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sábado, 14 de julho de 2012

De Malibu, Com Amor, Elizabeth Adler [Opinião]




Título Original: One of Those Malibu Nights
Autoria: Elizabeth Adler
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 345
Tradução: Inês Castro


Sinopse:

Em Malibu, Mac Reilly é um especialista em crimes relacionados com o mundo do cinema. No entanto, o detective certamente não esperava deparar com uma mulher em negligée preto a apontar-lhe uma arma. Assim que se esquivou da bala, a desconhecida fugiu. Quem poderia ser aquela beldade misteriosa? Ao mesmo tempo, é anunciado o desaparecimento de Allie Ray, estrela de cinema, querida da América. Mac está convencido de que os dois casos se encontram relacionados... Mas como prová-lo? Para o ajudar, conta com a sua noiva eterna, a sublime Sunny Alvarez. Ambos irão envolver-se numa investigação que os leva da Califórnia às praias do México, das ruas de Roma ao interior da França em busca de um assassino e de uma actriz que quer a todo o custo recuperar o anonimato...


Opinião:

Perdida na paradisíaca costa californiana, abandonada à popularidade da fama e do dinheiro, Malibu é uma terra rica em personalidades importantes e excêntricas. Talvez por isso, não é surpresa nenhuma quando o crime conjugal e político serve de mote a uma série de viagens tanto belas quanto arrojadas. O perigo está à espreita, e esta recente dupla de detectives não logrará a meios para descobrir o verdadeiro culpado de uma sucessão de infortúnios pessoais.

De Malibu, Com Amor trata-se de mais um romance simples e algo natural de uma autora que já habituou o seu público a descortinar, desvendar, toda uma série de cenários idílicos e profundamente inebriantes. Seguindo as passadas de um casal de protagonistas ousado e eficiente, o leitor vê-se subitamente sugado para as mais belas e acarinhadas paisagens, assim como para o tumultuoso interior, íntimo, de uma relação pública pontuada pela infidelidade e pela perseguição anónima.
Elizabeth Adler é mestra na arte do policial soft, com laivos de romance, conferindo uma certa atmosfera de suspense, de mistério, que em muito agracia as suas histórias. Perseguições, conflitos de interesse, promessas quebradas, mortes suspeitas, no imaginário de Adler existe de tudo um pouco, e a forma como a autora consegue conjugar, com perícia, todas as afluências, todos os pequenos e grandes pormenores é, simplesmente, maravilhosa.

Este é um livro que vem dar um novo impulso, que vem dar a conhecer uma nova faceta de uma dupla imperdível de curiosos detectives e que, consequentemente, vem iniciar uma renovada «série» de enredos famosos onde estas duas personagens sem igual deterão o papel de destaque, o protagonismo da descoberta.
Mac é um homem maduro, experiente, com um passado bem activo no que diz respeito a situações criminosas. É por isso que o seu carisma se apresenta de forma sublime, cativando o leitor de imediato, e forçando-o a acompanhá-lo na árdua demanda que tem pela frente, em busca de um perseguidor astuto, de um magnata fugidio e de uma belíssima mulher que só deseja voltar ao anonimato da sua antiga vida. Sunny, por seu lado, é uma jovem «quase esposa» que vê em Mac o ideal de marido mas que, para sua grande infelicidade, ainda não foi honrada com um diamante no dedo anelar. Talvez por isso se sinta compelida a seguir os passos de Mac, auxiliando-o no que for necessário e deixando para segundo plano, por diversas vezes, a sua própria vida, em detrimento de uma procura que se apresenta mais complicada do que o inicialmente esperado.

Estas são duas personagens essenciais, especiais, no decorrer deste romance, mas também existem outras personalidades, um pouco mais secundárias, que exibem igual charme e atracção. Allie Ray, por exemplo, é o ímpeto de mulher perfeita que tem tudo na vida – fama, um trabalho de sonho, casas e roupas mil –, mas é também a sua intervenção que permite ao leitor desflorar um lado mais intriguista, mais negro da popularidade hollywoodesca. Ron Perrin e Sam Demarco são duas outras personagens que abrem o leque visionário do que o dinheiro em excesso e a facilidade, manipulação, política podem originar. Dois homens enganados e enganadores, impulsivos e até algo sombrios, que mistificam a atmosfera mais negra, mais pesada de um romance suave e que se desenvolve com naturalidade.

Sem dúvida, um dos grandes pontos fortes da criatividade de Adler é, claramente, os cenários de sonho que a autora consegue perpetrar nas suas obras, conferindo-lhes uma legitimidade, uma sensação de familiaridade e realidade tal, que o próprio leitor, às tantas, se sente capaz de cheirar a brisa rebelde do mar, de degustar os assombrosos sabores de iguarias ricamente confeccionadas, ou de se apaixonar, pura e simplesmente, pelas embriagantes, arrebatadoras, paisagens que tem diante de si.
Em De Malibu, Com Amor, em concreto, fica somente a nota menos positiva para a forma como a escritora criou o desfecho do enredo. Para mim, não houve surpresa no desvendar do perseguidor e assassino que aterrorizava a vida de tão complexas personagens, em vivência. Arrisco-me a «dizer» que essa descoberta surgiu com uma certa ingenuidade, singeleza, incompreensível, sem deter a carga emocional de suspense e mistério que esteve presente, até então, em todo o romance.

