quarta-feira, 27 de abril de 2016

Viagem à Procura de Mim, David Arnold [Opinião]




Título Original: Mosquitoland
Autora: David Arnold
Editora: Topseller 
N.º Páginas: 272

Sinopse
Após o súbito divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada da sua casa no norte dos EUA para o desolado sul, no Mississípi, onde passa a morar com o pai e a madrasta. Como se não bastasse estar a dar-se mal com a mudança, ainda descobre que a mãe está doente e pode precisar da sua ajuda.
É então que decide fugir de casa e embarcar numa viagem de mais de 1500 quilómetros, de regresso à sua terra natal e à presença apaziguadora da mãe. Mas o caminho está repleto de perigos e de amizades inesperadas.
Para se reencontrar, Mim vai ter de enfrentar demónios pessoais, pôr em causa as suas verdades e pisar as fronteiras da normalidade. Assente numa inesquecível narrativa plena de diferentes histórias, tempos e lugares, Viagem à Procura de Mim é uma odisseia dos tempos modernos, tão comovente quanto hilariante.


Opinião
Não tinha quaisquer expectativas. Não sabia, sequer, o que ia encontrar. E, no entanto, Viagem à Procura de Mim foi, não só, uma das grandes surpresas do ano até ao momento como, também, um dos meus favoritos. David Arnold mostrou-se mestre na escrita e cativou-me com uma prosa poderosa e artística, poética e efémera. Dando voz a uma protagonista sem igual, que se identifica algures entre a verdade e a loucura, Arnold abre caminhos inesperados e socialmente pouco expectáveis e mostra-nos que para vivermos basta encontrarmos o nosso lugar no mundo, através dos nossos amigos, dos nossos pais, das nossas paranóias e das nossas crenças. 

Esqueçam a sinopse deste romance coming of age e embarquem nesta viagem inesquecível sem quaisquer ideias pré-concebidas ou suposições narrativas. Dúvidas não me restam que esta obra de estreia de David Arnold é tudo o que nunca vi dentro do género young adult, e tudo o que gostaria de ver mais. 
A essência do livro é simples e bastante genérica, o que permite ao leitor ligar-se emocionalmente ao enredo e à protagonista com facilidade, mas a forma como todas as peças do puzzle se encaixam e o modo como a figura central é descrita, nas suas acções e nas suas emoções, é extraordinária e, por isso, diferente de tudo o que se pode encontrar por aí. 

Mim é perfeita na sua singularidade. Os seus ideais são fortes e o seu discernimento, em relação ao seu passado, ao que se passa com os seus pais e a sua nova realidade, e ao que pretende do futuro imediato, é indestrutível. Gostei imenso da sua persistência e perseverança, assim como da verdadeira Mim, aquela que se encontra escondida por trás da sombra que o seu pai – um homem preocupado e que não quer ver os mesmos erros, as mesmas fatalidades, repetirem-se – insiste em projectar.  
Fica uma sensação de júbilo ao recordar esta personagem. As suas tiradas hilariantes, o seu sentido de humor muito especial, o seu modo de abordagem escrito e intelectual – assim como a sua originalidade e excentricidade, que transparece ao longo de todas as páginas, até à fala final. 

Adorei Walt e Beck que, a par com Mim, fazem um trio imbatível. As personalidades dos três intervenientes principais misturam-se de forma perfeita criando, assim, um cocktail explosivo de extravagância e emoções. E adorei ainda mais a diversidade que Arnold ofereceu às suas personagens, retratando-as em pleno e de forma realista, ao mesmo tempo que lhes dava um je ne sais quoi de diferente e único.  
Fica, também, a recordação de temáticas fortes e importantes. O autor coloca o medo de parte e aborda uma série de situações que criam desconforto ou familiaridade – desde infelicidades familiares a problemas de foro mental –, ao mesmo tempo que obriga as suas personagens a enfrentar os seus demónios e a crescer perante os seus erros. 

Viagem à Procura de Mim abriu-me os olhos para o que de melhor este género pode oferecer, ao mesmo tempo que colocou mais um autor na minha lista de ‘escritores a seguir para todo o sempre’. Este não é um livro fácil de explicar e penso que somente depois de o ler, depois de se enfrentar esta jornada com Mim, e Walt, e Beck, e depois de se descobrir outras faces de Kathy, e Barry, e Eve, é que se pode verdadeiramente perceber o quão excepcional, e invulgar, e transcendente este livro efectivamente é. Ficam, ainda, as cartas para Iz – cheias de significado e importância –, as despedidas incomuns e uma narradora que não pode ser credível a cem por cento – o que leva o leitor a umas quantas surpresas finais. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

Simplesmente Nua, Raine Miller [Divulgação]


Uma narrativa escaldante que seduzirá o leitor, deixando-o ansioso por mais.

