Mine, by contrast, is quite imperfect; she’s impudent, bawdy, and plump. Her sister Georgiana, by contrast, is “perfect.”  In a deep sense, The Duke is Mine is about perfection, and what that means.  Olivia is torn between a duke with an Aspergers-like inability to express emotion, who relies on logic, and her fiancé Rupert, who is all emotion with almost no logic. 
The process of creating characters differs from my other historicals, because I spend time thinking about the internal premise of the fairy tale, and that dictates the kind of characters I make up.

What’s the most wonderful, odd and unexpected thing that happened to you since and because you became a published author?
I made friends with other writers!  I knew the world was full of people sitting at their desks spinning stories, but I didn’t really picture myself as one of them until I was published myself and began meeting them.  Now I have a network of wonderful friends who email me day and night.  We talk about our lives, but also about our novels, characters, and careers.  It’s been a great (and unexpected) gift!

Can you give some advice to young writers who dream about getting published one day?
Just jump in, perhaps with one scene in mind, and work from there.  Young writers spend far too much time making up detailed synopsis and killing off their own creativity in the process.  Most of the better stuff I write, plotwise, has occurred to me half way through a book.  Let yourself be creative and come up with new ideas for characters and your plot, even if you’ve already written most of the book.  Revision is the most important tool for a writer.

Would you like to leave a message to your Portuguese readers?
I’m blowing you all a big kiss and a hope to meet you some day!


Thank you so much Eloisa, for all your kindness and sympathy.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Resultado do Passatempo Autor do Mês de Outubro - Eloisa James

Caros seguidores e visitantes,

Antes de anunciar o vencedor do Passatempo Autor do Mês – Eloisa James, quero não só pedir-vos desculpa pela demora na publicação do resultado como também agradecer-vos pela paciência prestada até então. Como bem devem imaginar, estes são passatempos que requerem disponibilidade de leitura e bastante tempo de reflexão, pois não são pequenas as participações recebidas sendo estas, muitas vezes, textos de uma, duas, três e até quatro páginas. Desse modo, espero que compreendam o porquê da demora do resultado e que aceitem que nem sempre o tempo disponível é suficiente para que o vencedor seja congratulado com relativa brevidade.

Após este pequeno testamento, deixo-vos com o vencedor... que é:

É com muito gosto que anúncio que o vencedor do Passatempo Autor do Mês – Eloisa James e que, por isso, irá receber em casa um exemplar do livro Paixão Numa Noite de Inverno mais um exemplar do livro O Beijo Encantado, gentilmente cedidos pela Quinta Essência, é:

Ana Rita Domingos

Muitos parabéns à feliz contemplada! Deixo-vos com um sincero obrigado a todos os que participaram com belíssimas respostas e, claro, com a participação premiada.

«Acordo de um sonho de ti

“Acordo de um sonho de ti”
Declamava Shelley na sua poesia.
Um sonho de esperança onde vivi
Contigo junto à praia e maresia.
Na mão as vibrantes páginas de um livro,
No coração o derradeiro assomo de alegria.

Com um olhar pela chuva molhado
E um sorriso no meu coração guardado,
Deliciaste-me com um beijo encantado
E um toque para sempre partilhado.
No fogo dos corpos ardentes,
Sob um manto de negrume eterno,
Partilhei contigo, oh!, amante imprudente,
Mais que corpo, mais que sedução,
Mais que alma ou união.
Esperanças frustei do amor mais terno
Com paixão numa noite de inverno.

Oh, príncipe redentor da minha mente,
Afastada com a voz de um trovão
Acordo de um sonho de ti.
A respiração acelerada espelha a emoção,
O coração frenético, correndo galopante
Na pele a seda, o toque da tua mão,
Num infinito romance glorificante.»

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Beijo Encantado, Eloisa James



Título Original: A Kiss at Midnight
Autoria: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 395
Tradução: Maria Manuela Novais Santos


Sinopse:

Forçada pela madrasta a ir a um baila, Kate conhece um príncipe... e decide que ele é tudo menos encantado. Segue-se um esgrimir de vontades, mas ambos sabem que a atracção irresistível que sentem um pelo outro não os levará a lado nenhum. Gabriel está prometido a outra mulher – uma princesa que o ajudará a alcançar as suas ambições implacáveis.
Gabriel gosta da noiva, o que é uma surpresa agradável, mas não a ama. Obviamente, deve cortejar a sua futura princesa, e não a beldade espirituosa e pobre que se recusa a mostrar-se embevecida.
Apesar das madrinhas e dos sapatinhos de cristal, este é um conto de fadas em que o destino conspira para destruir qualquer oportunidade de Kate e Gabriel poderem ser felizes para sempre.
A menos que um príncipe abdique de tudo o que o torna nobre...
A menos que o dote de um coração indisciplinado triunfe sobre uma fortuna...
A menos que um beijo encantado ao bater da meia-noite mude tudo.


