sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Fala-me de Um Dia Perfeito, Jennifer Niven [Opinião]




Título Original: All The Bright Places
Autoria: Jenniver Niven
Editora: Nuvem da Tinta
N.º Páginas: 360

Sinopse
Violet Markey vive para o futuro e conta os dias que faltam para acabar a escola e poder fugir da cidade onde mora e da dor que a consome pela morte da irmã. Theodore Finch é o rapaz estranho da escola, obcecado com a própria morte, em sofrimento com uma depressão profunda. Uma lição de vida comovente sobre uma rapariga que aprende a viver graças a um rapaz que quer morrer. Uma história de amor redentora.


Opinião
Há livros com uma capacidade extraordinária de destruir os seus leitores. 
No virar da última página, não sei o que se tornou de mim. As lágrimas eram mais do que muitas, o desespero intenso, sufocante, e a dor inexplicável. Fala-me de um dia perfeito não é, decididamente, um romance para corações sensíveis – como o meu! – mas é uma daquelas histórias intemporais, com temas que deveriam de ser mais frequentemente explorados, e que fala de uma realidade que nos atinge a todos, de uma ou de outra maneira. 

Este não foi um começo fácil. Jennifer Niven tem uma escrita bonita, que embala o seu leitor e que o faz esquecer do constante, e por vezes quase frenético, virar da página. A jovialidade, simpatia e humor da autora em si – que já tive o prazer de conhecer em pessoa – transparece em cada linha, e em cada frase deste enredo, e esse conforto insubstituível faz com que o leitor se emocione e se deixe ligar não somente com as temáticas retratadas como com as próprias personagens que tanto, mas tanto têm a oferecer. 

Theodore Finch não é uma figura comum. A sua excentricidade é bela, e poética, e absolutamente mental, talvez até mesmo doente, mas o seu íntimo, a sua força, a sua determinação são imbatíveis e o seu amor pelo excepcional, pelo misterioso, pelo tantas vezes incompreendido é, sem dúvida, contagiante. Ao início confesso que me foi um pouco difícil entender a sua personalidade, a sua extravagância, mas assim que me deixei levar pelos caminhos incertos e emoções turbulentas não houve como voltar atrás e vi-me, então, irremediavelmente apaixonada por esta personagem. 

Violet Markey é o reverso da medalha de Finch, sendo tudo o que este não é e aceita não ser. Popular, conscienciosa e em tudo cuidadosa, Violet segue a vida em bicos de pés com medo de que tudo à sua volta se desmorone – ainda mais do que já desmoronou. Mas é maravilhoso ver o seu desabrochar com a ajuda de Finch, ver o seu despertar para a vida, a sua vontade crescer, a sua normalidade voltar, o seu eu voltar a ser um eu completo e não somente um fragmento do que outrora foi. 

Estas duas personagens são a verdadeira alma e o real coração deste livro e sem ambas, sem as particularidades de cada uma, sem os seus desgostos, e os seus medos, e as suas manias, e os seus problemas, nada seria igual. 
Um autêntico tumulto de emoções, Fala-me de um dia perfeito aborda temas que o enriquecem ainda mais. Desde o suicídio juvenil, a desgostos familiares, passando por mortes precoces, bullying, agressão dentro do seu familiar, problemas do foro mental e a única e indescritível aventura da descoberta de si mesmo, este é um daqueles romances young adult que oferece muito para lá do entretenimento, muito para lá do que é bonito na idade jovem, e muito para lá do que genuinamente significa estar-se vivo. 

Houve um momento neste livro que arrasou por completo comigo – que me marcou, que me asfixiou, que fez o meu coração saltar uma batida e correr atrás do desconhecido. Esse momento, esse devastador instante, ainda que tenha dado lugar a um conjunto de páginas inquestionavelmente enternecedores, foi o que realmente me fez apaixonar por este livro. Eu já sabia que isso acontecer, conseguia senti-lo cá no íntimo, e nota-se que Niven vai deixando pequenas peças desse puzzle ao longo da sua história, mas quando aconteceu... não sei. Não quis acreditar, não quis continuar a ler, não quis aceitar que pudesse mesmo acontecer e essa sensação é o que de mais extraordinário um livro pode incidir num leitor. Niven encheu-me o coração de amor, e de beleza intricada, e de singularidades, e depois despedaçou-o impiedosamente – e eu adoro-a por isso. 

Fala-me de um dia perfeito trata-se de um romance que todo o jovem – adulto ou não – deveria de ler. Ensina que todos os dias podem ser perfeitos se estivermos dispostos a isso, e que quando temos um problema, quando não nos sentimentos confortáveis na nossa pele e na nossa mente, que devemos de procurar ajuda, e alivio, mesmo que essa liberdade se reproduza em algo incompreensível e misterioso. 

