Título Original: Le magasin des suicides
Autoria: Jean Teulé
Editora: Guerra e Paz
Coleccção: Tempos Modernos
Nº. Páginas: 160
Tradução: Susana Serrao
Sinopse:
“É uma lojinha onde nunca entra um raio de Sol”. Imagine um negócio de família que envolve a venda de todos os ingredientes possíveis para a prática do suicídio, nas suas mais diversas formas. Corda, pistolas, facas, venenos e toda uma panóplia de produtos mortíferos. São cinco as personagens que compõem esta família atípica que gere a loja há várias gerações: os pais, profissionais, comerciantes; o filho primogénito, deprimido crónico mas extremamente criativo no seu domínio; a irmã, exemplo típico da adolescente inadaptada; e finalmente o irmão mais novo, verdadeiro grão de areia na engrenagem deste comercio lúgubre: é que ele se atreve a sorrir e a ser... optimista. Com uma ambiência digna de um filme de Tim Burton, A Loja dos Suicídios é uma comédia negra futurista que invoca o grande adversário da família Tuvache e do seu sinistro empreendimento: a alegria de viver.
Antes de iniciar a leitura de O Homem Pintado, e após ler diversas críticas acerca deste pequeno e humorístico livro, decidi dar-lhe uma oportunidade e presentear-me com uma leitura leve antes de tamanho monstro literário. Devo dizer que, embora as imensas e altas expectativas com que iniciei esta história, não saí imensamente desiludida mas... o livro também não conseguiu alcançar o que eu esperava.
A ideia é magnifica e muito divertida. De uma família de cinco elementos, quatro encaram a morte com tamanha naturalidade que chegam a transformá-la em algo agradável enquanto que um quinto elemento, o filho mais novo, de perspectiva completamente contrária às crenças e negócio da família, vê a morte como algo supérfluo e como tal tenta sempre encontrar (e encontra mesmo) o lado bonito e optimista das coisas. Contudo, e apesar de ser um livro humorístico, senti que algumas das referências e situações eram um bocado forçadas. Mantive sempre um sorriso traquina nos lábios mas contava com algo diferente, mais arrojado, mais excêntrico. Outro aspecto negativo são as descrições, penso que em algumas partes o autor se perde por entre palavras, acabando por desenvolver algo que aparentemente não faz grande sentido. Também neste campo, senti que ao longo do livro o autor se foi retendo nas palavras, optando por um tipo de escrita mais dirigido a guiões que propriamente literário. Ainda assim, é um livro descontraído e óptimo para ler entre leituras. O final é algo inesperado, apesar de inicialmente, já na situação, se prever o pior, quando surge a frase final é sempre um choque. Eu, pelo menos, fiquei boquiaberta.