Opinião:

Qual é a mulher que conseguirá resistir a um belíssimo conto de fadas?
O Beijo Encantado trata-se de uma adaptação gradualmente cativante de um dos mais conhecidos e aclamados fairy tales de sempre – A Gata Borralheira. Sem abóboras que se transformam em estonteantes carruagens, fadas-madrinhas que concretizam sonhos com um simples agitar da varinha e terríveis meias irmãs cujo objectivo se cinge em captar a atenção de um maravilhoso príncipe encantado... mas, certamente, com sapatinhos de cristal e um cenário paradisíaco, este é um romance que fala sobre escolhas, amores improváveis e profundos desejos de felicidade.
Uma vez mais, Eloisa James deixou-se levar pela magia que envolve os idílicos “e viveram felizes para sempre”, presenteando ao leitor uma versão carismática e, por vezes, surpreendente da realidade (embora mutável) amorosa passível de acontecer a qualquer mulher que esteja disposta a tomar riscos, a dar uma última e definitiva hipótese ao amor e, claro, a uma mulher que não tenha receio de se sentir e de se mostrar não só feminina mas também, como é de si esperado, mulher, na mais extrema e completa versão do termo.

Quando Katherine se vê forçada a tomar o lugar da sua irmã num evento comemorativo do noivado de um príncipe, nunca na vida lhe passaria pela cabeça a hipótese de encontrar o amor... e de sofrer pela impossibilidade de o guardar eternamente para si.
Fazendo-se passar por Victoria, Kate faz o seu melhor por se mostrar confiante e delicada, extremamente apaixonada pelo seu futuro esposo e embevecida pelas pequenas criaturas que constantemente a acompanham, ou seja, tudo o que não é. E talvez por não acreditar na sua beleza natural e descurar as probabilidades, ainda que remotas, de encontrar um companheiro fiel e cuidadoso, Kate deixa-se levar pela furtiva lábia e carisma de um príncipe atraente, muito desejado mas sem grandes perspectivas futuras – pelo menos não decididas por ele. Mas a paixão e sintonia que sentem um pelo outro é inegável e se não lhes for permitido desfrutar desse prazer... como poderão sobreviver ao que deles se espera, no futuro?

Num romance deste calibre, são as personagens e as atribulações que persistentemente lhes tropeçam à frente que, na verdade, captam a total atenção do leitor que embarca neste enredo não somente à procura de um conto de fadas mas também, e principalmente, de uma história de amor capaz de cortar o fôlego.
Kate não é só bonita por fora. Há uma beleza divina que envolve as suas acções, demandas pessoais e pensamentos. Sendo mulher, sem pai e sem mãe, preocupa-se mais com os outros do que consigo mesma e por isso não teve ainda a real oportunidade de viver a sua vida, em pleno. Assim, quando é enviada para o Castelo de Pomeroy e decide enfrentar todas as improbabilidades e dar uma oportunidade ao amor, será a sua real beleza e personalidade confortável que virão ao de cima. E melhor seria impossível.
Gabriel é como um príncipe encantado sem encanto. Como homem da época, superficialmente interessa-lhe o dinheiro, as conquistas e a segurança financeira e familiar que, inevitavelmente, lhe caiu em cima mas, no fundo do seu íntimo, reside um homem que procura uma mulher forte, destemida e que o consiga abraçar e aceitar sem receios. No final de contas, não deixa de ser um outro tipo de príncipe encantado, certamente não do género que habita as fábulas, mitos e histórias que circulam entre pais e filhos pequenos mas, com certeza, do tipo que faz as leitoras suspirar.
Igualmente merecedora de destaque, fica Henry, a madrinha que todas as raparigas sonhariam ter. Sem papas na língua, com um sentido de moda apurado e um conforto de mãe para oferecer, esta será uma personagem importantíssima para o desenrolar dos acontecimentos e também para a sanidade de Kate, que bem precisa de um ombro onde desabafar.

O cenário é simplesmente de encantar – um castelo gigantesco recheado com as mais exuberantes iguarias, desde pequenos pedaços de História a arrojados livros sobre o mais básico que existe numa relação, passando por animais selvagens e pessoal doméstico apaixonante –, em conjunto com paisagens deslumbrantes, jardins proibidos e elaboradas festividades ao ar livre, perfazem do Castelo de Pomeroy o local perfeito para o desfilar de toda a magia que envolve este romance.
O título assenta-lhe na perfeição, visto ter sido um último beijo encantado ao roçar da meia-noite a decidir o futuro destes dois amantes. Juntos ou separados? Não lhe vou dizer, no entanto, tenho quase a certeza de que não se arrependerá ao descobrir por si.
Uma capa lindíssima e mais uma excelente aposta da Quinta Essência, a não perder. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Paixão Numa Noite de Inverno, Eloisa James



Título Original: An Affair Before Christmas
Autoria: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 381
Tradução: Maria Dulce Guimarães da Costa & Maria Manuela Novais Santos


Sinopse:

Num Natal fabuloso, Lady Perdita Selby, Poppy para amigos e família, conheceu o homem que pensou ir amar para sempre. O diabolicamente atraente duque de Fletcher era o marido perfeito para a inocente e bela inglesa, e o seu casamento foi o mais romântico que ela alguma vez vira. Quatro anos mais tarde, Poppy e o duque tornaram-se o alvo das atenções da alta sociedade... mas, por trás de portas fechadas, a chama do seu amor extinguia-se. Relutante em perder a mulher que continua a desejar, o duque está determinado a voltar a conquistar os deleitáveis afectos da sua encantadora noiva... e a ultrapassar os dias impetuosos do primeiro amor com uma sedução verdadeiramente pecaminosa.