«Tu és todas as cores numa, com o brilho máximo.»

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Revelada a Capa, #2 - A Court of Mist and Fury, Sarah J. Maas

Foi hoje revelada a capa de A Court of Mist and Fury, sequela de A Cort of Thorns and Roses, de Sarah J. Maas, e deixem-me que vos diga que estou agradavelmente surpreendida. 

Adoro a capa de A Court of Thorns and Roses, principalmente a edição americana que se encontra com um estilo mais trabalhado e curioso, e embora o mesmo volte a acontecer com o segundo da série, devo dizer que adoro os tons, adoro a escolha do azul, e adoro todo o instinto épico que provém de tão apelativa imagem. 


Título: A Court of Mist and Fury 
Autoria: Sarah J. Maas 
Série: A Court of Thorns and Roses, #2
Editora: Bloomsbury US
N.º Páginas: 640
Data de Publicação: 3 Maio, 2016
Formato: Hardback 

Ainda não li o primeiro volume desta série – está, neste momento, à espera de vez na estante – mas tendo em conta que o lançamento de A Court of Mist and Fury está, razoavelmente, para breve, talvez esteja na altura de mudar o status de to be read para currently reading. 

sábado, 9 de janeiro de 2016

Entre as Páginas de... #16

... The Rest of Us Just Live Here, de Patrick Ness 


Não sei bem o que pensar deste livro. 
Faltam menos de 100 páginas para o derradeiro momento final e neste momento sinto-me absolutamente dividida entre o gostar e o não gostar tanto assim. Se por um lado adoro que esta seja uma espécie de sátira às inúmeras obras young adult onde existe um herói – com poderes sobrenaturais ou não –, por outro lado não consigo perceber onde é que o autor quer efectivamente chegar com esta narrativa, humor à parte, e qual a verdadeira história do livro. 
Estou dividida. Muito dividida. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Fala-me de Um Dia Perfeito, Jennifer Niven [Book Trailer]


Poderoso. Enternecedor. Comovente. 
Um romance imperdível de uma nova voz no mundo YA – embora não no universo literário – que visa mostrar como cada momento, cada breve instante, tem de ser vivido ao máximo. 

Quem já aventurou por estas páginas? 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Revelada a Capa, #1 - Heartless, Marissa Meyer

Iniciamos hoje uma rúbrica nova neste cantinho de pedaços de histórias, porque ano novo requer publicações novas. Revelada a Capa será uma rúbrica nacional e estrangeira, focada nas capas que vão sendo divulgadas, anteriormente à sua publicação no mercado, de livros que me interessam particularmente ou que apresentam algum tipo de particularidade curiosa. Inspirada em tantas outras rúbricas do género, Revelada a Capa não poderia começar da melhor forma... 

... Marissa Meyer é uma das minhas autoras favoritas, e a grande eleita dentro da fantasia retelling. Heartless será o seu mais recente romance fora da série Crónicas Lunares e podem encontrar em mim uma leitora (e fã) bastante entusiasmada. Aqui fica a capa, revelada hoje. 


Título: Heartless
Autoria: Marissa Meyer 
Editora: Feiwel & Friends 
N.º Páginas: 464
Data de Publicação: 8 Novembro, 2016
Formato: Hardback

Segundo a Entertainment Weekly, Heartless trata-se de um standalone, o primeiro da autora, que contará a história da Rainha de Copas, do universo literário de Alice no País das Maravilhas, mas numa época anterior à de Alice e a sua toca do coelho. Estou beyond words! 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Resultado do Passatempo Natal - Vermelho Como o Sangue + A Pura Verdade

Ano novo, resultado de passatempo em atraso... 

   

A sorteio esteve um exemplar do título Vermelho Como o Sangue, de Salla Simukka, mais um exemplar do título A Pura Verdade, de Dan Gemeinhart. Uma dupla bem interessante de leituras que visa agradar um vasto leque de leitores. 

Quero agradecer a todos os que participaram no passatempo e dizer que, caso não tenham saído vencedores, mais oportunidades virão no futuro. O segredo é nunca deixar de participar! 