Ainda assim, esta foi uma leitura imensamente agradável, que me deixou apaixonada por mais um local banhado pelo sol e pelo mar, por uma França pitoresca e por uma Itália que em tudo se constitui grande. Uma narrativa fácil, leve e encantadora, com uma carga emocional palpável e relatada de forma harmoniosa, com descrições de cortar o fôlego e diálogos reveladores.
Mais uma excelente aposta por parte da Quinta Essência, numa autora apreciada por muitos e que já faz parte, obrigatória, na estante de ainda mais leitores. Gostei. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Viagem a Capri, Elizabeth Adler



Título Original: Sailing to Capri
Autoria: Elizabeth Adler
Editora: Quinta Essência
Nº. Páginas: 338
Tradução: Inês Castro


Sinopse:

Daisy Keane embarca no Blue Boat...

Quando o magnata inglês Sir Robert Waldo Hardwick morre de forma misteriosa num acidente de viação, deixa uma carta a nomear seis pessoas que suspeita lhe tenham desejado a morte. Daisy Keane e o investigador Harry Montana juntam-se para levar os suspeitos (e os outros convidados como manobra de diversão) num fabuloso cruzeiro pelo Mediterrâneo, com todas as despesas pagas pelo falecido Sir. Robert. O mistério aumenta à medida que vão aportando em Monte Carlo, Saint-Tropez e Sorrento. E as reviravoltas inesperadas são apenas o princípio.

... e inesperadamente encontra o homem da sua vida.

Por fim, chegam à bela Villa Belkiss em Capri, onde será lido o testamento de Sir Robert... e o assassino desmascarado.
Com a beleza da paisagem do Yorkshire, as estâncias do Mediterrâneo e o magnífico iate de cruzeiro, mais a atracção intensa entre o solitário Harry Montana e a desconfiada Daisy, as paixões inflamam-se e o encanto da Villa Belkiss deslumbra. Ninguém escreve viagens maravilhosas ou suspense como Elizabeth Adler.


Opinião:

A minha estreia na escrita e nos mundos de Elizabeth Adler não podia ter sido melhor. Em Viagem a Capri encontrei um romance fabuloso, narrado de uma forma simples e muito directa, com elaboradas e belíssimas descrições paisagísticas e diferentes pontos de vista dentro de um vastíssimo leque de personagens, com um suspense quase sempre presente mas apresentado de uma forma algo romântica, o que acaba por, constantemente, se tornar rejuvenescedor e interessante.

Quando Sir Robert Hardwick vislumbra uma Daisy Keane deslocada e “perdida”, não resiste à tentação de oferecer uma boa refeição a uma mulher bonita. O que Daisy não sabe é que, durante esse jantar, toda a sua guarda e controlo vai ser posta à prova. Agradado com o que encontra, Robert deixa na mesa a proposta de trabalho da sua vida – sem marido, sem dinheiro e a ter de se governar sozinha, Daisy deixa-se socumbir aos desejos de Robert e aceita trabalhar para ele. O que daí advém rapidamente se transforma em algo mais do que uma mera relação empregado/empregador; Daisy e Robert tornam-se muito mais íntimos e chegados e, facilmente, acabam por se amar um ao outro. Contudo, como a vida não é eterna, algo inesperado acontece: Robert morre num acidente de viação, nos Estados Unidos, numa noite em que Daisy se encontra impossibilitada de o acompanhar. Escapando então à morte, cabe a Daisy realizar o último desejo de Robert – convidar seis pessoas que ele acredita terem sido capazes de o matar e levá-los num cruzeiro até Capri onde, durante a viagem, com a ajuda de Harry Montana, um investigador, Daisy terá de descobrir qual o verdadeiro culpado. Somente no último dia o seu testameno será lido, um factor importante que veio ajudar a aliciar os suspeitos a embarcar nesta fantástica e paradisíaca aventura.
Viagem a Capri deixou-me completamente inspirada pelas suas descrições e paragens e incrivelmente rendida a toda a trama e mistério que se desenvolve em redor das personagens. É espantosa a forma como Elizabeth Adler acaba por, de alguma maneira, dividir o seu romance em duas partes distintas: numa primeira parte encontramos uma narrativa discreta, focada em Daisy, nas consequências que esta terá de enfrentar com a morte de Robert, e na complicada tensão que rapidamente se origina entre ela e Harry Montana, enquanto que numa segunda parte é-nos mostrado todo um incrível mundo de sabores, odores e beleza, com um suspense intricado à mistura, decididamente centrado na perspectiva de deixar o leitor quase a pular do sofá por descobrir o assassino e saber o conteúdo do testamento, ainda que continuamente delineado em redor do relacionamento conturbado inicialmente apresentado.

Elizabeth Adler conseguiu surpreender-me. Não estava, de todo, à espera de encontrar uma obra cujas magníficas descrições, personagens divertidos e misteriosos, e escrita “policial” com um tão claro toque de romance fosse pregar-me ao sofá a percorrer página atrás de página como se o amanhã não existisse. Adorei esta aventura e espero, num futuro próximo, ter oportunidade de ler os restantes romances desta maravilhosa escritora. Fiquei deliciada com esta capa e totalmente satisfeita com uma narrativa capaz de tanto fazer o leitor suster o fôlego como de se lhe aquecer o coração.
Aconselho a autora e, principalmente, aconselho o livro. 
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