Título Original: River Marked
Autoria: Patricia
Briggs
Editora: Saída de
Emergencia
Nº. Páginas: 251
Tradução: Manuel
Alberto Vieira
Sinopse:
A mecânica Mercy
Thompson sempre soube que havia algo de diferente em si, e não era apenas a sua
paixão por carros. Mercy é uma metamorfa, um talento que herdou do seu falecido
pai. Mas a jovem também consegue ver fantasmas, tornando-a parte de uma espécie
ainda mais rara, os caminhantes. E se nunca antes recebera a visita do fantasma
do seu pai, tudo vai mudar na sua lua-de-mel com Adam, um lobo Alfa.
Entretanto, algo terrível
esconde-se nas profundezas do rio Columbia, causando vítimas inocentes. Quando
Mercy conhece finalmente outros caminhantes, terá que aceitar a sua herança
paterna e exorcizar o mundo da lenda conhecida como o Diabo do Rio… Qual será o
preço a pagar? A sua vida? A de Adam? Ou o seu casamento?
Opinião:
Nem mesmo uma ocasião
especial, como o casamento, ou o fruto, o tempo a sós que daí pode advir, é,
por vezes, motivo firme o suficiente para afastar todos os sarilhos, todos os
problemas e perigosos presentes na vida de Mercy. E mesmo quando o que esta mais
deseja é desfrutar de uma boa dose de amor e companheirismo com o seu lobo
favorito, um mal astuto e malicioso é o que encontra, nas profundezas de um rio
de aparência serena...
O Diabo do Rio não é como os
anteriores volumes desta colecção. O
Diabo do Rio trata-se de um livro muito próprio, com uma personalidade
forte e onde, no seu interior, se encontram informações preciosas que vão de
encontro a pequenas partes misteriosas – para o leitor – do passado e das raízes
desta protagonista sem igual. Assim, é com grande entusiasmo que se folheia
este romance paranormal, com a certeza de que Mercy não mais será uma estranha
para si própria, e de que muitas revelações e momentos de tensão estarão à sua
espera num futuro demasiado próximo.
Patricia Briggs é, pura
e simplesmente, fabulosa. Poucos são os adjectivos capazes de descrever o quão
magnífica, arrebatadora e envolvente é a escrita desta autora, assim como a
inteligência presente e perspicaz que se esconde por trás de cada instante
narrativo, de cada passo, de cada intento.
Adoptando uma
perspectiva ligeiramente diferente, para mim, este foi um enredo que se iniciou
de forma bela e harmoniosa, passando por uma fase de maior suspense e risco, e terminando precisamente da melhor maneira possível,
muito ao estilo pessoal da escritora. E foram esses momentos no começo da história,
desde as gargalhadas provenientes de uma festa surpresa – mas planeada! –, ao
amor sentido entre as duas personagens principais desta trama – Mercy e Adam –,
aqueles de que mais gostei e que maior impacto tiverem em mim, enquanto
leitora. Em consequência desse conhecimento mutuo e dessa vontade de
privacidade entre os protagonistas, originou-se um desenrolar algo lento e
cadenciado da acção, mas que rapidamente se viu acompanhado de muitas surpresas
e descobertas, o que, por sua vez, não só criou um ritmo muito particular na
ocorrência de eventos, como estabeleceu um renovado e mais estreito laço entre
personagens e leitor.
É sempre bom e
interessante conhecer novos rostos, novas visões e intelectos, e este livro
proporciona exactamente isso, introduzindo uma série de entidades de extrema
importância e que, na sua essência, detém uma ligação muito pessoal com o
passado e origens de Mercy. Contudo, por vezes sente-se a falta da familiaridade
que os anteriores volumes da série trouxeram consigo, visto o cenário deste título
centrar-se, maioritariamente, numa reserva remota e desabitada daquelas figuras
emblemáticas que o leitor veio a acarinhar.
Como seria de esperar,
a escrita de Briggs mantém-se cativante e ao mesmo nível, em termos de
qualidade, a que habitou os seus leitores, no entanto, e quanto a mim, a direcção
da história em si, o povo em que se centra, as lendas e os mistérios que
alberga, assim como a criatura que desenvolve, não foram suficientemente fortes
e apelativos para despertar a minha total atenção. Continuo a adorar Patricia
Briggs e penso que esta saga – e autora – é das melhores que se encontram a ser
publicadas actualmente, e das melhores que li, até hoje, dentro da fantasia
urbana, com um leque de personagens e uma protagonista altamente brilhantes e
recomendáveis, mas, pessoalmente, esta não foi uma leitura muito fácil no que
diz respeito ao tema escolhido.
Sim, foi curioso
descobrir alguns factos, até então desconhecidos, sobre Mercy, assim como
presenciar algumas das suas reacções a situações totalmente inesperadas e novas
para si. Sim, foi agradável «mudar de ares» e sentir o quão importante Mercy é para Adam e até que ponto estão os
dois dispostos a ir um pelo outro. Porém, sim, também foi uma leitura algo
sofrida porque embora tenha sido interessante, a parte ameríndia de Mercy e o
tema «índios» no geral nunca foi assunto que me tivesse verdadeiramente deixado
na expectativa de.
Ainda assim, este é um
livro certamente indispensável na série e que tanto vem responder a algumas
questões como deixar outras tantas em aberto. Uma aposta eximia por parte da Saída
de Emergência, numa autora e série que muitas alegrias me deram. Aguardo,
ansiosamente, a publicação do próximo volume.
3 comentários:
Ainda não tenho este.
Deixaste-me muito,muito curiosa!
Fico contente, Clarinda. =) Espero que o possas ler muito em breve! Beijinho*
Olá Patrícia. :)
Gosto mesmo muito desta série e já há algum tempo que estou com vontade de ler este volume. Depois de ler a tua opinião, ainda fiquei com a curiosidade mais espicaçada. Tenho de o tentar adquirir num futuro próximo. :)
Beijinhos e boas leituras*
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