Sem mais demoras, este prémio vai para: 
79. Marcos (...) Figueiredo, Proença-a-Nova

Os meus mais sinceros parabéns ao vencedor. 
Espero que desfrute de excelentes momentos na companhia destas páginas. 

sábado, 2 de janeiro de 2016

Confess, Colleen Hoover [Opinião]




Título: Confess
Autoria: Colleen Hoover
Editora: Atria 
N.º Páginas: 306


Sinopse
Auburn Reed has her entire life mapped out. Her goals are in sight and there’s no room for mistakes. But when she walks into a Dallas art studio in search of a job, she doesn’t expect to find a deep attraction to the enigmatic artist who works there, Owen Gentry.
For once, Auburn takes a risk and puts her heart in control, only to discover Owen is keeping major secrets from coming out. The magnitude of his past threatens to destroy everything important to Auburn, and the only way to get her life back on track is to cut Owen out of it.
The last thing Owen wants is to lose Auburn, but he can’t seem to convince her that truth is sometimes as subjective as art. All he would have to do to save their relationship is confess. But in this case, the confession could be much more destructive than the actual sin…


Opinião
De todos os romances de Colleen Hoover que tive o prazer de folhear, este é, muito possivelmente, aquele cuja ideia base e essência mais me agradou e fascinou. Adorei, em absoluto, toda a componente envolvente das confissões e do facto de a autora anunciar, no começo da obra, que estas não são, de todo, imaginárias e, em tudo, reais. A ambivalência dos segredos e das confissões presente nesta trama é algo que me fascina, pois mostra o verdadeiro carácter do ser humano e o modo como este se comporta no mundo real. Em Confess, Hoover levou esta temática a todo um completo novo nível e construiu, de forma sublime, um enredo perspicaz, envolvente e com um sabor muito especial a autenticidade. 

Gostei bastante das personagens deste livro. Auburn é uma protagonista de peso, interessante e que sabe cativar o leitor com os seus dilemas, acções e problemas familiares – assim como com os sentimentos que inexplicavelmente e tão rapidamente vê crescer por Owen. Nota-se um desabrochar da sua maturidade e da sua posição no mundo ao longo de todo o enredo e foi verdadeiramente único presenciar o seu ‘último acto de amor’, não somente para si e para o seu futuro mas também pelo bem estar de outros. 
Quanto a Owen, ainda que este não seja o meu protagonista masculino favorito de todos os romances de Hoover, a sua tenacidade é implacável e por isso não tive como não me deixar levar pela sua beleza interior e artística. Adorei a curiosidade ligada ao seu nome – sempre que anunciar a presença de Deus daqui para a frente irei lembrar-me deste livro, não há como o evitar – e as suas intenções, sempre genuínas, sempre misteriosas e sempre um tanto ou quanto sonhadoras. 

A arte presente nesta edição de Confess é absolutamente avassaladora. Admito que é um estilo que me atrai sobremaneira, subjugando o real e uma camada imaginária e colorida do que perfeito deverá ser. Gostei imenso das descrições dos quadros, das cores, dos tons, das pinceladas, dos significados e ainda mais das confissões que lhes deram vida. Algumas dessas confissões são arrasadoras e não há como não pensar nestas pessoas e no modo como as suas existências estão marcadas para todo o sempre, mas as confissões boas, os momentos enternecedores presentes em algumas delas, dão uma nova luz à obra e ao quotidiano de pessoas ‘normais’, comuns, enriquecendo a máxima de que tudo se encontra nos pormenores. 

Os romances desta autora são sempre um bálsamo para a minha alma, um refúgio para quando me quero esconder do mundo e um novo abrir de portas quando a ressaca literária ataca. Sou completamente apaixonada pela sua escrita – sempre viciante, sempre no ponto e na atitude certa –, pelas suas personagens – martirizadas por passados e presentes reais, palpáveis –, e pelos seus pormenores. Confesso que o twist relativamente ao que se passa na vida de Auburn não foi uma surpresa para mim. Já tinha ponderado essa possibilidade muito devido ao começo do livro e à ligação que esta mantinha com certas pessoas, mas não estava à espera do significado por trás do quadro que Auburn guarda de Adam, a última peça que recebeu deste. Isso sim apanhou-me desprevenida e fez com que um sorriso saudável e sabedor, carinho até, se desenhasse nos meus lábios. 

Escusado será dizer que Hoover será sempre uma autora à qual recorrei em qualquer momento da minha vida. Nos momentos tristes e nos instantes felizes, Hoover é sempre uma boa aposta e mal posso esperar por continuar a descobrir a sua imaginação, a sua escrita e as suas personagens. Gostei imenso deste livro e (uma vez mais) confesso que se encontra muito perto do meu favorito da autora, Amor Cruel (Ugly Love no original). Um excelente prenúncio neste começo de ano... só me resta esperar que todas as leituras sejam tão boas como esta. 
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