Opinião:

Com uma capa deslumbrante e um título sugestivo, Eloisa James apresenta, na sua estreia em território português, um romance histórico delicado, envolvente e recheado de personagens fortes, decididas e, sem dúvida, marcantes. Evidenciando-se pelas exuberantes descrições, capítulos curtos que apelam à leitura compulsiva e diversidade de personalidades intervenientes, esta é uma autora inteligente que sabe como cativar um leitor experiente no género e que, facilmente, o mantém agarrado às suas páginas do principio ao fim.

Dotado de um estilo de escrita suave e complacente, Paixão Numa Noite de Inverno acolhe uma história interessante sobre um casal que há muito deixou de partilhar a chama e essência dos primeiros meses de verdadeiro amor e contacto para se deixar cair na rotina diária de mais um par de duques, de Inglaterra. Esse sentimento tão profundo e necessário à felicidade de um homem e de uma mulher que se encontram unidos pelo casamento, será a base de muita e complicada disputa, luta e cedências mas que, no seu íntimo, servirá de base e motivo a um relacionamento mais forte e sólido, até, quiçá, inquebrável.

Poppy apaixonou-se numa mágica noite de Paris, em plena época natalícia – a quadra mais bonita que, anualmente, envolve a cidade. Ao duque de Fletcher, aconteceu o mesmo. Perdidos de amor um pelo outro, os dois partem para Londres não só em busca de um futuro promissor como de uma belíssima vida em conjunto. No entanto, a educação de Poppy faz com que esta não compreenda, não aceite nem tenha a capacidade de desfrutar dos prazeres mais básicos e comuns de um casal e, por isso, Fletcher vê-se forçado a enveredar por outras opções, talvez até com outras mulheres.
Será Fletcher capaz de resistir ao mais, simples, inocente e acolhedor encanto feminino? E terá Poppy vontade suficiente de mudar?

O que mais me atraiu neste romance foram as personagens. Tão distintas entre si, estas têm a habilidade de levar o leitor tanto a odiá-las do mais fundo do coração como a amá-las com todo o seu ser, passando igualmente por sentimentos de compaixão, ternura e mesquinhez. Acredito que, acima de tudo, são todas estas intervenções que verdadeiramente enaltecem a obra, elevando esta a todo um diferente e emocionante nível.
Poppy é uma mistura de emoções estrondosa ao se apresentar como uma mulher apaixonada e devota mas inexperiente e de cabeça feita – pela mãe –, assim como, mais para o fim, com uma postura adulta, feminina e de pura mulher no mais sensacional do termo. A sua transformação e crescimento são indescritíveis e, por isso mesmo, extremamente apelativos.

Fletcher conquista pelo seu temperamento controlado e vontade de mudança para com Poppy, mesmo que, para isso, se tenha de remodelar numa pessoa completamente diferente. A sua persistência e profunda devoção são as características que melhor o definem e que, consequentemente, mais suspiros femininos fazem soltar. Um homem espantoso e um duque de invejar.
Jemma é a melhor amiga que queremos ter sempre por perto. Extravagante, conquistadora e sem qualquer tipo de escrúpulos ou receios, é uma personagem que intriga, afeiçoa e deslumbra. Uma autêntica mulher de armas que irá provar, a tudo e todos, aquilo de que é capaz – e não só de nome!

Lady Flora aprisiona por trazer, ao de cima, o pior que existe no íntimo de cada um de nós. Encarnando o diabo em pessoa, ela é uma mulher de ideias fixas e muitos complexos e que não olhará a meios para atingir os seus fins, principalmente se a integridade física da sua filha estiver em causa. Horrível, supérflua e infernal, é o tipo de personagem que consciencializa pelo lado negativo.
Finalmente, não posso deixar de referir o magnífico duque de Villiers. Um homem fragilizado, inteligente e muito, muito sedutor que me conquistou logo à primeira aparição. Uma personagem secundário, sem dúvida, a ter em conta.

Aparte das personagens, dou ainda destaque às eximias descrições de época, vestuário e costumes e à notável paixão e dedicação que Eloisa James depositou neste seu romance. Paixão Numa Noite de Inverno é um romance formoso, com uma história de amor bonita e um desenlace curioso que, certamente, irá apelar a um vasto leque de leitores, principalmente leitoras. Uma excelente aposta da Quinta Essência, que continua a deslumbrar os seus leitores com narrativas cheias de esplendor!
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