Título: Simplesmente Nua
Autoria: Raine Miller
Editora: Topseller
N.º Páginas: 208
PVP.: 15,49€

Sinopse
Brynne Bennet é uma jovem americana com um passado traumático que decide recomeçar a vida fazendo uma pós-graduação em Londres. Para ganhar algum dinheiro extra, ela realiza também sessões fotográficas de nu artístico. Longe de casa, tenta assim dar um novo rumo à sua vida, mas a aproximação do bem-sucedido empresário Ethan Blackstone vai abalar o equilíbrio recém-conquistado. 
Ao visitar uma exposição fotográfica em que Brynne participa, Ethan decide comprar uma fotografia dela, mas percebe de imediato que deseja muito mais do que uma imagem emoldurada: ele quere-a nua na sua cama. Brune deixa-se seduzir até não conseguir resistir ao charme do inglês. O que ela não sabe é se o desejo que sentem irá despertar ou afastar os demónios que carrega dentro de si. 
Conseguirá Ethan sarar as cicatrizes de Brynne para que ela se possa entregar verdadeiramente a ele: Ou será que as sombras do passado de Brynne vão destruir as hipóteses de serem felizes?

«Uma mistura perfeita de romance, drama e sensualidade.»
Colleen Hoover

Sobre a autora
Raine Miller é uma autora norte-americana bestseller do New York Times e do USA Today que já conta com vários romances publicados. Em Agosto de 2012 lançou o presente livro, primeiro volume da série O Caso Blackstone, uma mistura explosiva de erotismo, sexo, controlo e mistério. 
Um mês depois era já uma autora bestseller da Amazon, tendo alcançado os primeiros lugares nos rankings de romance erótico.

sábado, 23 de abril de 2016

A Rainha de Tearling, Erika Johansen [Divulgação]

«Erika Johansen combina com mestria colares mágicos, intriga política, questões de honra, personagens bem construídas e um pouco de mistério numa história empolgante e inspiradora.»
Booklist

Título: A Rainha de Tearling
Título Original: The Queen of the Tearling
Autoria: Erika Johansen
Editora: Editorial Presença
Colecção: Via Láctea, N.º 133
N.º Páginas: 400
PVP.: 19,95€

Sinopse
Durante dezoito anos, o destino de Tearling ficou nas mãos do Regente, manipulado pela Rainha Vermelha, uma feiticeira implacável que governa o reino vizinho de Mortmesme. Porém, Kelsea Glynn, sobrinha do Regente, é a legítima herdeira do trono. Quando completa dezanove anos, está pronta para reclamar o que é seu - e assim regressa do exílio com o objectivo de tornar Tearling um reino livre de pobreza, opressão e escravatura. Mas Kelsea é jovem, ingénua e cresceu longe da corrupção e dos perigos que assolam o reuno. Cedo lutará pelo trono e pela própria sobrevivência, num caminho de crescimento em que aprende a lidar com uma herança muito pesada. 

Será Rainha se sobreviver para reclamar o trono.

Sobre a autora
Erika Johansen nasceu em São Francisco. Estudou Direito no Swarthmore College. Tirou o mestrado no Iowa Writers Workshop. Exerceu advocacia mas sempre quis ser escritora. A Rainha de Tearling é o seu primeiro romance, encontrando-se em tradução para mais de 25 países. Os direitos cinematográficos foram adquiridos pela Warner Brothers. 
Erika Johansen vive em Inglaterra. 

«Uma leitura emocionante. Erika Johansen constrói uma história intensa, com muita acção e personagens fascinantes.»
New York Post

domingo, 17 de abril de 2016

Passatempo - Atracção Magnética, Meredith Wild

Para celebrar a chegada de dias mais quentes – ou assim o esperamos… 

Com o fantástico apoio da Planeta Manuscrito, o Pedacinho tem o enorme prazer de oferecer um exemplar de Atracção Magnética, da autora Meredith Wild. Um romance techie para os amantes de erotismo. 

Para se habilitarem a receber este fabuloso prémio em casa, basta que respondam acertadamente às questões que se encontram no formulário, que preencham todos os campos obrigatórios tendo em conta as regras do passatempo e, como já vem sendo habitual, que sejam seguidores do blogue – e, se possível, que também sigam a Página do blogue no Facebook, aqui

As respostas às pergunta podem ser encontradas aqui e/ou aqui

Regras do Passatempo: 
1) Ser seguidor do blogue.
2) O passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 27 de Abril (quarta-feira).
3) Só é válida uma participação por pesso e/ou endereço de email. 
4) Participações com respostas incorrectas e/ou dados incompletos serão automaticamente anuladas. 
5) O vencedor será sorteado aleatoriamente pela administração do blogue, será posteriormente contactado via email e o resultado será anunciado no blogue. 
6) Só são aceites participações de residentes em Portugal Continental e Ilhas.
7) A administração do blogue não se responsabiliza pelo possível extravio, no correio ou outros, de exemplares enviados pela mesma e/ou por editoras.
8) Boa sorte!

domingo, 10 de abril de 2016

Uma Chama entre as Cinzas, Sabaa Tahir [Opinião]




Título Original: An Ember in the Ashes
Autoria: Sabaa Tahir
Série: An Ember in the Ashes, #1
Editora: Editorial Presença
Colecção: Via Láctea, N.º 132
N.º Páginas: 384

Sinopse
Conseguirão Elias e Laia fugir à sua própria sorte?
Elias pertence aos Ilustres, as famílias da elite do Império. Desde os seis anos que treina na Academia Militar de Blackcliff para se tornar um dos soldados mais implacáveis ao serviço dos Marciais.
Laia pertence aos Eruditos, um povo oprimido pelo jugo firme dos Marciais. Quando o seu irmão é preso e acusado de traição, Laia procura a ajuda da Resistência. Em troca, tem de se infiltrar como escrava em Blackcliff.
Quando se conhecem, Elias e Laia percebem que as suas vidas estão interligadas — e que as escolhas de ambos podem mudar o destino do Império.
Este mundo ricamente detalhado, com traços da Roma Antiga, é o palco de uma aventura empolgante que tem cativado milhares de leitores.


Opinião
Com um lugar de destaque na lista de futuras leituras, este foi um daqueles romances do fantástico que mal podia esperar por devorar. As expectativas estavam um pouco altas, muito devido aos comentários positivos espalhados por aí, e a vontade em me deixar embrenhar num estilo quase romano, quase místico, de academias e escravos, de revoluções e criaturas assombrosas, era mais do que intensa e sufocante... pelo que, simplesmente, não resisti a deixar-me levar pelas vidas marcadas de Laia e Elias. 

Uma Chama entre as Cinzas é, então, uma obra de enorme adrenalina, onde se nota o cuidado que Sabaa Tahir teve no desenrolar da acção, no desencadeamento dos vários acontecimentos chave, e no tecer do destino de cada uma das suas personagens. Não livrou Laia e Elias de sofrimento desenfreado e de medo crónico, mas deixou sempre em aberto uma réstia de esperança, uma luz ao fundo do túnel, que lhes permitisse ganhar forças de modo a lutar contra uma Comandante de mão pesada e um Regime baseado no controlo e na hierarquia. 

Esta é uma obra a duas vozes – e sobre duas realidades em tudo diferentes mas que se unem no propósito e no desejo de liberdade e justiça. Laia representa os Eruditos, uma facção que outrora deteve força e conhecimento mas que neste momento somente sobrevive num mundo demasiado árduo, enquanto Elias mostra o poder dos Marciais, enquanto um dos mais promissores Máscara de Blackcliff. Para Laia, Elias é o inimigo, um igual ao que roubou a sua família, ao que emprisionou o seu irmão; e para Elias, Laia é um refúgio onde a esperança ainda existe. 

De entre os dois protagonistas, para mim foi Elias quem se destacou – mostrando uma presença mais forte e robusta, um intelecto um pouco menos coerente de modo a criar mais conflito, e um crescimento que afectou um leque mais vasto de intervenientes. Porém, foi com algum pesar que no final da leitura me apercebi que não me foi possível verdadeiramente ligar a nenhuma das personagens. Entendo os seus objectivos, aceito as suas acções, mas não existe uma sintonia entre mim, enquanto leitora, e eles, enquanto protagonistas, que me leve a recear e a sofrer horrores sobre as teias que se foram tecendo ao longo da narrativa – e sobre os possíveis acontecimentos que possam resultar como consequência da recta final de Uma Chama entre as Cinzas

Adorei, no entanto, a ambiência criada por Sabaa Tahir. A imposição e opressão de Blackcliff, a decadência e desleixo de uma sociedade empobrecida e em ruína, o misticismo de criaturas que somente são realidade nos contos de fadas – ou nos pesadelos –, e a sensação dúbia, de mistério, de suspeita da Resistência, do seu propósito e papel neste mundo tão maior que eles. 
Os testes captaram, por completo, a minha atenção. Gostava, contudo, que a autora lhes tivesse dedicado mais tempo e páginas. Penso que um ou outro foram resolvidos de forma demasiado breve, enquanto que se Tahir lhes tivesse conferido mais detalhes e ‘importância’, todo o acontecimento em si poderia ter atingido proporções épicas. 

No final de contas fica a vontade de ler o segundo volume da série, A Torch Against the Night, e a curiosidade pelo que está para vir uma vez que Uma Chama entre as Cinzas terminou num ponto marcante da história, onde tudo pode mudar a qualquer momento. Porém, nota-se que esta é uma obra estreante e que a autora tem ainda um bom caminho a percorrer – nomeadamente no que diz respeito ao desenvolver mais pormenorizado de certos instantes narrativos e na ligação emotiva entre personagens e entre protagonistas e leitor. Ainda assim, uma obra bastante diferente e com uma abordagem curiosa e interessante à fantasia young adult – um dos meus géneros favoritos. 



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